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Será que valeu a pena ?

Será que valeu a pena ?

Ariss

5.0
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5
Capítulo

Aisha é uma garota morena, de cabelos crespos, nascida e criada em Angola. Agora com 18 anos e longe da família, vai ter de aprender a se virar em outro país completamente sozinha. Nessa nova jornada ela vai conhecer muitas pessoas que vão lhe fazer mostrar o seu melhor lado, e outras que vão despertar os piores sentimentos nela. Após tantos acontecimentos, será que vai ter valido a pena ter deixado todos para trás por este novo recomeço, ou um erro ter entrado para aquela faculdade.

Capítulo 1 Um Novo Começo

Respiro fundo, e conto de novo até dez mentalmente, já faziam cinco minutos que estava parada em frente ao portão da faculdade, admito que estava muito nervosa para entrar, afinal estava num novo país onde não conhecia ninguém, e vim completamente sozinha...Merda, eu tenho 18 anos! Não posso ficar nervosa desse jeito, não sou nenhuma criança....Mas, mesmo assim antes de entrar vou mandar uma mensagem aos meus pais. Me afasto do portão e digito uma mensagem no grupo de casa. Sim, somos desses.

"Cheguei agora na faculdade, vou para directoria acertar as coisas e verificar se já tem dormitórios vagos, bjs".

Encaro mais uns segundos a tela, e logo em seguida mando a mensagem. Guardo o telefone na mochila e caminho para o portão, afinal estava na hora desses americanos conhecerem essa baixinha linda( que não é tão linda assim).

Tiro o mapa do bolso do casaco e começo a olhar para o mesmo, tentando me orientar para chegar na directoria, foi nesse momento que lembrei que não sei ler um mapa. -Lindo.- murmuro em português, vou chegar atrasada, porque não conheço local nenhum dessa maldita universidade!

-Você precisa de ajuda?- Quando me viro vejo um garoto de olhos castanhos e cabelos da mesma cor, de pele alva e algumas sardas no rosto me encarando, ele mantinha as suas sobrancelhas arqueadas e um sorriso nos lábios.

- C-Claro, quer dizer yes- corrijo quando percebo que falei em português primeiro. Suspiro, não acredito que em menos de 5 minutos já comecei a passar vergonha.

-Você não é daqui, pois não?-Perguntou rindo, e logo percebo que ele tem um sotaque um pouco diferente dos americanos, será que ele também não é daqui?

-Não, sou angolana.- falo com um meio sorriso.- Presumo que também não és daqui, pois não?.- Devolvo a pergunto arqueando a sobrancelha.

-Nascido e criado no Brasil. Prazer, sou o Bruno.- Se apresenta em português. Ele estende a sua mão, ainda sorrindo, e eu estendo e aperto a mesma de bom grado. Ele parece ser simpático, espero que seja mesmo.

-Vejo que precisas de ajuda, primeiro ano, não é?- Eu aceno com a cabeça confirmando e ele me leva para directoria. Durante todo o caminho fomos em silêncio, ao fim de poucos minutos chegamos na sala do director. -Entregue.- Sorriu me mostrando a porta.- Eu tenho de ir, os alunos do segundo ano têm agora uma atividade, a gente se vê por aí.- diz saindo com pressa. Nem consegui me despedir ou agradecer, ou falar o meu nome. .................

Depois de falar com o director, e descobrir que já não tinham dormitórios vagos, o meu dia acabava por ficar cada vez mais iluminado. Nem queria quarto mesmo, afinal não quero correr o risco de me calhar uma psicopata que vai me atacar durante a noite. Suspiro, quem eu quero enganar? O meu dia não podia ficar mais triste, sou mesmo azarada.

Continuo seguindo a secretária do director que seguia em frente para me levar para sala de aula, nem eu que estava atrasada andava assim tão rápido. Quando me aproximo, percebo que ela me lança um olhar com um pouco de nojo e começa a andar mais rápido. Nesse momento, me dou conta o que se passava, e sorrio.

Racistinha de merda

-Chegamos.- falou com desdém mostrando a porta da sala, quando ela começa a ir embora pego logo a sua mão e a puxo. Quando ela tenta se soltar, eu aperto sua mão com mais força.

-Sabe, eu queria agradecer você ter me acompanhado aqui de tão bom grado.- Falo com um sorriso bem cínico e debochado no rosto.- Afinal, você estava trabalhando e mesmo assim me ajudou, foi muito gentil e nem foi racista nem nada!.- falo com falso tom de agradecimento e entusiasmo. Ela tenta puxar sua mão com mais força, e eu solto a mesma, ela foi embora meio nervosa. Suspiro, porque ela foi assim? Volto a encarar a porta,e bato a mesma esperando uma resposta. Quando ouço um sim, entro na sala e percebo que está todo mundo me encarando, murmuro apenas um bom dia e vou sentar na cadeira vaga da segunda fileira. Antes de me sentar o professor chama o meu nome.

-Sra. Catumbela?- perguntou enquanto encarava uns papéis. Percebo que alguns alunos se olham entre si, esse sobrenome de certeza que não é muito conhecido por aqui. Eu engulo a seco e abano a cabeça confirmando. -Está atrasada.- fala o óbvio, nem tinha percebido que estava.- Espero que não se repita, e caso aconteça de novo, não precisa bater a porta, pode entrar logo.- Dessa vez fala de um jeito um pouco mais simpático. Eu me sento e tiro os cadernos para começar a acompanhar a aula.

...................................

Assim que a aula acaba, eu arrumo as minhas coisas e saio da sala. Olho para o relógio e percebo que já é hora do almoço. Como não sei onde fica o refeitório, começo a seguir o monte de alunos, de certeza que vão comer. Assim que chegamos no refeitório, percebo que o meu palpite estava certo. Pego uma bandeja e tiro duas fatias de pizza, um sumo natural e uma maça. Saio da fila e tento encontrar uma mesa vazia, mas estavam todas cheias, e a minha timidez não me deixava ir pedir um lugar. Continua a andar um pouco perdida até que vejo uma mesa ocupada por apenas menina, vou até ela dou um pequeno sorriso.

-Posso me sentar aqui?- pergunto com o meu sorriso mais simpático. Ela acena que sim e eu me sento em frente dela.

- Sou a Aisha.- sorrio estendendo a minha mão. A loira encara ela por alguns segundos e acaba por estender também a dela. - Melissa.- fala com um meio sorriso. Percebo que o Bruno entra para o refeitório com mais um grupo de rapazes. Assim que os seus olhos encontram os meus, ele sorri e acena para mim. Eu faço o mesmo e volto a encarar a Melissa que olhava para mim meio surpresa. - Que foi?- pergunto franzindo a testa. Só cumprimentei o Bruno.

-Você conhece o Bruno Silva?!- Perguntou surpresa. Mas que estranho? Será que eles são amigos? Pela pergunta e reacção dela, não.

-De vista, ele me ajudou mais cedo.- respondo contando o ocorrido de mais cedo.- Porquê?.- Logo percebo umas raparigas perto me encarando enquanto cochichavam.

- Bruno Silva é muito famoso por aqui, quando cheguei a um mês para o programa de verão, eu comecei a investigar alguns alunos e .- Ela começa a parar de falar quando percebe que estou com o olhar um pouco assustado. - Eu v-vou sair.- Ela começa a se levantar quando eu seguro no braço dela fazendo sinal para ela voltar a sentar. Eu rio quando percebo que ela ficou meio constrangida.

- Curso de jornalismo.- Afirmo e ela acena com a cabeça que sim. -É assim tão óbvio?- Perguntou rindo. E eu respondo logo que sim. De repente as raparigas que estavam olhando para mim começam a rir a olhar para a nossa mesa, percebo que Melissa também se dá conta. - Não ligues, pode ser por causa de mim.- Suspira olhando para as raparigas, antes de perguntar o porquê, Bruno se aproxima da nossa mesa.

-Baixinha, nem me falou o seu nome.- Falou com um sorriso se debruçando o pouco na nossa mesa. Vejo que fofoqueras daquelas miúdas fizeram uma cara um pouco surpresa, e logo comecei a ligar os pontos.

-Foste tão rápido que não tive oportunidade.- rebato sorrindo, ele vai embora correndo e a culpa é minha? - Tens razão.- falou se rendendo. Antes que eu me apresente os seus amigos o chamam e ele vai embora sem se despedir, mal-educado.....Nem cumprimentou Melissa - Me conte tudo o que você sabe sobre essa faculdade.- olho para Melissa enquanto pego a segunda fatia de pizza, ela sorri...tenho a sensação que esse ano promete, só espero que coisas boas.

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