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Esse é o segundo livro do romance LEO. A continuação da estória e a explicação dos motivos pelos quais Leo Torres está ainda morando no casarão da Rua da Estação mesmo depois de morto. Espero que continuem gostando e obrigada a quem curtiu o primeiro livro.

Capítulo 1 HAROLDO

CAPÍTULO 1 - HAROLDO

Haroldo ia saindo do prédio onde trabalhava como escriturário, quando ouviu uma buzina e conheceu o sinal. Virou-se e viu Leo dentro do carro estacionado no outro lado da rua. Atravessou-a e aproximou-se.

- O que você está fazendo aqui? Não devia estar no casamento da sua irmã?

- Discuti com o velho, pra não perder o costume. Por que você não foi?

- Tive que trabalhar. Vou pra casa agora, colocar uma roupa. Apareço por lá mais tarde.

- Posso ir com você? Não quero chegar em casa sozinho. O velho Samuel cismou com a minha cara, hoje. Só porque a filhinha do coração é de outro agora.

- Não fala assim, cara. Seu pai é um homem tão bom.

- Adota ele.

Haroldo riu.

- Entra aí. Eu te levo em casa.

Haroldo morava sozinho numa casa modesta não muito longe dali. A casa tinha sido deixada para ele como herança quando os pais faleceram.

Ainda muito jovem, mas já maior de idade, o rapaz teve que se virar sozinho para se manter e tinha conseguido até ali.

Logo que entraram na casa, Haroldo tirou a jaqueta e foi para a escada.

- Fique à vontade, Leo. Vou tomar um banho. Dá um tempo aí. Não demoro.

- Eu te espero, falou o amigo, indo para a janela e apoiando-se no parapeito.

A casa do lado pertencia ao médico mais conhecido da cidade, doutor Alcântara. Leo ficou observando distraído o jardim bem cuidado e o aspecto limpo da casa, tão diferente da confusão que era a sua, depois que a mãe falecera.

Sua irmã Laura estava se casando naquele dia, mais para sair de casa do que por amor ao noivo. E ele admitia que ela tinha razão. Também faria o mesmo, se tivesse vocação para o casamento e aparecesse alguém que se interessasse em se casar com ele.

A família Alcântara ia saindo da casa, com certeza para ir ao casamento de Laura Torres, sua irmã. Doutor Alcântara era amigo de muitos anos de Samuel. Dona Júlia, mulher do médico, saiu primeiro, seguida pela filha única do casal, Gilda, com dezesseis anos. A garota chamou a atenção de Leo que sempre a via de passagem, mas nunca tinha parado para falar com ela. Alcântara não gostava muito dele, como o resto da cidade, e a moça, apesar de não ter nada contra ele, evitava conversar para não aborrecer o pai.

O médico entrou no carro para tirá-lo da garagem e dona Júlia começou a conversar com a vizinha do lado direito, que ia junto com eles no carro.

Gilda encostou-se no portão e, distraída, ergueu os olhos para a janela da casa de Haroldo e o viu. Ao notar que ele a observava, sorriu sutilmente e desviou o olhar. Mas o olhar dele parecia chamar o seu e ela olhou outra vez.

Leo sorriu também e pronunciou um “oi” sem som que só ela percebeu. Gilda olhou para o pai, distraído com o carro, voltou a olhar para o rapaz e retribuiu o cumprimento da mesma forma, depois sorriu discretamente.

Com o carro já na rua, ela deu só mais uma olhada na direção dele e acenou discretamente, entrando no veiculo. As duas senhoras fizeram o mesmo e Alcântara tomou a direção da estrada de ferro.

Samuel morava do outro lado da linha férrea, no final da rua da estação, ou rua dos ferroviários, como todos a chamavam.

Leo escorou o queixo na mão e ficou com o sorriso e o aceno da moça na cabeça. Sua vaidade foi a mil e ele achou que tinha ganhado uma parada, era só aproveitar.

Animado, subiu ao quarto do amigo e esperou por ele lá, xeretando em seus livros. Haroldo saiu do banho, minutos depois, enrolado numa toalha. Ao ver o amigo deitado em sua cama com vários livros em volta dele, Haroldo foi logo pedindo:

- Coloque tudo no lugar depois, cara. Você sempre revira tudo e eu que me vire pra encontrar o que eu quero.

Leo riu, sem dar importância para a advertência do rapaz. Foi para junto da janela e como não queria nada, perguntou:

- Você conhece bem a garota aí do lado, não é?

- Que garota? – Haroldo perguntou, abrindo a porta do guarda-roupa, distraidamente.

- Sua vizinha, a filha do Alcântara.

- A Gilda?

- Gilda... É esse o nome dela?

- Pelo menos é a única filha que o doutor Alcântara tem. Poxa, seu pai é amigão do cara e você não sabe o nome da filha dele?

- Eu não ligo a mínima pros amigos do meu pai. Nenhum deles vai com a minha cara mesmo. O velho dá minha ficha pra todo mundo...

- E mente? - Haroldo perguntou rindo.

- Não, concordou Leo, rindo também. – Que idade ela tem?

- Ela quem? – perguntou o rapaz, totalmente distraído com a escolha da roupa que ia vestir, colocando uma camisa sobre a cama.

- Minha avó, Haroldo. Você parece bobo. A Gilda, claro!

- Sei lá... dezesseis, acho. Ela está no último ano do colégio. Mas por que o interesse?

- Ela é bonita, não é? – Leo perguntou, olhando pela janela para a casa do lado.

Haroldo só então parou para prestar atenção no amigo, enquanto sentava na cama e colocava a calça.

- Cara, ela não é pro teu bico não.

- Por que não? – Leo perguntou, voltando-se.

- A Gilda é garota pra casar com um cara muito especial. O pai dela não é muito rico, mas trata ela feito uma princesa. Se você está pensando em brincar com ela, como faz com toda garota que cai na sua lábia, não vou te apoiar nisso não, parceiro.

Leo sorriu enigmático e voltou a olhar para a casa novamente.

- Quem é que está falando em brincar...?

LEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEOLEO

LEO II – CAPÍTULO 1

“HAROLDO”

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