Calve sempre se sentiu indignada com o mundo, sempre pensou que as pessoas menos merecedoras sempre conseguiam o que queriam se tivessem poder e também que os poderosos podiam pintar gente fraca de malvados, só pra seu próprio benefício. Apesar dela ter nascido com capacidades sobre humanas, Cal sempre viveu como uma garota normal, mas depois de um acontecimento trágico, ela renasce para o mundo como a maior super vilã de todos os tempos.
– CAL, VOCÊ VAI SE ATRASAR_ minha mãe gritou do andar de baixo me fazendo sair do quarto com a mochila em mãos_ tá querendo levar um aviso da professora?_ falou indignada.
– eu não sei porquê a senhora não me deixa usar o teletransporte pra chegar mais rápido lá_ revirei os olhos.
– primeiro, garotas normais não usam teletransporte, segundo, você não controla seus poderes e terceiro, nada de tentar usar seus poderes entendido mocinha?_ falou séria_ me entendeu Calve?_ apenas assenti.
– eu entendi mãe_ falei derrotada e seguimos para o carro.
Meu nome é Calve Cárter, tenho 18 anos e sou uma garota um tanto normal, tirando o fato de eu ter super poderes, como? eu também não sei, minha mãe inventou uma história esfarrapada pra me despistar sobre eu ter tocado em lixo radioactivo quanto criança, mas não acredito nisso, eu não sou boba. Eu tenho o poder de teletransporte mas não o posso usar por conta da minha mãe ter medo que eu acabe em um laboratório do governo.
Se for a falar da minha vida no colégio, eu não tenho uma vida no colégio, sou praticamente invisível, aquele ser humano que todo o mundo ignora, sem nenhum garoto como crush, ou amigos, eu sou basicamente uma loba solitária.
Cheguei no colégio e minha mãe parou o carro e me encarou.
– feliz aniversário filha_ mamãe falou antes que eu descesse_ você está fazendo 18 anos, espero que você seja feliz_ depositou um beijo na minha bochecha.
– obrigada mãe_ sorri para ela_ vou tentar ser uma filha melhor_ dei de ombros.
– você já é uma óptima filha_ riu_ mas agora vai para a aula_ apenas ri e desci do carro.
– te amo mom's_ mandei um beijo pra ela e coloquei o capuz da minha camisola me virando para entrar no colégio.
Caminhei como sempre pelo corredor do colégio, ninguém parece notar minha presença, todos estão concentrados em suas vidinhas e suas intrigas adolescentes, o que é até que bom para a minha própria vida. Guardo meu material no cacifo e então caminho rapidamente até a sala onde me sento no canto de mais difícil acesso da sala.
– espero que vocês tenham feito os trabalhos de casa_ a professora entrou logo começando sua aula de biologia.
No meio da aula comecei a sentir uma dor de cabeça forte e apoiei minha cabeça na mesa, vozes começaram a ecoar pela minha cabeça, e a cada instante iam ficando mais altas.
– o Linden me convidou para sair no fim de semana mas eu não aceitei_ ouvi a voz de Janet que está do outro lado da sala, mas a professora parece ignorar esse acto da garota.
– eu vou levar a Karina pra cama hoje_ ouvi Beni falar e com isso senti nojo do garoto que parecia se vangloriar de algo como isso.
Estavam todos falando, mas a professora não se pronunciava sobre tal feito, parecia não se importar com os gritos desenfreados dos adolescentes e isso me incomodou.
– CALVE_ a professora gritou e eu a encarei confusa_ EU PERGUNTEI SE VOCÊ SABE QUAL TIPO DE DIVISÃO CELULAR OCORRE NOS SERES HUMANOS?_ continuou gritando e eu só a encarei sem entender o porquê dela estar gritando comigo_ EU ESTOU..._ ela ia continuar a gritar mas isso só aumentava minha dor de Cabeça então decidi interrompé-la.
– senhora Galvin, pode por favor não gritar?_ falei massageando minhas têmporas enquanto os alunos iam comentando minha acção com surpresa e me chamando de louca.
– que garota estranha_ alguém lá da frente comenta.
– eu hein, ela é maluca eu já tinha dito_ outra pessoa comenta me fazendo levantar bruscamente, fazendo um som horrível com a cadeira.
– vocês cansam minha mente_ falei segurando minha mochila e sai da sala.
– CALVE_ a professora gritou mas eu ignorei e segui até uma das salas vazias, me sentando lá até o fim dessa aula chata.
Fiquei tamborilando os dedos na mesa da sala e procurando qualquer coisa para me distrair até que o som avisando que era hora de troca de aula tocou. Levei meu material e segui pelo corredor que já começava a lotar de alunos, todo mundo estava falando alto, uma coisa incomum mas isso estava dando cabo da minha cabeça fortemente. Sinto algo escorregar de meu nariz e passo a mão com um lenço indignada achando que estava deixando meleca de nariz gotar, mas então percebo que no pano tem sangue.
– droga_ levantei minha cabeça pra evitar que o sangue continuasse a escorrer, mas o sangue só aumentava escorrendo cada vez mais pelas duas narinas.
– eu acho que isso não está resultando_ um garoto falou para mim e me estendeu um lenço de papel_ pode te aju..._ e então minha cabeça começa a latejar mais forte, minha visão ficou turva e então apaguei.
•••
Acordei meio atordoada e me situei que estava em um quarto de hospital.
– aí_ falei tentando me levantar mas então alguém entrou no quarto.
– Cal, você precisa descansar_ minha mãe falou vestida com seu uniforme de enfermeira.
– o que aconteceu?_ falei meio desnorteada.
– você desmaiou e um garoto chamou a ambulância e te trouxe para cá_ se sentou na beirada da cama_ você está bem?_ segurou minha cabeça tentando medir minha temperatura com a mão_ o que aconteceu Cal?_ falou preocupada.
– eu não sei_ dei de ombros_ de repente só senti uma dor de cabeça, as pessoas estavam gritando e meu nariz começou a sangrar e no final desmaiei.
– gritando?_ falou confusa_ será que ela está manifestando um novo poder?
– como assim manifestando um novo poder?_ falei confusa.
– ESPERA, VOCÊ LEU MEUS PENSAMENTOS?_ minha mãe gritou
– mãe por favor não grite_ coloquei as mãos nas orelhas.
– eu sussurrei filha_ falou indignada_ Cal, eu acho que você está demonstrando dois novos super poderes, a super audição e a leitura de mentes_ me olhou com carinho.
– mas, como?_ falei confusa_ mãe, como isso é possível_ falei com medo.
– fica calma, vai tudo dar certo_ tentou me reconfortar.
– não, não vai dar certo, está tudo dando errado_ entrei em pânico.