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Príncipe do Vinho

Príncipe do Vinho

kiolaFritiz

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Leituras
108
Capítulo

Alessa tinha apenas dez anos quando foi vendida a contragosto por seu pai e Domenico, recém-ingresso na fase adulta, dando a eles uma diferença exata de dez anos. Enrico propôs a seu filho que se casasse com a única filha dos Amatto, a fim de fundir os dois impérios do vinho na Itália. Inocentemente, Domenico concordou, imaginando que seu noivado seria com uma bela mulher. No entanto, ao chegar à casa de seu futuro sogro, ele descobriu que o acordo já estava fechado, com milhões de euros sendo pagos ao pai de sua noiva. Domenico ficou chocado com essa revelação e, ao deparar-se com uma menina de apenas dez anos, jurou que nunca mais perdoaria seu pai e que Alessa jamais se deitaria em sua cama. Anos se passaram e, de repente, Enrico informou a Domenico que o dinheiro havia sido pago e que o casamento aconteceria de qualquer maneira. Mentiras, traições e um profundo desejo de vingança surgiram ao longo desse caminho. Domenico rejeitou o noivado com todas as suas forças, enquanto Alessa sonhava em ser salva por seu noivo, já que vivia sendo maltratada pelo próprio pai. Nessa história de amor forçado, Alessa buscará encontrar seu caminho e superar os horrores de seu passado, enquanto Domenico lutará contra suas emoções conflitantes, ao mesmo tempo, em que tenta proteger a mulher que prometeu nunca amar. Enquanto a trama se desenrola, segredos sombrios serão revelados, colocando em risco não apenas o casamento arranjado, mas também a vida e a felicidade de ambos. Será que Alessa encontrará a liberdade e o amor que tanto almeja? E Domenico será capaz de superar o ressentimento e enxergar além das circunstâncias que os uniram? Nesta envolvente narrativa, os protagonistas embarcarão em uma jornada repleta de reviravoltas, paixões arrebatadoras e a busca pela redenção, enfrentando os desafios impostos por um destino cruel.

Capítulo 1 1

DOMENICO MACERATTA

PIEMONTE | ITÁLIA | 09:00

━═━═━═━═━═━═━═━═━

Olhei os relatórios que Teodoro me entregou sobre a safra de Cuneo e senti um grande aperto no peito.

— Tem certeza, Teo? — acenou em afirmativo antes de se pronunciar:

— Sabe que não iria propor se não fosse necessário, essa colheita ainda saiu boa, contudo, a acidez foi 70% acima e já temos duas anteriores na média dos 58 a 65% que ficara mais tempo no descanso. — pegou em sua pasta os relatórios anteriores que já tenho conhecimento — Pode analisar, se esperarmos mais uma talvez seja trabalho em vão e o tempo de descanso leve 20 anos, podar é a melhor solução.

— Não acredito que terei que vivenciar isso! — meu dia acabou de torna-se péssimo — Meu tio, o que disse?

— Ainda não contei a ele, falarei com Enrico também. — acenei em afirmativo.

— Obrigado por me alertar. Bem, depois quero falar das novas terras que comprarei amanhã, assim que fechar o negócio quero que vá até lá. — comuniquei indo buscar as referências do solo — Veja.

— Posso ler com calma? Sabe que não faço nada correndo. — disse que sim — Bom, meu amigo, tenho que ir, preciso regressar à vila Mattiazzo a nonna anda reclamando do meu sumiço.

— Ouço falar da sua avó com tanta frequência que tenho vontade de conhecê-la. — comentei, sincero.

— Vá à festa da sangria da minha tia Nena, não é para me gabar não, antes de me tornar um ótimo enólogo, aprendi com ela sobre fermentação e daí surgiu minha paixão.

— Ansioso, lembre-me próximos à data, faço questão de conhecer sua família. — apertou minha mão — Boa viagem e leia tudo que está aí, provavelmente trabalhará de Cuneo de agora em diante.

— Pelas uvas? — fizemos nosso toque ridículo da época da faculdade — Vamos até o inferno!

— Até o inferno! — confirmo — provavelmente só nos falamos amanhã, vou a Paris nesta tarde, mas retorno em 24h.

— Boa viagem. Agora vou indo. — acenei e o vi sair e antes de fechar a porta passou uma cantada em Tereza.

— Idiota! Não muda. — me sentei e voltei a trabalhar.

As horas passaram arrastadas e minha ansiedade parece ter desacelerado, o tempo. Levantei e fui de encontro a grande janela que enquadra perfeitamente a cidade de Piemonte. Não paro de pensar no evento que acontecerá mais tarde. Estou bem confiante e não tenho dúvida de que conseguirei o que tanto desejo.

— Não sei ao certo em que momento Alessa me enfeitiçou.

Murmurei para mim mesmo enquanto um sorriso puro que só ela consegue arrancar de mim, ganhou vida em meus lábios.

— A única coisa que sei é que irei resgatá-la. — respirei tranquilamente e voltei a me sentar.

Retomei o trabalho para não criar situações sem sentido em minha cabeça, pois era óbvio imaginar o pior: — Hoje minha noiva sairá de lá comigo, e isso é um fato! — cantarolei olhando os papéis que Teodoro me deu, não acreditando que passarei pela primeira podagem das minhas vinhas sob os meus cuidados.

Tentando não pensar nisso foquei nos novos lotes de terras que comprarei para expandir meu lindo vinhedo e amanhã conhecerei o proprietário das terras para dar início a negociação.

Desejo que seja a primeira e única tentativa, visto que o solo é ótimo e não quero mais um vendedor se achando espertinho por fazer negócios com a E’vino Maceratta.

Estava idealizando o primeiro encontro com o Sr. Lazzo quando minha porta foi escancarada batendo com toda força contra a parede.

Puxei o ar por minhas narinas para conter minha vontade de matar esse Figlio di puttana que se intitula meu sogro.

— Domenico, minha filha está desaparecida há mais de 20 dias, o que fará para resolver isso? — questionou batendo em minha mesa como se fosse ele o dono do lugar — DIGA!

— O que espera que te responda? — me recostei em minha cadeira para admirar seu teatro, e nada respondeu — Veremos, suponho que sua curiosidade é com relação ao acordo inicial, correto?

Engoliu em seco confirmando minhas suspeitas.

— Qual? Faz tantos anos que não me recordo. — o cínico endireitou a postura.

— Claro que lembra — confirmei com tranquilidade e tornou a dizer que não se recordava —, te lembrarei.

— Não falemos disso, quero minha.

— Faço questão! — o cortei antes que fizesse seus dramas — Me refiro a um acordo feito a Dez anos atrás em que vendeu sua única filha para meu pai, por um valor absurdo, onde fui forçado a noivar a contra gosto. Enfim, esse não é o foco, mas saiba que se esse casamento não acontecer, terá que devolver os milhões que lhe foi dado. — sua cara mudou de cor.

Minha secretária entrou assustada e sabendo não ser culpa dela pedi que nos deixasse a sós.

— Com licença. — sussurrou voltando por onde veio.

— Não seja petulante e me responda! — tornou a berrar, me levando a alisar minhas têmporas — Quero minha filha de volta.

— Veja bem, acredito que tenha que clarear sua mente para que consiga entender que não deve em hipótese alguma invadir meu escritório, Vittorio. Alessa encontra-se desaparecida por incompetência sua, já que seu único dever era cuidar da minha futura esposa até o dia do nosso casamento que irá acontecer em dois meses contados a partir de hoje, então por obséquio, se retire da minha sala.

— Mas.

— Sai! E só aceito ver sua cara decrépita no dia do meu casamento, isso, por ser pai dela, se não, nem seria convidado! — minhas palavras deram a sua face um tom avermelhado.

— Está de brincadeira, porra!

Me levantei tendo plena convicção que não conseguirei focar no trabalho e a minha única saída é dar um pouco de sanidade a esse velho ridículo.

— Sou seu sogro, se não me respeita como tal, que seja ao menos por minha idade avançada, garoto.

— Tem ideia do que acabou de dizer? Se bem me lembro, vendeu sua filha por uma grande fortuna e agora diz que a ama?

Contemplo com satisfação enquanto admiro fraquejar em sua pose de merda de homem mais velho e pai do ano.

— Tens muita sorte, digo, tanto você quanto meu pai, por ter me apaixonado por Alessa. Outra coisa, saiba que comigo, estará mais segura, do que contigo!

— O que deseja insinuar com isso?

— O óbvio! Vendeu sua filha para manter sua vida de luxo, então não venha com seu discurso de pai preocupado, porque não acredito nesse seu teatro.

— Me respeita, desgraçado! — exigiu se aproximando, me levando a dar um passo para trás.

— Pensa que pode vir aqui e gritar comigo ou que tem o direito de exigir alguma coisa? — questionei seriamente — Saia daqui antes que mande dar um fim à sua medíocre existência! Tire sua bunda arcaica da minha sala imediatamente!

— Vejo bem a classe de homem com quem fiz negócios — seu tom era irônico —, é do tipo que manda fazer e não mete a mão na massa.

Com repulsa fui até ele e golpeei sua cara sem piedade com um belo tapa que o fez cambalear.

— Primeiro, te odeio por tratar sua filha como um negócio, e isso só me faz sentir mais nojo ainda de você, miserável! Segunda, mando porque tenho condições para isso, porque geralmente o homem que está acima, já passou da fase de fazer e começa delegar funções — expliquei segurando em seu pescoço —, mandar fazer o que quero é só o fardo de ser o chefe aqui, o poderoso ou rotule como achar melhor.

— Não seja ridículo! — sua voz saiu estranha devido ao meu aperto e o soltei — Alessa é minha filha e a amo!

— Não perderei meu tempo contigo, mas resolvi matar sua curiosidade e peço que escute com bastante atenção.

Alisando o pescoço me encarou.

— Buscarei Alessa e tenha em mente que irá para minha casa e a mesada para bancar minha noiva acabou ou pensa que não tenho conhecimento que o dinheiro que envio para os estudos dela são gastos com esbórnia? — grunhiu alto antes de se pronunciar:

— Temos um acordo, lembra? Alessa será sua quando se casarem! — sua voz não era das melhores — Me leve contigo, quero resgatar minha filha.

— Quem carrega esterco e carroça, não eu. Sabe que não quero você ao meu lado. — comuniquei abertamente — Foi você o primeiro a falhar nessa negociação, seu único dever era protegê-la e faltando dois meses para o casamento me fez uma merda dessa.

— Não foi minha culpa, ela saiu para comprar.

— Não me interessa! De agora em diante serei eu pessoalmente a fazer isso.

Vendo que não tem argumento que me faça mudar de ideia saiu sem dizer uma palavra.

Alisei meu rosto ponderando meu estresse.

O único motivo de não estar morto é que a última clausula me impede de mandar ceifar a vida deste velho miserável, já que exigiu levá-la até mim no altar.

Sentei-me e voltei a focar no trabalho, sendo que em poucas horas estarei indo buscá-la.

****

Ao meio-dia fui direto para minha casa. O desejo e a ansiedade de vê-la pertinho de mim, estava me consumindo a ponto de não conseguir forcar em mais nada alem desse maldito leilão.

Mal coloquei meus pés em minha sala Emilia veio me receber.

— Emi, estarei trazendo a futura dona dessa mansão para finalmente morar conosco. Preciso que deixe seu quarto pronto, por favor — sorriu, pois é nítido sua felicidade —, confesso que não estou me aguentando de ansiedade para compartilhar essa casa com ela.

— Que ótima notícia Nico, devo deixar qual dos aposentos à disposição da minha senhora? — questionou, seguindo-me para o segundo andar.

— Faremos da seguinte forma, ela ficará com o meu, prepare o de hóspedes no fim do corredor para mim, por gentileza. Compre dálias negras que é sua flor favorita e coloque em nosso quarto, desejo que troque as roupas de cama para um tom claro e deixe o cômodo o mais arejado possível.

Fui desferindo as exigências sabendo que junto a equipe que coordena executaram muito bem todas elas.

— Outra coisa, chegará três cavaletes de madeira, ainda hoje, mande colocar um em nosso quarto e outro na cozinha. Tive conhecimento que gosta de pintar no local enquanto espera o almoço. O maior nos fundos, quero que tenha inspirações com à vista do meu vinhedo pessoal.

Comuniquei, de modo que realize meu desejo que é enquadrar meu lindo vinhedo em uma de suas telas e ficarei muito feliz quando isso acontecer.

— Outra coisa, só retorno para casa amanhã.

— Sim, senhor! — virei-me de modo a encará-la, por sentir mudança em seu tom de voz — Posso saber como será com a serpente que possui em seu quarto?

— Assim como estamos protegidos quanto a isso, é só manter o esquema que ficará tudo bem — concordou e voltamos a seguir até meu quarto — deixe todas as minhas coisas aqui! Só dormirei lá, minha rotina será feita nesse.

— Como desejar. Posso colocar flores no primeiro andar, também? — disse que sim e sentei-me na cama para fazer uma ligação — Com sua licença.

Retira-se me dando privacidade e no segundo seguinte liguei para Andrea que atendeu no primeiro toque.

— Chefe!

— Já fez o que mandei? — questionei sendo que em algumas horas estaremos indo para a França.

— Sim! Expliquei diretamente ao Ângelo como deseja que o serviço seja realizado e será efetuado assim que estiver longe do local. — fiquei satisfeito com essas informações.

Exigi que desse leilão apenas as garotas que ainda estiverem lá sejam salvas, dado que não posso fazer nada quanto as que já tiverem saído.

— Já estou me preparando para a viagem. — comunicou.

— Estou fazendo o mesmo, e Andrea, você voltará hoje, necessito que faça um trabalho para mim.

— O que deseja?

— Preciso que vá até a casa do Vittorio e pegue algumas roupas da Alessa para Emilia usar como base na compra das novas. Deste modo não se sentirá tão desconfortável com um estilo diferente, depois da compra seguirá para Cuneo estarei lá a sua espera.

— Deixa comigo. Em duas horas estarei indo te buscar. — me informou e desligou.

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