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Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia

Senhora Marino - Livro 1 - Mulheres da Máfia

Nah Vicenza

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Capítulo

Nalla Dmitriev nunca foi uma garota fácil de se lidar, criada por um pai ausente e uma mãe alcoólatra não tinha como ser diferente, a mais velha de três irmãs, a herdeira de Ivan Dmitriev o temido Dom da Bratva, por ser mulher nunca iria assumir o cargo do pai, essas eram as regras, uma mulher não tinha capacidade ou estomago para comandar a máfia. Seu destino seria casar-se com um homem da escolha de seu pai, alguém que fosse considerado adequado para assumir o posto de seu pai. Mas, para o seu desprazer um acordo lhe coloca nas mãos do temido subchefe da Casa Nostra, um casamento faria deles o grupo mafioso mais poderoso de todos e ela tinha sido escolhida como a boneca de troca, sem ter a chance escolha, ela tinha apenas que aceitar o que aqueles homens tinham acertado. Um casamento fadado ao insucesso, um marido instável e surpresas indesejáveis serão parte efetivas da sua vida e ela terá de aprender a conviver com isso, se quiser manter-se sóbria e sobreviver aquele inferno.

Capítulo 1 I

Nalla Dmitriev:

O vestido de noiva era desconfortável, pelo menos dois números menos que o meu manequim e se eu respirasse fundo ele iria rasgar, a tiara machucava a minha cabeça, o sapato estava machucando os meus pés, mas, eu deveria estar perfeita para aquela ocasião, era o dia mais feliz de uma mulher, se eu não estivesse sendo obrigado a casar-me com um homem que eu não conhecia e até a semanas atrás era um inimigo mortal de minha família. Eu era a ovelha jogada aos lobos e tudo isso apenas por poder, a Bratva finalmente iria conseguir um substituto à altura caso algo acontecesse ao meu pai e a Casa Nostra iria se tornar a máfia mais poderosa do mundo com aquele acordo, meu casamento renderia dinheiro, sucesso e poder para os envolvidos naquela palhaçada e em nenhum momento eu fui consultado sobre o que eu queria para o meu futuro, apenas me informaram o que iria acontecer e eu não pude negar, pois, era uma mulher e mulheres não tinham voz dentro da máfia, apenas obedeciam o que lhes eram atribuídos, até casar-se com um maldito italiano, como era o meu caso.

_ Você está linda. – Elogiou Ivana quando entrou na maldita sacristia, eu era ortodoxa e estava me casando em uma igreja católica, mas, aquela era uma das exigências de meu futuro marido. Eu teria um casamento em termos italiano. _ A noiva mais bonita que eu já vi, seu marido terá muita sorte em lhe ter Nalla.

_ Obrigado. – Agradeci apertando a sua mão delicadamente, minha doce e delicada irmã caçula, esperava que quando ela estivesse em idade de casamento isso não lhe acontecesse, bem que eu já estava velha para a sociedade mafiosa, eu já tinha 22 anos, mulheres costumavam se casar muito cedo pelas regras da máfia, assim os herdeiros vinham mais rapidamente. _ Tenho certeza que quando chegar a sua vez, você estará ainda mais bonita e radiante. Pode avisar para nana que eu já estou pronta?

_ Nana ainda está terminando de assinar alguns contratos. – Respondeu ela fazendo com que eu desse uma risada irônica. _ Mas mamãe e Sasha estão esperando para falar com você, eu irei para o meu posto, sou sua dama de honra.

Sorri e a abracei antes que ela se distanciasse com o seu vestido azul marinho, já que ele tinha combinado perfeitamente com o seu tom de pele, tinha certeza que Sasha estaria tão bem quanto ela, cores vibrantes combinavam com a pele albina e não todo aquele branco que me deixava parecendo com um fantasma.

_ Sasha acompanhe a sua irmã, não é de bom tom apenas uma dama de honra do altar. – Mandou mamãe fazendo com que ela me encarasse com aqueles olhos azuis apreensivos e eu concordei sorrindo para ela. _ Vamos garota, não temos a noite inteira, logo seu pai estará aqui e eu não poderia conversar com sua irmã.

Ela concordou e me abraçou carinhosamente antes de se afastar indo em busca de Ivana. Mamãe me encarou de cima a baixo, como se estivesse avaliando ver se eu não tinha feito nada de errado, já que a seu passatempo preferido quando ela não estava bêbada era me criticar.

_ Já deveríamos ter tido essa conversa, mas, você não é uma pessoa fácil de se lidar Nalla. – Começou ela fazendo com que eu revirasse os olhos e apanhasse o buque de rosas vermelhas que eu detestava por mim teria mandado fazer um de lírios brancos, mas, não combinava com a decoração. _ Casamentos são uma merda, principalmente os que começam desse jeito, eu odeio o seu pai com todas as minhas forças e isso é reciproco, bem eu lhe dei três filhas mulher a maior desonra que um homem dentro da máfia pode ter e como bastardos não são reconhecidos ele nunca terá um filho homem para carregar o seu querido sobrenome.

_ Mãe, eu não quero e não preciso de seus conselhos. – Avisei tentando me sentir confortável dentro daquele vestido, mas, isso era impossível. _ Então, se nana perguntar alguma coisa, apenas diga que você destilou o seu veneno e que estamos bem.

_ O casamento vai matar esse seu espiro rebelde, na verdade ele vai matar você aos poucos e dentro de alguns anos você será apenas uma casca vazia assim como eu sou, viciada em alguma coisa que faça você tentar se sentir viva. – Falou ela dando-me as costas. _ Acho que não precisa dos meus conselhos para a noite de núpcias, espero que seja melhor do que a minha, com o tempo você se acostuma a sentir nojo do sexo e fazer apenas quando necessário e ficar feliz com as amantes que seu marido arrumara, assim ele lhe procurara menos e você terá um pouco de paz, se tiver sorte lhe dará um filho homem e isso será o seu auge querida, mas, lembre-se a genética não está ao seu favor.

_ Obrigado mama. – Agradeci quando ela saiu e me apoiei na cadeira, aquela conversa era bem motivadora, da qual toda mãe teria com a sua filha minutos antes dela atravessar as portas da igreja para se casar. _ Okay Nalla, você é melhor e mais forte do que tudo isso. É apenas um italiano que você terá que aturar o resto da sua vida, isso se você não o matar nesta noite.

_ Isso seria uma violação do acordo e eu realmente não quero matar minha filha preferida. – Avisou nana fazendo com que eu levantasse a minha cabeça e o encarasse parado perto da porta. _ Você está linda, rosa.

_ Você assinou a minha sentença quando me entregou de bandeja para aquele maldito italiano. – Disse endireitando-me. _ Vamos logo fazer isso, esse vestido realmente está me incomodando e eu quero terminar logo com essa palhaçada e tirar logo essa coisa.

_ Um dia você vai entender os meus motivos, rosa. – Falou ele beijando a minha testa carinhosamente enquanto me abraçava e isso fez com que eu tivesse em engolir o choro que estava preso na minha garganta, por mais que ele fosse um pai ausente e frio, era dele os únicos gestos de carinho que eu recebi durante toda a minha vida. _ Essa é a sua batalha rosa, mostre a eles que não iram conseguir destruir você como eles estão imaginando, mesmo que pra isso você tenha que usar artilharia pesada. Você é uma Dmitriev e nós nunca nos entregamos.

_ Deixarei você orgulhoso nana. – Prometi fazendo com que ele sorrisse e beijasse a minha testa. _ Eu amo você.

_ Também amo você, minha rosa. – Declarou ele acariciando o meu rosto. _ Ele não merecia alguém como você, não merecia nenhuma das minhas garotinhas. Infernize a vida dele rosa.

Sorri e concordei, ele me ofereceu o seu braço e eu suspirei antes de pegar o buque e respirar fundo antes de caminhar na direção da saída da pequena sacristia que o padre tinha oferecido gentilmente para que eu terminasse de me arrumar. O caminho até a posta foi rápido, lá a cerimonialista arrumou o véu e a pequena calda do vestido antes que as portas fossem abertas e a marcha nupcial entrou pelos meus ouvidos, fazendo com que eu tivesse vontade de correr na direção contraria, mas, nana apertou o meu braço fazendo com que eu andasse na direção do altar, a nona sinfonia de Beenthoven parecia mais apropriada para aquela cerimônia. A nave da igreja parecia enorme e todos me encarando não estava ajudando, todos pareciam separados, italianos de um lado, russos de outro, a expressão do meu futuro marido não era boa e isso me fez sorrir, parecia que eu não era a única infeliz com aquele casamento.

O padre começou a cerimônia falando palavras de amor e fidelidade o que me fez querer gargalhar, mas, eu não iria cometer aquele pecado, todos ali sabiam que casamentos dentro da máfia eram para toda a vida, aquele velho padre já deveria ter feitos muitos casamentos como os meus. Raros eram os casamentos por amor, um em milhões.

_ Eu Nalla Katrina Dimitriev prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na doença e na pobreza, todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. – Falei enquanto o padre me encarava e me passava uma pequena adaga, aquele pequeno verso era apenas a parte religiosa do casamento. _ Nesta noite santa, no silêncio das trevas e sob a luz das estrelas e o esplendor da lua, formo a santa cadeia. Em nome de Dmitriev, Bratva, com palavras de humildade, sangue e honra, eu formo a santa sociedade.

Cortei a palma da minha mão com a adaga e deixei com que o sangue pingasse sobre o livro, cada casal tinha a sua página, se algo acontecesse ela era incinerada e o sobrevivente recebia uma nova folha para um futuro casamento, isso era mais comum entre os homens, mulheres viúvas não costumavam casar-se novamente, apenas quando eram herdeiras, essas não podiam ficar sem um marido e eram aceito casamentos apenas para aquelas que não tinham filhos para assumir o lugar do seu marido.

O padre me estendeu um pedaço de pano branco, fazendo com que eu enrolasse uma ponta em minha mão para que o sangue não pingasse em mais nenhum local e devolvi a adaga para ele que me ofereceu um sorriso reconfortante.

_ Eu Apolo Marino, prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe. – Declarou ele com um sorriso debochado nos lábios, maldito italiano bonito, pelo menos olhar para ele não seria insuportável. Ele pegou a adaga e me encarou raivosamente, como se a sua vontade fosse enterrá-la no meu peito, mas, estávamos em solo sagrado e até os mafiosos respeitavam alguma coisa e a casa de deus era uma delas. _ Nesta noite santa, no silêncio das trevas e sob a luz das estrelas e o esplendor da lua, formo a cadeia. Em nome de Marino, Casa Nostra, com palavras de humildade, sangue e honra, eu formo a santa sociedade.

Ele cortou a mão profundamente e o sangue se misturou ao meu e ali eu soube que não tinha mais alternativas de fuga, a única seria a morte de meu marido que não era ruim, ele tinha muitos inimigos, não seria difícil alguém o matar. Ele pegou a outra ponta do pano e enrolou na sua mão fazendo com que as nossas mãos ficassem próximas. O padre continuou com a cerimônia até o fatídico beijo, para a Casa Nostra isso era uma demonstração de fidelidade a máfia, ele foi rápido e estranho o que me deixou constrangida.

De braços dados nós saímos da igreja, sem demonstrações de afeto ou chuva de arroz, seria mais fácil ter uma chuva de balas, a limusine já estava a nossa espera, eu ainda tinha de aguentar uma festa com aquele maldito vestido, tudo que eu queria era poder respirar normalmente novamente, pelo menos a limusine era espaçosa e eu não irei precisar dividir o mesmo banco com aquele homem irritante, ele entrou e encheu um copo de whisky, ficar bêbado era uma ótima maneira de comemorar aquele casamento, pelo menos eu não iria me lembrar de absolutamente nada no dia seguinte.

_ Você poderia parar de me encarar como se estivesse pensando onde seria melhor colocar uma bala no meu corpo. – Pedi enquanto pegava uma das taças de champanhe, se ele podia beber eu iria o acompanhar. _ Eu sei o quanto isso é tentador para você, sua fama lhe percebe um matador sem piedade, os boatos que correm são que seu nome foi dado em homenagem ao Deus errado, deveria ser o nome do Deus da Morte. Mas, isso quebraria o pacto e sua cabeça iria rolar e você é altruísta, prefere me aturar do que ser morto por causa de uma traição, isso seria uma desonra muito grande para a sua família.

_ E você mais irritante do que parece. – Falou ele fazendo com que eu sorrisse, ele não imagina o quanto eu poderia ser irritante quando me empenhava em alguma coisa. _ Apenas cala e boca mulher, não posso marcar o seu rosto bonito nesta noite todos iriam perceber isso e como você disse, não serei eu a quebrar o acordo. Porém, não sabemos o quanto você vai aguentar?

_ Muito mais do que você imagina. – Afirmei enquanto abria a garrafa e enchia a minha taça levantando em um brinde silencioso na sua direção, eu não era uma garotinha mimada que tinha sido criada para ser uma esposa perfeita, sem herdeiros homens nana tinha sido efetivo em me treinar como uma homem, eu aguentava muito mais do que ele estava imaginando. Eu era uma Dmitriev, eu nunca pediria clemência.

O caminho até a local da recepção foi rápido, tudo iria ocorrer no hotel mais luxuoso de Nova York, onde a suíte nupcial estava reservada para os noivos, eu queria estar bem louca para esse momento, assim não me lembraria do ato em si, que eu já sabia que não seria agradável mesmo que fosse feito carinhosamente e eu sabia que isso não aconteceria. Nova York parecia vibrar quando eu saí da limusine, aquela era a minha cidade, aquele era o meu lar e pela primeira vez eu pensava em fugir dali, me esconder no buraco mais obscuro da terra e nunca ser encontrada, ele puxou o meu braço fazendo com que eu andasse na direção do salão de festas. Os sorrisos falsos me irritavam, as parabenizações frias me deixavam desconfortáveis e os desejos de felicidades pareciam piadas, depois de cumprimentar todos os convidados fomos sentados na mesa central, junto com os nossos familiares, a festa estava regada a muito comida, bebida e estranhamento, aquilo iria acabar mal e eu iria adorar ver a confusão, russos e italianos nunca iriam conviver pacificamente, tinha um abismo entre nós, muitas mortes e ameaças e não seria um casamento que iria mudar aquilo, precisava apenas de uma fagulha para que aquela farsa fosse por agua a baixo e isso seria péssimo para mim, pois, eu tinha sido jogada na cova do leão.

_ Sorria. – Mandou Apolo enquanto nós dançávamos, aquelas palhaçadas convencionais estavam tirando o meu foco. _ Todos estavam esperando uma noiva mais alegre ou uma noiva que pelo menos parecesse conformada com o casamento. Então interprete menor ou eu irei quebrar você quando estivermos sozinhos.

Coloquei o meu sorriso mais falso no rosto e ele permaneceu nos meus lábios por todo tempo, não estava fazendo aquilo por causa das suas ameaças, apenas não queria confusões na minha primeira noite de casada, por mais que isso fosse impossível. Fui deixada na pista de dança assim que a valsa terminou, meu marido não parecia um homem que dançava, mas, logo nana tomou o seu lugar e depois de dancei com minhas irmãs quando a música mudou. Eu estava casada e iria me divertir pelo menos na minha festa, já que o casamento em si seria uma bosta.

_ Acho que eu fui o único que ainda não dançou com a noiva. – Falou uma voz dura nas minhas costas fazendo com que eu desse de cara com Ares Marino, o temido Dom da Casa Nostra, o mais poderoso dos irmãos Marino. _ Espero que me dê a honra dessa contradança.

_ Com prazer. – Disse aceitando a mão dele, eu não era louca de o desrespeitar na frente de todos, nana faria questão de me matar se eu fizesse algo que lhe desrespeitasse. _ Ares Marino, então você é o homem por trás do acordo com meu pai, mandou seu próprio irmão para a forca sem ter a certeza que meu pai aceitaria as suas propostas. Deveria agradecê-lo por isso ou amaldiçoar a sua linhagem por anos?

_ Sua língua é ferina para alguém tão pequena, querida cunhada. – Falou ele fazendo com que eu risse, ele ainda não tinha visto nada. _ Mas, tenha cuidado com as suas palavras, não sou um homem paciente e me ofendo com facilidade e não quero ser o responsável por deixar meu irmão viúvo antes da lua de mel, isso seria um desastre o acordo não duraria um dia. Algum dia irá me agradecer por isso, assim que eu coloquei os meus olhos em você soube que era a mulher perfeita para Apolo, mesmo sendo russa, é a única que conseguirá atura-lo e parece que seu pai pensa como eu, suas irmãs se matariam em uma semana.

_ Não se preocupe, não tenho a intenção de morrer tão cedo. – Avisei séria e fazendo uma pequena reverencia. _ Acho que chegou a hora de me retirar, um casamento não acontece realmente até que os noivos tenham saído a francesa.

Saí do salão a passos rápidos e vi que meu marido pareceu perceber isso e me seguiu, mas, eu não fiz aquilo por nervosismo e sim por necessidade, se eu não tivesse aquele maldito vestido iria morrer de parada respiratória por esmagamento.

_ Você ficou maluca ao sair sozinha? – Perguntou ele me prensando contra a parede do elevador e levando a mão ao meu pescoço fazendo pressão. _ Irei avisar isso apenas uma vez e espero que me entenda, você agora me pertence, é minha por direito, seguira todas as minhas regras na risca se quiser continuar com o seu lindo rostinho intacto. Nunca mais deixe um salão em sim, você me deve submissão e eu irei adorar ensiná-la isso.

Ele apertou mais forte o meu pescoço e me soltou fazendo com que eu respirasse com dificuldade, além do vestido um enforcamento, o casamento já tinha começado perfeitamente bem.

_ Pode abrir o maldito vestido? – Perguntei encarando-o quando o elevador parou no elevador e ele arqueou uma sobrancelha andando na minha frente a passos largos. _ Eu não consigo alcançar o maldito zíper.

_ Isso seria atentado ao pudor querida esposa. – Avisou ele me empurrando para dentro do quarto. _ Você é uma vadia, ansiosa para abrir as pernas. Será que ainda é virgem ou seu pai não soube educar você, não duvido disso, vocês russos não são confiáveis, tentei falar isso para Ares, mas, ele está mais interessado no poder que vai ter nas suas mãos do que em qualquer outra coisa, mas, ninguém me engana com tanta facilidade. Não se preocupe querida, irei lhe ajudar com o vestido e quem sabe em abaixar o maldito fogo que você está entre as pernas.

Ele me virou como se eu fosse uma boneca e rasgou o maldito vestido, eu poderia ter agradecido por aquilo, pois o ar voltou a circular pelos meus pulmões quando ele arrebentou o maldito espartilho que era a maldito instrumento de tortura que estava me apertando desde cedo e tinha me feito caber naquele vestido. Me debruçou sobre a cama e agarrou os meus cabeços com força, fazendo com que eu gemesse de dor, pelo menos eu não teria que olhar para o seu rosto enquanto ele me comia. Porém, isso não aconteceu, ele apenas deu uma risada baixa e rouca e colocou a boca no meu ouvido.

_ Eu preferi pagar para qualquer uma dessas vagabundas de esquina e pegar uma doença do que colocar o meu pau dentro de você. – Sussurrou ele fazendo com que eu serrasse as minhas mãos em punhos. _ Tenho nojo de você vadia russa, se está com tanto fogo alivie-se sozinha e se não quiser ter a sua honra manchada na próxima manhã, de um jeito para que todos saibam que não é mais uma mulher virgem e mais uma coisa querida esposa, sonhe em me trair com qualquer um de seus amantes e eu matarei você da forma mais cruel possível e a desonra que a sua família irá sofrer os perseguirá por toda a vida, faria o impossível para que ninguém se esqueça da sua traição.

Ele me empurrou na direção dos travesseiros e saiu batendo a porta com força, deveria ter outro quarto na suíte presidencial, ele não poderia dar as caras naquela noite ou iriam perceber que aquilo tinha sido uma farsa. Limpei a única lagrima que escorreu dos meus olhos, se ele estava pensando que eu iria deixar com que ele me humilhasse daquele jeito e não fazer nada estava muito enganado, eu não era uma boneca que ele iria manipular a seu bel prazer, joguei o que sobrou do vestido em um canto e entrei no banheiro, tomei um banho quente e demorado sentindo o meu corpo doer, horas dentro daquele espartilho estava acabando comigo, meus pulmões pareciam estar pegando fogo. Peguei a camisola que tinha sido deixada ali e encarei a cama, vasculhei a minha necessaire em busca de algo que pudesse reabrir o ferimento da minha mão, minha honra continuaria intacta, peguei uma lixa e passei na mão com força, o sangue voltou a escorrer e manchei os lenções brancos e impecáveis, virgens nem sempre sangravam, mas, era melhor preservar as tradições, todos queriam um lençol com sangue para provas que fomos para a cama e era isso que eles teriam para fazer o que quiserem.

Joguei o lençol longe e deitei-me enrolando-me no pesado cobertor, a noite quente de verão não iria esquentar o meu corpo naquela noite, eu queria apenas acordar e perceber que tudo que se passou naquele dia tinha sido um pesadelo e que eu estava no meu quarto na mansão dos Hamptons com as ondas quebrados a alguns metros de mim e os gritos histéricos de minha mãe por faltar alguma das suas bebidas, mas, aquilo era apenas uma ilusão de uma garota que teria de aprender a andar com as próprias pernas e em um caminho tortuoso, nana poderia não ter sido o melhor pai do mundo, porém, ele amou cada uma de suas filhas do seu jeito rude e desajeitado, ele teria amado minha mãe se ela não fosse uma vadia sem coração e eu não teria mais aquela proteção paternal que sempre me deixou segura. Tinha me casado com um monstro de olhos castanhos e o rosto mais belo que eu já tinha visto e um odeio descomunal dentro de si, aquele seria o meu purgatório e quando ele acabasse eu esperava ter meu lugar garantido no céu.

Virei-me na cama e encarei o teto branco, não estava reclamado de não ter sido tocado pelo meu marido, eu sabia que quando aquilo acontecesse não seria carinhoso e atencioso como uma mulher sempre sonhou, eu seria violada, humilhada e estuprada e não poderia falar uma palavra sobre aqui, pois, essas eram as regras, meu marido tina direito sobre mim, eu era uma propriedade e não tinha o direito de fazer nada contra as suas vontades, qualquer erro de minha parte poderia ser considerado uma violação das regras, que ia de uma humilhação pública a ser devolvida para a minha família que sempre acabava com a morte da mulher, já que quando a esposa era devolvida era por não cumprir os seus deveres matrimoniais ou ter feito algo que humilhasse ao seu marido e essa era a maior desonra para uma mulher, quando elas não se matavam para evitar aquele tipo de coisa quase sempre eram morta pelos pais ou expulsas de casa e da máfia sem direito a nada e me tronavam profissionais de sexo nas esquinas de cidades pequenas que não tinham conhecimento sobre ela, pois, até de sua cidade elas eram expulsas sem poda ter recorrer a qualquer ajuda.

O sono não veio naquela noite, eu escutei quando meu marido recebeu uma visita no quarto ao lado e eles não estavam preocupados em seres ouvidos, era como se ele estivesse jogando na minha cara que eu não era mulher suficiente para estar na sua cama, pensando que eu iria ficar humilhada com aquilo, pena que ele não me conhecia o suficiente para saber que eu estava aliviada por não ter que dividir a cama com ele. Adormeci quando o sol começava a entrar pelo quarto aquecendo o meu corpo e o meu coração, eu tinha sobrevivido ao primeiro dia e dizem que ele é sempre o pior.

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