(Morro) AMOR DE INFÂNCIA
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Fabiana narrando
- Eu preciso de uma água – eu falo para ele.
- Você precisa ficar calma, ir até o posto, refazer os exames – ele fala.
- Posto? Refazer os exames? – eu pergunto
- Sim, você precisa ir – ele fala.
- Por que? – eu pergunto e ele me encara.
- Fabiana você precisa ir – ele diz.
- Estou doente? Estou doente? Com câncer? Eu vou morrer é isso? – eu pergunto.
- Não – ele fala – morrer assim você não vai – ele fala.
- Nem você está me assustando – eu falo para ele.
Ele se aproxima e me abraça meio forçado.
- Vai ficar tudo bem – ele fala.
A porta da sala é aberta.
- Está se acertando com seu marido depois de acabar com meu casamento? – o sotaque estranho denuncia que é Adele, eu me viro – eu recebi fotos de vocês transando em um motel, na sua casa – ela diz com raiva – você não deveria perdoar essa vagabunda que você chama de mulher.
- Vagabunda é a senhora sua vó – eu respondo – você deveria ir tirar satisfação com seu marido. Eu achavaque meu marido me traia, jamais fui bater de corna na porta das mulheres e sim batia nele.
- Ele me disse que vocês estavam se acertando, usou isso como pedido de desculpa – ele fala.
- VocÊ deveria escutar o marido que tem, deveria valorizar ele. – eu falo e ela começa rir.
- Valorizar traição Fabiana? – ela fala – vocês iam se beijar se o elevador não tivesse aberto.
- Adele né – Nem fala – vamos manter a calma, somos todas uma família.