Eu Dominique
estamos em outubro. Pelo menos meus pés ainda estão quentes dentro das meias fofas, pois meus chinelos andam perdidos pela casa. Mais um dia normal na vida de uma dona de casa levemente ba
ue. Enquanto mantinha a ideia de meu corpo sentindo prazer, algumas imagens já surgiam, encadeando-se, tornando-se complexas, complementando-se umas às outras enquanto eu olhava meu guarda-roupa. Uma narrativa explícita, uma história mental onde eu era a personagem principal e atuava em frente a uma dúzia de pares de sapatos altíssimos, reluzentes, lustrosos. Sim, esse ficará bom, servirá exatamente para o que eu quero. E o látex, ah, sim... Látex no par de meias, pois meu prazer hoje está na contemplação e no uso ocasional de algum objeto. Látex nas ligas, na blusa e no corset que seleciono. Muito látex negro, em contraste com minha pele branca e cabelo loiro. A luz já estava suave, cortinas fechadas, e meu vaivém pelo quarto exalava o cheiro da borracha e dos sapatos usados, misturados ao odor do meu corpo. A música já estava tocando; como é boa essa música! Os espelhos ao meu redor só fazem refletir meu corpo nu na luz morna, enquanto roço minhas pernas e preparo a cena para mim. Sinto um calor confortável em meus pés, que segue a linha interna de minhas coxas e sobe até o ventre. Quero me vestir de mim mesma, ser aquela carne que vejo no espelho. Olho para as roupas dispostas na cama e as desejo, quero senti-las. Sinto o toque das meias de látex. Sentada na ponta da cama, diante do espelho, subo aquele toque firme pela perna, um invólucro a vácuo até a coxa. Como fica bonito. Acaricio as meias, viro o corpo em frente ao espelho, para vê-las melhor. Passo as mãos pelas meias repetidas vezes com a desculpa - isso sempre me vem à cabeça - de alisá-las e grudá-las às minhas pernas. O brilho da luz cálida está lindo, e visto a blusa de borra