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Tiro meu braço de dentro da terra, o erguendo o mais alto que posso, até segurar na terra firme ao redor.
Puxo meu corpo com dificuldade, tossindo quando tento respirar fundo.
Estava escuro, a única luz que via era de postes distantes.
Ao meu redor podia ouvir os grilos cantando, o vento balançando os topos das árvores e o mato ao redor.
Levo minha mão para o lado direito do meu peito, notando a dor incômoda latejante. Me dando conta aos poucos do que havia acontecido.
Minha respiração entre corta, ao tirar com dificuldade o que deveria ser meu celular do bojo do croped. Digo isto, pois havia uma bala metalizada bem no meio da tela do aparelho.
O que me impediu de ser morta pela pessoa que amava e confiava.
Sinto minhas pernas francas e bambas, quando levanto, olhando novamente ao redor em busca de uma saída.
Acreditando ser a única solução, caminho em direção das luzes. Uma forte garoa começa, me deixando completamente molhada instantes depois.
Tive que atravessar um matagal extenso, me deparando com uma espécie de barranco no final, no qual escalei com dificuldade.
Ando pelas ruas que acreditava que conhecia tão bem, me sentindo completamente perdida. Como se não fizesse parte daquele mundo, em outras palavras, como se já não pertencesse mais aquele mundo.
O que me fez me questionar se estava viva ou agonizando naquela cova.
- Moça, você está bem? – Pisco atordoada, procurando a voz distante.
Uma mulher vem na minha direção hesitante, olhando para mim com os olhos arregalados.
- Está tudo bem? Quer ajuda?
Franzo o cenho, querendo gritar tudo o que havia acontecido. Mas só consigo ficar ali parada, sentindo as lágrimas deslizar pelo meu rosto.
- Está com dor? – Assinto devagar – Meu Deus! – Ela olha ao redor desesperada – Alguém ajuda! – grita.
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