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Capítulo

Quando o pai de Anne morre, ela é expulsa de casa pela madrasta, que diz ser a dona de tudo. Sem ter pra onde ir, ela acaba indo parar na comunidade e é quando a vida dela vai dar um giro de 180 graus. Da mansão luxuosa ao quartinho na comunidade. João Gabriel, o Fortão, tem apenas 25 anos, mas já é o chefe da comunidade. Ele é duro, feroz, porém, Anne parece conseguir quebrar essa barreira em volta do coração dele. Poderão duas pessoas de mundos tão diferentes ficarem juntas? É ver (ler) para crer! Sigam-me no insta e vamos interagir! @m_zanakheironofficial@gmail.com

Capítulo 1 Fora!

— Giulia, pelo amor de Deus, como assim? — Anne perguntou, sem acreditar no que tinha ouvido.

— Isso mesmo o que você ouviu. Eu não quero você nesta casa. Pode preparar as suas malas e sair da minha casa.

Giulia estava olhando para as próprias unhas recém manicuradas enquanto falava.

— Mas essa casa era do meu pai, era da minha mãe! — Anne se alterou, recebendo como resposta um tapa estalado no rosto.

Giulia a olhava com fúria.

— Você tem uma hora pra pegar as suas tralhas e sair daqui, sua fedelha nojenta! Essa casa é minha, tudo aqui é meu! — Ela olhou para Anne com desprezo — Sinta-se feliz por eu deixar você sair daqui com mais do que a sua roupa do corpo.

— Pra onde eu vou? — Anne perguntou, as lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Isso não é problema meu. Uma hora. Ou os seguranças se tiram daqui à força!

Giulia virou as costas, pegou a bolsa dela e saiu, não sem antes dar instruções para que as malas de Anne fossem revistadas antes de sair, a fim de que a menina não “roubasse” nada.

Anne caiu de joelhos no chão. Ela tinha perdido o pai e toda a fortuna dela. Não ficou nada e ela sabia que tinha algo de errado! Mas ela era apenas uma menina de 18 anos.

— Vem, querida. Eu te ajudo a fazer as malas — Dona Joana, a empregada da casa, sorriu gentilmente para Anne — Eu tenho um lugar pra você ir, minha filha.

Anne concordou com a cabeça, ainda sem acreditar muito, e seguiu Dona Joana escada acima.

…………………

— Ah, qual é, princesinha! Eu tenho certeza de que você vai se divertir! — Gabriela, uma morena muito bonita, disse para Anne.

— Gabi, eu não sou de festas, você sabe disso — Anne nunca foi festeira, e desde que tinha ido morar na comunidade, ela evitava ainda mais as festas. Ela tinha medo de se envolver com as pessoas erradas.

— Olha, eu vou pensar, ok? Eu tenho que estudar e esse fim de semana eu trabalho.

— Tá bem. Mas faz um esforcinho, vai? É o meu aniversário, pô!

Anne sorri. Ela sabe que vai acabar cedendo. É o primeiro aniversário que ela passa como amiga de Gabriela, e seria muita ingratidão não ir.

Gabriela dá um beijo no rosto de Anne antes de sair.

Anna já estava vivendo ali na comunidade há alguns meses e ela ainda não havia ido a nenhuma festa sequer. Na verdade, as pessoas meio que a achavam estranha. Era bem claro que ela não era dali, não só pela aparência de gringa, mas também pela forma como ela falava e como ela se vestia. Eles a chamavam de “Princesinha”.

Anne achava aquilo cômico. A princesinha que morava num kitnet dentro da comunidade. Antes ela morava praticamente num palacete, agora, tudo o que ela possuía cabia dentro daquele espaço diminuto.

No fim, Anne acabou concordando em ir para a festa de Gabriela. Seria ali mesmo, na comunidade, mas não seria exatamente um baile. Era para menos pessoas.

— Eu sabia!! — Gabriela abraçou Anne e a encheu de beijos.

— Eu não iria te desapontar desse jeito, né?

— Sério, Princesinha, você é demais! Vem, deixa eu te apresentar pra galera!

Gabriela era uma moça que conhecia muita gente, andava em vários círculos e, apesar de não ser usuária e nem vendedora, ela conhecia o povo que trabalhava na boca. Anne não queria conhecer essas pessoas, no entanto, ela não poderia se negar. Além disso, dizer “oi” não matava ninguém.

Anne falou com algumas pessoas, umas mais ‘normais’, como ela as classificava, e outras que ela notava serem um pouco mais barra pesada. Ela tentava se desconstruir do que ela sempre tinha ouvido a respeito das pessoas em comunidade e ela já tinha aprendido e entendido muita coisa. No entanto, traficantes ainda eram algo que ela não conseguia aceitar.

Ela percebeu que a um canto, tinha uma mesa com umas pessoas estranhas. Gabriela percebeu que Anne viu os homens ali, rodeados de umas mulheres mais “montadas”, claramente com um status diferente ali dentro.

— Aqueles ali são os caras, Anne.

Anne franziu a testa.

— Os caras? Como assim?

— Eles são os grandões daqui — Gabriela disse e deu um olhar significativo a Anne, que então compreendeu.

— Por que você chamou esse povo? — Anne perguntou, confusa.

Gabriela a olhou como se ela estivesse fazendo uma pergunta boçal.

— Amada, se eu não chamar, é como dizer abertamente que eu não gosto deles. Aqui você tem que entender que, se você os conhece de alguma forma, não convidá-los para as paradas é uma ofensa muito grave.

Anne mordeu o lábio, mas entendeu. Certas coisas eram do jeito que eram, ela gostando ou não.

O cheiro de maconha ali estava deixando Anne meio zonza. Ela detestava aquilo.

Normalmente, Anne não bebia. Ela não era chegada, por isso, estava só bebendo água e refrigerante. As músicas começaram a ficar mais “atrevidas” conforme a hora foi avançando e ela sabia que ela tinha que ir embora. Ela tentou esperar pelo parabéns, mas ela sabia que não podia mais aguentar.

De repente, uma latinha de cerveja foi oferecida a ela. Anne nem sequer olhou quem estava oferecendo, mas ela sabia que era homem, pela mão (cheia de tatuagens, por sinal).

—Não, obrigada! — Ela recusou, educadamente.

— Bebe — A voz era grossa, profunda e fez ela sentir um frio na espinha. Aquela pessoa não estava oferecendo nada a ela. Ele estava dando uma ordem. Ela, então, se virou para ver quem era.

O ambiente estava escuro, então ela não conseguia ver o rosto do homem perfeitamente, mas as luzes estilo boate, quando iluminavam o rosto dele, o faziam parecer misterioso, sexy. Ele tinha olhos claros e isso Anne conseguia ver. Bem como era cheio de tatuagens, inclusive no rosto, com uma lágrima abaixo do olho direito. Os lábios eram cheios. Ele era, na opinião de Anne, muito bonito, pelo que ela conseguia ver.

Ela também reconheceu como uma das pessoas na mesa dos “grandões” por conta do boné que ele estava usando e que tinha chamado a atenção dela, mas ela não tinha se dado ao trabalho de olhar no rosto dela. Ela não costumava olhar para as pessoas, por vergonha.

— Obrigada, mas eu não bebo, moço — Ela falou e ofereceu um sorriso. Ele a encarou e deu um passo à frente.

— Vai desobedecer? — Ele perguntou e Anne engoliu em seco. Ela abriu a boca algumas vezes para responder, mas ela não sabia o que dizer, porque ele a estava intimidando.

— Ah, Fortão. Essa é a Anne — Gabriela se aproximou. Ela viu Fortão se aproximando da moça e ficou preocupada. Fortão dificilmente chegava em uma mulher, era o contrário que acontecia. Então, ele devia estar interessado ou intrigado com Anne.

— Anne… — Ele repetiu o nome dela — Vem sentar na mesa, Anne.

— Sabe o que é? E-eu já tava de saída. Eu trabalho amanhã — Ela falou e olhou de relance para Gabriela, claramente pedindo ajuda — Mas muito obrigada pelo convite.

— Ela trab… — Gabriela se calou, pois Fortão levantou a mão, impedindo-a de falar.

— Eu não perguntei nada. Eu te disse pra sentar comigo, porra.

— Você… tá me dando uma ordem, então? — Anne perguntou, estreitando os olhos para o homem alto na frente dela. Ela tinha 1,70, o que não era pouco, mas mesmo assim, ela não passava do ombro dele. E ela entendia o motivo do apelido. Ele era imenso.

— Tú é burra mesmo ou tá se fazendo? — Ele perguntou e aquilo fez Anne apertar o lábios, com raiva.

— Olha só… eu não sou burra! Mas as pessoas não chegam dando ordens em estranhos, dessa forma!

— Anne… — Gabriela segurou no braço de Anne, para impedi-la de continuar. Anne nem tinha notado que a música tinha parado de tocar.

— Não, Gabi! — Ela olhou para Gabriela e, então, para o tal Fortão — Quem você pensa que é pra falar assim comigo? Nem o meu pai falava comigo desse jeito!

Fortão deu mais um passo na direção dela, agora, quase encostando no peito dela. Ele abaixou de leve a cabeça e Anne precisou focar no que estava acontecendo, em vez de se deixar perder nos olhos dele.

— Eu sou o dono dessa porra!

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