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Capítulo

📣 ATENÇÃO CONTEM GATILHOS... ESSA OBRA E UMA FICÇÃO E NÃO HÁ NEM UMA LIGAÇÃO COM HISTÓRIAS REAIS. Tess se apaixonou por Cristiano a primeira vista, para ela, ele era o cara mais bonito da escola. Esse amor durou até a fase adulta e eles se casaram, suas vidas eram pacatas e felizes eram pais de David um bebê lindo e perfeito. Até o dia que um trágico acidente leva a vida de David, então toda a tranquilidade daquele casamento se acaba. Cristiano então se fecha em um mar de culpas e desacerto. E ambos acabam aprisionados em um casamento infeliz. Sem chances de felicidades ou redenção.

Capítulo 1 Cristiano

Chovia copiosamente lá fora, para mim não era apenas uma chuva qual quer, por que aquela torrente violenta e tempestuosa, era como se fossem minhas próprias emoções.

Minhas lágrimas caindo violentamente sem poder ser contidas, por que naquele momento, eu realmente não queria estar vivo, não queria ter que abrir meus olhos toda manhã e olhar para os olhos acusadores de minha esposa, isso para mim era uma tortura dolorosa e penosa, mesmo sabendo que não havia nada a ser feito... não por mim.

Mesmo assim ainda me culpo, ainda penso em tudo o que aconteceu, e repasso aquele acidente várias vezes em minha mente, e em todas as vezes sou eu quem está naquele maldito saco preto, todos os dias eu peço a Deus para mudar aquele dia, sei lá, de alguma maneira ou de uma forma milagrosa eu voltar no tempo, mas nada disso acontece, ao invés disso aqui estou eu, em busca de um pouco de paz, algo para aliviar minha consciência culpada e um coração dilacerado.

Paz essa que jamais encontrarei dentro da minha casa ou em lugar algum que eu for... Pois o problema está dentro de mim.

Eu fico sempre nos cantos, como se não houvesse mais lugar para mim em minha própria casa, tento não topar com minha mulher, e também evito olhar para os porta retratos da sala, ali tem fotos que parecem ser de pessoas que eu conheci e que não existem mais, nem mesmo sei se aquelas cenas são mesmo reais, aquele homem que vejo, sempre sorrindo ao lado daquela linda mulher, ele parece estar sempre me provocando ou zombando de mim, não consigo...eu prefiro não olha-los.

Olhar para ele por muito tempo, me faz sonhar com coisas que jamais terei de volta, coisas que não existem mais, ainda tem o quarto perto do meu, eu dei a ele o nome de "o quarto da tortura" quando olho para ele e como se eu estivesse sendo torturado, a dor que sinto e quase física, mas minha mulher não se importa com isso, acho até que ela se sente melhor com minha dor, e uma forma que ela encontrou de se vingar do ocorrido, aquele quarto cheio de mobília, mas frio de calor humano, e o símbolo do meu pecado, e meu purgatório particular, e passando pela quela porta fechada que sinto todo o meu ser se arrepiar, minha alma grita aflita, em um pedido silencioso por socorro.

Ouço passos leves e receosos, e minha esposa, assim como eu, ela procura sempre se manter distante, houve um tempo em que ela iria colocar seus braços em minha cintura, e me diria o quanto me amava, sorrisos um para o outro, ela me diria alguma coisa amorosa, e me daria um beijo, mas isso também é passado, hoje ela me odeia, tanto quanto eu odeio a mim mesmo.

Continuo a olhar a chuva que cai, com toda violência e eu a invejo por ser livre, por cair a onde quer, podendo desabar a qual quer hora e em qual quer momento, em qual quer lugar...em um momento ela e cruel e impetuosa em um momento seguinte e passava ser apenas uma leve garôa, uma carícia fria e sedutora, até não ter mais sinal de sua passagem ou existência...e mais uma vez me culpo por ser um imortal idiota, inútil e patético, sinto o cheiro de Tess quando passa por mim, tenho a certeza de que ela nem sequer olhou para minha direção, diante da minha completa nostalgia, eu do vasão a minha dor e choro, tudo começou com lágrimas gotejando aleatórias, mas elas começaram a rolar com mais força, mais intensidade, sem tempo para que eu podesse me conter, em poucos segundos eu estava me sacudindo e gritos saia de minha garganta, não consegui me segurar ou talvez eu não quisesse que aquelas lágrimas parassem, afinal, elas estavam ali por um ano, a indiferença dela me doía ainda mais, queria que ela me abraçasse, eu precisava dela naquele momento, mas ela não o fez, sua frieza por minha dor abril uma ferida ainda maior que a primeira.

Então eu saio debaixo daquele temporal, só uma coisa era certa em minha cabeça, eu não podia continuar a viver, iria acabar com minha vida naquela tarde, assim daria a minha mulher sua vingança, a morte do culpado de seus infortúnios, a única pessoa culpada por sua dor...eu mesmo.

Peguei minha moto e acelerei, até onde dava para acelerar, mas rápido e mais veloz do que a chuva que caia, era uma chuva fria e torrencial.

Eu estava em uma BR, só pedi a Deus para que fosse rápido, pois não sei se teria coragem se a primeira tentativa não desse certo.

Podem me chamar de covarde, e fácil me julgar agora que estou destruído, mas a algum tempo atrás eu estava feliz com minha família, eu carregava meu filho em um de meus braços, enquanto abraçava minha mulher com o outro, meu filho era tão aventureiro, quanto mais alto eu o jogava, mais ele sorria e dava gritinhos felizes para mim, era um garoto incrível e muito inteligente para seus um ano e dez meses, minha esposa sempre foi carinhosa e muito presente desde que nos casamos, minha família a ama quem não a amaria para dizer a verdade?

Ela era incrível e eu era o homem de sorte que havia conquistado seu coração... irônico, agora eu era o maldito que o havia destruído.

Eu perdi tudo, perdi meu filho, minha mulher e agora eu estava prestes a por um ponto final na minha vida, e se você acha que eu sou um covarde, aí vai a verdade...eu matei o meu filho, e Tess me odeia por isso, e eu me odeio muito mais, por que eu o amava, meu dever como pai era o de protegê-lo, e não deu, ele morreu, eu o pedir, assim como perdi a capacidade de lutar para viver.

Minha vó sempre dizia para mim e para meu irmão, que "o arrependimento e um sentimento que chega tarde de mais", para mim isso e uma sentença, que estou indo cumprir de bom grado, eu não estou só arrependido, eu estou destroçado, meu coração se partiu de uma forma irreparável.

Pode até ser tarde para reconstruir ou tentar consertar alguma coisa, mas não é tarde para dar a essa história um ponto final, eu estava acelerando, as lágrimas fazia com que meus olhos ficasse cada mais ardentes, senti quando meu celular começou a vibrar, mas eu o ignorei, seja lá quem fosse, não iria carregar a culpa por ter sido a última pessoa a falar comigo, não precisava ter mais ninguém com culpa nessa história.

Mas minha coragem foi se perdendo na medida que o rosto de Tess aparecia a minha frente, minha linda e amada tess, como ela lidaria com isso? Será que eu acabaria com o resto de forças que ela tinha, será que o meu egoísmo em acabar com todo aquele sofrimento estava me fazendo ter uma visão distorcida? Minha amada Tess.

Então? Seria mesmo a melhor coisa a se fazer? Pensar em Tess mudou tudo, por que eu a amo tanto, e acabar com minha vida seria o mesmo que acabar de vez com a dela, e que tipo de amor seria esse, que a destruiria, e bem lá no fundo eu tinha aquela esperança nova,de que ela me perdoasse, de que juntos pudéssemos passar por aquele momento ruim, se e que aquilo era um " momento".

Enquanto pensamentos intrusos cruzavam minha mente de forma aleatórias, a velocidade da moto foi reduzindo, lentamente, até que eu não soubesse mais o que fazer...Tess era o centro dos meus pensamentos...resolvi não me matar e assim virei minha moto e voltei para casa, lá não estava sendo o melhor lugar no mundo, mas era minha casa, o lugar que um dia chamei de lar...o lugar quente e aconchegante que outrora era tão cheio de amor.

Meu coração deu um pulo... Não eu não iria morrer assim, além do que, já não tinha como fugir morre definitivamente não faria Tess se sentir melhor, ela iria me odiar por não ter dado a ela a honra de acabar com minha vida com suas próprias mãos...

A volta para casa fazia meu coração acelerar mais do que o motor da minha moto, eu realmente estava vivendo um dilema, e não queria ter o papel de vitima, eu precisava repensar minhas atitudes, precisava me curar.

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