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À Flor da Pele

À Flor da Pele

Jade Silva

5.0
Comentário(s)
109
Leituras
1
Capítulo

Isis está prestes a começar um trabalho novo em uma empresa famosa de vinhos, algo que sempre fora o seu sonho, mas não existe distração maior na vida profissional de uma mulher que o amor, porém no caso da jovem, esse conflito é em dose dupla. Miguel é um homem provocante, sem muitos modos, criado na fazenda e com um comportamento semelhante a de um animal. Já Raul é um rapaz fino, elegante e convencido, mas com um charme e um poder de sedução que ele sabe muito bem usar ao seu favor. Ela precisa escolher entre um deles, mas é excitante ter os dois, é perigoso e divertido, até ela descobrir que eles são irmãos.

Capítulo 1 A primeira vez que eles cruzaram o meu caminho.

Acordo meia hora antes do despertador tocar, se não estivesse tão ansiosa com certeza viraria para o canto e aproveitaria aqueles tão desejados 30 minutos de sono. Mas hoje não posso perder tempo, tenho uma entrevista de emprego e preciso que tudo corra perfeitamente dentro dos planos, é uma grande oportunidade, e é a minha única opção no momento.

Após terminar o meu banho e secar meu cabelo, visto a roupa que já havia deixado escolhida na noite anterior, uma calça marrom de alfaiataria, uma blusa de gola alta branca e uma jaqueta jeans clara, uma combinação adequada para a ocasião ao meu ver. Pego minha bolsa em cima da estante, checo se todas as minhas coisas estão dentro dela e a coloco no meu ombro. Olho para o meu reflexo no espelho e tento me convencer de que estou confiante.

_Você consegue.

Arqueio uma sobrancelha e me encaro com um olhar de seriedade antes de sair de casa.

Após apanhar do GPS e quase me atrasar, finalmente estou em frente ao prédio da Wine South, a maior empresa de vinhos no mercado atual. Foi tão difícil conseguir uma entrevista neste lugar que nem no meu pior pesadelo pode dar algo errado.

_Vai ficar aí contando quantos andares o edifício tem ou vai entrar?

Olho para o homem loiro de cabelos curtos e barba bem-feita que passa devagar por mim, me analisando de cima a baixo. Ele usa uma camisa social azul clara e uma calça jeans preta mais justa do que deveria ser, é impossível não notar esse detalhe.

_Eu te conheço?

_Se conhecesse, com certeza se lembraria.

Ele dá um sorriso de canto de boca e coloca a mão atrás do pescoço, numa tentativa de fazer um gesto sensual, porém com mais intenção de ser cômico.

_Vim pelo mesmo interesse que você. _Completa ele me olhando de cima a baixo, como se minha aparência entregasse que eu estava ali em busca de emprego. Com certeza ele deve ser o meu concorrente na disputa pela vaga.

_Então... você vem? _Diz ele se virando pra mim enquanto anda de costas devagar.

_Daqui a pouco, preciso terminar de contar os andares. _Falo em tom sarcástico.

_Ele solta uma risada fraca e se afasta.

Pego meu telefone e vejo que ainda falta 15 minutos para o horário marcado, minha ansiedade ataca cada vez mais e minha perna começa a dar sinais de fraqueza. Como não queria que nada me atrapalhasse, decido ir para a lateral do prédio fumar um cigarro, onde tinha um jardim impecável cercado de arbustos muito bem aparados e plantas tão lindas que até pareciam falsas.

Precisava aliviar o stress de alguma forma, abro a bolsa e encontro o maço de cigarro, pego um rapidamente e o coloco entre os lábios. Continuo revirando minhas coisas de maneira agitada em busca do isqueiro, mas não acho e isso vai apenas intensificando a minha ansiedade.

_Droga.

Acabo falando mais alto do que eu queria e ouço alguém se mexer um pouco atrás de mim. Olho de relance e me assusto ao vê-lo me encarando.

_Sempre vem aqui pra fumar escondida ou é a primeira vez?

Diz ele enquanto dá uma tragada e solta a fumaça.

_Eu não vim me escon....

Interrompo minha resposta quando percebo que estou prestes a me explicar para um completo estranho.

_Não é da sua conta.

Ele termina de fumar, apaga o cigarro no tronco molhado de uma arvore e o joga fora. É um rapaz alto, está encostado na parede com um boné tampando metade do seu rosto. Ele tem uma barba grande, meio por fazer, mas que parece se encaixar perfeitamente nele. Usa uma camisa verde militar de manga arregaçada com os botões entreabertos mostrando um pouco do seu peitoral e uma calça jeans meio surrada. Um típico peão perdido na cidade, mas devo admitir, um tremendo gostoso.

Vejo ele riscando o isqueiro olhando para o cigarro entre os meus dedos, com um leve sorriso debochado. Caminho até perto dele e estendo a mão, pedindo silenciosamente com o olhar pelo seu isqueiro.

_Achei que não fosse da minha conta...

Diz ele ironicamente riscando e acendendo o isqueiro.

_E eu achei que fogo não se negava.

Ele dá um meio sorriso. Me encosto na parede e cruzo os braços o encarando de cara fechada. Ele se vira rapidamente, erguendo aquele corpo enorme na minha frente que deve medir algo próximo de um metro e noventa. Ele apoia o braço esquerdo no galho próximo a mim e chega seu rosto rente ao meu.

_Coloca na minha boca. _Ordena ele.

Com ele mais perto, consigo ver os seus olhos pretos e suas sobrancelhas cerradas por debaixo do boné, seu olhar é penetrante e sua boca é carnuda e muito bem desenhada. Fico sem reação por alguns segundos apenas o observando, e então ele olha para o cigarro na minha mão, como se eu não tivesse entendido.

Penso em não fazer o que ele pede e simplesmente me desvencilhar e sair dali, mas eu queria tanto dar uma tragada naquele cigarro, e com aquela boca tão perto da minha, era quase impossível também não ter outros desejos. Coloco o cigarro entre seus lábios, que suavemente o seguram enquanto ele acende. Ele dá uma longa tragada e tira o cigarro da boca enquanto levanta o rosto para cima como um lobo prestes a uivar, e então solta a fumaça.

Quando ele coloca o cigarro entre meus lábios, sinto seu dedo indicador tocar a minha pele e não consigo evitar um leve arrepio. Assim que o prendo na minha boca, ele retira seu boné deixando mechas do seu cabelo preto escuro cair sobre seu rosco.

_Prazer, Miguel. _Ele dá um sorriso de canto de boca, deixando seu rosto ainda mais charmoso.

Após dar uma tragada no cigarro, viro o rosto para soltar a fumaça e logo em seguida me desvencilho dele, passando por debaixo daquele braço forte que me cercava .

_ O prazer é realmente seu.

Digo sem olhar pra trás enquanto caminho e sigo em direção a entrada do prédio.

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