Uma história de amor verdadeiro e proibido. Cecília cresceu rodeada de amor e cuidados do pai, que se viu viúvo com uma filha ainda pequena. Suas vidas mudam quando seu pai se apaixona e se casa novamente com uma mulher também viúva e mãe de um lindo menino que mais tarde seria a perdição de Cecília. Os dois são criados juntos como irmãos, porém o amor verdadeiro nunca foi fraternal. Agora já adultos os dois têm que lidar com o desejo e a paixão que sufocaram por muito tempo.
Era uma manhã chuvosa quando Cecília acordou. As cortinas abertas deixavam a vista da água que batia na janela, levantando-se, foi direto para o banheiro. Ao encarar o espelho observou as olheiras roxas envolta dos olhos, depois de passar horas chorando e pensando sobre seu relacionamento com Lucas. Sem se reconhecer naquele espelho, entrou no box e tomou um banho demorado.
Pensava que já estava na hora de dar um basta nesse relacionamento que a sufocava e não a fazia feliz.
Saindo do banheiro, foi até o armário e pegou um belo vestido azul turquesa, que combinava perfeitamente com seus olhos da mesma cor. Maquiou-se e saiu para a apresentação de seu mestrado.
Cecília havia passado boa parte de sua vida estudando e se preparando para trabalhar na empresa da família, a Corcovado Marketing e Publicidade, fundada pelo avô e administrada pelo pai.
No caminho ouviu seu telefone tocar, ao olhar o visor viu escrito papai.
- Alô, papai, tudo bem? - perguntou
- Oi meu bem, liguei para desejar boa sorte. Hoje é seu grande dia! - disse o pai.
- Obrigada papai, estou ansiosa!
- E eu estou ansioso para que isso acabe e você volte para casa. Não vejo a hora de te ter aqui comigo comandando a nossa empresa. Dessa vez você não vai ter desculpa, vai voltar pra gente e parar de me matar de saudades.
- Oh papai, eu também estou com saudades. Prometo que dessa vez eu vou pra ficar. Agora vou desligar, estou chegando à universidade.
- Tudo bem, vai lá e arrasa.
- Vou sim meu velho. Te amo. - respondeu Cecília emocionada.
O taxi já havia estacionado quando Cecília desligou o celular. Descendo do táxi foi direto para o auditório onde seria sua apresentação. Como já era esperado, devido sua dedicação e muito estudo, foi aprovada com louvor. Seus amigos do curso de mestrado em propaganda e marketing a saudaram e parabenizaram. Mas seus olhos corriam por todo o ambiente procurando por Lucas, tinha esperança de vê-lo ali mesmo depois da briga de ontem. Triste por não vê-lo, mais uma vez ele não participava de um dia importante pra ela. Perdida em seus pensamentos, sentiu seu celular vibrar, o pegou e olhou a tela, que tinha a mensagem de Diogo.
"Parabéns pela sua conquista, você foi maravilhosa. Sempre soube que você iria longe. Sinto sua falta."
Seu coração palpitou ao ler a mensagem. Também sentia saudades. Sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha, como ele sabia que ela já tinha terminado?
- Também sinto sua falta. - disse baixinho.
- De quem sente falar? - Lucas perguntou.
Cecília sentiu o calor de Lucas atrás dela, não tinha percebido sua chegada. Virando-se respondeu:
- De você! Onde estava? Você não sabia que hoje era muito importante pra mim?
- Me desculpa meu amor, eu tive um imprevisto na empresa e não consegui chegar a tempo.
- Como sempre Lucas, você nunca consegue chegar a tempo. Aliás você nunca tem tempo pra mim.
- Não fala assim, a gente estava junto ontem. Eu sei que era importante eu estar aqui com você. Mas o Ceo da empresa me chamou hoje para conversar e que me promover.
- Chega Lucas! A gente precisa ter uma conversa séria.
Ao ouvirem Cecília se alterando seus colegas se afastaram. Um deles disse:
- Ceci vamos sair para comemorar hoje?
- Vamos sim Marco. Te mando mensagem mais tarde para combinarmos.
Ao dizer isso olhou para Lucas e foi andando em direção ao estacionamento. Lucas correu atrás dela, a direcionado ao seu carro, abriu a porta do carona e a esperou entrar. Deu a volta rapidamente no veículo e sentou-se no lado do motorista, estava prestes a ligar o veículo quando Cecília o impediu.
- Espere, vamos conversar aqui!
- Amor, vamos pra casa, lá conversamos.
- Não Lucas, vamos conversar aqui e agora. Chega de fugir do assunto.
Cecília já havia tentado ter essa conversa definitiva com Lucas, mas ele sempre conseguia se esquivar, manipular a situação e mudar o foco da conversa, fazendo assim Cecília desistir. Ele também sentia que o relacionamento não era mais o mesmo, então percebeu o que estava prestes a acontecer.
- Tudo bem Cecília. Olha já te pedi desculpas.
- Você pediu desculpas pelo que? Pela cena que fez ontem, por não dormir em casa ou por não assistir a minha apresentação hoje?
- Cecília eu já te expliquei ontem que me alterei um pouco, aquele sujeito estava te paquerando na minha cara. E depois você me mandou embora ontem, você sabe que dormi na casa dos George. Estou te pedindo desculpa por tudo então.
- Mas eu estou cheia de te desculpar! É só isso que eu faço agora. A gente só briga e depois eu te desculpo. Ou você está longe por causa do trabalho ou você está comigo tendo crises de ciúmes. Se tem tanto ciúmes assim porque não cuida melhor do seu namoro? Eu não te mandei embora, você fugiu como sempre faz quando a gente discute.
- Eu tenho ciúmes porque te amo, e quero ter mais tempo pra você, mas preciso focar na minha carreira.
- E você quer que eu fique em casa presa esperando você? Eu também tenho uma vida! Também tenho uma carreira!
Chegando mais perto e tocando o rosto de Cecília, Lucas continuou tentando persuadi-la.
- Amor olha, eu vou melhorar. Você vai ver. Vou tempo pra você. Vai ficar tudo bem.
Tentou beija-la. Mas ela se esquivou e afastou-se.
- Não Lucas. Acabou! Não dá mais pra gente continuar, já tentamos muito. Eu vou voltar para o Rio, e agora, eu vou focar na minha carreira e você vai ter tempo para a sua, sem distrações.
- Não faz isso Ceci, a gente sempre se deu bem, é só uma crise. - Disse isso tentando beija-la novamente.
Cecília esquivou-se e saiu do carro.
- Volta aqui Cecília! - disse Lucas saindo do carro. - Você não vai terminar comigo assim!
- Já terminamos Lucas! Eu envio as suas coisas para a casa do George. Vou entregar o apartamento à imobiliária.
Virando-se Cecília foi em direção ao ponto de táxi que ficava próximo à universidade. Sentiu-se triste por ter posto um fim ao relacionamento, mas aliviada, já não se sentia feliz ao lado de Lucas.