Ana, uma jovem do interior com uma cicatriz misteriosa, e Lucas, herdeiro de uma família libanesa, são unidos por uma amizade que transcende aparências. Enquanto Ana revela sua cicatriz, símbolo de superação, Lucas compartilha a história de seu nariz, marcado pela herança árabe. Juntos, enfrentam os desafios do crescimento, separados pelos horários escolares, mas unidos pela amizade e por Leona, a amiga vibrante que traz leveza aos seus dias. Entre risos, lágrimas e descobertas, eles desbravam um novo capítulo repleto de conexões, desafiando preconceitos e aprendendo que a verdadeira beleza está nas cicatrizes que moldam suas histórias.
Capítulo 1 A marca de Júlia
Ana hesitou por um momento antes de remover as mechas de cabelo que sempre escondiam sua cicatriz.
Era a primeira vez que estavam juntos após Lucas pedir ela em namoro ao seu pai.
Ele a olhava com um sorriso bobo no olhar e ela com um pouco de vergonha afastou a mão dele do seu rosto.
Até que tomou coragem e falou:
"Lucas, há algo que eu nunca te contei", disse ela, revelando a marca em sua sobrancelha. "Foi um momento difícil, mas é parte de quem eu sou." Lucas segurou delicadamente o rosto de Ana, olhando nos olhos dela sem entender.
Você está falando dessa cicatriz no seu rosto?
A cicatriz não era apenas uma marca física, mas uma história de superação e força.
Ele acariciou suavemente a cicatriz com o polegar, como se estivesse traçando os contornos de uma narrativa escrita em sua pele.
"Ana," disse ele com sinceridade, "não importa para mim como você tem essa cicatriz. Ela faz parte de quem você é, e eu acho que é linda."
Ana sorriu, sentindo um peso sendo aliviado. Não era a primeira vez que alguém via a cicatriz completamente, mas aquele era um momento especial e ela se sentiu acolhida com aquele elogio aceitando todas as partes dela, inclusive as marcadas pelas dificuldades da vida.
Em todos esses anos, Ana só tinha mostrado totalmente o seu rosto para a Leona. Ela se sentia tão estranha quando via seu rosto no espelho.
Ao longo dos anos, a cicatriz tornou-se um símbolo de sua jornada compartilhada. Em momentos de alegria, eles riam juntos, celebrando a força que os unia. Nas tristezas, a cicatriz era um lembrete silencioso de que, apesar dos obstáculos, eles haviam escolhido enfrentar a vida lado a lado.