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Seja Minha

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Arte

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Capítulo

Nein precisa de uma namorada se quiser que sua carreira continue a decolar, contudo quando seu caminho mas de Mor cruza, ele está determinado a ter ela de forma profissional... ou não?

Capítulo 1 Prólogo

O que dizem sobre a fama é verdade; é fácil se tornar famoso o custoso é perdurar entre as outras estrelas. E, quando se estar a tanto tempo trabalhando nisso, coisas com as quais você normalmente não costuma lidar são necessárias, embora nada prática e estúpidas.

O agente de Nein o encarava, ansioso por uma resposta. Ele ainda fazia sucesso entre os jovens, mas todos que trabalhavam com ele concordavam de que agora ele precisava de uma mulher. Não de uma forma romântica e sim de um jeito que o beneficiava, não só na indústria da música como na relação entre seus pais, estavam piores a cada dia que não via o filho com apenas uma.

— Eu vou escolher com quem quero namorar, Rodrigues — decide, irritado.

Não é a primeira vez que o homem recomendava que Nein escolhesse uma das modelos da Victoria's Secret para ser a próxima pretendente. Ele girou em sua cadeira, decidido a ignorar o cara de terno caro e cabelo repartido para o lado e lambido.

— Então pense ao menos no caso de Lilith, ela é sua estilista e muito famosa — tenta novamente, seu sorriso falhando.

— E chata — revira os olhos.

Estava cansado de ter essa conversa. Nunca foi um homem de ter relacionamentos, pensar que teria que entrar em um se quiser que sua fama permaneça o faz querer desistir de tudo. Desde de quando decidiram que homens comprometidos são mais atraentes em cima de um palco?

— Você sabe quais são as estáticas para o próximo álbum — o relembra.

Sim, ele sabe. E são péssimas, anos de trabalho sendo deixados de lado por causa de grupos de garotos jovens sendo lançados todos os anos. Sabia que chegaria uma hora que teria que passar por isso, mas não imaginava que seria no auge dos seus vinte nove anos de idade.

— Eu já disse que vou arrumar alguém, sendo famosa ou não — repete, desta vez parando de girar na cadeira e olhando para o homem a sua frente de forma centrada. — Se eu for ficar vinte quatro horas aguentando uma pessoa, eu quero que ela ao menos seja suportável — relata, olhando para as horas no seu relógio de pulso. — Inclusive, estou atrasado para o almoço.

— Mas ainda não decidimos nada!

Nein o ignorou, indo até a porta e saindo. Graças aos deuses ele tinha um compromisso, mais um pouco trancado na sala com Rodrigues o deixaria louco.

[...]

Pequena. Ela é incrivelmente pequena. Seus olhos, seu nariz, seu rosto... seu corpo. Nein se sentia mal por encarar tanto, contudo era quase impossível não notar a garota alí, sentada em sua frente, fixada no próprio celular encima da mesa.

E o mais irônico; ignorando completamente sua existência.

Ignorando, não. Ele acreditava que ela sequer havia percebido que estava alí desde que chegará às pressas. Cumprimentou sua amiga e sorriu para o seu amigo, mas em nenhum maldito momento direcionou seus olhos para Nein que se mexeu desconfortável na cadeira.

Já fazia quinze minutos que todos estavam reunidos ao redor da mesa e Louis só se deu conta de que havia esquecido de apresentar os dois naquela hora.

— Meu Deus! Desculpa, Mor! Este é Rhys — apontou para o homem de cabelos pretos e curtos.

Mor levantou o olhar do celular e franziu a testa para a amiga, mas logo olhou para a direção que a mesma apontava. Rapidamente se sentiu envergonhada por não ter o notado antes, o que é surpreendente já que ele certamente é um homem de tirar o fôlego.

— Me desculpe, estou com a cabeça nas nuvens, não foi minha intenção ignorar sua presença — ela estende a mão em direção a ele por cima da mesa, sorrindo de lábios fechados, onde em sua bochecha acabará de exibir uma covinha profunda. — Me chamo Mor Adams.

— Nein Rhys — aperta a mão dela. — Não se preocupe, não me sentir ofendido.

Ah, mas que mentira deliciosa. É claro que ele se sentiu ofendido, mas ele não poderia dizer isso, poderia? Nein ainda estava com a mão apertando a da outra, seus olhos brilhando. Ela parecia tão... inocente e delicada. Todavia, algo mudou no olhar da garota, ela sorriu com deboche, como se soubesse o que ele pensará, soltando a mão dele e voltando a ignorar sua presença.

— Nein chegou na cidade recentemente — Robert informa. — Trouxe ele para almoçar para que pudesse conhecer vocês.

— Oh, mas isso foi muito atencioso da sua parte, vida.

Louis, namorada de Robert, notou como Nein ainda encarava Mor com um olhar intrigado, então se aproximou dele na mesa e disse em voz baixa:

— Não é nada pessoal, ela sempre ignora todo mundo quando é dia de ficar com a filha. Mas, acredite em mim, Mor apesar de ser uma mulher maravilhosa, ela não é...

— Eu estou ouvindo você, Lou — Mor avisa, sem tirar os olhos do celular.

— Não é como se fosse segredo sua reputação — revira os olhos.

— Não é segredo e também não é da sua conta ou de qualquer um.

Mor em nenhum momento levantou o olhar para a amiga, como se não fosse a primeira vez que repreendia Louis por dizer essas coisas.

— Você tem uma filha? — Nein indagou.

Isso chamou a atenção dela.

Olhou para ele, tentando ler em seus olhos se ele perguntará como se tivesse julgando ou por interesse em realmente querer saber.

— Louis não sairia dando essa informação se não fosse verdade.

Robert está chocado.

— Não acredito que só vir descobrir agora!

— Pelo histórico de fofoqueira da sua namorada, isso meio que me surpreende — disse com sarcasmo, Louis lhe mostrou o dedo do meio.

— Eu não sou fofoqueira!

— Ah, não? — levantou uma sobrancelha.

Antes que Louis falasse algo, Nein voltou a se pronunciar:

— Qual o nome da sua filha?

Mor voltou seu olhar para ele, intrigada. Fazia anos desde que um cara se interessou em ao menos saber o nome de sua menina. Era... interessante.

— Arte — responde.

— Idade?

— Cinco.

— A sua — ele sorri, deixando-a constrangida.

— Oh... vinte três.

Nein assentiu com a cabeça, satisfeito com as respostas, embora esteja na cara que quisesse perguntar mais.

— Mor é solteira, mas rodeada de amantes e a filha fica com o pai porque ela é aeromoça — Louis informa.

— Incrível, não estaria interessada em escrever minha biografi...

Nein e Robert cuspiram a água que estavam bebendo, interrompendo Mor.

— Aeromoça?! — perguntaram em uníssono.

— Que bom saber que estão interessados na minha carreira, mas não posso ajudar vocês a viajar de graça se é isso que...

— Mas você é tão... pequena?!

Nein respirou aliviado por não precisar expressar isso em voz alta igual ao seu amigo.

— Vai se fuder — Mor pega a salada de seu prato jogando no rosto dele.

— Ei! Juro que não quis ofender — se defende.

— Que se dane, apenas cale essa boca.

— Ela trabalha em aviões menores. Vocês são tão burros que não sabia que contratam garotas baixas? — Louis tenta aliviar o estresse da amiga.

Nein e Robert ainda estavam chocados. Ela tinha o quê? 1,51? Menos?

— Que papo de merda, estou indo embora — se levanta, irritada.

— Eu posso te da uma carona, se quiser — Nein oferece.

— Eu quero é que você vá se foder. Eu vi pela expressão de seu rosto que queria ter dito o mesmo que o merda do Robert.

E saiu furiosa para fora do resturante, resmungando palavrões enquanto as pessoas a observavam espantadas.

— Como todos vocês são amigos ainda? — Rhys pergunta depois de ela ter sumido de vista.

Louis riu alto junto com o namorado.

— É o que a gente sempre se pergunta. Mas apesar de ter sido grossa, ela é uma pessoa muito fofa, você tem que ver.

— Realmente, apesar da boca suja ela sempre foi uma ótima amiga — Robert concorda.

Nein refletiu por um momento entre as palavras de seu amigo, depois de um momento em silencioso, Robert pergunta:

— Mas e aí, cara? Já decidiu se vai ficar por aqui?

Nein encarou a porta por onde Mor saiu bufando de ódio, em seguida voltando o olhar para o seu amigo, sorrindo largamente.

— Sim e já sei quem vai ser a minha primeira namorada.

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