Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
O propósito da coincidência

O propósito da coincidência

Amoke Nagra

5.0
Comentário(s)
12
Leituras
7
Capítulo

Essa obra é continuação de Yfé Ayanfé (Amor predestinado).O enredo aqui abordado, se desdobra na perpetuação de determinados aspectos comportamentais de hereditariedade, a prisão em crenças limitantes . Aborda a necessidade premissa de reconstruir conceitos , de casais que na primeira parte viveram seus dramas e agora entram numa nova fase de suas vidas, embora aparentemente saudáveis , trazem consigo a marca indelével de suas vivências num caldeirão de sentimentos, emoções ,reflexões em um contexto dinâmico.

Capítulo 1 Perspicácia

Nessa segunda fase, daremos continuidade aos casais, presente no Yfé Ayanfé, e outros tão importantes quanto a primeira fase.

Nesse contexto surgem Sr. Alberto e Dona Eleonora, um amor de adolescência indevidamente interrompido, mas que resiste com força, e volta na terceira idade, com algumas dificuldades.

Um diálogo na casa de Emmanuel e Stella denúncia isso...

- Alberto?! O que deu em você?

- Nora!! Nunca escondi minha paixão, amor por você! Quero namorar você, qual o problema?

- Acho que nosso tempo já passou, afinal você escolheu Janete, não foi mesmo?

- Ela mentiu para mim, você bem sabe, querida! Não sabia que existia tempo pra amar alguém, aliás na minha modesta opinião, nós fazemos o nosso tempo!

- Alberto tem tanta senhora arrastando a chinela no clube, na academia, porquê a insistência comigo? Não sou nada disso que pensas!

- Muito bem, e o que eu penso? Diga!

- Você vê em mim a Eleonora da juventude, cheia de sonhos! Não sou frustrada, mas não quero homem algum, estou bem sozinha, homem!

Alberto surpreendeu Eleonora tascando um beijo daqueles, ela ainda tentou se desvencilhar, mas estranhamente , achou bom a medida que ele, o seu Betinho, lhe devorava, explorando sua boca. Ela apoiou a mão em seu abdomem, completamente atordoada. Há mais de trinta anos ela não era tocada por qualquer homem, não daquele jeito.

Alberto era um homem bastante fogoso, no alto dos seus sessenta e dois anos. Quando terminou de beijá-la ainda continuou abraçado a ela, quando disse:

- Viu?! Você está bem viva, qual seu medo?

- Meu Deus!! Betinho!!! Olha, nem sei o que dizer!

- Vá, me deixe !!

- Está tremendo? Vou pegar uma água pra ti, ou quer mais um beijo?

- Sente-se aqui querida!! Eita Norinha ! Não vou desistir de você por que sei que ainda me ama!

Dona Eleonora, estava trêmula, os pensamentos desarranjados, e não conseguia encarar Alberto.

Ele a analisava, enquanto a mesma se acalmava e terminava de tomar o copo d'água. Alberto percebeu que algo, a impedia de se envolver e se entregar. Percebeu seu total acanhamento, e lembrou que em uma das conversas com Helô, a mesma disse que ela não costumava conversar sobre sexo.

- Preciso fazer o almoço, Alberto.

- Está melhor?

- Sim. Olha Alberto, vou esquecer isso e você investe em outra pessoa, está bem? Agora deixa me adiantar, as crianças estão para chegar e tem Helô e Marcus pra almoçar!

Ela já havia levantado e pegava legumes na geladeira e Alberto de olho na bela raba na sua frente. Foi inundado por uma vontade louca de sexo, mas com ela.

Ele pensava:

"Vou conquistar essa mulher, ahh vou! Sei que ela quer tanto quanto eu, não sei como foi com o falecido, mas vou fazer diferente! Ela agora está melhor que antes, até! Tem mais carne, está mais curtida!Não sei como foi esse casamento dela, por certo não deixou boas lembranças.Terei que ser paciente!"

- Alberto!

- Oi, oi Norinha desculpe, o que dizia!?

- Quando volta a trabalhar?

- Emmanuel me deixou bastante a vontade pra decidir o que faço da minha vida, ainda não sei! Por quê estou te incomodando?

- Não, não de forma alguma.

- Bençãos avós!?

- Oxê! Saíram mais cedo, foi!? Olodumare os abençoe!

- Um fuzuê na escola, algum engraçadinho mandou mensagem anônima de bomba na escola, mas foi alarme falso!

- Daí imagina, todo mundo num alvoroço, enfim aulas suspensas!

Miguel e Carol explicavam a situação.

- Abelhinha e Florzinha estão bem?

- Tô com sono, voinho. Ainda não me acostumei a rotina, dormi tarde ontem!

- Falei Esther, mas você não escutou sua voinha! Vá tomar um banho e desçam pra almoçar!

- Tá bem, voinha, já tô indo!

Com Esther subia Liliane, também cansada.

- Gente, vou nessa com Luan!

Anunciava Carolina.

- Minha neta porque não almoçam conosco?

- Por quê minha mãe anda impossível ,coitado do nosso pai!! Falando nela, olha a própria me ligando!

- Oi mãe, diga!

- Vocês estão aonde? Estão bem?

- Acabamos de chegar em Miguel, mas já estamos a caminho de casa, dona Camila!

- Deixa eu falar com dona Eleonora antes, filha!?

- Claro! Beijo mãe!

- Beijo querida! Beijo no seu irmão!

Dona Eleonora ,minha mãe quer falar com a senhora.

- Pois não querida! Tudo bem?

-Tudo órimo, queria pedir um favor se não for abuso!

- Claro que não, o que precisa, minha filha?

- Será que os meninos podem almoçar e passar a tarde com vocês?

- Fique tranquila, vou adorar meus netos todos juntos!

- Muito obrigada ,dona Eleonora, depois conversamos, sim?

- Pode ficar sossegada, bom trabalho minha filha!

- Beijos em todos!

Dona Eleonora desligava o telefone e dava a notícia para alegria geral.

Do outro lado da cidade ,Stella e Emmanuel aguardavam a primeira consulta com Dr. Douglas Scarpa, médico ginecologista e obstetra muito conceituado em João Pessoa. O consultório era bastante agradável, tudo bastante clean.

- Vida ,se sente bem?

- Querido, me sinto ótima! Ainda mais depois do amorzinho preguiçoso desta manhã! Ao passo que você, me parece agoniado !

- Estou ansioso, da mesma maneira quando soube que Miguel era meu filho, e depois quando finalmente pude conhecer e abraçar meu filho!

- Oh amore! Olha dessa vez você está ao meu lado, ao lado de seus filhos! Já deu tudo certo, sim?

- Eu acho que é uma menina e um menino! Precisamos escolher os nomes e preparar o quarto....sabe vida, precisamos de uma casa maior, o que acha?

Stella sorria diante da ansiedade do marido.

SENHORA STELLA MOURA MENDES !

- Aqui! Deixe- me ajudá-la, querida! Vamos querida!

Emmanuel não se aguentava de tanta ansiedade. Nem deixou que Stella respondesse, e ela sorria, achando divertido o comportamento dele. Sentaram frente ao Dr. Douglas, que os cumprimentou com bastante simpatia e foi dizendo:

- Então dona Stella e Sr. Emmanuel o que os trazem aqui?

- Estamos grávidos doutor!

- Ahhh! Que maravilha, meus parabéns! É o primeiro bebe de vocês?

- Não doutor temos três filhos lindos, duas lindas princesas e um galã! Meu filho é realmente lindo!

- Doutor é assim temos juntos um filho biológico e agora estou grávida novamente, nosso filho já tem quinze anos!

- Veja, trouxe os exames de gonadotrofina coriônica quantitativo, mas ainda não fiz ultrassom.

Stella respondia os questionamentos do médico com muita calma, depois se submeteu ao exame físico e finalmente ao ultrassom.

- Nossa! Eita que temos dois coraçõezinhos batendo com propriedade! Esses pequeninos são fortes! Escutem, mamãe e papai!

- Oh MEU DEUS! OBRIGADA OLODUMARE! VIU AMOR, NÃO FALEI QUE ERAM DOIS!??

- É verdade, desde que soube disse que vinham dois e realmente são!!

Os dois choravam bastante emocionados, enquanto o Dr. Douglas analisava outros aspectos, como a placenta e tudo estava muito bem.

Também salientou que gestação gemelar, chegaria no máximo até trinta e nove semanas.

Orientou Stella e Emmanuel dos medicamentos a serem tomado por ela via oral. Entregou a eles o primeiro ultrassom gravado em pen drive, a caderneta da gestante além do receituário., já deixando agendado a próxima consulta.

Emmanuel estava bastante eufórico, pois havia simpatizado com o médico. Ele a deixaria em casa e depois seguiria para a empresa.

- Alô!

- Emmanuel é Camila!

- Oi comadre, o que manda?

- Stella está com você?

- Sim, estamos voltando da consulta do obstetra!

- Desculpe! É que pedi pra dona Eleonora acolher meus filhos em sua casa, pois Américo levou um tiro, foi de raspão graças a Deus!

- Entendi! Pode deixar comadre, não se avexe, podem dormir lá, fique tranquila! Américo está bem ?

- Está sim! Em duas horas já estaremos em casa! Beijo nos pais do ano!

- Beijo grande, comadre! Forte abraço no compadre!

Ao desligar Stella questiona:

- Querido tudo bem com Camila?

- Tudo! Sabe como ela é? Ligou pra avisar que tiveram uma operação e chegarão mais tarde e os meninos estão lá em casa, mas Luan fica tenso, lembra que ela nos contou?

- Coitado Emmanuel ! Luan é louco por Camila, depois que a mãe se foi, se vê que ele se agarrou a ela de um jeito! Bem meigo ele! Gosto dele e de Carol também. Mas ele é mais frágil que Carol!

- O amor ultrapassa barreiras placentárias e se instala bem fundo do lado esquerdo do peito!

-Prova disso, são nossas princesas! Amo igualmente cada um de meus filhos!

Dizia Emmanuel todo orgulhoso.

Continuar lendo

Outros livros de Amoke Nagra

Ver Mais

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro