Helena, uma jovem coberta por trauma e assombrações do seu passado. Acaba de perde seu pai em um trágico acidente. Por uma decisão de sua mãe a garota se muda para casa de seus tios. Ela só não esperava que segredos sujos da família que iria descobrir. Roberto, um homem com sérios problemas de relacionamento, aceita a sobrinha em sua casa. Não estava em seus planos se sentir atraído pelo o proíbido, mas a ruiva foi tão convincente que ele acaba em suas garras, colocando em risco seu noivado e até mesmo o relacionamento com o irmão. Miguel, um dos solteiros mais cobiçados e com certeza um homem muito machucado por amores do passado, não foi nenhum pouco receptivo com a sobrinha, desde o início ele foi contra essa idéia da garota se mudar. Mas as coisas mudam rapidamente quando ele passa a conviver com a ruiva e se vê contra a parede quando toda a sua essência é exposta.
Os jornais estavam cobertos pelas notícias da família D'angelo, todos na cidade comentavam sobre o terrível incêndio acontecido durante a noite e as pessoas se perguntavam onde os três irmãos foram parar.
As senhoras mexeriqueiras espalhavam a notícia pelo bairro e todos tinham a mesma pergunta "onde os três irmãos foram parar?"
Foi encontrado apenas um corpo em todos os frangalhos da casa, já não sabiam mais onde encontrar o resto da família.
A fumaça tinha evaporado pela manhã, mas ainda se sentia o cheiro de madeira queimada.
Mas aliás, onde os três irmãos foram parar?
Helena
Observei atentamente os homens retirando as decorações do velório no jardim e coloquei a mão sob o peito para tentar acalmar as batidas desesperadas. Ainda não conseguia acreditar.
Ele foi embora para sempre, mas os toques dolorosos, a angustia e o desespero continuam a me preencher. Minha cabeça está uma confusão.
Me afasto da janela e olho a porta azul desgastada no corredor, minha respiração começa a falhar diante a todas memórias.
Os gritos de minha mãe preenchiam a casa, minha cabeça já doía com tanto barulho.
Aperto minha boneca de pano no peito e seguro as lágrimas ao máximo que consigo, tento guardar toda a dor para mim.
- Me diga a verdade sua desgraçada! Papai gritou furiosamente.
Eu não fiz nada Richard, juro - Ela chorava como uma criança.
Apesar deles estarem no andar de cima eu conseguia visualizar a imagem perfeitamente em minha cabeça. Eles deviam estar no quarto da porta azul, mamãe provavelmente estava caída no chão e papai devia tá com algum instrumento para bater nela, não quero imaginar como ficará os machucados no seu corpo amanhã.
Richard! Por favor! - Seu choro era angustiante, mas ela pediu para que eu não fizesse nada referente a isso - Por fa...
Escutei um barulho alto e um terrível silêncio ficou no ar. Sem choro, sem pedidos de ajuda, apenas o silêncio.
Escutei os sons de passos na escada e assim que vi meu pai, me preparei para o que estava prestes a acontecer.
Helena pode descer! -Escutei a voz de minha mãe e apaguei as lembranças de minha mente. Afastei as lágrimas que se acumularam em meus olhos.
Engoli em seco e passei por aquele corredor evitando ao máximo olhar a porta azul. Preciso parar de misturar o passado com o presente.
Desci as escadas sem nenhuma pressa e olhei minha mãe me esperando na sala. Minha cara se fechou rapidamente.
Notei o quanto seu semblante estava péssimo. Os cabelos ruivos do mesmo tom que o meu estavam presos, as roupas eram todas pretas em respeito ao luto e suas expressões não eram nem um pouco boas, a quanto tempo ela não dorme?
O táxi chegou para nos levar Sua voz era uma melancolia preocupante.
Vai mesmo me deixar na casa de completos desconhecidos?
- Eles são seus tios, Leticia. -
- Eu nem os conheço.
– Tenho uma completa confiança neles e você sabe muito bem que esse não é um lugar ideal para você.
Devíamos passar por isso juntas.
- Não posso te envolver nisso, eu preciso achar um comprador para casa, resolver as contas do velório e... Bom, não consigo cuidar de você no momento - Eu via a dor em seus olhos, mas por algum motivo a compreensão não chegava em meu peito - Isso vai ser para o seu bem.
- Tô cansada de ouvir isso.
Não falei mais nada, apenas peguei as duas malas que estavam no chão e caminhei até a saída. Apesar de tudo era um alívio deixar tudo isso para trás.
[...]