Ana e Hope são amigas desde o colegial, depois de uma noite regada a álcool as duas acabam se beijando, uma das amigas descobre seus verdadeiros sentimentos
Anna Pov
Domingo 8:00 AM
Acordo sentindo um corpo macio colado ao meu, quando me desperto e lembro de quem se trata um sorriso enorme aparece no meu rosto.
Ontem eu e a minha melhor amiga Hope bebemos além da conta em uma balada, e acabamos nos beijando.
Não sei explicar, foi como se todas as respostas estivessem ali aquele tempo inteiro e eu não havia percebido, era ela, sempre foi ela, como eu demorei tanto para notar que estava perdidamente apaixonada pela Ho?
Tá, ok, eu não sou conhecida como a pessoa mais esperta para perceber as coisas, mas todo mundo nos dizia que éramos feitas uma para a outra, inclusive nossas próprias famílias.
Tanto eu como a Hope sempre respondemos que não tinha nada a ver, mas, depois de ontem eu não tenho a menor dúvida disso, eles tinham razão...
Algumas horas antes....
Sábado 21:00 PM
- Aí Ana, vamos embora dessa festa, amanhã eu vou ter que estudar dobrado, não posso perder tempo me divertindo.
- Hope eu sei que você é Bolsista, mas eu tô aqui pra te ajudar sempre não é mesmo? Larga de ser certinha essa noite, bora beber e amanhã eu prometo que estudo com você até que você diga chega.
- Não sei não Ana, eu...
- para, vamos beber que já já você tá soltinha nessa pista que eu sei.
Puxei a Hope para o bar e começamos a virar alguns shots de tequila, não demorou muito para ficarmos alegrinhas.
Ela começou a remexer o corpo cada vez mais, a gente não costuma beber com frequência, então não precisávamos de muito pra ficarmos levemente bêbadas.
Uma vez a cada mês nós duas temos um compromisso firmado, tiramos uma noite só pra nós duas, e a menos que alguma de nós esteja doente ou com algum compromisso muito importante, é proibido desmarcar.
Estendo minha mão para ela e a puxo comigo para a pista de dança, nada melhor do que dançar pra espantar um pouco dos efeitos do álcool no nosso corpo.
A Hope tem seu próprio estúdio de dança, que foi deixado de herança pela sua falecida tia Aurora, ela era uma excelente professora e foi a grande responsável pela Ho se apaixonar pelos mais diversos estilos de dança existentes no mundo, logo, não é difícil entender o quanto ela manda bem na pista, atraindo olhares para si com muita facilidade.
Além de ser uma maravilhosa dançarina, Ela é uma das mulheres mais lindas que eu já vi na minha vida, uma das não, é a mulher mais linda que já vi , seu corpo bronzeado e malhado, seus cabelos ondulados e macios, sua boca carnuda, enfim, tudo de mais lindo que uma mulher poderia ter.
- Vai ficar só me olhando Ana? Vem cá, dança comigo.
Desperto dos meus pensamentos quando ela me puxa para encostar meu corpo no dela, a música era lenta e ao mesmo tempo sexy, tinha uma pegada meio latina.
Nossos corpos tinham sintonia, encaixava com facilidade, o que despertava os olhares de todos que estavam ali para nós duas, e eu não sei dizer se é efeito ou não do álcool, mas começo a sentir uma aura estranha sobre a gente, um fogo, uma conexão, cada vez que ela aperta mais meu corpo sobre o dela, mais essa vontade tá me consumindo.
Não sei dizer com certeza, mas a forma como ela me olhava, com a boca bem próxima a minha, dava a entender que ela também estava sentindo o mesmo.
Me deixo levar, fecho meus olhos e colo nossas testas, ficamos ali, com a respiração cada vez mais forte, meu corpo arrepiava, minha intimidade pulsava, era isso, eu estava desejando a Hope, eu estava desejando a minha melhor amiga.
- Ana eu...acho que vou ao banheiro, com licença já volto.
Ela saiu disparada no meio do povo e não olhou para trás. Ultimamente vem sendo assim, esse clima entre a gente vive acontecendo, basta estarmos perto demais e pronto, uma descarga de adrenalina corre pelo nosso corpo e a vontade de nos agarrar cresce cada vez mais.
A Hope apesar de fugir sei que sente o mesmo, o corpo dela, o olhar dela gritam desejo, eu sei, não posso estar louca, conheço ela a muito tempo.
Quando ela volta do banheiro me carrega para o bar novamente e começamos a beber como se o amanhã não existisse, não parávamos de rir, dançar, curtimos como sempre fazíamos, mas o clima estava presente ali.
Estávamos sentadas no bar, terminando nossas bebidas.
- Ana acho que a gente já bebeu demais, vamos para casa,, né ?
- Tudo bem, vamos sim, o seu Pedro já deve tá de cabelo em pé por conta da hora, né ?
- Dá teu jeito pra explicar a ele, foi você que me convenceu a ficar até agora, você vai dormir lá em casa né?
- Vou sim, não consigo dirigir agora né, ainda mais moto.
- Ótimo, vamos embora gatinha, nosso Date acabou – ela estende a mão para que eu segure
Pedimos um Uber e fomos para casa dela, já se passava das três da madrugada, então não encontramos ninguém acordado, abrimos a porta devagar, tiramos nossos calçados e corremos na ponta do pé pela casa até o quarto
- Deu sorte em maluquinha, meu pai ta dormindo – ela falou fechando a porta do quarto
- Eu sou uma pessoa sortuda mesmo, fazer o que né? – falou me jogando na cama.
- Sortuda e folgada né Ana, dá para ir tomar um banho antes de se jogar na minha cama limpinha e cheirosinha?
Ela tenta puxar meu braço pra me tirar da cama mas eu sou mais forte e a puxo a fazendo cair em cima de mim.
E lá estava novamente, aquela troca de olhares, a respiração pesada, nenhuma das duas avança o sinal mas também não se afasta, porque isso tá acontecendo só agora?
- Banho....eu..vou tomar banho, já volto
A Hope novamente corta o clima do momento e foge, me pergunto até quando ela vai conseguir fugir disso.
Tomo um banho logo após ela, ainda me sinto bem alcoolizada então resolvo tomar um banho gelado mesmo, e sim, vamos fingir que é por conta do álcool mesmo, pois não quero continuar pensando no outro motivo que está me deixando pegando fogo.
Saio do banheiro e a vejo já em baixo das cobertas, ela já deve ter dormido então faço o menor barulho possível e me deito ao seu lado virando de costas para ela, ainda me sinto meio energizada e não sei se conseguirei dormir rapidamente, mas fecho meus olhos para tentar quando a sinto se mexendo na cama e a noto bem próxima a mim quando sinto sua respiração quente na minha nuca.
- Me beija, Ana.
Aquela voz rouca atrás de mim falando isso me fez arrepiar, me viro devagar na cama e encontro aquele olhar, um olhar que eu conheço, mas que nunca havia sido direcionado a mim antes.
- Você tá bêbada né?
Ela sorri maliciosa, se aproxima ainda mais de mim ficando a centímetros da minha boca enquanto passa os dedos levemente pelas minhas costas.
- Eu não vou fugir dessa vez, se você quiser eu também quero, quer que eu me afaste?
Jogo para o alto qualquer resquício de sanidade e avanço naquela boca, nós duas queríamos.
O beijo da Hope é a coisa mais gostosa que já provei na vida, encaixa perfeitamente com o meu, nossas línguas seguem um ritmo como se já se conhecem faz tempo, ficamos nos beijando por um tempo, e por mais que o ar já estivesse faltando nenhuma das duas queria parar, mas quando eu sentir que o beijo estava nos encaminhando pra fazer outra coisa ela se afastou.
- Nossa, que beijo
- Verdade foi muito bom, mas acho que a gente ainda tá muito bêbada né, melhor pararmos por aqui e irmos dormir.
- Sim, tudo bem, posso dormir abraçadinha com você pelo menos?
- Claro
Ela se ajeita na cama e vira de costas novamente pra mim, eu me encosto nela e passo a mão sobre sua barriga ficando de conchinha com ela, e assim apagamos com facilidade.
Manhã de Domingo
Me afasto devagar da Hope para não acordá-la, sinto o cheiro de café fresquinho vindo da cozinha, saí do quarto de fininho e vou até lá.
- Maninha, você tá aqui - A Sara grita correndo em minha direção, me abaixo e a pego no colo.
- Ei gatinha, não grita, tá? Sua irmã está dormindo.
- Desculpa maninha - Ela sussurra no meu ouvido
- Agora vem cá coisa linda, vou te encher de beijos - beijo todo seu rostinho a fazendo gargalhar
- Ana, é você minha filha ? - a Dona Verônica aparece na sala
- Oi tia, sou eu sim, como vai ?
- vou bem minha querida, acabei de passar um cafezinho maravilhoso, vá chamar a Hope e venham comer
- Olha vou tentar viu, mas se ela me morder a culpa vai ser da senhora.
Coloco a Sarinha no chão e vou em direção ao quarto para chamá-la, mas quando chego na porta ouço ela falando, abro a porta devagar e ela tá virada na cama com os pés para o alto sobre a cabeceira, falando no celular com alguém.
- Desculpa gatinha, ontem eu tive que sair com a Ana, aquela história de sair só nós duas uma vez ao mês que te falei, não dava pra desmarcar, mas hoje eu posso ir te ver, eu ia estudar mas por você eu abro uma exceção, além do mais tô com uma ressaca absurda, vou precisar de muito carinho pra passar.
Depois de ouvir aquilo bato a porta do quarto pra que ela note minha presença ali, ela olha pra mim e sorri.
- Desculpa Marcela vou ter que desligar, depois me manda o endereço por mensagem tá? Beijos
- Ela desliga o celular e senta na cama
- Pensei que ainda estivesse dormindo, Hope.
- Acordei com o celular tocando, nossa Ana nunca mais eu quero beber daquele jeito, eu to morrendo de ressaca.
- Tá de ressaca e vai encontrar mulher hoje? E logo aquela idiota da Marcela?
- Aí me deixa também, sermão logo cedo comigo de ressaca não dá, vem bora tomar café que eu tô precisando de um bem forte se possível.
Ela tenta passar por mim e eu seguro seu braço.
- Ontem não significou nada pra você?
- Do que você tá falando? Não aconteceu nada ontem.
Capítulo 1 Primeiro Beijo
05/03/2024