Jhuly é uma garota comum, porém dona de uma beleza que chama atenção por onde passa. Mas ela parece ser a única que não tem noção disso. Tímida, mantém-se sempre discreta e procura chamar o mínimo de atenção para si. É aficcionada pelo amor verdadeiro e está em busca de seu próprio conto de fadas. Prestes a completar o quarto ano da faculdade de Engenharia Civil, Jhuly também sonha acordada com o sucesso profissional. Mas sua vida está prestes a mudar. Ela conhece um homem cujo alcance do poder ela não faz ideia. Será esse sua ruína ou salvação?
Jhuly
São seis da manhã e acordo com meu despertador tocando. Como sempre meu corpo é incapaz de se erguer por livre e espontânea vontade da minha cama quente e macia. Os primeiros raios de sol passam pela cortina semiaberta me fazendo fechar e abrir os olhos até que me acostumo com a claridade.
A porta do quarto se abre repentinamente. É minha mãe que entra acompanhada pelo meu pai, depois de me desejarem bom dia, avisa que o café da manhã está pronto e que estão de saída sem dia para voltar. Viajarão novamente a trabalho. Estão sempre com pressa e se despedem de mim comigo ainda sobre a cama, saindo novamente pela porta e fechando-a.
Já estou acostumada à rotina de ficar sozinha e me virar por conta própria. Meus pais são engenheiros civis, especialistas em pontes e estradas. Devido ao trabalho, viajam a maior parte do tempo. Eu os acompanhava sempre. Até ingressar na faculdade e não poder ficar indo e vindo. Claro, no fundo é o que eu sempre quis. Morar em um lugar fixo, trabalhar, estudar e fazer amigos com os quais pudesse conviver por muito tempo.
Deixo de lado os pensamentos e me levanto. Tomo um banho, me arrumo e faço uma maquiagem leve. Olho as horas e restam 20 minutos para tomar meu café. É algo raro ultimamente, tomar café da manhã preparado pela minha mãe. Termino colocando os talheres sobre a pia e corro para escovar os dentes. Pego minha bolsa saindo as pressas pela porta. Moro próximo do meu trabalho, ou melhor estágio. Vou apressada pelas ruas pois não quero chegar atrasada. É apenas o primeiro dia da semana.
Aliás, eu sou estagiária de Engenharia Civil, por influência dos meus pais, é claro. Mas não houve pressão da parte deles. Sempre fui livre pra escolher a minha profissão. Mas Como uma amante de exatas e tendo eles como meu maior exemplo de sucesso, escolhi seguir o legado da família. Quero ser tão boa quanto eles um dia.
Nessa loucura de ser alguém independente, rejeito ajudas financeiras dos meus pais. Quero me sair bem por conta própria, afinal tenho 21 anos agora. Para minha mãe é ótimo. Digamos que ela não é das melhores em gestão financeira. Apesar de seu salário astronômico, está sempre falida. Meu pai é sempre o socorro financeira da família. Um administrador nato. Pelo menos puxei a ele nesse quesito.
Atravesso pelas portas de vidro e estou no escritório. Cinco minutos antes do horário. Meu pai sempre diz que não devo andar atrasada. Que ser pontual diz muito sobre responsabilidade. Vou seguir sempre esse conselho.
_ Bom dia, Jhuly!
_ Bom dia, Ana. Como vai?
Ana trabalha na recepção da empresa Eng project, onde sou estagiária. É sempre a primeira a me desejar bom dia.
Todos aqui são bastante calmos e não costumam pressionar os estagiários. Não é uma empresa conhecida nacionalmente mas é de reconhecimento considerável. Fiquei estremamente feliz quando comecei a estagiar aqui. Esse era um dos meus muitos objetivos. Felizmente não costumo ter muitos problemas por aqui. Talvez por ser estagiária e não possuir grandes responsabilidades.
O dia passa mais rápido do que eu esperava. Acabei os desenhos de projetos que me foram solicitados e estou pronta para ir pra casa.
Quero chegar logo em casa para me preparar para a aula de hoje. Afinal sou uma estudante dedicada. Não gosto de perder aulas. Me despeço de todos na empresa e atravesso as portas de vidro novamente. E o dia estava bom demais para ser verdade...