E se o "felizes para sempre" fosse apenas o começo de uma longa história cheia de surpresas? Nesta narrativa arrebatadora, May descobre que os contos de fadas nem sempre entregam o que prometem. No lugar de príncipes e finais perfeitos, ela encontra decepções, escolhas difíceis e uma dose amarga de realidade. Entre um beijo e outro, o príncipe que deveria salvá-la se transforma, revelando um lado inesperado e desafiando tudo em que ela acreditava sobre o amor. Com coragem e intensidade, ela embarca numa jornada de autodescoberta e aprendizado, onde cada passo a leva para mais longe das ilusões e mais perto de quem ela realmente é. Será que, no final, ela encontrará o verdadeiro amor... ou a si mesma? Este livro é um convite para todos que já sentiram que seus sonhos de amor verdadeiro pareciam estar fora de alcance, mas ainda assim acreditam na força de uma boa história. Entre reviravoltas e revelações, descubra que, às vezes você procura o amor , mas é ele que te encontra...
Sempre imaginei que viveria um conto de fadas ou um amor avassalador, indestrutível, como aqueles dos livros que eu devorava.
Eram sete horas da manhã, e eu estava ali, esperando o elevador, com um pedaço de pão na mão enquanto lutava para abotoar os botões da minha blusa. O Gael já tinha me ligado umas trezentas vezes , estávamos atrasados para o colégio e, como eu não atendi, conseguia ouvir seus gritos lá do décimo segundo andar.
- Rapunzel, jogue suas tranças! - ele berrava, tentando chamar minha atenção.
Finalmente, o elevador chegou, entrei ainda terminado de me vestir ,mas o elevador parou dois andares abaixo do meu. Droga, eu ia me atrasar ainda mais. Me abaixei para amarrar o tênis e, ao levantar, me deparei com Dimitri. Parecia um deus grego encarnado, uma visão que paralisaria qualquer um.
- Bom dia, Maymay. Atrasada de novo? - Ele soltou um sorriso que poderia derreter qualquer coração.
- S-sim... - respondi, gaguejando, quase sem voz.
- Você andou sumida. Nunca mais nos encontramos aqui no elevador... e também não apareceu lá em casa. Está me evitando? - Ele perguntou, aproximando-se, até que seu corpo quase tocasse o meu.
Engoli em seco e tentei me afastar, mas sem sucesso. Meu corpo endureceu, minha respiração ficou suspensa, e meu coração batia tão rápido que eu tinha certeza de que ele podia sentir.
- Te evitando? - perguntei, tentando disfarçar.
- Sim, parece que está fugindo de mim desde o dia em que me viu pelado. Ficou assustada... ou gostou do que viu? - Ele me lançou um sorriso provocador.
Antes que eu pudesse responder, ele se inclinou e, com um tom de voz quase sussurrado, continuou:
- Não precisa ter medo... eu não mordo. A menos que você queira.
Um arrepio percorreu meu corpo inteiro, e Dimitri percebeu, sorrindo ao ver o efeito que causava em mim.
O elevador chegou ao térreo. Dimitri saiu primeiro, com um sorriso de quem sabia exatamente o que tinha feito. Fiquei ali, estática, tentando recuperar o fôlego e sair do elevador antes que ele subisse novamente.
Gael entrou no elevador como um furacão, me puxando para fora com uma expressão de pura curiosidade e empolgação.
- Amiga, o que aconteceu? Você está com a cara de quem viu um fantasma! Ou... - ele me olhou com um sorriso travesso. - Não me diga que você e o "deus grego" do Dimitri estavam... digamos... se pegando no elevador?
Tentei manter a compostura, mesmo sentindo o rosto queimar.
- Claro que não, Gael! - retruquei, tentando parecer indignada. - Ele é irmão da Tay, minha amiga de infância. Me envolver com o irmão dela é totalmente contra as regras da amizade!
- Ah, qual é! - Ele me olhou de lado, com uma sobrancelha arqueada. - Você vai mesmo dizer que não sente nada por ele? Nem um friozinho na barriga? Depois de ver aquele corpo ma-ra-vi-lho-so pelado no banheiro? Sério?
Suspirei, desviando o olhar.
- Aquilo foi um acidente, e eu nem lembro direito! - murmurei, sem muita convicção. - Além disso, ele me vê como a melhor amiga da irmãzinha dele. Você acha mesmo que ele vai olhar para mim assim? Eu só tenho quinze anos, Gael, ele me vê como uma criança. Além do mais, ele vive rodeado de garotas da academia, eu não tenho chance, olha pra mim.- falei, afim de por um fim no assunto.
Ele me observou por um instante, cruzando os braços.
- Para ser sincero, se eu fosse hétero, com certeza pegaria você. Sério! Pegaria você a toda hora. Você é maior gostosa, corpo impecável, cabelos longos, pele da cor do pecado, sorriso angelical com um olhar sedutor , bem meu tipo.- ele falou tentando levantar minha moral.
-Meu amor, se você fosse hétero, eu que pegava você a toda hora. - Falei gargalhando, mas como toda história tem um fundo de verdade não seria nada difícil me apaixonar por ele.
Gael era lindo , com seu corpo esguio, cabelos escuros e olhos verdes, ele era o tipo de homem cuja aparência, quaisquer que fossem as circunstâncias, raramente era algo menos do que incrível, mas o que o tornava mais incrível, era a doçura do seu coração.
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Capítulo 1 Um encontro inesperado no elevador.
Hoje às 14:05