Helena uma jovem de origem simples é abandonada por seu primeiro e único, ela lida com muita barreiras e conspirações na busca de sua felicidade.
A chuva caía incessante naquela noite de quinta-feira, refletindo o humor pesado de Helena enquanto ela observava o café vazio. As luzes amarelas pendiam do teto de madeira, iluminando suavemente as mesas de carvalho polido. O som das gotas batendo no vidro parecia preencher o vazio que havia dentro dela.
"Fechado por hoje", murmurou para si mesma, levantando-se para apagar as luzes. Justo quando ia girar a chave na porta, uma sombra alta apareceu do outro lado do vidro. Um homem, coberto pela escuridão da noite, batia levemente na porta.
Helena hesitou por um segundo antes de abrir.
- Desculpe, já estamos fechando - disse, tentando esconder a surpresa ao encarar um par de olhos profundos e familiares. O coração deu um salto.
Gabriel Vasconcelos. O mesmo garoto que deixara a cidade anos atrás, agora um homem. Mas o que ele estava fazendo ali?
- Preciso de um café. E, talvez, de um pouco de conversa - a voz dele era baixa, mas firme.
Helena se viu incapaz de recusar. Contra todas as suas defesas, algo dentro dela a fez destrancar a porta.
- Você está de volta - foi tudo o que conseguiu dizer, enquanto Gabriel entrava no pequeno café que já significava tanto para ela.
- Sim, Helena. Estou de volta... e pretendo ficar.
E assim, naquele instante, algo começou a mudar no ar. Como se o destino, silencioso e paciente, estava ali para reunir dois corações que, até então, tinham sido indomáveis.