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JOGO DE SEDUÇÃO...

JOGO DE SEDUÇÃO...

RENATA PANTOZO

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40
Capítulo

Gosto de sentir e causar ciúmes. Tenho prazer em deixar minha mulher possessiva, louca, desejosa e excitada em me ver com outra mulher. O mesmo acontece comigo. Saber que outro homem deseja minha mulher me deixa cheio de tesão, mas nós não traímos. Nós apenas nos levamos ao limite do ciúmes, para depois termos a melhor foda de nossas vidas. Talvez a minha atual jogada de sedução, seja um grande perigo para mim. O jogo de sedução pode virar e posso acabar me queimando no fogo da deliciosa e sedutora amante de mentira.

Capítulo 1 1

NARRAÇÃO DANIEL

Olho em volta antes de entrar na boate. Detestaria ver alguém conhecido. Meu nome logo rodaria em todos os jornais e revistas de forma errada, como o milionário tarado que vai em boates. Se bem que sou um bilionário tarado entrando em uma boate. Mas não vim para ver mulheres. Vim para ver uma mulher em especial. A dançarina Afrodite ou como prefiro chamar, Melissa Marques. Não procuro à dançarina, mas a mulher que pode me ajudar a causar um ciúmes maravilhoso em Isabel, minha linda, atraente, enciumada e possessiva mulher. Temos uma tara em causar ciúmes, tornando nossa relação sexual mais intensa. Ela já conseguiu me levar ao limite do ciúmes, mas ainda não consegui muita coisa. A filha da mãe parece ter controle e confiança demais em mim.

Passo pelo segurança e entro na boate. Logo as luzes desfocadas em meio à escuridão quase me cegam. Ando tentando focar nas atendentes e homens que transitam pelo local. Procuro um canto ou uma mesa para ficar e o único espaço que encontro é no canto do balcão. Assim que encosto peço uma cerveja e procuro pela descrição que me deram da Afrodite. Alta, longos cabelos castanhos escuros, boca carnuda, nariz levemente afinado e um corpo de tirar o fôlego. Ignoro a narrativa dos seios e das curvas de forma detalhada. Meu irmão parece obcecado por essa mulher. Lembro também que me disse que ela tinha olhos azuis. Procuro a minha volta e nada que me remeta aos traços da Afrodite. Anunciam uma dança e as luzes agora focam no palco, deixando tudo em volta na escuridão. Uma música muito sensual surge e foco no palco, para ver a dança. Nessa escuridão não vou ver nada, muito menos a mulher que procuro.

Uma mulher de sobretudo com capuz entra no palco. Passos lentos como de uma bailarina. Não consigo ver seu rosto, mas a forma como caminha é bem sedutora. Para de andar e a batida da musica faz meu corpo vibrar. Suas mãos começam a abrir os botões do sobretudo e meus olhos, assim como de todos no local, focam na parte que vai se expondo. A mulher tem a pele branca e delicada, parecendo macia de se tocar. Usa por baixo do sobretudo uma roupa íntima na cor vermelha. Calcinha, sutiã, meias até a coxa e um salto bem alto. Sua cabeça está baixa, impedindo que veja seu rosto. Os homens já estão em delírio apenas com isso. Seu corpo se move no ritmo da musica que vai ganhando intensidade. Em uma batida alta, a mulher puxa o capuz e seu rosto aparece. Prendo a respiração quando seus olhos focam os meus. Ela é a Afrodite!

Agora entendo porque Júlio falava tanto de seus olhos azuis. Eles são tão grandes e a cor tão clara, que parecem me sufocar. Seu sobretudo vai ao chão e então finalmente ela dança com toda a elegância e sensualidade. Muito dinheiro é jogado no palco, mas ela não pega nenhum. Fica em sua dança e tenho certeza que esse corpo fez ballet por muitos anos. Evito ficar olhando muito. Não foi pra isso que vim aqui. Foco em minha bebida, esperando ansioso que isso acabe logo e eu possa conversar com ela. Quando não escuto mais a musica, olho para o palco e os homens estão empolgados, excitados e loucos por ela, que apenas recolhe seu sobretudo em meio ao dinheiro e voltando a se cobrir, vai embora. As atendentes recolhem o dinheiro e é a minha hora de chegar até Afrodite. Ando em meio às pessoas, focado em chegar ao camarim. Dois seguranças estão parados em frente à porta que dá acesso ao camarim.

- Proibido entrada de clientes.

- Preciso ver a Afrodite!

- Ela não vê clientes.

- Avise que Daniel Brandão deseja falar com ela.

Digo meu nome, na tentativa de que os seguranças entendam quem eu sou e me libere a entrada.

- Afrodite não recebe ninguém após o show.

- Não sou ninguém! Sou Daniel Brandão!

- Cara! Podia ser Deus aqui, ela não o receberia.

- Imagino que Deus não iria frequentar um lugar desses.

O segurança dá um passo pra frente, me intimidando.

- Afrodite não faz programas, apenas dança. Então procure outro lugar pra enfiar essa sua rola rica.

Certo! Já percebi que não vou conseguir nada aqui. Imagino que não aceitariam dinheiro pra me liberar. Afasto-me e tenho uma idéia. Se ela dança e vai embora, deve sair pelos fundos. Corro para a saída, pago minha consumação e minha entrada para ir embora. Assim que saio, rodo a boate e encontro a porta de saída. Antes que consiga me aproximar, a porta se abre e alguém sai.

- Melissa Marques!

Ela para de andar e vira. Não parece mais a mulher sedutora do palco. Usa um jeans básico, uma blusa fina de mangas na cor branca e um tênis. Em suas costas uma mochila.

- Não fiz nada dessa vez.

Me aproximo rindo.

- Quero conversar com você.

- De onde me conhece?

- Da boate.

- Se fosse da boate, me chamaria de Afrodite.

- Prefiro Melissa.

- Prefiro que me deixe em paz.

Vira pra ir embora e seguro seu braço.

- Vamos conversar.

- Não converso com clientes. Não faço programa e não adianta me oferecer dinheiro, todo o dinheiro do mundo.

- Não é pra isso que preciso de você.

Seu corpo relaxa e ela volta a virar pra mim. Vira e me encara com firmeza.

- O que você quer?

- Que tal um lugar pra conversar?

Ela olha em volta e começa a andar em direção a uma lanchonete. Ando atrás dela e imaginei um restaurante mais limpo. Entra na lanchonete e senta em uma das mesas no canto.

- Seja rápido! Terá o tempo de um suco.

Ergue a mão e a mulher no balcão parece já conhecê-la e saber o que quer. Elas se comunicam pelo olhar.

- Quer alguma coisa?

- Não, obrigado!

Não vou comer nada daqui. Por mais que pareça limpo, melhor evitar.

- Fala!

- Quero que se passe por minha amante.

- O quê?

- Preciso que finja ser minha amante, para causar ciúmes na minha mulher.

- Por que quer causar ciúmes na sua mulher?

- Porque isso excita a nós dois. Sei que parece estranho, mas sentimos tesão nisso. Em provocar sentimentos extremos, possessivos.

- Por que gostam disso?

O suco chega e espero a garçonete sair de perto.

- Por que a foda é alucinante depois. Quando atingimos o extremo do ciúmes.

Melissa fica me olhando e não consigo decifrar o que se passa na sua cabeça.

- Por que eu?

- Porque preciso de alguém sexy, sedutora, linda e inteligente.

- Inteligente?

- Sim! Vamos fingir ter um caso e isso significa que ficaremos a sós muitas vezes. Não vamos trepar, então conversaremos.

- Como sabe que sou inteligente? Posso ser um corpo bonito e vazio.

- Formada em história, pós graduada em artes e fala quatro idiomas.

- Como sabe de tudo isso?

- Não entendo como uma mulher como você perde seu tempo nessa boate.

- Como sabe de tudo isso?

- Pedi para algumas pessoas levantarem sua ficha. Não consegui muito, mas o que me interessa. Seria desagradável demais ficar em um quarto fingindo uma foda, com alguém sem cérebro.

- Acho que vai ser assim comigo. Imagino que no quarto eu serei a inteligente e você o sem cérebro, pau mandado da mulher. Aposto que ela é loira tingida e você a sustenta, não deve trabalhar.

Bingo! Descreveu Isabel perfeitamente. Ela não é a mulher mais inteligente do mundo, mas fode como uma vadia e isso me basta.

- Formado em Administração, pós graduado e com doutorado. Falo seis idiomas e mais dois idiomas extintos.

Poderia ter filmado a cara que faz agora, poderia gozar vendo e revendo o olhar em choque.

- Não sei o que falaram de mim, mas não faço essas coisas.

- É justamente por não fazer, que quero você. Contratar alguém profissional para ser minha amante falsa seria burrice demais.

- Qual sua segunda opção?

- Não existe uma segunda opção, vai ser você e pronto.

Sua risada alta chama a atenção de todos. Levanta pra ir embora e se quer bebeu seu suco.

- Cada louco!

Sai andando e jogo algumas notas sobre a mesa, indo atrás dela.

- Melissa!

Grito e ela não para de andar. Atravessa a rua e corro em sua direção. Alcanço seu braço e a viro pra mim. Seu corpo se choca contra o meu e seus olhos me encaram. Enormes e intensos olhos azuis.

- Não me faça implorar! Odeio fazer isso!

Um sorriso sedutor ganha seus lábios.

- Implore!

Sussurra com a boca perto da minha.

- Me excito com homens implorando, tenho tesão no desespero de vocês.

Puxo seu corpo mais para o meu e sua respiração se mistura com a minha.

- Seja minha amante!

Sua boca vem para o meu ouvido.

- Não!

Sussurra e respiro fundo.

- Por favor!

Sinto seus lábios tocarem minha orelha.

- Daniel Brandão implorando é sexy pra caralho.

Não disse a ela meu nome, como sabia quem eu era?

- Mas minha resposta ainda é não.

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