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A Acompanhante
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Capítulo

Cleo sabe que seu trabalho não é muito ético, mas ela diz a si mesma que os empresarios que ela espiona são gananciosos e arrogantes. Além disso, o trabalho paga bem, e ela precisa do dinheiro para pagar as despesas médicas de sua irmã e para pagar a escola de arte. Mas quando a própria escola de arte está sob ameaça do mais novo alvo de Cleo, o bilionario Ryan Carter, ela fará qualquer coisa em seu poder para dete-lo e manter sua irmã feliz.

Capítulo 1 01

Os homens são como livros para crianças: fáceis de ler, ocasionalmente divertidos, mas sempre faltando uma substância para manter uma mulher adulta presa em logo prazo.

Minha chefe vive me dizendo que sou muito cínica para meus vinte e cinco anos de idade, mas é isso o que acontece quando alguém faz o que eu tenho feito por dois anos apenas para pagar as contas.

Eu não sou uma prostituta, eu sou uma Escort, e uma acompanhante. Existe uma diferença.

Prostitutas dormem com homens por dinheiro. Eu sou paga para fazê-los confiar em mim e algumas vezes se apaixonarem por mim.

Algumas acompanhantes cruzam a fronteira e vão para a cama com seu alvo por uma quantia extra de dinheiro, enquanto outras pensam que estão participando do filme “Pretty Woman” (Uma Linda Mulher).

Eu não. Eu gosto muito da minha saúde mental.

Eu não poderia fazer sexo com um homem que não fosse meu namorado. Se ao menos namorados não fossem tão difíceis de encontrar no meu ramo de trabalho, eu poderia estar bem nesse departamento.

Infelizmente não existem muitos homens que compreendem quando você explica o que faz para viver. Melhor não dizer nada. Eles não veem a diferença entre uma prostituta e uma acompanhante.

-Esse cara é importante. -Disse Ellen, minha chefe.

Ela me entregou um pen-drive USB em forma de um urso não muito maior do que o tamanho de dois dos meus dedos. Ela o tinha trocado pelo seu habitual pen-drive em forma de ninja vermelho. Ao contrário do ninja, eu tive que remover a cabeça do urso e inserir o pescoço no meu laptop. O ninja tinha o USB saindo da sua bunda, então parecia que ele estava peidando no computador. O urso parecia ter sido decapitado.

-Quão importante? -Eu perguntei enquanto copiava os arquivos para meu disco rígido.

Ellen cruzou as pernas e se recostou na cadeira com um sorriso nos lábios vermelhos de vamp.

-Você vai ver. -Diz ela.

Eu rolei meus olhos com o seu melodrama. Ela se achava a personagem “M” dos filmes do James Bond, vivendo uma vida clandestina e matando os bandidos.

Na verdade, nós derrubávamos quem nossos clientes nos pagavam para derrubar.

Felizmente todos os nossos alvos até agora faziam negócios escusos com ética duvidosa ou eu teria um problema com meu trabalho. Não me importava nem um pouco em estragar um negócio para alguns desses idiotas.

Isso resumia a operação de Ellen. Ela nos contratava em nome dos seus clientes para aprender segredos dos ricos e poderosos homens de negócios. Seus clientes eram rivais, muitas vezes querendo fechar o mesmo acordo de negócios. Eles contratavam Ellen, no caso “nós”, para aprenderem os segredos e as fraquezas dos seus concorrentes, ou para conseguir documentos confidenciais ou para provar praticas antiéticas.

Nosso trabalho era nos envolver com os nossos alvos durante certo tempo até que eles confiassem em nós para nos incluir em seus santuários. As vezes eu me perguntava se eu poderia conseguir mais rápido o que eu queria se eu dormisse com eles. As pessoas revelam um monte de coisas, quando estão cegas pela luxúria.

Mas eu sempre evitei esse tipo de arranjo e Ellen nunca me pediu para fazê-lo.

Meu papel era de glamour e de amiga. Se algum dos meus alvos ficassem um pouco apaixonado por mim, tanto melhor. Suas frustrações e suas tentativas de me levarem para cama sempre serviram perfeitamente aos meus propósitos.

Ellen riu do meu olhar.

-É por isso que você vai ser perfeita para este caso, Cleo.

-O que você quer dizer com isso?

-Você é engraçada e atrevida. Inteligente também. Ele gosta dessas características em uma mulher. E é claro, ajuda você ser linda e fazer o tipo professora de escola sexy.

Eu não podia imaginar qualquer uma das minhas antigas Professoras, fazendo o que eu fazia. Talvez a velha professora de francês da minha irmã Becky podia ter uma vida dupla. Os rapazes costumavam babar por ela nas aulas. Ela também foi um amor, quando me procurou para saber se eu precisava de alguma coisa quando Becky ficou doente.

Claro que eu disse: -Obrigada, mas não precisamos de ajuda.

Só mais tarde, quando a doença de Becky entrou em remissão, eu percebi que precisava de dinheiro para pagar as contas medicas.

E precisaria de muito dinheiro.

Foi por isso que eu respondi ao anuncio de Ellen e acabei sendo uma acompanhante, contra a minha vontade, por assim dizer.

Dois anos mais tarde eu ainda não tinha conseguido pagar todo o empréstimo que eu tinha pegado para pagar as contas médicas e eu continuava trabalhando como acompanhante.

Eu ri e Ellen também, uma risada gutural, saudável que fazia todo o seu corpo tremer. Algumas vezes ela podia ser uma ninja, e então ela me surpreendia e se tornava um ursinho de pelúcia.

Assim como a “M” dos filmes de James Bond, eu não sabia o segundo nome de Ellen, se ela era casada, se tinha filhos, ou onde ela morava.

Ela tinha cerca de sessenta anos de idade e vivia arrumada como uma modelo da revista Vogue. Ela era um anúncio vivo da Chanel e nunca tinha nenhum um único fio de seu cabelo loiro fora do lugar.

Eu poderia chegar ao seu escritório no 101° andar com meu cabelo despenteado pelo vento, mas ela sempre parecia imaculada.

Uma vez ela me disse que esse era meu charme comparado as outra garotas. Os clientes gostavam de mulheres elegantes tipo modelos, e esse tipo era perfeito para os trabalhos. E ela me usava para todo o resto e nunca me faltou trabalho.

Acho que até os arrogantes e idiotas bilionários gostavam do tipo de professora de escola “sexy”. Ou apenas confiavam mais nelas.

A assistente de Ellen trouxe duas xícaras de café e colocou-as sobre a mesa de vidro.

Havia um monte de vidro no escritório, a mesa a escrivaninha, um espelho grande sobre uma prateleira baixa. Uma das paredes era toda coberta de janelas. O edifício ficava de frente para a baía e hoje, vários barcos á vela pontilhavam a água azul claro.

Não havia nem uma nuvem no céu. Era uma manhã de verão perfeita.

Mais tarde, as autoestradas iriam ficar sufocadas com o tráfego das pessoas saindo da cidade para desfrutarem de um belo fim de semana. Mas não era o meu caso. Eu ficaria trabalhando.

A assistente saiu tão silenciosamente como tinha entrado.

Os arquivos finalmente tinham baixado no meu computador, e eu os abri um por um.

O primeiro era um documento que listava seus interesses comerciais, seus associados e os detalhes de como ele tinha se tornado o fundador e CEO do Grupo Financeiro RC com apenas trinta e três anos de idade.

O próximo arquivo cobria sua vida pessoal: data de nascimento, seus endereços, escolas e suas ex-namoradas.

Então abri o próximo documento. Continha várias fotografias do alvo. Eu sabia quem ele era. Eu já tinha visto nas revistas e jornais.

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