"LUIZA"

Capítulo 01

Eu sou Luíza. Luíza. É apenas um nome! Poderia ser Ana, Maria, Helena, Adriana... Eu escolho Luíza. Talvez seja pela insignificância do nome. O problema não está no nome, mas na vida de Luíza desde sempre! Uma vida triste, vazia, cheia de traumas, sempre com medo, sem perspectiva, humilhada pelos irmãos; sim, Luíza tinha três irmãos; todos homens que viam Luiza como alguém inferior que nada podia: diferente deles que faziam o que queriam, pois eram homens. Esqueci de mencionar: estávamos nos anos setenta e Luiza era apenas uma criança filha de um pai extremamente machista e de uma mãe submissa que o único objetivo era manter a casa limpa, impecável . Mulher jovem demais, a mãe de Luíza não tinha maturidade para criar filhos! Ela era tão vítima quanto Luíza.

Filha de um pai abusivo e negligente e de uma mãe igualmente submissa e subjugada pelo marido infiel, Isabel viu no casamento um túnel para a liberdade: casou -se aos dezesseis anos. Sim! Uma menina que mal sabia o que era uma vida a dois. Foi mãe aos dezessete anos, aos dezoito, aos vinte e vinte oito; nesta última gravidez, ela estava mais amadurecida quanto ao fato de ser mãe.

Eu sou fruto da terceira gravidez: uma menina, depois de dois machos alfa! Era para ser a alegria do casal se não fosse a mente ignorante e machista do pai. Para Pedro, ser mulher era um problema! É estar alerta 24 horas para que essa filha se mantivesse virgem, "bem falada" na sociedade até encontrar alguém para se casar e continuar a sina das mulheres da família Silva.

Então assim começa o martírio de Luíza.