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CIDADE CINZA

CIDADE CINZA

OLI LAGO

5.0
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Leituras
54
Capítulo

*MAIS DE 250 MIL LEITURAS ONLINE" Enrico Giordano tinha uma vida boa comparada as milhões de pessoas que moravam na selva de pedra chamada São Paulo. Ele tinha sucesso profissional, uma bela casa, pais saudáveis, uma bela esposa e o seu primeiro filho a caminho. O que poderia dar errado? Quando teve sua vida saída dos eixos numa noite chuvosa se transformou em um homem amargurado e insensível. Se fechou para tudo e todos, transformando sua vida tão cinza e fria quanto a cidade qual morava. Agora só se sentia disposto a transformar num inferno a vida de qualquer um que quisesse se aproximar. Madalena Cereja Ferrão carrega em si a coragem de uma mulher guerreira que teve a vida sempre a massacrando desde sempre, sem parentes vivos e deixando o pouco que tinha para trás, saiu fugitiva de sua cidade natal levando apenas seu violão, uma foto da família e suas três peças de roupas.. Seguindo um sonho antigo de sua falecida mãe chegou em São Paulo para viver uma vida nova, e é desafiada quando encontra um emprego que não era tão dos sonhos.Quando duas almas feridas se encontram tem-se a vantagem de nada que o outro faça para machucar seja tão inédito, só se resta unir-se e curar-se.

Capítulo 1 PRÓLOGO

ANTES

— E como você está se se sentindo, amor? Troco o telefone de orelha enquanto assino alguns papéis que haviam sido entregues para que eu despachasse com urgência.

— Estou bem, Enrico. Só com um pouco de sono demais. — Ela reclama. — O bebê está mesmo me deixando cansada.

— Paty, talvez seja a hora de você pedir aquelas férias.

— Nem comece! Já falamos disso. — Seu suspiro do outro lado me fez ficar calado. Não gostava de pressionar Patrícia, ela estava se irritando com muito mais facilidade agora na gravidez que nos pegara de surpresa, ela não tinha encarado tudo tão tranquila quanto eu sempre pensei que faria se acontecesse.

Enquanto eu estava radiante, tudo que ela conseguia fazer era calcular quanto tempo teria que ficar afastada do seu trabalho de jornalista investigativa. Patrícia era absolutamente apaixonada por farejar qualquer bomba que alguém importante se metia, e isso verdadeiramente nunca me incomodou, até agora.

Como delegado titular da Polícia Civil eu já sabia bem que jornalistas eram arteiros demais, conseguiam tudo, mas junto disso também tinha consciência do quanto corriam riscos, estavam sempre mexendo com quem não deviam. E minha esposa era uma dessas, por isso eu continuava insistindo para que se afastasse do trabalho.

— Desculpa, amor. — Me redimo rápido. — Seu avião está no horário?

— Está. Estou uma pilha de nervos, só achamos o tal que viemos atrás há poucas horas atrás e são três horas de carro até a capital... estamos a tentar entrar em contato com um fazendeiro da região para que ele frete o monomotor dele até Brasília, assim conseguimos chegar a tempo do horário para voltarmos para São Paulo. — A voz dela soou estranha. — Não sei se vou chegar a tempo do jantar.

— Tudo bem, vou tentar te esperar acordado, aqui está uma loucura também. Conto mesmo que ela não tenha perguntado.

— Não precisa amor, eu sei que você está exausto.

— Tem certeza?

— Absoluta. — Respondeu imediata. — Preciso ir, Kaká está me chamando aqui, te amo, tchau.

— Te amo. Respondo para a linha muda. Ela já tinha desligado. Encaro o meu celular por alguns segundos me sentindo meio decepcionado. Estava morrendo de saudades, Paty tinha viajado só há quatro dias, mas para mim parecia uma eternidade.

Há dois anos atrás eu conheci minha agora esposa em uma entrevista coletiva da qual eu estava sendo obrigado a dar por se tratar de um caso grande de tráfico de drogas. Naquela época eu tinha acabado de passar no concurso assumindo o cargo, depois de me abster tanto tempo estudando eu estava na fase de cachorro louco, comendo toda boceta que aparecia a disposição, e com ela não tinha sido diferente.

Ela tinha me chamado atenção por perguntas peculiares sobre detalhes do caso, e depois da coletiva tinha tentado se aproximar, me sentindo o galã, fui com muita sede ao pote.

Tudo que consegui naquele dia foi o nosso jantar do qual ela passou discutindo sobre como a matéria seria importante, me deixou no zero a zero e se recusou a me beijar quando a deixei na porta de casa.

Assim foi naquela noite e nas seguintes, e o resultado daquilo foi que eu fiquei obcecado para conseguir ir para cama com ela, meus melhores amigos até apostaram que ela iria me fisgar.

Acreditando na minha capacidade, casei quinhentos reais, com Jonas e Doug. Eu tinha vinte e três anos e tudo que eu queria era transar com ela, certo?

Errado.

Duas semanas depois, vários cinemas, duas sessões de teatro, sete jantares e uma ida ao parque, eu já não queria apenas levar Patrícia para cama. Ela era uma mulher linda e inteligente, e eu me peguei querendo-a ao meu lado.

Foi assim que eu acabei perdendo quinhentos reais e me casei com vinte três anos.

Louco? Talvez. Mas o fato era que agora estava há um dia de completar vinte e cinto e com um bebê a caminho eu continuava enfeitiçado por ela.

Anoiteceu e eu deixei o trabalho direto para o nosso apartamento. Paty e eu tínhamos nos mudado para a cobertura de um dos prédios mais luxuosos que a construtora do meu pai tinham construído. Construtora esta que ele sempre gostava de ressalvar que acabaria pelo fato de eu ser o herdeiro e não me interessar nos negócios.

Eu preferia casa, gostava de espaços enormes com um jardim e arvores, mas Patrícia odiava, sempre dizia que pregava por segurança, e para ver a felicidade dela, estávamos morando ali há cerca de um ano.

Como já dito ela não tinha conseguido chegar para o jantar. Estava deitado na cama pensando em como as coisas mudavam, e no fato de eu me sentir um novo homem desde a notícia que teríamos um filho e a campainha soou várias vezes seguidas.

O prédio era muito seguro, poucas pessoas tinham autorização de subirem sem autorização via interfone, mas Paty também vivia esquecendo a sua chave e poderia ser ela. Pulei da cama nu e agarrei minha calca de moletom a colocando no caminho para sala.

Abri a porta ansioso esperando encontrar minha mulher e dei de cara com meus sogros juntos de meus pais. Imaginei até ser uma surpresa de aniversário se não fosse pelo fato de que minha mãe amparava minha sogra que soluçava chorando enquanto o marido Renê me olhou com uma expressão dura.

Meu corpo entrou em alerta na hora, já sabendo que não receberia notícias boas.

— O que aconteceu? — Perguntei quando meu pai acenou com a cabeça para que entrássemos. — Por que estão chorando? Olhei para minha sogra e depois para minha mãe que limpou os olhos marejados antes de falar:

— Filho o avião em que Patrícia estava sofreu uma pane elétrica e acabou caindo.

— Como assim? Ela está ferida?

— Filho, ela não resistiu. Meu pai informou e foram as únicas palavras que eu consegui entender corretamente antes de ver minha vida desmoronando em câmera lenta fazendo que tudo que já estava no seu devido caísse por terra.

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