Maria Luiza foi Criada na igreja desde muito pequena, cheia de regras, seu pai impunha a todos na casa que só saisse co. Sua permissão, que as mulheres não saíssem desacompanhadas e e que se caso ele soubesse de algo além do que ele permitia as punições eram severas. Malu com sua amigas da escola a chamavam é uma romântica incurável, que escreve romances eróticos escondida dos pais e que mesmo sendo virgem tem uma imaginação super a frente do seu entendimento. No dia de sua formatura do ensino médio Malu fora liberada pelo pai para ir junto as colegas da escola a festa de formatura, mas o que Malu não esperava era encontrar nessa festa uma cara que poderia mudar toda a sua vida. Para o bem? Talvez. João Pedro, Vulgo Moreno conhecido por sua bondade e também por seu pulso firme como dono do morro. Pedro Henrique foi criado já igreja co. Sua mãe, mas o destino lhe obrigou a seguir outros caminhos quando seu tio faleceu e deixou de herança para ele a liderança do morro, mas a Cidade de Deus não é pra qualquer um e apesar de ser bom para quem merece também é ruim quando necessário. E o desfecho dessa história, como será que vai ser ?
JOÃO PEDRO
Eu jogava bola na rua com os meninos do beco onde moro com minha mãe e o meu padrasto, naquele dia não havia nada de muito diferente o calor era o mesmo de sempre e minha mãe estava em casa preparando o nosso almoço quando aquele verme do meu padrasto chegou caindo de tão bebado, não que fosse estranho pois não era, mas parece que dessa vez não houve alterações
Eu já estava acostumado a ver ele chegar daquele jeito em casa, bêbado e agressivo e na maioria das vezes baixava o pau em mim e na minha mãe que sempre tentava de tudo para me defender, mas para isso acabava apanhando no meu lugar. Mas meu tio Zezinho, que era chefe do morro, O dono da porra toda havia me ensinado algumas coisas, e dessa vez eu não deixaria passar baixo nada do que Celso fazia quando chegava assim, já não sou mais aquela criança e uma hora ou outra eu acerto o passo desse cara.
Zezinho era na verdade primo do meu pai, mas não se envolvia nos rolos da minha mãe, deixa que ela pedisse sua ajuda mas a dona era orgulhosa demais para pedir arrego e aguentava tudo calada. Em algumas vezes ele até se meteu mas ai ele botava o verme pra fora de casa e minha mãe ficava com pena e ia buscar ele e nós voltamos para a fossa de sempre.
Mas eu já estava cansado daquilo tudo, o caro era mó viciado no pó e minha mãe mesmo indo pra igreja sempre não caia fora daquilo, eu não entendia aquilo, ficava por horas me perguntando o por que de tudo ser daquele jeito. Meu pai é outro verme que não prestou nem mesmo para a assumir a merda que fez quando engravidou a minha mãe. Na época ele era o chefe do morro, e pegava quem queria e minha mãe foi umas das bobonas que cairam na labia do miseravel.
Mas um dia o passo dele foi acertado e ele foi pra vala assim como todos que sentam naquele trono dos infernos, passei muito temppo seguindo os caminhos "certos" da igreja, mas eu to de saco cheio disso tudo e cai fora faz dois anos, desde os 14 anos eu já não entendia aquilo tudo e me recusava a acreditar em um deus que nos permite viver essa vida de merda.
_ Ai JP, presta atenção aí no bagulho! - Fala Finin e eu percebo que simplesmente voei em pensamentos no meio da pelada.
- Pow, foi mal! Acho que ja deu por hoje... - Falo ja pegando a bola e jogando pro meio da galera que ali estava jogando.
Hoje o dia começou estranho, eu e minha mãe nem mesmo fizemos a oração de todos os dias, coisa que ela me obriga a fazer sempre antes do café da manhã mas hoje ela nem mesmo falou sobre isso. Eu achei estranho mas não a lembrei de fazer já que eu acho isso tudo um saco e prefiro não fazer já que nem mesmo acredito que haja um Deus assim todo poderoso pois se houvesse nós não estaríamos onde estamos e nem mesmo passariamos por todos os apertos que passamos.
Pego meu chinelo e coloco ele na mão como sempre faço ao sair de uma pelada com os meninos, saio andando devagar apreciando a vista do lugar, aquele amontoado de casa, cada uma de uma cor e algumas nem mesmo são pintadas, só no cimento cru pois era o que a realidade financeira de cada um permitia naquele lugar, a cada beco havia um usuário de droga jogado pela canto e uma gritaria sempre que sempre aparecia do nada.
Meu barraco não era muito longe dali e eu nesse caminho até comecei a sentir uma especie de frio na barriga, não sei bem explicar acabei correndo para chegar mais rapido e algo me dizia que tinha algo errado, já chegando perto eu vejo um tumultuo, eu morava no finalzinho do beco e tava cheio de gente e de aviãozinho do zezinho lá.
- Ai muleque, onde tu se meteu? - Fala o cara em frente a minha casa e em seguida ele me pega pela camisa e quase me arrasta para dentro da casa.
Quando eu entro tudo o que eu não queria ver era aquela cena, senti uma dor tão forte em meu peito que me deixou sem ar e eu gritei tão alto e forte que assustou a todos ali dentro. Minha mãe, a minha rainha estava ali estirada no chão toda ensaquentada e com o rosto desfigurado, com varios cortes por todos os lados.
Esse dia de longe foi o mais dificil da minha vida, ai sim eu deixei a fé de lado e embarquei nos trabalhos do morro, no tráfico e jurei vingar a minha mãe, o verme do Celso conseguiu fugir sem deixar rastros, cacei ele por todos os cantos mas não o achei, mas eu guardei muito bem todos aqueles anos de sofrimento que minha mão passou na vida ao lado daquele monstro que destruiu as nossas vidas desde o primeiro dia em que tivemos contato.
Hoje com 20 anos, eu assumi o lugar de Zezinho desde que uma invasão dos cana, em que ele foi jogado na vala junto com mais outros avião da favela e hoje eu sou conhecido como O Dono do Alemão, O JP do Alemão. Eu sou temido pelos inimigos, e querido pela minha comunidade, pois aqui eu faço o bem, eu cuido da minha comunidade, mas não é por que eu sou traficante que eu não estudei, sou estudado, sou advogado e tenho OAB, sou safo e das leis eu entendo. Na escola ainda fui tido como superdotado, mega inteligente e com isso consegui avançar series e por isso formei muito cedo.
Sou o rei dos bailes, mas amo ir pro asfalto curtir as baladas tops dos playboy filhinho de papai e de catar as patricinhas que são uma pitelzinho, praia é a minha segunda casa e ali eu me sinto livre e nem mesmo me lembro de toda essa merda que eu vivi minha vida toda nesse morro, que apesar de carregar junto a ele todos os meus motivos de sofrimento, também é o meu motivo de orgulho.
Aqui eu sou eu mesmo e tenho a minha história e vou deixar o meu legado, as novinhas aqui também são maneiras, mas eu gosto mesmo é de uma patyzinha, cheirosinha e é nessas que o pai põe a mira nas festas de "granfino" com diz Finin que é meu amigo de infância e hoje tambem é meu sub aqui na favela e nós dois juntos fazemos um bom trabalho a frente da comunidade, temos boas relacões com os demais donos de morro e aqui o que eu falo é lei e poucos tiveram coragem de me desafiar até hoje.
( Oiii, sempre aos finais dos capitulos vou deixar uma mensagenzinha pra voces minhas leitoras queridas.
esse é apenas primeir capitulo desse livro que pra mim ainda é apenas um teste, não costumo escrever livro
de morro e essa sempre foi uma vontade minha. Então, ai temos o primeiro capitulo.
espero que gostem. Me segue no instagram para que possamos interagir. @autora_mzbentes)
Capítulo 1 Um pouco do passado
05/12/2022
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