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A Perdição - Série Família Bellini I

A Perdição - Série Família Bellini I

gabriellelima

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Capítulo

Lorenzo Bellini, CEO do império de joias Bellini's, é um homem arrogante e presunçoso, mesmo trabalhando em um país não tão frequentado, ele comanda um dos maiores negócios do mundo - E não apenas do mundo das joias - Vivendo em uma dupla vida, Bellini esconde alguns segredos. A "doce" e querida Scarlett tem em seu caminho um grande desafio, apesar de acreditar que seu chefe a odeia, o que não é tão incomum, trabalhar para um homem da pior personalidade que já conheceu não é nada fácil. Mas, ela também esconde um passado um tanto - tenebroso- Só que, ela não esperava que esse terrível relacionamento de trabalho mudaria, não apenas as suas atitudes mas toda a sua vida. Ter alguém pode ser difícil, e fica mais ainda quando isso pode custar a sua vida. - Livro 1 da série Família Bellini.

Capítulo 1 Primeiro

Lorenzo Bellini

Era cedo, e eu já estava a caminho da empresa. Não me importava com isso, com os anos e as responsabilidades, acabei me acostumando. Meus irmãos vinham poucas vezes a Namur, cidade da Bélgica onde vivia. É óbvio que preferia a vida nos Estados Unidos, Inglaterra ou França, mas, infelizmente, precisava gerir a empresa aqui agora. Já eles, tinham a escolha de viver em outro lugar, e o fazem.

Apesar de gostar bastante do frio, o que faz ser uma das melhores características desse lugar, sinto falta do calor e das praias que a Califórnia me propiciava. Antes da Bellini's, nada era muito moderno por aqui, mas a empresa cresceu e junto com ela os olhares dos investidores.

Por mais que seja exaustivo, e eu não reclamo, me acostumei a viver e a trabalhar por aqui sozinho, desde a procuração de minérios, depois trabalhar com as pedras, lapidação e a transformação em joias. É realmente um processo incrível.

Muita coisa é oculta em minha vida, apenas pouquíssimas pessoas sabem do meu passado e da verdadeira vida que levo, e pretendo manter isso assim. Não gosto de holofotes, e claramente com uma vida - Nada simples - como a minha, o melhor é manter todos os jornais por longe.

Além de CEO de uma das maiores empresas do mundo, sou também o chefe da máfia inglesa. Carrego junto ao poder, dinheiro, status, vários inimigos. E isso não é muito bom.

Chego na empresa indo para o meu andar, e obviamente, ela já estava lá. Eu sempre chegava muito cedo, mas ela sempre já se encontrava em sua mesa, maldosamente perfeita. As vezes me perguntava se a mesma ia para casa.

Ela a quem me refiro é Scarlett Beaumount. Eu seria um louco se nesses seis meses nunca tivesse reparado em nada dela. É óbvio que evitava sua presença pelo simples fato de que, não poderia a ter. E era melhor não a ter. Para ela.

– Bom dia, Senhor Bellini, os relatórios já estão em sua mesa. - Fala a mesma com uma voz doce me direcionando o olhar ao qual eu ignoro claramente.

– Quero a minha agenda do dia, agora. - Falo entrando em minha sala deixando a porta aberta.

Não me achem arrogante, o melhor é fazer tudo para deixá-la longe de mim, por mais que a coisa que mais deseje nesse momento seja ela em meus braços.

Ela tem um charme natural, executando seu trabalho perfeitamente, e incrivelmente não se calando diante de mim, e isso me excita. Mesmo que nunca a deixe saber disso.

Ela entra muito bem vestida, como sempre, e me permito encarar seu corpo por poucos segundos. Maravilhoso. Me mantenho em pé frente a mesa a olhando, enquanto ela de cabeça baixa vai falando os compromissos do meu dia.

– Há alguma coisa no chão, senhorita? - Pergunto.

– Como? - Ela olha assustada em minha direção.

– Perguntei se há alguma coisa no chão, já que a senhorita insiste em olhá-lo.

– Olhe o senhor mesmo e veja se existe algum problema.. - Diz agora me olhando nos olhos. E que olhos. Azuis. Fazendo um perfeito contraste com sua pele extremamente clara e seus cabelos pretos. Que petulância.

Eu sempre me mantinha o mais longe e frio junto dela. Sei que a mesma não gostava de mim, podendo até mesmo me odiar, mas acredite, é o melhor.

– Deveria ter cuidado na maneira que fala, e olhar para mim quando fala comigo. Odeio quando falo com uma pessoa e ela não me olha. -Digo.

– Desculpe senhor, não irá mais se repetir. -Ela diz e revira os olhos. –Mais alguma coisa, senhor?

–Não. Saia e não deixe mais ninguém entrar aqui. - Digo e a vejo virar as costas para mim deixando minha sala. A postura perfeita, o corpo perfeito, os cabelos longos ao qual adoraria ter em minhas mãos. Tive vontade de castiga-lá pela maneira que me dirigiu a palavra, ninguém nunca ousa me responder.

Maldição.

Horas e mais horas se passaram e tenho minha sala invadida.

–O que eu falei sobre ninguém entrar em minha sala? - A questiono.

–Mas senhor, eu vim trazer o seu almoço. - Fala e eu reviro os olhos.

–E não sabe bater na porta? - Digo me levantando e continuando a olhar. Adoro a irritar.

–Eu bati, três vezes, como o senhor não resp... - A corto.

–Se eu não respondi era porque não queria responder, senhorita. -Dou a volta na mesa ficando ainda mais perto dela, conseguindo sentir seu cheiro. - Deixe-me falar novamente, Beaumont, eu não quero ninguém na minha sala hoje. - Falo calmamente mesmo por dentro estando fervendo. -Você entendeu?

–Então da próxima vez fique sem comer. -Vira as costas e se retira da sala.

Viro as costas agarrando a ponta da mesa para não a puxar para os meus braços. Escutei um baixo xingamento dela para mim o que quase me tirou um sorriso. Atrevida. Só de existir Scarlett Beaumont me faz perder a cabeça.

Passos mais algumas horas em minha sala, e quando já estava de noite saio de minha sala.

– Boa noite, senhor Bellini. -Escuto a sua graciosa voz. Apenas a olho enquanto espero o elevador.

– Boa noite. -Digo antes da porta se fechar a vendo evitando me olhar de sua mesa.

Não há necessidade da mesma ficar depois de mim no trabalho, mas se ela o faz...

Saio da empresa e vou diretamente treinar, pego a primeira arma que vejo e descarrego todo o pente no alvo. Maravilha. Luto por horas até sentir dores em meus braços.

– O que fez o impiedoso Bellini ficar desse jeito? - Pergunta Jacob, um velho amigo.

Me afasto pegando um montecristo e o acendendo juntamente a um copo de whisky.

– Recebi a notícia que Petrov esteve por aqui. Mas já foi embora. - Digo levando o charuto a boca.

–Que audácia. O que pretende fazer?

–Por enquanto, nada. Esperarei seus próximos passos para tomar minha próxima decisão. Mas se eu souber que isso aconteceu de novo, não pouparei a sua vida. -Ele concorda e me levanto pegando meu celular vendo a chegada de um e-mail. Dela. Abri vendo a minha agenda do dia seguinte, ela sempre foi uma secretária muito eficiente. Me permito relembrar das suas feições hoje. Ela deve ter ficado irritada.

–Seja lá quem tiver te mandado essa mensagem merece minha atenção, quase pude ver um sorriso desse seu rosto. -Diz ele zombando da minha cara.

– Calado Jacob, calado. -Digo sério e o paspalho continua rindo.

Como sem nunca ter a tocado poderia me sentir totalmente hipnotizado por ela? Precisava de muito controle para a manter longe de mim, mas não será agora que mudarei isso.

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