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Sorte ou Azar?

Sorte ou Azar?

Palomakemm

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53
Capítulo

Você já imaginou se casar com o seu amor de infância e descobrir que ele nunca te amou de verdade? E que tudo que vocês viveram pode ter sido uma farsa? E que ele é o pior homem que você poderia ter escolhido para viver o resto da sua vida? Ele que era perfeito, um homem que se dizia apaixonado e que parecia ser o seu principe encantado e que do nada você descobre que ele é um sapo. E o seu verdadeiro amor, é um cara que você descreve que é todo errado!

Capítulo 1 1

Dandara narrando

Estava organizando algumas caixas, desde que mudamos para o apartamento eu ainda não tinha aberto mas não era por falta de tempo e sim porque eu já sabia que eu ia acabar chorando com o que tinha guardado ali dentro.

Tinha fotos da nossa adolescência, minha e do Miguel e com os nossos amigos que agora já não convivemos mais.

- Dandara - Miguel entra no quarto me chamando e eu levo um susto e eu coloco a caixa de lado - O que você está fazendo? - Ele pergunta e encara a caixa que eu estava mexendo.

- Olhando algumas fotos antigas - Eu falo - Ainda não tinha mexido nessas caixas e hoje tirei o dia para isso - Eu abro um pequeno sorriso para ele que continuava com o seu semblante sério.

- O que é isso? - Ele pergunta quando me vê segurando uma foto.

- É uma foto a onde está você, Leo, Alice e eu - Eu falo e ele me olha com uma cara bem séria que já demonstrava o que eu sabia, ele

- Porque você guarda isso ainda ? - Ele pergunta

- Nós éramos tão amigos eu até hoje não entendo o porquê de você e Leo se afastarem - Eu falo para ele

- Você sabe o que o Leo virou e com quem ele tá envolvido? - Miguel diz

- Não é porque você e policial que deve julgar tanto os outros assim - Eu falo para ele - Leo não é uma pessoa ruim, e também não é bandido.

- Meu amor você vive em um conto de fadas onde todos são bons o tempo todo - Ele diz e eu suspiro.

Não iria discutir.

- Você já está indo trabalhar? - Eu pergunto para ele

- Já sim - Ele diz - Estou de plantão, só volto amanhã perto do meio dia.

- Como sempre - Eu falo para ele deixando um ar de tristeza no tom da minha voz.

- Amanhã quando eu chegar prometo que vamos fazer algo - Ele diz e eu assinto com a cabeça.

- Bom trabalho meu amor - Eu falo para ele - Se cuida , eu te amo - Eu me levanto e nós nos beijamos , ele pega sua mochila junto das chaves do carro e sai pela porta.

Eu volto a sentar e mexer nas caixas e pego uma foto de nós dois , e fico me perguntando quando a nós deixamos todos os nossos sonhos para trás.

Eu sei que com o tempo os nossos planos e objetivos mudam, o dele mudou, o meu nunca,mas abri mão dos meus para viver o dele.

Eu e Miguel a gente namorou desde pequenos, morávamos em uma pequena cidade da Serra do Rio de janeiro chamada Itaipava, uma cidade linda e cheia de encantos, éramos vizinhos, todos , eu , Miguel e Leo e Alice que são irmãos, crescemos juntos.

Vivíamos juntos, até que um dia do nada tudo mudou e cada um foi para um canto.

Eu e Miguel sempre sonhamos em comprar uma casa la , onde tinha um lago , naquele lago foi a onde começamos a namorar e virou nosso ponto de encontros , não só meu e do Miguel, mas de nós quatros quando ainda éramos amigos.

Eu sempre sonhei com a casa cheia de filhos , com uma pracinha linda para eles brincarem naquele lago, com pedalinhos para andar com eles , com uma quadra de futebol para o Miguel ensinar os nossos filhos a jogar bola e lá no fundo a loja de cristal que o Miguel sempre disse que iria ter e junto dela a minha confeitaria.

Mas nada saiu como a gente sonhou, Miguel resolveu entrar para a polícia e viemos para o Rio de Janeiro, ele me convenceu a cursar medicina e aqui estou, sem nenhum filho, sem minha casa , sem minha confeitaria mas com ele, ao lado dele.

Pelo menos o que sentimos um pelo outro nunca mudou, a gente se amava e se completava.

Não saberia viver sem o Miguel ao meu lado, por mais que eu me sentisse tão sozinha por aqui, ele vivia em plantão na delegacia em operações e confesso que às vezes eu via a minha vida passar pela sacada dessa cobertura.

Eu via os meus planos serem levados pelo mar toda vez que eu olhava ele pela nossa cobertura. Às vezes me perguntava se realmente estava fazendo à coisa certa.

--

Plutão NARRANDO

- Moret – eu falo chamando ele e ele me encara.

- O que tá pegando? – ele pergunta.

- Quem é aquela que vem no orfanato? – eu pergunto apontando para uma loira que saia do orfanato e que eu estava observando ela sempre por aqui e até mesmo me encarando.

- Laura , sobrinha da Arlete que trabalha ali – ele fala

- Porque? – ele pergunta.

- E o que ela faz aqui? – eu pergunto – visita tanto a tia assim?

- Parece que vem visitar um menino – ele fala.

- Descobre tudo sobre ela – eu falo – além do que está nos arquivos, chama a tia dela para o juízo final lá encima e faz ela abrir a boca, nem que tenha que fazer o pior.

- Porque isso? – ele pergunta.

- Não sei não, essa mulher me cheira a coisa ruim – eu falo

- Vou fazer isso – ele fala.

Eu encaro ele descendo em direção ao orfanato, a presença dela aqui era quase diariamente nos últimos meses e confesso que só agora eu comecei achar que tinha maldade em suas visitas e até mesmo muito mistério rolando, se tem uma coisa que meu pai me ensinou muito era observar as pessoas, e ela sempre olhava para todos os cantos muito desconfiada do mundo e sempre me procurava com os seus olhos e isso me deixou intrigado, intrigado para saber quem ela era.

- Plutão meu querido – minha vó Xaxa fala. – você não comeu quando saiu, vem comer um pão doce.

- Não estou com fome, vó. – eu falo.

- Depois fica doente e não sabe porque – ela fala – leva um tiro e morre e vai ver que era falta de comida – eu olho para ela e começo a rir.

- Porque leva tiro morre? – minha irmã Sabrina pergunta – e a culpa é que não comeu pão doce. Agora ele ser quem é, não mata.

- Mata não, o que mata é negar de comer o pão doce da velha vó – minha vó diz me obrigando a sentar depois de sua chantagem emocional.

A minha família era bem unida, minha irmã e eu somos adotados, meu pai nos adotou antes de assumir o morro no lugar do meu avô, ele morreu a pouco mais de três anos e deixou um legado enorme aqui dentro. Ele sempre comandou o morro igual ao meu avô e eu seguia os seus passos, deixando o nosso morro longe de qualquer holofotes, a gente tinha negócios grandes mas que aos olhos dos outros era todos negócios pequenos, a gente evitava negociar com os morros do Rio de Janeiro, ainda mais os famosos, mas sempre tentava está por dentro de tudo que acontece para não ficar atrasado, existia uma guerra grande acontecendo entre os morros e a policia e a anos e muita gente morreu, mas nos seguia pleno sem entrar em guerra com ninguém, sem ninguém tocar em nossos nomes e assim eu queria continuar, a gente trabalhava com sigilo.

Eu entro na boca e Moret entra atrás de mim que nem um fanstasma.

- Ela está acumunada com Roberto – ele fala.

- Delegado? – eu pergunto

- O que está causando uma nova guerra com os morros da facção – ele fala .

- E o que ela faz aqui tanto? Está escondendo aqui tanto? – eu pergunto.

- Uma criança – ele fala – a tia dela disse que ela está escondendo uma criança.

- Uma criança? – eu pergunto

- Ela disse que o delegado se descobrir da existência dessa criança, pode matar ela – ele fala – a criança tá lá no orfanato e agora ela quer levar a criança embora junto dela e do delegado.

- Eles vão embora? – eui pergunto.

- Parece que a mulher dele foi sequestrada, não soube dizer direito – ele fala. – O que faço com a criança?

- Eu vou até lá , que idade tem a criança? – eu pergunto.

- Acho que nem dois anos tem o menino – ele fala – eu não sei direito.

- Eu vou lá – eu falo.

- Você vai fazer o que com a criança? – ele pergunta.

- Ir ver – eu falo – você vem comigo, cadê a velha?

- No juízo – ele fala.

- Continua lá – eu respondo.

Eu desço para o orfanato que tinha sido o orfanagto que meu pai tinha criado, vinha criança de tudo que é canto para cá, a gente tratava as crianças com muito amor, dando tudo que eles precisavam, porque eu sabia de onde eu tinha vindo e se tinha um lar era graças ao meu pai que adotou eu e minha irmã juntos. Eu entro dentro do orfanato e as pessoas que trabalham lá me cumprimentavam com um sorriso no rosto, a gente não tinha ódio do povo, a gente tinha o amor deles porque eu comandava esse morro muito bem.

- Aqui a criança, senhor – uma das mulheres fala.

Eu encaro um menino brincando com uma bola em um tapete, eu já tinha decidido o que faria com ele.

- O que você vai fazer? – Moret pergunta.

- Prepara as malas dele, ele vai sair do morro – eu falo para a mulher enquanto a criança continuava sentado de costa para mim brincando com a bola – e ninguém pode saber o paradeiro dele e quero que bloqueia a entrada de Laura.

Ele assente.

O menino se levanta com a bola na mão e se vira para mim de cabeça baixa, ele chuta a bola e vem correndo e a bola para no meu pé, ele levanta a sua cabeça e me encara.

- Oi – eu falo e eu encaro os seus olhos castanho, ele me olha sério.

- Gooooooooooool – ele grita abrindo um sorriso e erguendo os seus braços para cima – goooooooooool – ele diz pulando e puxando a minha cabeça para me dar os braços.

Na mesma hora vem a frase que meu pai sempre me disse a vida toda.

‘’ Não fui eu que escolhi vocês na aquele orfanato, foi vocês que me escolheram quando me viram a primeira vez, a gente foi feito um para o outro.’’

Eu pego ele no colo e quando eu pego ele no colo, ele bate palmas e abre um sorriso, ele passa a sua mão pela minha barba e começa a rir sem parar, eu abro um sorriso para ele sem mostrar os dentes.

- Oi – ele fala todo enrolado.

- Oi – eu respondo – como é seu nome? – ele começa apontar para cima e eu fico sem entender. – seu nome – e ele começa apontar para cima novamente que nem um desesperado e eu olhava para cima vendo apenas o teto – o que ele tem?

- senhor, desculpa – a moça fala se aproximando – Ensinanos a ele que o nome dele é o mesmo do nosso senhor lá em cima – eu olho para ele sem entender.

- Como é o nome dele? – eu pergunto.

- Jeuus – ele fala e eu encaro ele.

- O nome que recebemos em sua ficha, é Jesus – ele fala.

O menino me abraça e eu abraço ele de volta, eu encaro Moret que fica me encarando sem entender a cena.

- Diz a mulher que trouxe ele, que nos mandamos ele para fora do Brasil – eu falo – a partir de agora, ele é meu filho. – Moret apenas assente a cabeça e abre um sorriso de canto.

A moça não fala nada.

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