Ainda Não Acabou
AV
s meses que
qui, dirigindo meu 4x4 azul a toda velocidade pelas avenidas que rodeiam a praia (poluída) de Botafogo, com a adoradíssima companhia do meu melhor amigo,
saco repousa sob seus ombros. Eu o noto olhando para a paisagem lá fora com aquele indisfarçável brilho no olhar, o mesmo desde que aterriss
vestimentos que fiz na empresa deram mais do que certo, e meu melhor amigo e o segundo homem na liderança da Urus
falar em português mesmo quando estamos sozinhos, e eu já
o é? E já são onze da noite, precisamos ir pra casa. Estamo
mar sujo que, na cabeça dele, parece lindo e convidativo. E sim, ele usou a palavra "beliscar"
i nã
eu nem vou mergulha
gado de lixo
ocô" - ele ri. - Também temos "caca
enho que saber, sou eu que administro um curso
ar falar como um nativo
mesmo tempo, duas letrinhas que expressam perfeitamente o sentimento do l
nativo brasilei
Então volta a me implorar: - Dez
suspiro e
- faço uma breve pirraça, mas ele sabe que é pura ir
ativamente quente, mas aqui perto da praia está bem mais fresco. Na verdade, assim que desligo o carro e saio para o calçadão, sinto um vento frio gelando minha espinha. Franzo as sombrancelhas e fecho os últimos botões da minha ca
bana e Ipanema, quentes e arenosas. A praia de Botafogo tinha areia, mas possuía também uma divisão feita apenas de rochas escuras. Dava pra ver que algumas era
el da pequena mureta que separava o calçadão da praia propr
o mar terminava, já que o negrume de suas águas se misturava com o céu igualmente escuro. Eu dari
amigo. Provavelmente memórias de seu passado, que por mais distante que estivesse, ainda fazia parte do seu ser. Pelo menos as crises, surtos e a
uanto o dele. E apoiá-lo quando ele precisava desesperadamente se ap
ros se passaram quando e
Ga
centrado em frente. Então apont
uma silhueta a nossa frente. Se ficasse totalmente imóvel, poderia ser uma estátua. Mas agora a figura esguia tinha se mexido. Estava
novan na mesma posição, irrequieto e
e erguer. Estava de costas para a gente, mas deu pra notar que era uma garota, adolescente
conta de mim. Ela.
enti quando Donovan também se levantou. Ao
ÃO!
ue fez ao ouvir minha voz parecia letárgic
da no mesmo lugar. O som das ondas pa
olhos escuros estavam aterrorizados, as mãos inertes ao lado do corpo tremiam. Ela vestia uma blus
tinha ido me
o meu lado, já t
? Porque está
Reparei que apesar de estar bem magra, seu rost
to para que ela possa me ouvir. Começo a reti
. In
rsar com a gente
ram se arregalar mais. Ela olhou para trás, c
- grito mais uma vez. -
onovan. Ele colocou as duas mãos para cima num gesto apaz
do de Donovan. Também faço o gesto apaziguador.
gustiada. Está paralisada. Meu medo é que se desespere
tempo ela estava ali? Será que estava matutando sobre
evitar aquela tragédia. Sempre pensamos que somos incríveis, invencíveis e intocáveis, até vermos que não somos nada. Ali, implorando a forças misericordiosas que a pob
rápidos que o salvaram, e não eu. Agora eu realmente me encontrava numa situação em que absolutamente tudo d
ndo para que minhas palavras a
te ajudar. - Dou mais três passos, chegando a metade
Donovan permanece no mesmo lugar, silenciosamente
enos, rachados e azuis pelo frio. Dou mais dois passos.
restes a desmaiar de nervoso. Donovan deve ter r
cê, baixinha. Não se
. Espero que não note
ara. Então olha para a mão estendida e parece
amarga e horrível decisão. Senti meu coração acel
do de seus olhos, assim como o pequeno impul
mas nenhuma resistência foi oferecida. Carrego-a no colo e volto ajudado por Donovan, que estava pálido como j
instintivamente que ela provavelmente não vai conseguir se estabilizar. Aconchego-
caramos. Apenas com
corpo gelado da moça para Donovan. Destravo a porta de trás, da qual ele abre e se senta no ban
carro e saímos. Não dizemos uma