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O HOJE É PARA SEMPRE
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Capítulo

Uma jovem mulher que estava em casa e cuidando de seu filho. Vivendo sob o ciúme doentio do marido ciumento. Até que um dia um jovem rapaz entra em sua casa falando de amor. Ao apertarem as mãos tudo muda.

Capítulo 1 PRÓLOGO

Nas suas idas e vindas do trabalho Kimberly atendia ao celular uma ligação normal de sua amiga. Ela caminhava de volta pra casa para provar um almoço delicioso.

– Sim Marcília farei cabelo amanhã à tarde, quero loiro pla-tinado.Ela sorria.Distraída com aquela conversa, já se passava das onze e meia da manhã, o calor pelas ruas de Óbidos era de matar.

– Sim Marcília aquele meu amigo está aqui, quero me trans-formar, ser irreconhecível pra ele. Seus olhos brilhavam diante daquele calor. Provavelmente uma chuva a caminho. A felicidade posta em sua face não duraria por muito tempo. Ela estava com fome, e seus passos se tornaram lentos ao subir a Lauro Sodré em seu forte declive.

À sua frente uma árvore grossa, um pé de mangueira para descansar um pouco à sua sombra. Caminhando sozinha e lentamente com uma bolsa à tira colo.

– Sim Marcília, eu estou indo pra casa agora, vou almoçar. À tarde ainda tem trabalho. Seu sorriso era contagiante, tão apaixonada não percebia ninguém passando ao seu lado.

Uma moto estacionava no alto bem mais acima à sua frente, ela estava demais feliz para dá atenção ao ronco do motor. Um rapaz desce e se apóia no tronco da árvore robusta enfeitada de nós.

– Claro, a nossa amizade transformou-se em amor, gosto dele apesar de morar em outra cidade, o que sentimos um pelo outro é mais forte...

Enquanto ela falava ao telefone, uma pegada firme em seu braço a leva de encontro ao tronco da árvore. Era Lennon de camisa preta.

– Então você se produz pra outro? Transformou-se numa vagabunda.

Kimberly tentou se soltar, mas ele é mais forte.

Saiu puxando a mulher ladeira acima, como quem arrasta uma saca ao chão.

– Me larga você esta me machucando... Solta meu braço.

Ela gritava agora, mas ninguém a ouvira. Caminhavam nas pequenas ruas calçadas em subidas rústicas da cidade presépio. Ele a segurava mais forte, os dois atravessavam a pequena Praça do Estreito.

– Solta meu braço.

Num forte puxão ela se solta e corre o que pode em direção à Praça da Catedral, ainda existiam forças para isso.

Ela corria, saltava o canteiro de gramas do jardim da Praça de Santa Ana, o cansaço a abateu e Lennon conseguiu jogá-la ao chão, ao pé da imensa estátua da santa.

– Seu canalha me larga, já não temos mais nada a ver um com o outro.

O rapaz não dava a mínima para o choro dela, levantaram-se.

– O que você quer comigo desgraçado? Deixa-me em paz. Ela começou a chorar com dores nos braços.

Cego de raiva. Ele a puxava com força.

– Você saberá o que quero sua vagabunda, dando um mau exemplo pro nosso filho. Onde ele tá agora?

Ela chorava mais forte.

– Não te interessa mais agora.Quase arrastada os dois entram na Praça do Mirante. Ele a empurra no banco. Sentada agora, ele espanca o rosto de Kimberly, ninguém podia ajudá-la, ninguém a ouvia gritar.

– Você terá o que merece. Ele a levanta com um soco no rosto... Ela começa a chorar e a sangrar.

– Mas ainda não é isso.

Ela é levada à mureta de proteção de precipício. Puxada pelos cabelos é obrigada a olhar a praia lá embaixo, as ondas da maresia batiam forte nas encostas do penhasco.

– Está vendo aquilo lá?

Ele virou o rosto dela para ela olhar. As águas em movimento.

– É aquilo que vai amortecer tua queda. Deus me mandou te punir pela traição que me fizeste. Agora a tua hora chegou.

Seus olhos estavam inchados. O céu escurecia em pleno meio-dia, nuvens carregadas e ven-to forte mudavam o ambiente. O celular de Kimberly não parava de vibrar. Lennon não percebia.

Era Marcília, já havia ligado várias vezes. Sem poder atender àquela chamada, com certeza Marcília se pergunta o porquê da demora da amiga. Porque ela não atendia a ligação? Ela nunca se atrasara para o almoço. Mal sabia ela o que sua amiga estava passando e menos ainda saberia o que estava prestes a acontecer.

– Levanta – disse Lennon -, e vamos conhecer um lugar que conhece. Em tom irônico e de deboche Lennon fala a o destino dos dois. Para um seria bom e para o outro seria trágico. Seria? Ele deu uma gargalhada.

– Vamos meu amor. Ele levou Kimberly para um ponto ainda mais alto às margens do Rio Amazonas. Fraca demais e com lágrimas no rosto quase desmaia.

– O que você quer de mim seu monstro? Falava cuspindo sangue. Rápido eles caminhava por uma estradinha. A mesma por onde Kimberly havia andado varias vezes com Sebastian, onde passavam a tarde observando o pôr do Sol, onde passavam mo-mentos felizes observando o deslizar das águas.

Seus olhos agora inchados e com o rosto marcado de violência, ela se lembrava do carinho, dos beijos e das mãos de Sebastian acariciando seu rosto. “Como eu amo você Sebastian” pensava ela naquele mo-mento de angustia, dor e sofrimento.

A violência do ex-marido jogou-a ao chão esquecendo-se do sonho e voltando à realidade.

– Então era aqui seu ponto de encontro, aqui que você me enganava com aquele outro?

Ele batia no rosto da ex-mulher, empurrando-a contra as ár-vores. Por pouco ela não deslizou o abismo abaixo.

– Você é maluco, quer me matar seu louco – ela gritava – me deixa.

Pedia socorro, mas ninguém ouvia, uma pequena embar-cação passava lá embaixo forçando a máquina contra o vento e a correnteza do rio.

O vento forte formava ondas e maresias altas, tudo agressivo nesse dia. Kimberly apoiava-se numa árvore de costa para o rio. Lennon segurou com a duas mãos no ombro dela e tentou beijá-la a força, mas ela recusava batendo no rosto dele.

Tentou transar com ela jogando no chão e abrindo suas pernas para o ato. Ela se debatia empurrando com as pernas.

– Me solta, você pode me jogar. Ela gritava

– Não quer me beijar? Me beija, não era aqui que vocês fica-vam?

– Eu não te quero mais, me larga.Ele levantou o corpo quase sem forças da mulher para a beira do precipício naquela fina camada de barro branco. Kimberly Gritava pedindo socorro, mas ninguém atendia ninguém ouvia. Apenas o vento uivava naquela altura. Furioso, Lennon não aceitava o fim do relacionamento.

– Você é um péssimo marido.

Mais ainda ela gritava.

– Eu não quero mais você, já falei adeus várias vezes, e digo agora; Adeus, adeus Lennon. Adeus...O marido abandonado agride varias vezes com pancadas a mulher à sua frente.

O nariz dela começa a jorrar sangue.

– Tudo bem, desculpa, desculpa, me dê um abraço, quero deixá-la em paz. Vamos me dê um abraço. Kimberly Abraça-o bem apertado. Ele olha naqueles olhos inchados.

– Adeus Kmberly.

Sem tempo de absorver as palavras dele. Ela sente um empurrão, sem apoio ela escorrega se batendo na borda do precipício, sua cabeça bate em uma raiz. Ela cai pesadamente.

Um forte trovão assusta Lennon evadindo-se do local, por baixo da chuva forte que começava a cair. Ele corre feito um condenado, atravessa a Praça de Sant’Ana. Todo molhado ele à frente do Quartel, senta-se e chora.

A água escorre pelo rosto quente.

– O que eu fiz? Meu Deus o que eu fiz?

Desesperado ele corre, ele tem que ‘esconder o corpo’. O corpo daquela que foi o amor de sua vida. Agora ele tinha que enterrar.

A chuva caia forte demais agora. Ele corria pela escadaria da antiga usina de água. Um casal observava aquele rapaz desespe-rado procurando por nada nas areias. As ondas fortes chegavam ao pé do precipício, lavando o local aonde exatamente caíra o corpo de Kimberly. “A onda arrastou o corpo” pensou o assassino, já não existiam mais vestígios do assassinato.

A força das águas trouxe até sobre o tênis do rapaz uma alça de bolsa – era de Kimberly.

Ele colheu o objeto e voltou para casa onde o filho morava, por baixo de chuva forte.Chegando à casa de onde a criança mora pergunta pela mãe, mas o pai não tinha uma resposta consistente.

– Está no trabalho meu filho.

"Ela não vem almoçar?" O garoto pergunta novamente, se ela não vinha almoçar hoje. O silencio prevalece. O pensamento de Lennon voa com o ven-to forte para o lugar de onde viu pela ultima vez.

– Talvez mais tarde filho. A chuva torrencial ficava cada vez mais forte com o vento. As ruas de Óbidos alagavam em minutos levando toda a água para o rio e suas correntezas.

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