Eu não sabia nada sobre amor e relacionamentos, e isso me assustava. Eu não sabia como conversar com ela, como reagir a certas situações ou como demonstrar meu afeto. Porque eu nunca tinha me incomodado em tentar entender o amor, eu estava completamente perdido.
Amor é mais complicado do que parece
Visão Izumi
Estava em mais um dia qualquer, vagando pela internet e buscando o que fazer. Um aluno novo tinha se transferido para minha sala, ele gostava muito desse servidor que estou, por isso entrei, sei lá, para ficar mais próximo dele, não que isso tenha dado certo.
Eu conversava com várias pessoas diferentes, mas sempre só por um tempo, no fim perdíamos o contato, ou com eles parando de entrar, ou eu perdendo a vontade de entrar, ou ainda alguma outra coisa acontecia, por isso acabei tendo muitos conhecidos pela internet, mas nenhum amigo.
FUTURO
Em um lugar nada romântico, uma escola onde estava acontecendo uma olimpíada de física.
- Ei! Aqui, como acha que foi?
Uma linda garota diz enquanto vem na minha direção. Mesmo nesse recinto de concreto, sua beleza parecia dominar o ambiente, quase como se, em uma ilusão visual, sua chegada fizesse tudo ganhar cores. Atrás dela vinham pétalas de sakura (imaginárias) surgindo lindamente.
Seus cabelos loiros, que pareciam ouro, se moviam lentamente, quase em câmera lenta. Tinha lindos olhos azuis, os quais as luzes do local refletiam, ao olhá-los podia ver uma alma, uma vida única naquele olhar, um brilho mais bonito do que qualquer joia.
Por fim o mais importante, seu sorriso, o qual soma com sua vibração e animação, criavam uma aura dominante e única, que podia tornar tudo alegre, o que me cativou de forma indescritível.
Era inegável eu estava apaixonado, encantado, ainda achava um pouco difícil de digerir, mas tinha chegado até aqui e ainda tinha muitos passos para dar.
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De volta para o presente:
Ia de call em call, chat em chat, conversava, zoava, não sendo exatamente eu mesmo, mas tudo bem, é de certa forma divertido.
- Vou convidar uma amiga para o server, suave?
Uma garota perguntou, que eu me lembre foi a Yumi.
- Claro, ninguém nem entra mais nessa porra, vai até ajudar a reviver.
- A Vontade. - respondi.
Estávamos em 7 no momento, quando a garota entrou, ela não falava muito, não por timidez, apenas estava estudando, ocupada e tals. De qualquer forma o tempo rapidamente passou.
- Vou vazar, ok.
Aos poucos a call foi se esvaziando. Em geral, a galera só vinha para esse server periodicamente, entravam um pouquinho depois sumiam. Logo ficamos só eu e a recém-chegada, que eu não conhecia, mas ela provavelmente nem notou que éramos só nós dois. Quando me vi sozinho com ela, decidi perguntar algo, para puxar assunto ou algo do tipo, o silêncio era meio que desconfortável.
- Ou, o que está estudando?
Por sorte independente do quão baixo eu falasse na época, com um bom microfone perto da boca, as pessoas conseguiam me ouvir sem problemas.
- Física, quero ganhar em uma olimpíada.
Honestamente estudar não faz meu estilo, nem sou competitivo, mas acabei respondendo:
- Quer ajuda?
Sou particularmente "bom" e física, então deve dar tudo certo, né? Pensei na hora. Eu achava que era uma boa ideia, uma boa oportunidade para estudar e acabar com o silêncio desconfortável. Ela perguntou:
- Já teve óptica na escola?
- Bem... Sim, é fácil que eu me lembre, estou tendo agora inclusive.
A propósito estava no 2° do médio, ainda no começo do ano.
- Fácil?! Onde?
Para minha sorte tenho e sempre tive uma excelente memória, além de que física é de fato fácil, por isso na hora respondi sem pensar muito:
- Sim, é bem suave.
- Pode me ajudar com esse exercício então.
Ela me mandou uma foto.
- Claro, hummm! Você tem que pegar o ângulo que a árvore forma no chão com...
Depois ficamos conversando sobre a matéria por um bom tempo, mas vou poupá-los disso. Não foi exatamente divertido, eu até pensei em sair, mas acabei desistindo, já que ela estava sempre fazendo perguntas e eu me perdia em explicar, além de que achava desconfortável simplesmente dizer: cansei, vou sair. Finalmente depois de passarmos por um número "próximo" do infinito(45) de exercícios, ela disse:
- Nossa! Com isso acabei os exercícios do dia.
- Sim, eu até aprendi algumas coisas.
- De qualquer jeito fico quase com inveja, você é muito bom nisso, como consegue decorar tantas fórmulas?
- Êh... Sei lá, só acontece, bem, você não precisa decorar tudo, eu acho.
Uhum! Ser elogiado é uma coisa legal, faz você sentir que é inteligente, por isso eu acabei animado com isso, além de posteriormente ficaria animado com a ideia de talvez sermos amigos e com a ideia de poder ir bem na tal olimpíada.
Nunca fui muito acostumado com elogios, ou seja, eu tinha um fraco por eles, era fácil me deixar empolgado com algo, nesse sentido. No fim ela respondeu:
- Não é tão fácil assim, pena que as inscrições já passaram, se não ia dizer para você se inscrever também.
- Verdade...
Depois disso ainda conversamos por um tempo, mas sendo conciso: eu lembrei que minha escola também tinha oferecido a inscrição na tal olimpíada, ou seja, eu também já tinha participado da pré-seleção, e só faltava passar.
Nesse ponto, porém, tinha um problema: eu tinha feito a prova com a bunda. Me lembrava do dia como algo assim: tédio, muito tédio, um professor dando aula, barulhos em volta, alguém deu um comunicado, a maioria da sala levantou a mão, como escravo do efeito manada fiz o mesmo.
Segui as pessoas, estava olhando para baixo, me lembro que segui um tênis bem legal, uma chuteira preta para ser mais específico. Entrei numa sala, fiquei olhando para o lado, fingi estar em um tribunal intergaláctico prestes a ser julgado por... Basicamente fiquei viajando para passar o tempo.
Uns papéis foram distribuídos, era a prova de ingresso. Por que todo mundo quis ir fazer essa chatice? Simples, a prova tinha tempo máximo de 5 horas, mas sem tempo mínimo, ou seja, eles podiam fazer cagando, vazar e não ter aula, já que a escola sempre libera quem vai fazer esse tipo de prova.
Então os jogadores de futebol, digo, os outros alunos fazendo a prova rapidamente acabaram. Me encontrei em um dilema: faço direito ou não? No fim nunca decidi, primeiro pensei: faz direito, para provar para mim mesmo que consigo, depois bateu a preguiça.
Por isso não fazia ideia se tinha ido bem ou não, spoiler alert: por sorte aquele tinha sido dia inspirado. Na verdade, não foi nada de mais, foi só a primeira fase de três, além de que física é uma matéria fácil, por isso era meio natural eu ir bem.
Enfim, o resultado sairia logo, eu apenas tinha que esperar, até lá só no "mistério". Foi assim que combinei de estudar todo dia com aquela garota, cujo nome é Yuna, diga-se de passagem.
...
- Filho, filho acorde! Tem aula hoje.
- Puts! Desculpa perdi a hora.
- Tudo bem, aqui pegue sua mala, mas o que aconteceu você sempre acorda tão cedo? Ficou conversando com quem até tarde, hein?
Ela faz uma pergunta com claras segundas intenções, já eu sem pensar muito sobre respondi:
- Com uma garota.
Depois disso ela ficou ainda mais curiosa, mas vou pular, ok? Naquele dia, por causa disso, eu jurei nunca mais passar a madrugada em call, vale dizer que tal jura durou exatamente 17 horas, ou seja, consegui quebrar com minha meta mais rápido que a galera da academia.
Não gostava muito da escola, acho que ninguém gosta, mas é a vida. Entrei na sala, me sentei no canto, não no da janela como seria esperado de um protagonista, mas no outro, porque ficava mais perto da lousa. A professora começou a falar e falar, minha mente foi vagueando e vagueando. Já tinha entendido a matéria, sempre achei escola fácil.
A propósito gosto de sentar perto da lousa, porque sou meio cego. Claro de qualquer forma não presto atenção na aula, inclusive o ventilador não estava girando 180°, será que quebrou? Parecia ter algo o travando, oque me deixou perturbado e curioso naquele dia.
No fim em vez de prestar atenção na aula, fiquei pensando em coisas como: espera, será que tem algo travando sua movimentação? Colocar um palito de dente bem posicionado, exatamente na pequena dobra que ele forma ao se virar lentamente, o que permitiria... Nunca entendi a razão de minhas notas serem ruins mesmo a matéria sendo fácil.
...
Alguns dias passaram, a escola acabava e começava, mas não é como se eu falasse com alguém lá ou fizesse alguma coisa lá de qualquer forma.
Yuna me mandou uma mensagem pedindo ajuda com um bagulho da escola, logo depois resolvemos já entrar em call, para conversar aleatoriamente antes de estudarmos.
Me lembro bem daquele dia, na minha mente havia apenas uma coisa, queria que o assunto fosse para animes, de alguma forma precisava descobrir se ela via animes, por que esse desespero? Bem, eu não me achava lá muito capaz de conversar sobre outros tópicos, apesar de que estava meio errado.
- Ei, pode rodar no Mudae para mim?
Como eu queria falar de animes de alguma forma, usei a carta que tinha na manga, o mudae, já que você roda waifus e tudo mais lá.
- Mudae? - Droga, ela provavelmente não conhece. Pensei na hora.
- Sim, é um joguinho do Discord, vou te marcar é só mandar: $h, nesse chat que te marquei.
Depois expliquei como funcionava, no ínterim falei a palavra anime, ou toquei no tópico, então ela disse:
- Aqueles desenhos japoneses, nunca vi, você gosta?
- Sim, adoro!
Disse com convicção rara, fiquei animado por conseguir tocar no assunto, no entanto logo depois a timidez bateu. Tive sorte, ela era muito aberta, não teve preconceito e realmente se interessou sobre, além do mais eu tinha um vasto repertório de animes para recomendar.
Ela fazia algumas perguntas, então eu respondia com muito mais informação do que ela precisava, então assim, meio que, passamos um tempinho falando coisas como:
- Só qual é a diferença de anime para desenho?
- A mesma de action figure para brinquedo.
- Não entendi.
Como sempre eu tenho um mal costume de fazer piadas que ninguém vai entender e não tem graça, tanto agora quanto antes.
- Bem, existem diferenças estéticas e de estilo entre animação ocidental e oriental, mas isso só se aplica a maioria, não é como se existisse uma linha, no fim só usamos essa palavra, porque desenho parece coisa de criança e...
Eu devo ter sido um pouco(muito) chato, mas ela ainda ouviu tudo por algum motivo, pelo menos por um tempo, até chegar a hora que ela pretendia estudar, então dizer na lata, quase como uma ordem:
- Agora vamos estudar.
Na verdade conversamos por pouco tempo. Infelizmente, Yuna, por causa do enorme tempo que ela gastava estudando, não tinha muito tempo livre, de certa forma ela me parecia cada vez mais consumida nisso.
Sua obstinação com a rotina era conveniente para mim, isso provavelmente me fazia e faria estudar e fazer as coisas, ajudava com a preguiça. Por outro lado não sabia se eu podia fazer muita coisa por ela, ou se estava atrapalhando, de qualquer forma apenas tentava ser agradável e útil da minha própria forma.
Comecei, vale dizer, já naquele ponto a perceber seu pessimismo, ou algo do tipo, mas ainda era apenas uma vaga impressão. Eu não sei dizer se era extremamente desligado num geral, mas esses pequenos detalhes despertaram minha impulsiva curiosidade, por isso resolvi que provavelmente deveria prestar um pouco de atenção.
De qualquer forma o dia que a entenderia um pouco melhor logo chegaria, até mais rápido do que eu esperava.
Visão Yuna
Acordava de manhã, fazia meus exercícios, ia para escola, anotava várias coisas no caderno, no recreio cumprimentava e falava com as pessoas para descansar, voltava para casa correndo para me exercitar um pouco mais, fazia meu almoço, depois lição da escola, 20 questões de vestibular, 2 horas escrevendo, então descansava por um tempinho, estudava coisas aleatórias por hobbie e estudava alguma matéria específica, essa era minha rotina naquela época.
Em um dia qualquer, fiquei conversando um pouco com uma amiga, Yumi, no meu tempo de descanso, ela me chama pra entrar num server no discord, que uma galera da nossa classe tinha criado e abandonado. Eu entrei, mas não liguei muito, estava concentrada nas coisa que tinha para fazer.
Nessa acabei conhecendo um cara bem legal, Izumi, então tudo começou. Não me lembro como nós conhecemos exatamente, mas ele é muito inteligente, ele é algum tipo de gênio, então começamos a estudar juntos todo dia, mas...
- Obrigado pela ajuda, mas se quiser não precisa fazer isso, ficar estudando comigo e tals. - disse.
- Relaxa, para mim é de boa, também preciso estudar em algum momento, sinto que se fizer isso minhas notas vão até melhorar.
Me sentia estranha com ele me ajudando, não estava acostumado com isso. Na minha vida eu logo aprendi, para evitar conflito é melhor fazer a maior parte das coisas sozinha, já que sou um pouco paranoica com minha organização diária.
Não me entenda mal, eu não odeio fazer as coisas com os outros, na verdade acho trabalhar ou estudar em grupo mais fácil, o problema é que acabava gerando conflitos desnecessários com isso, por isso evitava.
Outro problema é que não gostava disso, eu até tentei, mas ele nunca me faria perguntas ou daria chance para que eu desse aula sobre alguma coisa, ou seja, apenas ele estava me ensinando coisas, o que seria como estar usando ele de forma conveniente. Tem pessoas que fazem coisas do tipo sem hesitar, mas eu odeio, além do mais já nós considerava amigos, mesmo assim nunca conversávamos sobre coisas não relacionadas a escola.
Por isso tudo decidi conversar um pouco com ele hoje, antes de estudarmos falamos rapidinho sobre animes, já que o Izumi gosta, e um troço chamado mudae, que até agora não sei direito o que é, porque o Izumi não explicou direito. Depois para puxar assunto eu perguntei:
- Ei! O que tem feito?
- Nada de mais, apenas existindo. - Infelizmente não deu muito certo, suspiro! Nesses momentos seja mais comunicativo, por gentileza!
- Seja mais comunicativo, essa resposta foi muito ruim, tenta de novo, eu recuso essa resposta.
- Mas eu não faço nada da vida, além do mais não é justo, você me pegou de surpresa, preciso de mais tempo para pensar, portanto eu protesto contra sua recusa.
A voz do Izumi falhou um pouco, além do mais ele falou tão perto do fone que tinha bastante chiado, por causa da timidez imaginei.
- Eu recuso seu protesto, ninguém precisa se preparar ou se esforçar para falar o que fez no dia, é só começar a falar, nem que seja para ficar reclamando, todo mundo tem algo para dizer, isso é simplesmente natural.
- Objection! - Izumi coloca essa áudio de alguma forma, mas não fazia ideia do que fosse.
- Que?
Depois eu descobriria que era uma referência a Danganronpa. Vamos a uma aulinha básica, algo bem simples, se vai tentar fazer uma piada ou ser enraçado, tenha certeza de usar algo que a maioria vai entender, melhor, se vai se comunicar fale de uma forma que as pessoas entendam, porra! Você não falaria em russo com alguém que só fala francês, simples, né? Porque é só a merda do óbvio.
Tá, tá, na verdade, isso não me irritou de fato, na hora apenas fiquei sem entender, então Izumi teve que explicar e isso deixou ele ainda mais tímido, o que foi engraçado devo admitir.
- Hahaha! Não fique tímido agora só porque está com vergonha do que disse.
- Mas...
Tentei dizer o reconfortado, isso funciona e temos uma conversa "normal", ou quase isso pelo menos, claro até eu notar algo e dizer:
- Merda! Nem vi o tempo passar, tenho que ir dormir, se não vou estar morta para prova de amanhã.
- Puts! Isso porque eu tinha jurado para mim mesmo não madrugar de novo, tá foda.
No dia seguinte acordei meio morta, para piorar acabei quebrando meu próprio planejamento. Não consegui ir à academia como toda manhã e minha mãe foi sozinha. Não cumprir a rotina é estranho, fiquei com a sensação de que tinha algo errado o dia inteiro.
- Ei! Yuno pode me ajudar não entendi...
Como esperado de um dia de prova, várias pessoas com que nunca falei agem de forma amigável, me perguntando sobre a matéria, não que eu me importasse. Respondi para um dos caras que pediram:
- Estou morta, se quiser posso tentar te passar as respostas, mas não rola tentar ensinar a matéria toda agora, além do mais preciso revisar um pouco também.
- Entendo, tanto faz, é só uma prova, para próxima estudo.
De forma bem direta disse, mais fácil assim, ele não se importa muito, se senta atrás de mim, ainda passo uma resposta ou outra.
- Entreguem as atividades.
Estou morta e meus ombros doem muito, era o que estava na minha mente naquele momento, não dormir é sempre um problema.
A parte boa foi: mesmo que não tenha estudado tanto naquela vez, de alguma forma parece que aprendi muito mais, o Izumi é um excelente professor. Ele não tem a melhor didática, mas me forçou a gastar bem mais tempo tentando entender o que a fórmula significa, do que a decorando. Mágico, foi só eu tentar entender as fórmulas, que acabei decorando todas.
Me pergunto se ele também consegue usar lógica para resolver elétrica? Ainda não tive essa matéria, mas sei quantas fórmulas tem. Naquele momento fiquei muito curiosa sobre isso, era inevitável, nesses momentos eu sempre sou obrigada a lidar com a minha curiosidade, senão não paro de pensar sobre.
Eu rapidamente pensei em como reorganizar minha rotina mentalmente, pretendia gastar o dia tirando essa duvida. A propósito, sempre tive uma excelente memória, então organizava minha vida inteira de cabeça.
....
- Vamos ter aula de natação.
Voltando a aula, a professora diz isso, eu tinha muitas atividades esportivas diferentes na escola no 2° anos do ensino médio.
- Eba!
Todos parecem felizes com a notícia dada pelo professor de educação física, todos menos eu claro. Primeiro nunca fui fã de atividade física, apesar de ir à academia para me manter saudável e o mais importante usar maiô é desconfortável, todos os olhares e tals. Podia senti-los me perfurando com o olhar, de todos os tipos, inveja, ódio, nojo, desejo sexual, ou talvez fosse paranoia da minha parte.
Splash!
- Yuna venha brincar conosco de lutinha.
Não sei como conhecem essa brincadeira, mas ela é basicamente um embaixo e um outro em cima, tipo formando um "time" e esses times "lutam", basicamente tentam se derrubar. Sério só eu acho essa brincadeira desnecessariamente perigosa?
- Não quero.
- Bora não precisa ter medo sou forte.
- Nada contra sua lutinha, mas tenho mais o que fazer, tipo filmar você se machucando e postar na internet, que tal?
- Haha!
Respondi já saindo da piscina, então peguei meu celular e comecei a gravar de brincadeira.
...
O problema de fazer tudo de cabeça, é que eu estava o tempo todo repensando o que tenho que fazer. Claro, a rotina ajuda a me distrair, assim como os amigos ou coisas do tipo, mesmo assim comecei a me sentir um pouco ansiosa de novo.
O pior é que estava me sentindo muito cansada, não percebia, mas acabei me descuidando sobre alimentação e treino, além de que minha mãe ainda fez o favor de viajar a trabalho, aí as coisas deram um desandada.
Uma curiosidade, manter uma rotina saudável é muito bom, faz você sentir mais energia e tudo mais, principalmente no começo, mas depois disso se você quebra ela, seu corpo parece muito pesado, principalmente se já for alguém problemático.
...
- Ei! Ei! Terra chamando, ei! Idiota, tem como prestar atenção? Não sabia que você podia se desfocar, achei que fosse um robô perfeito.
Parece que nesse tempo o Izumi se tornou um pouco mais direto, apesar de sempre falar esse tipo de coisa meio rápido e baixo, quase como se o ar tivesse dificuldade de sair do seu pulmão para emitir sons. Pensei.
- Primeiro não sou um robô! Segundo a culpa não é minha, é só que a droga do meu estômago resolveu me matar hoje, maldita ansiedade.
Na hora comentei literalmente sem pensar, acontece sabe, nem sempre a gente pensa muito sobre o que vai falar.
- Sim, na verdade, já estava pensando nisso faz um tempo, mas...
Mas alguém levou isso a sério, entenda a ironia! Não pretendia falar sério sobre mim com alguém, mas também não queria cortar ele assim, droga!
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