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Fortaleza Invisível - Poder, Sonhos e Desilusões

Fortaleza Invisível - Poder, Sonhos e Desilusões

Rosane Rauber

5.0
Comentário(s)
62
Leituras
5
Capítulo

Mônica é uma mulher independente, ocupa um cargo de diretora em uma das maiores empresas do ramo de cosméticos, é inteligente, decidida e bem sucedida, mas quando o assunto é sobre amor Mônica não consegue esconder a ansiedade e insegurança de uma mulher de meia idade que ainda não encontrou o par ideal. Na procura pelo grande amor Mônica conhece várias pessoas, passa por diversas situações e vai, aos poucos, lidando com seus sonhos e suas desilusões e descobrindo como lidar com as questões emocionais e psicológicas que guiam sua vida. Os encontros e desencontros, as incertezas, as expectativas, os sonhos e todas as desilusões são o que fazem desse romance uma sensacional história da vida de uma mulher de meia idade.

Capítulo 1 Não foi dessa vez, mas não foi outra ilusão minha. Posso explicar

O que estou fazendo?. Como vim parar nesta situação? Eu nem queria estar aqui, não sou esta pessoa, nunca fui assim, não é isto que quero para a minha vida. Prometo que nunca mais caio nessa, apartir de agora vou ser outra mulher, vou cuidar mais de mim, vou desistir desta história de encontrar alguém, eu me basto!

Tanta expectativa, tanta preparação, para isso?. Foram os piores 5 minutos da minha vida, ruim do início ao fim. E agora ele ainda virou para o outro lado como se ele fosse o homem mais viril do mundo e como se este momento tivesse sido maravilhoso.

Olhei para o relógio e era 22:40h de uma terça feira, vi Arthur levantar e vestir se rapidamente, pegou a sunga que se encontrava ainda na parte de dentro da calça, vestiu as calças que já se encontravam com o cinto posto, juntou a camisa que não havia chegado a desabotoar e em poucos segundos já estava de sapatos e arrumando os cabelos com as mãos.

O silêncio pairava no quarto, a mudez que havia se instalado entre nós naquele momento só foi quebrada quando ele, sem nenhuma cerimônia, virou se, olhou em minha direção e disse:

Mônica, recebi uma mensagem de um amigo, o Victor, aquele que eu havia lhe falado, vizinho meu do condomínio. Victor teve um problema relacionado ao seu carro, ele está longe e sem recursos e precisa de ajuda, preciso ir socorrer meu amigo neste exato momento. A noite estava maravilhosa, você é linda, foi perfeita e eu adorei tudo. Vou deixar a porta encostada ao sair, amanhã ligarei para que possamos conversar e marcar mais um encontro para outro dia.

Arthur se aproximou, curvou-se e me deu um beijo, virou em direção a porta e foi desaparecendo em meio ao corredor que dava acesso a porta de saída. Eu fiquei em silêncio, atenta aos sons que vinham do corredor e da sala, até a saída. Quando finalmente ouvi a porta abrindo e logo depois batendo me veio um sentimento de alívio, de liberdade, mas ao mesmo tempo de frustração, de arrependimento, uma sensação de que eu havia feito algo muito errado comigo mesma, de que me deixei usar.

Conheci Arthur há mais ou menos duas semanas, como trabalho como diretora do setor de design de produto e inovação da renomada empresa de cosméticos Bella Glamm, tenho acesso a inúmeros fornecedores e prestadores de serviços interessados em desenvolver algum projeto e trabalhar em parceria com nossa empresa.

Entre um compromisso e outro, foi em uma reunião marcada com uma empresa de produtos químicos que o conheci. Eu ali, sozinha, sentada ao final da mesa, vi entrar pela porta aquele homem moreno claro, 1,80m, olhos castanhos, cabelos esvoaçados, muito bem vestido, com um perfume de dar água na boca. Ao vê-lo se aproximar, descruzei as pernas, levantei-me lentamente e, estendendo a mão, olhei fixamente em seus olhos e dei lhe boas-vindas. Nossas mãos se tocaram por alguns segundos e, após este momento, nos apresentamos. Arthur sentou na cadeira logo a minha frente, não deixando muita distância entre nós. Apresentou-se como o profissional responsável pelo desenvolvimento de parcerias estratégicas que visam solucionar as demandas identificadas pelos consumidores do mercado de beleza.

Por durante dez minutos ouvi Arthur falar sobre os feitos e os resultados atingidos por sua empresa na área de desenvolvimento de soluções e, logo após, ele começou a elencar os motivos pelos quais nossas empresas deveriam unir forças buscando soluções para o setor e maior faturamento e lucratividade para ambos. Eu expliquei sobre o planejamento de minha empresa e sobre as inúmeras oportunidades que temos todos os dias de fechar parcerias com empresas como a de Arthur. A proposta apresentada por ele era realmente interessante, mas eu teria que avaliar assim como avaliaria inúmeras outras nos próximos dias.

Entre um argumento e outro e enquanto explicava sobre as dificuldades que encontraríamos para fechar uma parceria entre as empresas eu via o olhar de Arthur cada vez mais fixo em mim, o olhar e as expressões que vinham dele começaram, aos poucos, a demonstrar mais interesse em meus gestos e fisionomia e cada vez mais pareciam se distanciar das questões profissionais. Mantive a postura que me mantém na posição que tenho na empresa e, ao final da reunião, surgiram algumas questões que não seriam resolvidas naquele dia. Arthur então pediu meu e-mail e número de telefone com o objetivo de sanar algumas dúvidas e questões que pudessem surgir acerca da negociação. Trocamos e-mail e telefone e, logo após, acompanhei Arthur até a porta, nos despedimos com outro aperto de mão, desta vez mais demorado que o primeiro, trocamos olhares por um breve momento, dei um passo para fora da porta e vi que a próxima pessoa que eu deveria receber já estava ali sentada na sala de espera aguardando e eu deveria seguir a agenda do dia. Enquanto recebia o representante com o qual teria a próxima reunião vi, com o canto do olho, Arthur caminhar lentamente em direção ao elevador e, por alguns segundos, dar uma olhadinha para traz com a intenção de ver se eu estaria também olhando. Desviei o olhar rapidamente e entrei novamente em minha sala de reuniões para o próximo compromisso. Afinal, não seria elegante e nem ético tal comportamento de minha parte.

O restante do dia foi preenchido com muitas tarefas e responsabilidades, todos os dias se passam nesse ritmo aqui na empresa. As horas passaram voando e quando dei por conta praticamente todos os colegas já haviam saído da empresa e ido para suas casas. Exausta, guardei minhas coisas e resolvi encerrar o dia de trabalho.

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