O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Acabando com o sofrimento de amor
A ex-mulher muda do bilionário
A esposa em fuga do CEO
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
O retorno chocante da Madisyn
No meio do tiroteio, Miguel ao ver seu irmão e pai sendo mortos, começa a correr para longe dali, conseguindo sair da Comunidade se distanciando, um pouco longe já ele percebe a aproximação de um carro, imediatamente Miguel se esconde de baixo de um carro abandona na rua e tenta segurar a respiração já que estava bem ofegante daquela correria, após o carro passar ele sai de seu esconderijo e começa a caminhar.
Após um dia caminhando e matando alguns infectados pelo caminho, comendo o que encontrar por aí, ele finalmente chega em uma instalação grande com muros altos cercando o lugar com pessoas armadas no portão que era feito de aço, uma delas se aproxima de Miguel e fala.
— Finalmente voltou. Onde estão os outros?
Miguel ofegante e cansado diz.
— Preciso falar com To...Metatron.
— O que aconteceu?
— Só com ele mesmo, é importante!
— Ok. Entre.
Ao entrar lá haviam pessoas orando em seus quartos, a instalação tinha vários, pessoas abençoando suas armas, outras gritando de dor já que estavam sendo crucificadas sem dó, outras recarregando as armas que na sua maioria eram fuzis e no pátio do lugar vários caminhões de lixo, chegando perto do quarto principal, na porta tinha um homem de braços cruzados com uma grande franja, então Miguel diz.
— Tenho que falar com ele.
O homem lhe respondeu.
— Miguel você sabe que quando ele está no harém, ninguém pode perturba-lo.
Miguel se aproxima do homem ficando cara a cara e diz.
— É extremamente importante, Gabriel!
Gabriel olha ao redor e pergunta.
— Onde estão Caio e Rafael?
Miguel responde nervoso.
— Mortos! Culpa daquela putinha e daquele preto!
Gabriel surpreso diz.
— Mortos? Como? O que vocês fizeram de errado?
— Fizemos tudo conforme o plano, mas o motoqueiro tinha armas escondidas que não estavam no arsenal, mas consegui sair vivo, minha família não teve a mesma sorte, por isso preciso falar com Metatron!
—Vou entrar contigo Miguel.
—Ok.
O garoto já ia entrando quando Gabriel o segura pelo braço dizendo.
— Ei!!! Você esqueceu que se tiver que entrar no harém tem de usar os falsos olhos?
— Eu ... tinha esquecido, estou ansioso com a situação, me dê eles.
Gabriel pega duas vendas com olhos desenhados, ambos colocam sobre os olhos e entram vendados num quarto iluminado apenas por velas e no centro uma cama onde uma orgia estava acontecendo com cinco pessoas, quatro mulheres e um homem, Gabriel e Miguel se ajoelham perto da cama e entre gemidos Gabriel fala.
— Metatron. Eu...
O homem fala interrompendo Gabriel enquanto fazia sexo na cama.
— Já não te falei para não me perturbar, Gabriel?
— Perdão senhor, mas Miguel retornou com más notícias.
— Miguel retornou? Garotas saiam.
As mulheres saem da cama e vão embora do local.
O homem se levanta se cobre com uma toalha em volta da cintura, e chega perto dos que estavam ajoelhados e fala.
— Miguelzinho, me conte sobre as boas novas!
Então Miguel começou a falar.
— Senhor Metatron eu...
O homem interrompe dizendo.
— Não precisa ne chamar assim aqui, estamos só nós três, em família!
Miguel engole a seco e diz.
— Tom...meu pai e irmão estão mortos!
Tom fica surpreso e fala.
— Tirem os falsos olhos.
Eles retiram as vendas e Tom continua.
— E o plano? Foi concluído pelo menos?
Miguel excita um pouco antes de dizer.
— Não. A putinha e o motoqueiro os mataram, eu consegui fugir.
Tom vai passando a mão na barba e cabelos ruivos em sinal de nervoso, sorrindo e olhando fixamente para Miguel que estava de cabeça baixa e sem esperar Tom bota um sorriso em rosto com poucas sardas e começa a rir muito e fala.
— Eles são fortes, veremos o quanto. Gabriel!!!
— Senhor. —Falou enquanto se erguia.
— Não vamos mais entrar em contato com eles, não por enquanto. Vamos realizar o plano nos outros grupos que encontrarmos e só vamos nos armar ainda mais, vamos ficar mais fortes. Gabriel lidere o próximo ataque a outro grupo.
— Sim!
— Pode sair, vou falar a sós com Miguelzinho.
Após Gabriel sair e Miguel ficar de pé, Tom se direciona a ele e fala.
— Como você falharam?
— Estava indo tudo certo meu pai até comeu aquela putinha para conseguirmos a chave do arsenal, mas o preto desgraçado tinha armas em casa e nos pegou de surpresa!
— Filho da puta esperto, —suspiro— bom teremos que dar o troco da pior forma, não só os matar todos de uma vez, isso não será o suficiente.
Tom começa a se trocar botando uma calça jeans vermelha e uma jaqueta de couro vermelha com uma cruz nas costas e por fim um colar com pingente de cruz no pescoço.
— Eles vão sofrer. —Disse Tom.
— Posso te pedir um favor?
— Diga Miguel.
Miguel olha no fundo dos olhos castanhos de Tom e fala.
— A putinha de coque e o motoqueiro negro são meus e só meus —começa a sorrir como um psicopata— pela minha família!
Tom chega bem perto do garoto coloca sua mão na nuca de Miguel e encosta sua testa na dele dizendo.
— É por isso que eu gosto de você Miguelzinho, eles são todos seus!
Ambos começam a sorrir até Tom o soltar e dizer.
— Agora vá descansar um pouco, você merece meu Arcanjo.
— Ok.
Miguel sai do quarto e vai para um dos cômodos do lugar e Tom, antes de sair também vai até sua mesa e se senta nela pensativo, ele pega um cubo magico e começa a tentar montá-lo e em poucos minutos ele o termina e coloca de volta em cima da mesa, sai do aposento e vai fazer uma caminhada pelo lugar com um estranho sorriso no rosto, até que dois guardas aparecem segurando um homem pelos braços enquanto ele se debatia então um dos guardas fala para Tom.
— Senhor esse cara estava andando ao redor do Éden.
O homem se debatendo fala.
— Por favor eu só estava passando, por favor eu não quero machucar ninguém, por favor me deixe ir!
Tom chega perto do homem e fala.
— E se você estiver mentindo? E se for um espião?
O homem estava assustado e com muito medo, então disse:
— Eu não sou de nenhum grupo, eu juro, jamais faria algo com alguém muito menos vocês, olha esse grupo e eu vi as pessoas crucificadas, por favor não me coloque neles só me deixe ir eu lhe imploro senhor!
Tom põe o dedo indicador na frente da boca e fez.
— Shhhh, eu não vou te colocar nas cruzes, acalme esse coraçãozinho.
Tom pegou sua própria mão e fez um pequeno corte, ao passar o dedo no sangue e fazer uma cruz na testa do indivíduo, ele disse:
— Está mais calmo agora?
O homem em pânico diz.
— Por que você fez isso?
— Eu ensinei para minha filha que, se ela quiser se sentir mais próxima de mim, era só desenhar uma cruz em sua testa e estaremos ligados, pai e filha, no seu caso você está ligado agora com seu criador, —Tom olha para os guardas— soltem os braços dele, —eles o fazem e Tom volta seu olhar para o homem— você não vai para as cruzes.
Tom se levanta puxa sua arma que estava na cintura, aponta para a cabeça do indivíduo e puxa o gatilho antes que ele pudesse ter qualquer reação.
— Tirem eles daqui, temos problemas maiores, se aparecer outro matem sem me perturbar. Ok?
Os guardas concordam assim retirando o corpo do local e Tom volta a caminhar pelo Éden, enquanto isso Gabriel começa a preparar as coisas para o ataque a outros grupos na lista e Miguel vem falar com ele.
— Ei Gabriel quando entraremos em contato com o outro grupo?
Ele joga a franja para a esquerda e fala.
— Daqui uma semana porquê?
— Eu quero ser um dos três!
Gabriel o olha e diz.
— Certeza? Você já falhou em uma e...
— Por isso mesmo, quero provar meu potencial ao Tom. Por favor Biel.
Gabriel hesita um pouco e fala.
— Está bem Miguel só não vacila dessa vez beleza?
— Eu não vacilei, foi o puto do meu pai!
— Que seja.
— Obrigado pela oportunidade Biel.
— Foi nada cara, —eles se cumprimentam— temos que nos ajudar, na bíblia somos irmãos. você é agora meu irmão mais novo Miguel, já que está sem família.
— Ei Gabriel, sem essas viadagens.
Gabriel dá risada e um soquinho no braço de Miguel dizendo.
— Estou brincando bobão, já não basta ter que cuidar de tudo por aqui, não quero ter que cuidar de adolescente.
— Posso ser mais novo, mas sei me cuidar, obrigado pela preocupação.
Ambos dão risadas e Miguel fala.
— Mas valeu pela oportunidade, o plano será um sucesso, garanto isso!
— Esperamos que seja mesmo!
Então, após essa conversa a semana passou rápido, Miguel e mais dois estavam prontos pra saírem no ataque quando Tom veio falar com ele.
— Ei Miguel, onde pensa que vai?
— To...Metatron, pedi para Gabriel deixar eu ir, para me redimir da última falha.
Tom passa a mão na cabeça e diz.
— Ok. Mas dessa vez —pós a mão dentro da camisa branca que estava usando e retirou do pescoço o colar com pingente de cruz— é meu amuleto da sorte, leva e traz de volta em? Se perder ele eu te mato!
Tom deu várias risadas e Miguel disse.
— Pode deixar senhor, eu o trarei.
Então se foram e Tom ficou no portão olhando, até que Gabriel chegou do seu lado e disse:
— Metatron, por que perguntou isso a ele se eu já tinha comunicado ao senhor?
— Ah Gabriel, ele é jovem e jovens são instáveis, só queria saber se ele ia ser honesto e ele foi, pro bem dele espero que continue assim, agora que perdeu o pai e o irmão, ele está fragilizado, eu e você teremos que tomar conta dele ok?
— Sim.
— Vamos entrar agora.
Eles adentram no Éden e a caminhonete segue seu caminho com Miguel e outros dois jovens um pouco mais velhos e o que estava dirigindo disse:
— Eae Miguel, está pronto pra volta para a matança?
Miguel estava no banco de trás olhando o pingente que Tom havia lhe emprestado e disse com uma voz calma.
— Sim Toledo e você?
— Nasci pronto pra isso, —Toledo olha para o banco do lado— e você Kevin? Como está?
Ele suspira e fala.
— Normal.
Toledo olha para Kevin e fala.
— Que falta de empolgação é esse meu amigo, vamos animar isso aí!
Toledo faz umas brincadeiras com a caminhonete jogando-a de um lado para o outro em alta velocidade, atropelando alguns infectados no caminho então Kevin, não gostando muito, mas com um pequeno sorriso no rosto disse.
— Ei cara para com isso, está querendo morrer?
— Animação Kevin, vai que você consegue fazer igual o pai do Miguel e come uma gata antes de matá-la!
Miguel se divertindo com as manobras que Toledo havia feito, arruma o cabelo o jogando para trás e disse:
— É Kevin, tenta se divertir antes de chegarmos lá, por mais que eu não goste do meu pai ele aproveitou.
Kevin suspira e fala com um sorriso no rosto.
— Beleza então, acelera isso aí, tem uns infectados a frente.
Toledo sorrindo fala.
— Aí sim meu garoto, se segurem!!!
Ele acelera e atropela mais alguns infectados, Miguel via seus amigos sorrindo e felizes, naquele momento ele também estava feliz, mas era uma felicidade momentânea, ao fim da brincadeira, um pouco distante da comunidade que seria o alvo deles, eles param a caminhonete e a escondem com vegetação e outras coisas que acharam, indo para a entrada da comunidade, já com caras sérias, um homem de lá os avista e fala.
— Vocês aí parados! O que querem? —Perguntou de dentro da pequena comunidade.
Eles estavam com as mãos erguidas e Miguel disse
— Somos apenas três amigos, estamos precisando de um lugar pra ficar, você sabe como o mundo está uma merda!
O homem responde com rispidez.
— Desculpem garotos, não estamos aceitando pessoas, temos poucos recursos e além do mais não estou na liderança.
— Eu posso falar com ele?
O cara olha bem para eles e fala.
— Acho melhor vocês irem embora.
Os companheiros de Miguel olham pra ele e o mesmo se sente pressionado, então ele força o chora, abre os braços e fala com lágrimas nos olhos.
— Então pode pegar essa pistola que está segurando e atire em mim, bem no peito!
O homem fica surpreso e fala.
— O que você disse?
— É isso mesmo, não nos deixando ficar está nos matando, então faça isso logo me dê um tiro pois eu e meus amigos não queremos mais sofrer aqui fora!!!
Os outros dois abrem os braços assim concordando com Miguel, nessa hora Toledo fala.
— É melhor morrer por um tiro só, do que mutilado por essas coisas aqui fora!
O homem fica em choque e Miguel dá um grito chorando.
— NÃO QUEREMOS MAIS SOFRER!!!
Com isso o homem se sensibiliza e os deixa entrar.
— Olha só, eu vou lhes dar uma chance para falar com ele, sei como é ficar aí fora desemparado, além do mais vocês são só garotos.
Eles acompanhavam o homem até o lugar onde o líder ficava e Miguel disse limpando as lágrimas.
— Obrigado. Você não tem ideia do que passamos.
— Eu imagino.
Eles chegam ao líder que era um homem velho, o cara do portão fala com o velho primeiro e então olhando seriamente para Miguel e os outros ele pergunta.
— Meu homem falou que vocês estão à deriva.
— Ele está certo, só precisamos de um lugar pra ficar.
— Qual seu nome filho?
— Miguel. E o seu?
— Christian, nosso grupo não é muito grande como pode ver, então não temos muitos recursos e...
Miguel o interrompe dizendo.
— Eu imploro ao senhor que nos deixe ficar, eu e meus amigos podemos ajudar nos recursos, vejo que o senhor está velho e precisando de corpos jovens pra fazer seu grupo prosperar, nos ajude que o ajudamos!
O homem fica pensativo e nesse momento uma garota com mais ou menos a mesma idade que Miguel entra na sala gritando.
— PAI!! Você não pode deixá-los lá fora, o mundo está horrível e como ele disse: pode nos ajudar e você está precisando!
— Rebeca, estou conversando eu resolvo isso!
— Eu estava perto quando esse garoto conversou com Josué, você estará os matando se não deixar eles ficarem!
Christian passa a mão na careca e diz.
— Está bem, está bem, vocês podem ficar, mas terão que trabalhar para trazerem suprimentos ok?
Miguel já com um pequeno sorriso no rosto fala.
— Ok, —chegou perto de Christian— não vai se arrepender meu velho.
Rebeca ao sair da sala feliz, dá uma piscada de olho para Miguel, então após serem aceitos no grupo, eles saem em uma ronda para buscar suprimentos.
— Que sorte tivemos —Toledo disse— ela parece ter gostado de você Miguel.
— Pode ser, na verdade, se for isso nosso plano vai de bom para excelente!
Assim, após matar alguns infectados eles chegam na caminhonete que vieram, ela estava cheia de suprimentos, tudo parte do plano, então Miguel fala.
— Peguem poucos, eles têm que achar que encontramos isso por aí, essa ideia do Metatron foi uma boa.
— Conseguimos suprimentos fáceis e a confiança dessas ovelhas. —Disse Toledo.
— Isso, agora vamos tenho que fazer uma visita para a senhorita Rebeca.
— Vai lá Miguel, —disse Kevin— imagina ela fica do nosso lado?
— Seria ótimo, mas o plano e matar todos no final.
— Isso! —Disse Toledo— só não vai se apaixonar em Miguelzinho.
Toledo e Kevin dão risadas e Miguel responde calmamente.
— Jamais! é tudo pelo plano.
— Sim, agora vamos voltar. —Disse Toledo todo animado.
Então eles retornam com os suprimentos e Christian vem todo feliz falar com Miguel.
— Conseguiram até bastante, estou orgulhoso, meu pessoal só conseguia metade disso e olhe lá, ainda bem que te aceitei filho, vejo um grande futuro agora.
— Obrigado meu velho, eu e meus companheiros temos um certo dom pra achar coisas boas.
Miguel repara que Rebeca estava lhe olhando, assim eles guardam as coisas e anoitece, Miguel vai atrás de Rebeca que estava em cima do telhado de uma casa, ela não havia percebido sua presença, então ele a chama.
— Ei você ai de cima!
A garota olha e repara que é Miguel e fala toda acanhada.
— O-Oi.
— Você é a...?
A garota toda envergonhada responde.
— R-Rebeca, e você garoto novo?
— Miguel, o que está fazendo aí em cima?
— Vem aqui pra você ver, atrás da casa tem umas caixas que dá pra você subir.
Miguel o faz e ao chegar do lado de Rebeca fala.
— Então, o que tem de tão legal ficar aqui?
— Olha naquela direção —a garota apontou o dedo— daqui dá pra ver a cidade queimando, eu sei que é triste, mas eu acho bonito o fogo de noite, acho que sou meio doida. —Risos.
— Realmente é bonito, é impressionante como algumas chamas ainda estarem acesas, acho que também sou meio doido.
— As pessoas devem reacender, por puro caos.
Miguel olha estranho para a garota, mas volta o olhar para as chamas e diz.
— Pois é.
Rebeca se vira para Miguel toda sorridente e fala.
— Mas agora que você me achou no meu lugar preferido, me diga de onde você e seus amigos são?
— Só andando, nunca moramos num lugar por mais de um dia, —olhou para ela e sorriu— as pessoas são perigosas, não dá pra confiar sabe?
— Pois é, ainda bem que vocês nos acharam, vai ficar né?
— Bem capaz, está difícil de viver lá fora.
— Fico feliz em ouvir isso!
— Por quê?
A garota responde meio envergonhada.
— Sei lá, quando vi vocês, ou melhor você, tive uma boa impressão sabe? Tipo um instinto, por isso te apoiei e ao saber que seu nome é Miguel tive certeza, é nome de anjo você sabe né?
Miguel responde com um pequeno sorriso no rosto.
— Sim eu sei, estou surpreso desse seu "instinto" —risos— gostei.
— Pois é, acho que acertei.
Miguel ri e ao olhar para Rebeca, a mesma passa a mão em seus cabelos e fala.
— É loiro natural? Ou você pintou antes de tudo isso acontecer?
Miguel responde enquanto ela acariciava seus cabelos.
— É natural.
— Seus olhos são azuis como o mar, você é realmente um anjo. —Risos envergonhados.
Miguel ao rir passa a mão nos cabelos pretos e cacheados da moça dizendo.
— Minha mãe também tinha cabelos cacheados, sempre os achei lindos.
Rebeca envergonhada diz.
— Vou entender como um elogio.
— Mas foi!
Ambos riem e de repente, Rebeca agarra o braço de Miguel, encosta a cabeça em seu ombro, o mesmo fica extremamente arrepiado e a garota fala.
— Sabe, não sobraram muitas pessoas no mundo, principalmente pessoas boas!
— Pois é.
A garota olha para o céu e fala.
— Ei olhe pro céu -ambos fazem isso- está tão cheio de estrelas, nunca vi tantas.
— A poluição deu uma diminuída. —Disse Miguel admirando o céu estrelado.
— Acho que esse fim do mundo foi bom, podemos ver as estrelas agora, são tão lindas!
Miguel olhando aquele céu estrelado e extenso enquanto ouvia a doce voz da garota, sentiu algo, um arrepio e por um segundo se perdeu naquela imensidão azul. Até que Rebeca o acorda do transe dizendo.
— Ei! Ficou hipnotizado?
— Ah? A, sim um pouco, eu acho.
A garota ri e diz.
— Normal, também fico as vezes.
Ambos ficam ali a noite toda conversando e olhando a linda noite. Ao amanhecer Miguel continua ajudando o grupo carregando e recarregando armas, conversando com todos principalmente Rebeca, ficando cada vez mais próximo do grupo até que, após alguns ele sai com seus companheiros para pegar mais coisas e Toledo diz.
— Eae Miguel? Como está indo?
— Está indo tudo bem, já estamos com bastante confiança.
- Eu vi, e a garota?
— O que tem ela?
— Vocês estão bem juntos.
— Faz parte do plano, idiota.
— Só não se apaixona em? Lembra, ela é só uma vadiazinha.
Miguel fica um pouco sério e Toledo continua.
— Na hora do tiroteio, vai ser você quem vai matar ela? Parece que você se aproximou de mais da vadia —risos— deixa que eu mato e eu sempre curti sexo ao barulho de tiros.
Toledo e Kevin dão muitas risadas até que Miguel abre um sorriso e vai até Toledo e o mesmo fala.
— Que foi Mi...
Miguel desfere um soco bem na cara dele que o derruba no chão e Kevin grita.
— Que porra é essa Miguel?
Miguel pega no colarinho da camisa de Toledo e fala olhando nos olhos do parceiro.
— Você não vai fazer nada ok? Só pega as armas e dá o sinal como combinada, TA ME ENTENDEDO?
Assustando ele responde.
— Si-sim Miguel, calma, foi só brincadeira.
— Ótimo, —solta a camisa dele— na hora eu vou acabar com ela sem sofrimento, não somos animais para ficar barbarizando, vamos fazer o plana e só!
Kevin ajuda Toledo a se levantar e ele sangrando pela boca fala olhando fixamente para Miguel.
— Beleza Miguel, Beleza!
Eles terminam de pegar os suprimentos e Miguel fala.
— Vamos!
Ao voltar com os suprimentos eles os colocam num quarto que adaptaram como dispensa, Miguel, sem pensar duas vezes vai até o lugar onde sempre se encontra com Rebeca, mas ela não estava no telhado, então ele começa a chamar pelo seu nome, até que a garota pula de cima da árvore que havia ali perto e dá um susto em Miguel, rindo muito a garota disse:
— Te assustei anjo? Você devia ver sua cara!
Miguel ri sarcasticamente e fala.
— Assustou nada, eu estou de boa.
— Estava preocupado comigo anjo?
Miguel hesita um pouco antes de falar.
— Ah...um pouco, sabe como mundo está um perigo.
— Obrigada pela preocupação anjo. Se vai subir?
— Primeiro você.
Após subirem e como de costume Rebeca ficar abraçada com Miguel e fala.
— Hoje não tem fogo.
— Já era hora de apagar, fazem uns dias que estava queimando.
— É. Vai, me fala quantos relacionamentos você teve antes do fim do mundo?
—Ah, você quer falar disso?
— Claro anjo, quero te conhecer.
— Ok. Só um.
Rebeca fica surpresa com a resposta e fala.
— Nossa! Um anjo desse só com um?
— Meu pai sempre me prendeu e a meu irmão também, dentro da nossa própria casa.
— E onde está seu irmão?
— Foi morto por pessoa e horríveis, bem na minha frente, não faz muito tempo isso.
— Nossa, meus pêsames.
— Está tudo bem.
— Agora me conte essa história do pai de vocês, por que ele não deixa vocês saírem de casa?
— Ele era policial, por isso vivia com medo de alguém machucar eu ou meu irmão querendo atingi-lo de alguma forma, nisso ele nos privou de muita coisa para nossa segurança, só consegui algum relacionamento aos 17 no último ano na escola durou um mês apenas.
— Por quê?
— Não soube lidar, era minha primeira vez em um namoro, foi meu primeiro beijo também, —ele sorri— provavelmente ela deve ter achado horrível.
— Ah não se cobre muito, era seu primeiro. Então quer dizer que você nunca.... fez?
— O que? —Ele demora um pouco pra entender— aaaaah entendi, não.
— Nossa!! Minha visão de você era tão diferente.
— Pois é, as vezes as aparências enganam, mas em compensação ele nos ensinou a atirar muito bem, parece que já previa esse apocalipse. E você? Quantos foram antes disso?
— Uns três.
— Legal, melhor que eu pelo menos.
— Só se for no número, porque todos eram escrotos, nenhum era igual a você e por isso temos algo em comum.
— O que?
Rebeca envergonhada diz.
— Eu também nunca fiz.
Miguel surpreso fala.
— Sério?
— Sim.
— Uau, somos parecidos então. Mas por que você disse que eles eram escrotos?
— Eles não me tratavam bem, só ligavam pra mim pra falar de sexo, na cabeça deles eu era algum tipo de objeto, mas você não, você fala comigo, nós conversamos e eu gosto da sua presença, me sinto segura!
Miguel fica todo vermelho e Rebeca se deita no telhado falando.
— Vem. Assim dá pra ver melhor as estrelas.
Miguel o faz e ela pega em sua mão ele sente senti aquele arrepio de novo, então a garota fala.
— O que você acha que vai acontecer no futuro?
— Como assim?
— Tipo, sobre esse apocalipse, esses infectados, o que você acha que vai acontecer daqui uns anos?
— Não sei, sinceramente, ultimamente eu não ando sabendo de muita coisa
Ela olha para Miguel enquanto o mesmo está novamente hipnotizado pelo céu estrelado, ela se aproxima do ouvido do garoto e fala baixinho.
— Ei, olha pra cá.
Miguel vira a cabeça para a moça e ela passa mão em suas bochechas indo até os cabelos e fala.
— Também estou um pouco perdida, mas se no futuro eu estiver com você, estarei bem.
— Você acha? Rebeca eu...
— Shhhh.
Ela põe o dedo na frente da boca dele fazendo sinal de silencio e ao retirar ela o beija, ao terminar ela fala.
— Seu segundo beijo, o que achou?
Miguel abre um pequeno sorriso e diz.
— Foi perfeito!
Ambos extremamente felizes naquele telhado, abraçados conversando coisas bobas como a noite, pela primeira vez na vida, Miguel se sentia em paz, como se mais nada importasse, mas ele sabia o que estava chegando e completamente perdido em sentimento de razão e amor, não estava mais tão de acordo com o plano e na manhã seguinte, Miguel foi falar com Toledo.
— Toledo. Eu fiquei pensando sobre o plano e...
— O que? Já está quase chegando o dia.
—Eu sei, mas e se não for o certo?
— Como assim Miguel? Você está louco? É isso que o Metatron mandou então é obvio que está certo!
— E se ele estiver errado? Essas pessoas, não acho que elas mereçam morrer e se pularmos esse grupo e partimos pro próximo?
Toledo estranha o comportamento do parceiro e fala
— É aquela vadiazinha né?
Miguel estende o dedo apontando para a cara de Toledo e fala bravo.
— Ela não é isso!!!
— Sabia, você se apaixonou de mais, você não pode fazer nada para parar o plano, só mata lá, o Juízo Final é daqui três dias, fique pronto e de um fim nesse relacionamento, são apenas mentiras Miguel, você pode ter qualquer mulher do Harém depois daqui.
— Tem que ter um jeito e... tipo ela não é qualquer uma.
— Metatron irá matá-la se a levar para o Éden!
Miguel começa a entrar em desespero.
— Não. Tem que ter um jeito!
Toledo já bravo diz.
— Para de ser viadinho Miguel, as coisas são assim e você sabe, só não enche mais meu saco e fique pronto!
Toledo se vai e Miguel está mais perdido do que nunca, ele começa a andar pensativo até que dá de cara com Christian, ele fala.
— Boa tarde meu velho.
— Boa tarde Miguel.
Miguel já ia passar batido quando Christian o chama.
— Ei filho, percebi que está cabisbaixo, aconteceu algo?
Miguel para de andar e fala.
— Não, está tudo bem!
— Certeza?
Miguel se vira para ele e fala.
— Mais ou menos.
Christian abre um pequeno sorriso e fala.
— Entendi, vamos dá uma volta Miguel?
— Pra que?
— Conversar um pouco, andar e falar dos problemas pode ajudar sabia?
Miguel hesita um pouco, mas acaba cedendo.
— Ok, vamos.
Eles começam a caminhar e Christian fala.
— Então, o que te incomoda Miguel?
Miguel respira fundo antes de responder.
— Indecisão meu velho, maldita indecisão!
— Na sua idade isso é normal filho, eu também era muito indeciso, com o que você está indeciso?
— Algumas coisas pessoas, desculpa falar assim, mas...
O velho riu e disse tocando no ombro de Miguel.
— Relaxe meu jovem, sei bem como é e acho que sei o que é, se trata de minha filha né?
Miguel fica surpreso e fala.
— Ah...também, como o senhor sabia?
Mais uma vez o velho ri e fala.
— Eu vi como ela te olhou quando você chegou, e eu também reparei como vocês conversam bastante, é uma coisa normal Miguel, só tem que deixar acontecer, você é uma boa pessoa, desde que chegou aqui só evoluímos, trouxe muitos suprimentos, alegra os dias da minha filha, é bom para proteger nosso pequeno grupo com suas habilidades.
Miguel extremamente surpreso diz.
— É verdade? Tipo, tudo isso que você diz?