### Sinopse de "Vilões Protagonistas: Triunfo ou Derrota?" No mundo de Elaria, onde os heróis são reverenciados e os vilões desprezados, três figuras sombrias surgem para desafiar a ordem estabelecida. Ney, um estrategista genial com um passado cheio de traição, Frothy, um mestre alquimista da manipulação e do engano, e Rafter, um guerreiro destemido com uma sede insaciável de poder, formam uma aliança audaciosa. Determinados a reescrever seus destinos, Ney, Frothy e Rafter traçam um plano ousado para derrubar os heróis que sempre os impediram de alcançar a glória. A cada passo, enfrentam desafios inesperados, alianças perigosas e dilemas morais que testam a sua determinação e lealdade. Em "Vilões Protagonistas: Triunfo ou Derrota?", cada capítulo traz novas revelações e surpresas, mantendo o leitor na ponta da cadeira. Conseguirão esses vilões superar seus próprios demônios e sair vitoriosos, ou estão destinados a cair como tantos antes deles? Só há uma maneira de descobrir: continue lendo. Prepare-se para uma história onde as sombras são protagonistas e os destinos são incertos. Embarque nesta jornada épica e descubra se Ney, Frothy e Rafter alcançarão a vitória ou enfrentarão a derrota final.
Você costumava passar a maior parte do tempo na biblioteca e dando aulas particulares para estudantes por dinheiro, tanto online quanto pessoalmente. Seus alunos respeitavam você.
Na verdade, você costumava percorrer esse mesmo caminho, indo e voltando da biblioteca da universidade até sua casa. Mas você estava carregando livros naquela época, não...
Como as coisas mudaram.
Às vezes, você pensa em sua vida e se pergunta: era você mesmo naquela época? Aquele corpo com seu coração batendo sem esforço, seu sangue quente e fluindo, seu invólucro mortal: família, amigos, profissão.
Você até tinha hobbies. Eles pareciam importantes. Tudo aconteceu.
Você brinca desde que era criança. A festa via pessoas indo e vindo a cada poucos anos, mas você e Alex, seu contador de histórias, sempre estiveram no centro. Você continuou a brincar durante a adolescência e manteve o hábito até a idade adulta.
Eles ainda se encontram. Você os observa de longe, às vezes, no antigo armazém. Alex emocionando e gesticulando sob a luz fraca de uma lâmpada de parafina, o rosto deles intenso. Eles sempre foram tão intensos. A festa rindo ou estressada. Jogando os dados. Ganhar, perder. Se movendo.
Você não.
Você não faz mais parte disso.
Ou qualquer outra coisa.
Você olha para cima, para o céu escuro acima, obscurecido pelas luzes da rua, a mortalha de nuvens tingidas de marrom pela poluição. É assim que às vezes é pensar em sua vida. Como se uma camada de merda turvasse a visão de suas próprias memórias, de seu próprio passado. Tudo parece distante, obscuro, monótono.
Mas você já teve uma família.
Antes de você ser abraçado.
Antes de seu senhor te abandonar e Markos te acolher, por razões que só ele conhece.
Você tinha pessoas que se importavam com você, não é? Sim.
Ela fechou a farmácia e se aposentou logo após o seu Abraço.
Ela era uma boa mãe. Ainda é, presumivelmente, se você ainda for o tipo de criatura de quem alguém pode ser mãe.
Ela ainda mora na velha casa sob a Acrópole. Recusou-se a se mudar, caso você voltasse.
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Qual é o sentido de insistir nessas coisas, afinal? Markos costuma dizer que é melhor seguir em frente. Para você, para as pessoas que você deixou para trás. Permanecer, tentar manter algo de quem você já foi só pode lhe trazer dor. Você e qualquer pessoa de quem você gosta. Preocupado.
Então. Foi outra vida.
Antes disso. Esta não-vida.
Pode parecer egoísta, mas e daí?
Qualquer criatura tem o direito de priorizar evitar o sofrimento.
Todo animal sabe disso. Você não vê nenhuma fera se jogando em perigo para proteger os mais fracos ou mais inocentes – seja lá o que isso signifique – do que eles próprios, não é?
Não. Você não.
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O armazém que você procura é uma estação de metrô inacabada, quase uma imagem espelhada da estação real, conectada a ela por um beco estreito e sem saída. Esse é o tipo de planejamento ruim que acontece muito por aqui. Alguém tem uma boa ideia, até boas intenções, mas depois falha na sua implementação de forma tão espectacular que o resultado é um buraco no chão, pessoas deslocadas, fortunas desperdiçadas.
Ah bem. Combina bem com você, não vou mentir.
Para chegar ao armazém é preciso passar pelo metrô propriamente dito, atravessá-lo até chegar ao outro extremo. Lá você encontra uma porta que leva às entranhas da estação e, depois de passar por ela, você sai para o beco.
Infelizmente para você, e talvez para ele também, ficar de olho naquela primeira porta faz parte das funções de um cara que anda pelos fundos da estação, guardando os pontos que não estão bem iluminados o suficiente para o sistema de CFTV abaixo da média.
Você terminou. A porta se fecha atrás de você. Agora você está no centro da estação, um labirinto escuro de depósitos, respiradouros e geradores.
O zumbido baixo das máquinas reverbera pelos seus ossos.
Como você sabe que caminho seguir?
Esse é o tipo de coisa que você tende a fazer e vale a pena. Você conhece o lugar como a palma da sua mão.
Você chega ao outro lado do prédio em um piscar de olhos.
O beco fica atrás de outra porta; mas este não está bloqueado. Apenas uma barra de pressão e você estará lá fora novamente.
Você olha para a esquerda e para a direita. O beco nada mais é do que um vão estreito entre dois edifícios enormes, fechados em ambas as extremidades. Se você não conhecesse bem, poderia se sentir como um rato preso em uma caixa.
A entrada do armazém fica atrás de um grande contêiner de metal ainda transbordando de entulho de obras concluídas anos atrás.
Você dá uma olhada cuidadosa ao redor para ter certeza de que ninguém está olhando antes de alcançar atrás do contêiner a corrente que você sabe que está lá.
Seus dedos procuram o metal enferrujado. Lá.
Puxe uma vez, duas vezes.
Então espere.
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