Perdida na Memória
les mal poderiam imaginar que a vida só estaria começando e assim se deve incluir um período de muita luta ainda. Contudo, enfrentar a vida com seus alt
ável, esta sendo a tragédia que era o casamento dos pais - ou como chamava: o legado dos Giorni. Levando em consideração que seu relacionam
- o que era uma constância enquanto casados. Hoje, adulto, ele até poderia entender as ausências de sua mãe a fim de se distrair, fugindo por alguns momentos daquele relacionamento fracassado. Poré
ncia física da mãe não se devia apenas ao humor de Henrique Giorni, pai de Kal, porém, num hiperfoco, o jovem Giorni também tinha sua parcela de culpa, involuntária, mas tinha: sua aparência física, comportamento e at
emos dificultar a vida e nossos relaci
E, é curioso, a morte de Antony Giorni, aos 25 anos, sempre pareceu muito suspeita, embora acide
raízes e empreendendo mais do que fazendo e criando filhos, a cidade prosperou, ou melhor, o país prosperou. Não havia um Brasileiro, Português ou Italiano que não conheces
orni mais novo não tenha lá muitas recordações de Antony ou de qualquer outros membros de sua família, que não sejam seus pais e avô. Encontros em família, é cl
s 30, recordou de uma parte importante. Aliás, de uma parte soberana e, caso seu pai estivesse em sua plena forma de ogr
co contendo uma escova de dentes, uma pasta, gel para o cabelo, um gibi do homem aranha, uma muda de roupas e seu avião de brinquedo. Do motivo da fuga ele não se lembra, mas com certeza, se recorda de quando foi encontrado por um
a assim, para uma criança, equivalia a muito mais tempo do que o era na prática. Kalvin já não se lembra, todavia ele e Antony brincavam juntos, jogavam bola, faz
a de estar, sala de fumar, sala de leitura, sala de costura, sala das crianças e mais salas que não acabam mais. Assim, fez com que o jovem Kalvin, enfim, fugisse pela primeira vez. A
uer motivos, Alana, uma jovem vinda do Mato Grosso do Sul, a qual cuidava do menino Giorni desde o seu nascimento, enquanto ela tinha apenas 16; foi mandada embora. Ali
baixada Santista. Porém, Kalvin fez questão de apagar o máximo de lembranças possíveis deste ocorrido, o que lhe era tarefa fácil. Desde que se percebera gente, Kal fez de
ele. Nem questioná-lo sobre o imenso curativo em sua cabeça, marcas e arranhões pelos braços, enfim... Hoje, adulto, ele sabe que foi proposital e
chamar a atenção de seus pais com castigos vindos da escola, notas baixas, ou qualquer móvel quebrado
iorara. Não havia uma noite em que não sonhasse com aquela praia verde-azulada que ti
ão como em 'A Noite Estrelada' de Vincent Van Gogh. A pintura de Kal não gerava movimento ou vida, pelo contrário. Sempre usando cores escuras e frias, a sensação que tínhamos ao olhar para um dos quadros de Kalvin era a de terror, o seu terror noturno - algo que fascina a
areia gelatinosa e ácida. Seu céu não tinha qualquer estrela, lua, sol... O breu era tamanho que podia se confun