O Fanático II

Como o tempo passou de pressa, Lúcia não conseguia acreditar que já estavam de regresso.

Foi uma longa viagem, eles estavam exaustos, Lúcia olhou para sua bebé dormindo no seu colo enquanto Micael transportava toda as malas esgotado.

Lúcia olhou para Micael e sentiu pena, ele estava carregando muito peso e lembrando de como foram seus últimos dias ela nem conseguia acreditar que ainda estavam em pé.

Eles estava exausto e não era para menos, foram dias intensos e cheios de adrenalina, mas apesar da fadiga eles estavam completamente felizes.

Lúcia estava muito grata em seu coração por tudo o que estavam a viver, aquelas férias em família foram sem duvida muito bem aproveitadas ao máximo, ela já não sabia mais como agradecer por toda aquela felicidade.

Finalmente ela tinha tudo o que sempre quis, Micael, sua filha e uma verdadeira oportunidade de viver tranquilamente sem medo embora ainda sentisse um pouco no seu íntimo.

Ela sabia que era absurdo continuar vivendo com medo quando todos afirmavam que Cauã estava morto, mas bem lá no fundo ela não conseguia acreditar nisso, estava tudo bom de mais para ser verdade.

Lúcia lutava diariamente para viver o presente e se esquecer do passado mas as vezes sem querer ela sentia esse medo lhe invadir e ela não sabia como vencer seus pensamentos negativos.

Ela já tinha passado por tanta coisa que os psicológicos diziam que era normal ela ter esses sentimentos, pois é mais fácil acreditar no pior.

Lúcia olhou mais uma vez para Micael para se convencer que não era um sonho, era real, Micael era seu marido e pai de seus filhos, ela não precisa ter medo.

Micael colocou as malas no porta mala do carro aliviado por se livrar de todo o peso mas ao ver sua amada esposa com sua filha entre os braços teve pena dela, ela estava exausta e não era para menos Micaela estava cada vez maior e era difícil para ela lhe carregar por tanto tempo principalmente com sua gestação tão avançada.

- me dê vou lhe colocar na cadeira – Micael lhe pediu gentilmente tentando lhe ajudar.

- obrigada - Lúcia concordou aliviada.

Ela também estava cansada de lhe carregar nos braços e com sua barriga de 16 semanas não ajudava muito.

Micael colocou Micaela em sua cadeira ainda dormindo e sem perder tempo abriu a porta para Lúcia que não conseguiu evitar o sorriso de orelha a orelha por poder finalmente se sentar novamente.

Essa gravidez era totalmente diferente da primeira, Lúcia estava mais preguiçosa mas isso ela culpava Micael por lhe mimar tanto.

Micael era o pai perfeito, atento, parceiro em tudo, como ela queria ter tido o apoio dele na gestação da Micaela também.

Mas não podia reclamar ele estava a fazer ao dobro tudo o que não pude fazer com a gestação da Micaela.

- obrigada – Lúcia lhe agradeceu com um beijo antes de subir ao carro.

- pronta senhora Diaz? – Micael lhe perguntou antes de seguir com a viagem a caminho de casa com ela.

- sim – Lúcia respondeu eufórica para chegar em casa e finalmente descansar, ela só queria esticar os pés.

Ela só queria descansar um pouco mas assim que chegaram Micaela acordou para o seu desespero.

Lúcia olhou para ela em pânico pois sabia perfeitamente que ela não iria voltar a dormir tão cedo.

- Eu cuido dela, vai descansar – Micael lhe dispensou ao ver seu desespero.

- obrigada amor – Lúcia voltou a lhe agradecer com um beijo antes de sair do carro quase fugindo para seu alívio.

Durante aquela semana de viagem ela e Micael não tiveram muito tempo livre e nem descanso, não só pelo programa de turismo apertado mas principalmente por causa da Micaela ela queria atenção o tempo todo, estava muito grudenta.

Lúcia dormiu o suficiente e quando finalmente acordou Micael ainda estava acordado brincando com a Micaela no Jardim, ela olhou para eles da janela do quarto e um sorriso nasceu em seu rosto.

Eles tinham montando um pequeno parque de diversão para Micaela no jardim.

Micael projetou e construiu tudo a mão, ele queria que fosse mais do que um brinquedo, seria uma memória deles juntos.

Ela olhou para a sua casa e se sentiu nostálgica, viviam na casa que Micael lhe deu as chaves a alguns anos.

Essa memória foi agridoce, apesar de toda a turbulência que havia naquele momento em sua vida Micael já planeava o futuro deles com confiança e poder viver todos aquele sonho era muito mais do que achou ser possível.

- você não desistiu – Lúcia sussurrou aliviada por ver Como foi persistente e no final venceram tudo.

Ela sentiu seu coração encher de alegria ao ver como aquele lugar agora estava cheio de brinquedo, barulho e fotos deles espalhadas por toda a casa, era a sua história, história que sempre quis viver e que finalmente tinha conseguido.

- olha a mamãe – Micael mostrou Lúcia de longe para a sua filha que ficou eufórica assim que a viu.

- Mamãe, vem – Micaela lhe chamou alegre e Lúcia se juntou a eles para brincarem.

Eram momentos como aquele que fazia tudo valer apenas e a ideia de perder insuportável até mesmo para pensar.

Mas não existe final perfeito, e como lições da vida tudo muda de repente para nos ensinar a sermos cada vez mais forte.