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a minha vida tudo foi difícil para conseguir. Desde os meus 5 anos de idade tive de lutar para sobreviver, pois foi nessa idade que perdi meus pais. Uma das poucas lembranças que tenho deles é exatamente do dia
em que me deixaram. Antes de tudo acontecer, eles prometeram que nunca me abandonariam. Como meus pais morreram? Para falar a verdade, eu não sei bem como, foi tudo muito confuso e ninguém me explicou nada. Eu era pequena demais e não tinha mais nenhum parente vivo. Tive de ir para um orfanato. A única coisa que soube foi que meus pais foram enterrados sem cerimônia. Foram enterrados e pronto.
Se a morte deles ainda dói? Claro que sim! Porque se eles não tivessem morrido eu não teria sofrido o tanto que sofri até dois anos atrás.
Hoje, aos dezenove anos, já passei por tanta coisa que daria até para escrever um livro. Já fui espancada, quase estuprada, já matei e fui parar em um reformatório. Sim, já matei. Mas eu não tive escolha e Deus que me perdoe, mas não me arrependo disso nem um pouco. O que faço da vida hoje? Eu era faxineira de uma casa de strip, e agora que sou maior de idade, trabalho como dançarina. Não me envergonho porque não estou fazendo nada de errado. Não me prostituo; primeiro porque é proibido aqui na boate Hiz's e também porque ninguém aqui tem coragem. Pelo menos eu não tenho.
Há dois anos o dono da boate, o senhor Hiz, me tirou das ruas e, se não fosse por ele, eu teria sido estuprada. Eu tinha dezessete anos quando fui morar com ele; no começo tive medo porque ele era um desconhecido e poderia estar se aproveitando, mas, quando cheguei em sua casa, conheci a mulher dele, Jena, e o filho deles, Pedro, que agora está com dez anos de idade e é uma fofura. Ele é como meu irmão mais novo. Vivo com eles, que me tratam como uma filha.
Três meses atrás consegui um estágio em uma empresa muito importante. Ganho um dinheiro bom, que estou juntando para comprar uma casa. Não quero viver às custas dos outros a vida toda. Hiz é uma ótima pessoa, assim como sua família, mas às vezes me sinto uma intrusa por estar usufruindo das coisas deles, mesmo que ele insista para que eu não me sinta assim. Eu poderia largar meu emprego de dançarina na boate, mas amo dançar. A dança me distrai e me ajuda a equilibrar a mente, me faz esquecer um pouco do mundo à minha volta e do meu passado por alguns minutos.
Hoje é segunda-feira, dia em que pela manhã vou para a faculdade de Administração e à tarde tenho estágio. Sou secretária da secretária do dono da empresa. Estranho, não? Tenho sorte de a Abby ser um amor de pessoa e também ser sobrinha do senhor Hiz. O resto das mulheres daquela empresa são todas um bando de vacas interesseiras. Várias vezes cansei de ouvir gemidos vindos da sala do senhor Adam Lavisck. Ele é lindo, um deus grego, mas o que tem de bonito tem de arrogante, cafajeste, metido e mulherengo. Cada dia é uma mulher diferente que entra naquela sala. Eu acho incrível como elas não se tocam que ele só vai querer uma foda de minutos e depois tchau. Bando de burras.
Me arrumo e opto por uma saia-lápis cinza, acima dos joelhos, e uma blusa branca de manga comprida, saltos pretos com o solado vermelho. Prendo meu cabelo loiro-escuro em um rabo de cavalo alto e como odeio maquiagem, não uso. Checo minha bolsa e meu material da faculdade e já estou pronta. Quando chego à cozinha, vejo Hiz, Pedro e Jena tomando café, o que me faz olhar no relógio e me dar conta de que estou superatrasada. Tenho de estar na faculdade às 08h30 e já são 08h20. Demoro vinte minutos até chegar lá de ônibus.
— Bom dia, família! Tchau, família! — cumprimento-os correndo, pronta, e sigo em direção à porta.
— Bel, não vai tomar café? Ontem você não jantou — Jena fala.
— Prometo comer algo na rua, mas agora preciso ir.
— É bom comer mesmo. Vou ligar para Abby e perguntar se você comeu algo enquanto trabalhava, mocinha. — Vou até Hiz e dou um beijo em sua bochecha. Ele é como um pai para mim, assim como Jena é como uma mãe. Eu os amo muito.
— Pode deixar, Hiz. Sabe que se tem uma coisa nesse mundo que adoro fazer é comer. — Jena ri.
— Nunca vi uma pessoa comer como ela. Parece ter mais de um estômago. — Pedro diz e eu lhe mostro a língua.
Nossa, que mulher madura eu sou, pensei.
— Sei que vocês me amam muito, mas realmente preciso ir. Até mais tarde. — Saio de casa e como o ponto de ônibus é logo ao lado, fica mais fácil para a atrasadinha aqui.
As aulas passam voando. Gosto desse curso, mas minha paixão sempre foi a escrita. Amo ler e escrever, e se Deus quiser, um dia serei uma grande escritora. Só estou nele mesmo por causa do estágio, meu patrão exige que os estagiários tenham feito ou estejam fazendo Administração.
Quando saio do curso, olho no meu celular e percebo que já está na hora do almoço e como não comi nada, é melhor parar e comer algo. Vou até a lanchonete que fica perto da faculdade de Seattle, a melhor da cidade, entro e peço um hambúrguer enorme e um copo gigante de refrigerante. Não me levem a mal, mas amo comer, ainda mais se for besteiras. Não tenho essa de que “não como isso” ou “aquilo” para não engordar. Na verdade, acho que sou magra de ruim, pois como demais e não surte efeito algum. Acho que eu tenho um buraco negro no estômago.
Quando saio da lanchonete estou três minutos atrasada para meu estágio. A empresa Lavisck fica a uma quadra daqui e vou sempre andando, só que desta vez vou correndo mesmo.
Chego feito uma desesperada na empresa e pedindo aos céus para que não notem meu atraso. Corro em direção ao elevador, ignorando os olhares e falatórios das pessoas. Acho que esse elevador está de sacanagem com a minha cara. Três minutos depois e estou no vigésimo andar, o último. Corro até a sala de Abby, entro quase caindo e ela me olha com aquele olhar tipo "onde você estava, rapariga?". Coloco um sorriso cínico no rosto e com a maior cara de pau digo:
— Abbynha, meu amor... Vamos ao trabalho. — Me acomodo em minha mesa, que fica na sala de Abby.
A sala é grande o suficiente para nós duas, com duas paredes brancas
e uma em um tom acinzentado, a outra parede é toda feita de vidro espelhado, nos dando uma perfeita visão do centro de Seattle.
— Pode me explicar o porquê desse atraso? — Questiona ela, me encarando com direito a mão na cintura e tudo.
— Me desculpe, Abby. Acontece que esse final de semana foi puxado lá na boate. — Recosto na cadeira.
— Bel, olha... Você deveria largar esse emprego. Não sei como Hiz ainda não tirou você daquele lugar. Você não precisa disso... — Me chama a atenção e eu detesto quando ela diz essas coisas.
— Abby, não adianta, eu gosto de dançar! Hiz por várias vezes pediu que eu saísse, mas não dá. A dança me ajuda e você sabe que preciso de algo para me distrair. Hiz também sabe e por isso parou de insistir. Não acho nada de errado, afinal, não é nenhum crime que estou cometendo — digo cansada.
— Tudo bem! Desculpe, é que fico com medo de alguém daqui descobrir isso e te julgar. Você sabe que muitas dessas mulheres são vistas como prostitutas, o que na maioria das vezes não é verdade. — O que é fato, já vi muitas serem humilhadas por isso.
— Eu tomo cuidado. Sempre uso uma máscara para ninguém me reconhecer e ainda por cima a iluminação de lá dificulta enxergar direito as feições de quem está no palco.
— Está bem. Mas cuidado, viu?! — pede, se senta e começa a mexer nos papéis.
— Pode deixar — concordo olhando para o computador, checando e- mails e documentos.
Abby é uma morena dos olhos castanhos, cabelo escuro e lábios carnudos, muito bonita, que chama a atenção por onde passa. Ela é como a irmã que nunca tive.