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Para Sempre Layla

Para Sempre Layla

LadyRaquelSouza

5.0
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Leituras
53
Capítulo

Há muitos, existiram Qays e Layla. Apaixonados desde a infância, o amor de Qays por Layla era tão forte que ele se tornou conhecido como Majnum Layla, ou louco por Layla, em todo o deserto. Julgado pela sociedade, Qays precisou se afastar do povo e, longe de sua amada, escrevia poesias diariamente para Layla. Um dia, a moça foi forçada a se casar e a distância agravou. Fadada a chamar um estranho, habib; fadado a vagar no deserto com poesia empoeiradas. Um oásis foi o que lhes permitiu, muitos anos depois por uma única e breve vez, entregarem-se um ao outro. Reza a lenda árabe que, após essa entrega, seus corpos foram encontrados dias depois. Incapaz de retornar a vida infeliz, Layla foi consumida por tristeza. Entendendo não haver mais poesia a fazer, Qays findou a própria vida e a lenda termina. Amanda, grande CEO e herdeira de uma exportadora, enfrenta a maior decisão de sua vida quando a suprema corte iraniana ameaça afetar seus negócios. Para salvar a empresa, ela se vê obrigada a mudar completamente seu estilo de vida, incluindo se casar. Pressionada, pede a Luke, CFO e grande amigo, em casamento. Juntos, eles embarcam na relação arranjada, enfrentando pressões e conflitos que ameaçam seus corações e seus negócios. Num mundo de interesses, corrupção e caos, Para sempre Layla é uma história de amor, tradição e coragem. Não é sobre aquela Layla, mas sobre a Layla e o Qays que todos estão destinados a encontrar quando se permitem amar. Esse é um romance da série Amores Halal, contudo, ainda é um romance adulto e pode conter cenas de sexo e violência, exigindo discrição do leitor.

Capítulo 1 I. Uma Vida Agitada

— O que mais tenho para fazer hoje, Mari? — Amanda perguntou enquanto caminhava de volta à sua sala.

Era um dia agitado para a jovem CEO. Quando chegou à reunião com o setor comercial, não esperava demorar tanto.

— Luke quer falar com você. — Mariana a respondeu. — Disse não ser nada sério, mas me pareceu preocupado.

Amanda parou de andar, olhando para a secretária.

— Terei com ele…

— Se me permite sugerir, reservo o almoço para vocês.

— Você é um anjo na Terra, Mari! — Amanda a elogiou.

A secretária apenas lhe sorriu e a cumprimentou para ir aos seus afazeres enquanto Amanda se apressou para a sala.

Observou os documentos da reunião onde estavam estratégias bem traçadas e seus planos estavam a um passo.

“Franco & Silva Exportações”, dizia o logo no computador. Amanda o observou, motivando-se a continuar.

“Almoço?”, ela mandou mensagem ao seu CFO.

“Mariana já me avisou… posso te buscar”, Luke se ofereceu.

“Agradeço… não estou bem para dirigir hoje!”

Indo ao banheiro, retocou a maquiagem. Mesmo que a pele negra não evidenciasse cansaço, era vaidosa e cuidadosa.

Umedeceu seus cachos; ajeitou o terno e pronto! Estava quase nova, pronta para sair e não demonstrar tanto cansaço.

Os pés incomodavam por muito andar no dia anterior, mas era obstinada e não se deixaria abater facilmente.

Deixando o banheiro, Luke já estava no escritório.

De ascendência árabe, ele não era tão alto; tinha barba bem feita e idade aproximada à Amanda. Os olhos tinham cor de mel e o sorriso com covinhas era encantador.

— Cedo… — Amanda falou.

— Pernoitou? — Ele levantou uma sobrancelha, analisando-a. — Deveria tirar uma folga… isso vai te matar, habibti…

— Veio me dar sermão ou almoçar comigo? — Ela deu de ombros. — Não se preocupa! Está tudo indo muito bem.

— Vamos? — Luke optou por não estender o assunto.

Amanda assentiu e eles saíram, rumo ao carro do rapaz.

— Soube da reunião com o comercial… é bem ambicioso. O que seu pai acha? — Ele puxou assunto enquanto dirigia.

— Ele está tão confiante quanto eu! — Amanda sorriu largo. — Quero muito conseguir conquistar novos lugares… novos patamares e tudo parece conspirar positivamente.

— Alhamdulillah! — bem-disse. — Estamos estudando as possíveis expansões… observando o cenário dos próximos cinco anos… e, não mentirei, você ficará feliz com o que verá.

— Assim me deixa mais ansiosa! — A moça o repreendeu.

Luke riu e voltou a se ater à direção. Muito cavaleiro, ajudou Amanda a sair do carro e eles foram à sua mesa.

Mariana tivera o cuidado de reservar um espaço num restaurante que atendia às restrições alimentícias de Luke.

A moça o acompanhou nos pratos, habituada a lidar com a culinária árabe dado o tempo de convivência com Luke, amigo de infância e filho de uma grande amiga de seu pai.

Não o acompanhou com as formalidades pré-refeição, afinal, não era religiosa; mas guardou o silêncio, lhe respeitando. A refeição se deu com muita tranquilidade.

Amanda realmente tinha fome. Teve um café da manhã corrido para não se atrasar à reunião após o pernoite.

— Então… o que está acontecendo? — Amanda o indagou.

— São dois eventos que o pai soube e reverberarão na exportadora. — Luke pareceu preocupado. — Primeiro, Nazari.

Amanda franziu o cenho. Antes que Luke iniciasse sua dissertação, pediu uma taça de vinho para ambos — apesar de ele nunca passar da primeira taça, não negava acompanhá-la.

— Você já sabe que o patriarca deles é bem velho… o pai lidou com um rumor que o segundo filho, Farhad, é quem assumirá os negócios… e provavelmente reverá os contratos.

— Ele está doente? — Amanda se preocupou.

— Não está, mas eles não querem esperar chegar um momento delicado para lidar com isso. Muito sábio! — deu de ombros. — Isso significa que deve se preparar.

— Muitos dos nossos lançamentos estão ligados a eles… — A moça ficou pensativa. — Enfim, estamos prontos para lidar… não imagino que isso será um problema tão grande.

— Pode se tornar.

Preocupada, Amanda deu um gole no vinho.

— Rumores dizem que a Suprema Corte do Irã está revisitando uma matéria que pode afetar o consumo de carnes e exigir mudanças drásticas em toda a indústria halal.

— Hm? Do que exatamente falamos? — indagou.

— Dependendo de sua resolução, podem exigir que outras etapas do processo também sejam halal… o que significaria mudar hábitos nos principais pilares da cadeia de produção.

— Isso é impossível! — A moça ficou nervosa de imediato. — Como fazemos isso? Demissão em massa e recontratação? Educação dos nossos executivos e funcionários? Droga!

— Ainda é só um rumor, mas é bom se preparar. Falei com Amir, do Jurídico; ele ficará atento às novidades sobre e moverá o resto do corpo jurídico, se necessário.

— Droga! — A moça continuou maldizendo.

— Dependendo de como for, para não afetar tão drasticamente, é possível que não sejam tão exigentes… não sei… eles são bem ortodoxos… é difícil presumir!

— Isso ajuda bastante… pela sua experiência, o que acha? — Amanda tentou enxergar uma luz no fim do túnel.

— Pelo que estudei da matéria nos últimos dias, há uma exigência que, além da forma de cuidado e abate, também haja uma espécie de arcabouço halal nas outras etapas.

— Mesmo que atinja apenas o corpo executivo, isso significa… eu, sabe!? — Amanda riu, meneando a cabeça.

— Sim, eu sei disso — riu. — É ainda mais complicado… você é, ao menos considerada por eles, kafir… é muito difícil mudar isso e… eu nem sei como seria.

— Kafir é o passado deles! — incomodou-se.

— Calma! — Luke riu. — Sabe que é assim. Não segue a fé, não é casada… é tudo que um iraniano entende como errado!

Amanda deu um gole mais generoso no vinho e se recostou na cadeira. Colocou uma das mãos na cabeça, extremamente preocupada com o cenário.

— Conta comigo. — Luke tentou tranquilizá-la. — Continuarei te atualizando conforme souber mais. Ainda não falei com seu pai, mas é bem provável que a mãe o faça.

— Poderei conversar com ele amanhã… ou depois, sei lá — deu de ombros. — Pode me encaminhar o que tem sobre?

— Sem problemas. Eu acompanharia para te poupar.

— Amável! Mas, não sossegarei enquanto não entender do que isso se trata. — Só faltaram os olhos brilharem de tanta obstinação. — Isso não pode nos afetar!

— Não quero que se torne uma desculpa para você trabalhar ainda mais… entendeu? — Preocupado, ele terminou sua taça de vinho e a colocou na mesa.

— Impossível, não?

— Fará o quê? Irá até o Irã? Terminará presa e eu não poderei fazer muito para te ajudar! — criticou. — Acalme-se… nós só podemos esperar e orar… Salah! — suspirou.

— Odeio esperar!

— Mas, deve aprender. Se os rumores acertam, devem começar a debater esse assunto nessa semana. Manterei você atualizada sempre que puder. Se precisar, busque Amir.

— Procurarei, procurarei…

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