Quando ela acordou, se viu em um lugar completamente diferente. Sua cabeça latejava de dor e tontura. De longe ela escutava alguém chamando por seu nome, mas não conseguia processar ou responder naquele momento. Como um choque, as lembranças veio freneticamente em sua cabeça. Com tanta informação ela apertou os dentes e segurou forte no beiral da cama, com o intuito de reduzir a dor. Infelizmente ela não aguentou, pois seu corpo já estava muito fraco, e acabou desmaiando...
Quando ela acordou, se viu em um lugar totalmente diferente. Tudo que conseguia se lembrar era do momento em que viu a faca se aproximando do seu coração, como se estivesse em câmera lenta. Depois do impacto ela ainda conseguiu vislumbrar o rosto do seu assassino, que não era outro ,senão seu amor.
Provavelmente o que mais doeu não foi a facada, mas sim o fato de ter sido traída pela pessoa que ela mais confiava e amava.
E esse era o único jeito de alguém conseguir machuca-la.
Órfã desde os três anos de idade, ela fazia parte de uma organização secreta que se especializava em várias áreas como assassinatos, roubos, sequestros, etc.
Essa Organização aceitava todo tipo de trabalhos, desde que pagassem bem. Possuíam uma rede de informação e agentes infiltrados em todos os países.
Quando fora abandonada, um agente asiatico a encontrou e a levou para a sede de treinamento, onde muitos entravam, mas poucos saiam.
Ninguém sabia de suas origens, a única coisa que foi encontrada com ela, foi um colar transparente em forma de uma flor chamada de "flor de vidro", e por esse motivo colocaram seu nome de Hana, que em japonês significa flor.
Muitos dizem que quando morremos, vemos nossa vida passar como filme, em questão de segundos. Nesse curto período de tempo ela lembrou de tudo que ela viveu naquele lugar. Do momento em que chegou ela foi treinada da pior e mais severa maneira possível, desde passar fome, tomar todo tipo de veneno para se tornar imune, falar várias línguas, aprender todos os estilos de luta, aprender a usar todo tipo de armas, etc. De várias outras coisas, as únicas que ela gostou foi a medicina e sobre venenos. Eram muitas crianças que entravam naquele "inferno", mas somente os gênios tinham valor real. E ela se destacava em tudo que fazia. E foi ali que ela conheceu seu companheiro Léo e sua "amiga" Jane, que ela achava que eram sua família.
Aos 10 anos de idade todas as crianças eram mandadas para um teste de sobrevivência em um determinado lugar. Hana foi sorteada com mais 4 pessoas para sobreviver em uma mata fechada em uma ilha com muitos riscos para a vida, com animais selvagens à tribos canibais. Coincidentemente Léo e Jane, faziam parte desse grupo e juntos deveriam lutar por suas vidas. Como Hana se destacava em tudo que fazia, todos a viam como uma líder, então era óbvio quem seria a líder do grupo. Os integrantes do grupo eram formados pelas seguintes pessoas; Léo que era alto e forte, mas não musculoso, pele branca levemente bronzeada com seu cabelo e olhos castanhos escuro. Sua aparência jovem já denunciava como ele seria bonito quando maior, seu ponto forte era as armas brancas, como facas, adagas, espadas, etc; Jane, pura e inocente, aparentemente, era loira e tinha os olhos azuis, magra e esbelta, se especializava em infiltração, manipulação e veneno; Marco era um jovem atlético e varonil, com uma aparência mediana, se destacava em lutas corpo a corpo; Mike tinha um estilo mais fechado era magro e alto, tinha um charme nerd, se destacava em armadilhas e espionagem tecnológica; e por última e não menos importante, Hana, provavelmente a jovem mais linda daquele lugar, sua pele branca e macia, retratava uma donzela pura e doce, até você fitar seus olhos, eram verdes vibrantes, um olhar confiante, determinado e intimidador, que faria qualquer um desviar o olhar. Talvez por instinto, sua aura não permitia que se aproximassem dela, apesar da sua beleza, poderia ser mortal, devido à tudo que ela passou, podia-se ver a frieza em seu entorno. Seus belos cabelos compridos e castanhos preso em rabo de cavalo, deixava algumas mechas deslizarem por seu pescoço esguio e charmoso. Uma verdadeira beleza.
Com o grupo apresentado, sua missão era passar 3 meses nessa ilha e sobreviver. E esse foi o único grupo que voltou com todos os cinco membros. Perante as adversidades eles se tornaram como irmãos, pois tinham que confiar suas vidas uns aos outros, e nesse tempo aconteceram muitas outras coisas, como o nascimento de uma paixão da parte de Léo por Hana, uma injeva da parte de Jane por Hana.
Dos dez anos até aos 18 anos, eles conviveram e sobrevivem juntos ao treinamento, e nesse período Léo conseguiu conquistar o coração de Hana. E Hana o ódio de Jane, já que a mesma tbm amava Léo.
Ninguém sabia a verdadeira localização da Organização, as pessoas que sobrevivessem a todos os treinamentos, em seguida eram mandados para fazer missões pelo mundo inteiro, e não foi diferente com eles. Porém Léo e Jane tiveram uma missão em comum, que era se infiltrar em uma multinacional e roubar alguns dados, e essa missão durou 6 meses, tempo suficiente para Jane e Léo desenvolverem uma relação, sem o conhecimento de Hana. Nesse período ela já era mundialmente conhecida entre os espiões pôr sua taxa de 100% de sucesso nas missões, ganhando assim, o respeito e admiração de todos; mas também a inveja e ódio de outros.
Após um ano e meio, quando ia completar seus 20 anos, Hana foi convidada por Léo, para fazerem uma missão juntos, que era roubar um diamante rosa mais raro do mundo. Ele disse que seria o presente de aniversário dela, e ela se sentindo muito feliz e amada, concordou na hora.
O diamante pertencia a um magnata chamado Julian Miller, que possuía muitas empresas em vários ramos industriais, e era muito respeitado. Nenhum agente da Organização se atrevia a mexer com a família Miller e seu conglomerado, pois o preço a pagar seria com a vida, se desse sorte, talvez ficasse somente deficiente. Mas Hana era muito destemida, ou talvez muito confiante, pois nunca pensou que algo poderia dar errado.
O diamante ficava em sua residência particular, no qual era vigiado 24h por dia, sem brechas na segurança. O único jeito de entrar, era se infiltrar na equipe de segurança e roubar a jóia sem fazer alarde. E Hana, assim fez, porém ela entrou sozinha, Léo ficou na retaguarda, dando auxílio se algo desse errado. Tudo foi planejado minusiosamente e não havia espaço para erros, o plano era substituir um dos guardas, entrar na sala de monitoramento e ativar o vírus no sistema, dando autorização de acesso, para alterar as imagens das câmeras e desativando os alarmes. Porém, quando Hana ativou o chip, o alarme ressoou com força, alertando a todos que entraram em formação de alerta máximo. Não se sabia de onde saíram tantas pessoas, Hana apenas sabia que teria que lutar por sua vida, e foi isso que ela fez, e inesperadamente Léo ficou incomunicável todo esse tempo.
Com muito custo, Hana conseguiu escapar do cerco, e foi direto para o local de encontro, onde combinou com Léo, mas estava tão cansada por lutar com várias pessoas ao mesmo tempo que não percebeu que havia mais uma pessoa no lugar. Assim que chegou viu Léo indo ao seu encontro, seu rosto mostrando muita preocupação, o que fez suas dúvidas em relação à ele não ter lhe ajudado, se dissipar, abaixando a guarda diante dele. No próximo minuto que ele se aproximou, ela sentiu apenas a faca entrando em seu peito, seus olhos demonstravam descrença e tristeza quando olhou para a pessoa que a esfaquiara. Foi então que ela percebeu a pessoa atrás dele, não era outra , se não Jane, que estava sorrindo ao ver aquela cena. Ela chegou por trás e disse:
Jane: "Bom trabalho meu amor! "
Aquelas palavras dilaceraram o coração de Hana muito mais que a faca. Tossindo sangue sem parar, ela perguntou entredentes:
Hana:" Porque? "
Léo: "Você não sabe mesmo? "
Ele a olhou com raiva e desdém.
Hana: "Porque?"
Leo: "Você pediu por isso! Você é culpada por isso! E ainda me pergunta o porquê?"
Hana: "Não entendo."
Léo: "Hahahahah. Eu passei 8 anos da minha vida tentando te conquistar, te fazer minha e você nunca se entregou para mim. Você se considera melhor que todo mundo, não é mesmo?
Desculpa se não sou bom o suficiente para você, "melhor agente". Acontece que achei alguém que me ama de verdade e está disposta a se entregar por completo à mim. Não é mesmo Jane?"
Ele falou olhando para Jane.
Jane:" Claro que eu te amo. Eu sempre te amei."
Jane chegou perto do ouvido e Hana e disse:
Jane: "Finalmente você tem o que merece, sua idiota. Agora morre de uma vez, e desaparece para sempre. Hahaha. Finalmente eu serei a número um."
Olhando sinistramente com desprezo para Hana, ela disse:
Jane: "Como você se sente, sendo traída por seu homem , que achou que te amava e por sua "amiga" que achou que fosse leal? Hummm?!
Eu sempre te odiei, pelo fato de você ser mais bonita, de sempre chamar atenção de todos, de ser melhor em tudo, e principalmente por ter conseguido namorar com meu Léo. Sua vadia. É isso que você merece por ter roubado tudo que deveria ser meu. Por isso eu vou ficar com tudo que era seu. Sabe, foi muito cansativo bancar a boazinha inocente na frente das pessoas, principalmente na sua, minha vontade era desfigurar sua cara. Mas Léo ainda pensa que sou pura e inocente, então tenho que encenar na frente dele. Foi assim que consegui entrar no coração dele, pouco a pouco, graças ao complexo de inferioridade dele em relação à você, foi fácil fazer ele te odiar.
Agora que tudo está no seu devido lugar, você pode morrer de uma vez por todas."
Somente depois dessa explicação Hana Conseguiu ver o quanto ela foi idiota, por confiar nas pessoas erradas. Ela nunca iria confiar em outras pessoas novamente. Mas, de que adiantava, ela estava morrendo. Nesse momento ela lembrou de seu colar que estava em seu pescoço, deitada no chão com a cabeça inclinada na parede, ela agarrou seu colar com a mão ensanguentada e olhou para o casal de pombinhos, com ódio e remorso, falou:
Hana: " Vocês nunca serão felizes, nem que eu tenha que voltar dos mortos, eu não vou deixar isso barato"
Deixando essas palavras, Hana fechou seus olhos e deu lugar à escuridão silenciosa. Ela finalmente morreu.
Ou foi o que ela pensou, até acordar em um lugar diferente com alguém a sacudindo e chorando em cima dela. Seu corpo doía, como se um caminhão tivesse passado por cima. Com muita dificuldade ela conseguiu abrir os olhos e olhar ao redor, e o que viu foi uma mulher já idosa chorando e tentando acorda-la, e focalizando ao redor, notou que estava em um quarto apertado.
Havia um guarda-roupa simples e pequeno, uma escrivaninha surrada e a cama de solteiro, qua ela estava deitada, e não era nada confortável.
Em pensamentos, Hana se perguntou se havia sobrevivido, talvez alguém a tenha salvado no último momento. Mas quase que no mesmo instante, sua cabeça começou a doer absurdamente. Memórias que não eram suas, vinham como turbilhão de informação em seu cérebro. Com seu corpo fraco, não resistiu e acabou desmaiando. Porém, antes de desmaiar, ela tinha certeza de uma coisa, esse corpo não era o dela.
Capítulo 1 Reencarnação
15/11/2023