Senhora Park

Elena on

Uma adolescente boba e mega apaixonada, não imaginava achar alguém tão incrível quanto Marcel, o problema era que ele não me notava tanto assim, afinal ele era o popular, o cara era bom em futebol, o aluno brilhante da sua sala e derretia o coração de metade da escola e fazia qualquer garota ter as pernas bambas só com uma mexida de cabelo.

Ai Elena como pode deixar-se se apaixonar por esse pedaço de mau caminho – suspirei pesado olhando o moreno jogar bola com os demais no intervalo da escola.

Marcel era branco, labios rosados e cabelos porte medio na cor preta, mãos pequenas e imagino que macias ao toque e delicadas... quem vê pensa que eu Elena Schimit, tenho alguma ideia de como seja o toque de Macel, na verdade eu imaginava como uma boba, como seria os toques dele, seus beijos.

– Amiga melhor parar de encarar, está muito na cara. – Disse Regina minha melhor amiga.

– Impossível, Re... eu não acredito que me apaixonei por esse garoto, nós nem conversamos.

– O coração prega peças amiga... hoje é sexta o que acha de saímos para comer algo ou um filme?

– Não sei, preciso falar com meus pais. – Disse a encarando.

– Tudo bem, pode falar e avisa sua mãe que irá dormir em casa.

– Tá bem, agora vamos que já deu de ficar me martirizando por essa garoto e a hora ja esta passando

Jamais Marcel Park olharia para mim, quanta idiotice Elena; tem meninas mais bonita que você e outra, último ano e nunca mais vão se ver. Fala sério!

Foquei minha mente em estudar e fazer as atividades para ter o fim da tarde e à noite livre para me divertir com Regina, que aposto que me trocaria por um cara bonitão que desse bola para ela. Ela tinha 17 ia fazer 18 anos, já eu estava com 17 anos.

Meus pais eram bem-sucedidos, uma vida financeira estável e um casamento exemplar, eles tinham as brigas, as vezes meu pai dormia no sofá por não reconhecer seu orgulho, mas eles se encaixavam e se ajustavam, eu quero ter um casamento como o deles.

Meu pai é um excelente contador e minha mãe é gerente do RH da empresa que trabalha, minha mãe tem 35 anos e meu pai 39, e não dou essa idade a eles... as vezes agem como dois adolescentes na flor da idade.

Elena off.

– Vamos sair para nos divertir esta noite Marcel, o que acha? – Questiona Jack

– Não sei, meus pais estão querendo ver uma casa nova. – Disse Marcel concentrado no livro.

– Eles podem fazer isso sem você, eles nunca brigaram que você fosse se divertir com a gente. – Disse Luiz.

– Eu vou falar com eles e mando mensagem para vocês. – Disse Marcel vendo a aula acabar e a hora de ir embora chegou. – Até mais.

Saindo da sala eu já imaginava o furdunço que era, todos querendo correr da escola – risos – confesso que alguns dias eu era assim, mas a maior parte eu gostava de estudar, meu título de melhor aluno fazia jus, pois eu mesmo fazia minhas atividades não pedia para nenhuma garota fazer para mim só porque era popular ou cobiçado.

Ultimamente alguém que me intrigava ou me chamava a atenção era Elena da turma C, ela era uma das melhores da turma, se bem que acho que ela tem capacidade para mais, mas acho que ela não gosta de chamar atenção, pois sempre a vejo meio escondida e algumas pessoas que vão atrás dela.

Pelo que ouvi dizer Elena é diferente de qualquer garota até mesmo da sua amiga Regina, que sempre anda pulando de cama em cama... não posso negar que eu já fiz isso algumas vezes, não com frequência, mas as vezes eu saia com uma garota aqui ou ali e de preferência que não fosse da escola, pois já imaginava o grude que seria e como tem sido com algumas exceções.

Faz um tempo que não fico com nenhuma garota, estou tão focado nos estudos que não me dei o luxo de estar com uma no último mês e dias. Meus pais sempre pegaram no meu pé para tomar cuidado e sempre procurei ser muito cuidadoso com relações, ainda mais depois que vi meu tio se acabar com prostitutas e contrair HIV e morrer.

Minha mãe sempre diz para fazer as coisas com segurança e consciência, e meu pai sempre diz isso e faz questão de me dar um estoque e ficar no meu pé sempre que saio, se bem que eles não são a favor de ficar fazendo essas coisas, mas se eles não aceitarem e apenas orientar, sabem que eu vou fazer da mesma forma.

Meus pais tinham seu próprio negócio, uma empresa de moveis planejados; posso dizer que temos uma vida estável e bem-sucedida, no tempo livre ajudava meu pai no trabalho com a contabilidade e as vezes minha mãe com a organização ou alguns clientes.

– Mãe boa tarde. – Disse ao vê-la na cozinha.

– Oi filho, como foi a escola? – Disse ela colocando a comida a mesa.

– Foi bem, meu time ganhou de novo no intervalo, entreguei minhas atividades antes do esperado e Jack me chamou para sair essa noite.

– Fico feliz que estejam indo bem na escola... essa saidinha envolve garotas?

– Não sei mãe, juro que não sei. – Disse levantando as mãos em rendição.

– Pode ir, mas já sabe as regras Macel...

– Eu sei mãe agora vou tomar um banho.

– Se ajeite, pois vamos ver a nova casa.

– Ta bem. – Disse indo para o quarto. Após o almoço fomos a uma das casas que meu pai havia gostado para ver se minha mãe aprovava e bom parece que ela aprovou uma delas, que por sinal era em um bairro diferente e um pouco mais distante da escola e eu teria que ver qual ônibus me levaria para lá.

{...}

– Amiga não olha agora, mas o seu crush está aqui. – Disse Regina com um curto sorriso.

– Cala a boca Regina, as meninas vão ouvir. – Disse Elena se referindo a Branca e Bela.

– Aí meninas o Marcel é tão lindo. – Disse Bela toda apaixonadinha.

– Que garota da escola não se arrastaria por esse garoto? – Questiona Branca

– Eu não me arrastaria por ele – disse Elena – ele pode ser bonito, mas me humilhar por um garoto... sem chance. – O que você está dizendo Elena? É claro que você andaria de quatro por Marcel Park .

– Você é a única então que não morre de amores por ele. – Alega Branca – porque a maioria das meninas adoraria uma noite com ele. - disse com um sorriso ladino.

– Ouvi boatos de que ele já dormiu com a líder do comitê da escola – disse Bela – e parece que ele é muito bom de cama.

– Vocês são umas pervertidas – alega Regina.

– Olha quem fala! – Diz Elena – você também não pode ver um par de calças te dar atenção que já se abre.

– Assim você me ofende Elena. Não sou tão dada assim. – alega Regina se sentindo ofendida.

– Não imagina, não foi assim com o Junior semana passada? - menciona Elena.

– Ou com o Klaus na semana retrasada. – alega Bela

– Ta bem, eles são lindos como resistir. – Alega Regina.

– Pode ser loucura da minha cabeça, mas lá vem o Jack e o Marcel – disse Branca. – Eu estou bonita?

– Ele está vindo mesmo. – Disse Bela.

– Boa noite meninas – disse Jack.

– Boa noite Jack, como vai? – Questiona Regina.

– Estamos bem, podemos sentar com vocês? – Questiona Jack.

– Claro, podem sim – disse Branca empurrando as amigas para o lado no banco da lanchonete.

– Vai com calma aí – disse Elena.

– Você deve ser a Elena, não é? – Questiona Marcel

– Sim e você deve ser Marcel Park , o famoso da escola. – Disse ela firme, mas por dentro se derretia.

– Não sabia que era famoso? – Disse ele

– Claro que você é... todos te conhecem, além de ser o mais bonito – disse Branca.

– E coloca bonito nisto. – Disse Bela.

– Eu vou ao banheiro. – Disse Elena se sentindo desconfortavel com as amigas, pela forma que comiam o garoto com os olhos.

– E eu vou pedir algo para beber amiga, - disse Regina – e pegar uma porção de batata frita.

Marcel on

Eu estava odiando ser cercado por Branca e Bela, é notório que elas gostam de mim e ficar me agarrando deste jeito me deixa sem jeito e incomodado, elas parecem desesperadas ou sei lá, tanto é que Elena e Regina sentaram em outra mesa com outras meninas, se eu não fosse tão paranoico acharia que ela estava me evitando ou a amiga estaria só para conseguir algo.

Confesso que passei o tempo ali tentando não ser notado olhando para Elena, não posso negar que ela é linda com seus cabelos castanhos, traços típicos de uma canadense que me chamou completa atenção e os olhos castanhos puxados para o mel.

– Marcel você bem que poderia me ajudar com a Regina. – Disse Jack

– Porque eu te ajudaria? Você me colocou na maior furada com a Megan – revirei os olhos.

– Vai me dizer que você não aproveitou a líder do comitê? – Disse dando um leve empurrão nele.

– Não, - disse me lembrando do desastre daquela noite. – ela é muito escandalosa, dei sorte que meus pais estavam viajando, não vou negar que foi bom enquanto ela estava de boca fechada.

– Então nem vou tentar... ouvi boatos de que ela vem dizendo sobre sua performance em 4 paredes.

– Ela é besta, garota louca. – Disse Marcel saindo da lanchonete e vendo Elena e Regina. – Porque não conversa com Regina, já que ela está bem ali.

– Boa ideia, vamos lá – disse Jack puxando Marcel – oi meninas.

– Olá Jack, achei que já tinha ido embora. – Disse Regina.

– Estamos indo, o que acha de fazermos companhia para vocês?

– Bom, meu pai já está vindo nos buscar. – Disse Regina – pode esperar aqui se quiser.

– Ele não vai achar ruim que estamos aqui com vocês?

– Não, meu pai é tranquilo Marcel, não esquenta.

{...}

– O que foi aquilo? – Questiona Regina jogada na cama de casal em seu quarto.

– Eu não sei, mas pareceu estranho.

– Estranho mesmo, quando eu ia imaginar Jack e Marcel falando com a gente, se bem que acho que Jack tem segundas intenções e aposto que Marcel deve estar apenas apoiando o amigo.

– Resta saber quem é o alvo de Jack, Regina ou Elena. – Disse Elena.

– Lena até parece que aquele babaca de Jack vai se engraçar para seu lado.

– Você quer dizer o que com isso Regina Suan? – Disse cruzando os braços.

– Jack é um babaca, galinha, você é uma menina reservada e pura para um cara como ele.

– Já não posso dizer o mesmo sobre você Regina. – Disse rindo e fomos assistir um filme legal e pegamos no sono.

Regina resolveu entrar na onda de Jack e aceitou ir ao shopping com ele, e advinha quem ia segurar vela para aqueles dois... eu mesma.

Vestido preto florido e cabelos soltos e uma sapatilha, era o que eu vestia, já Regina escolheu o vestido mais apertado do guarda roupa dela, deixando-a toda modelada, aquela safada sem vergonha.

– Nem parece que você está se oferecendo para o garoto. – Disse a encarando no shopping.

– Estou testando a sanidade dele e o comportamento, se será fácil ou difícil. – Regina deu de ombros.

– Você perverte qualquer garoto ao seu lado...

– Pena que ainda não consegui fazer isso com você... – disse ela sorrindo para mim – parece que o Jack resolveu trazer um amigo.

– O que? Droga! Isso tem cara de ser sua ideia Regina...

– Relaxa e aproveite.

– Oi meninas – disse Jack dando um beijo na bochecha de Regina – imaginei que você traria sua amiga então resolvi chamar Marcel, você se importa?

– Claro que não – disse Regina – odiaria ver minha amiga de escanteio.

– Então vamos indo, pois, o filme já vai começar.

– Parece que esses dois estão animados. – Disse Marcel caminhando ao lado de Lena.

– Nem me fala, eu fiz de tudo para não vir e essa cachorra me arrastou. – Disse Lena sem pensar.

– Não imaginava que você usasse esses termos com suas amigas – disse Marcel sorrindo

– Só com essa vaca eu uso, e quando ela me tira do sério...

– O que você tinha de melhor para o final de semana? – Questionei ela

– Assistir filmes, comer pipoca, fazer as unhas, e dormir muito; me desculpe Marcel não quero te atrapalhar com minha chatice.

– Está tudo bem, eu também pretendia ficar em casa e dormir muito, as atividades na escola têm sido puxadas e ajudando meus pais.

– O que seu pais fazem? – Questiona Lena pegando a pipoca.

{...}

– Parece que aqueles dois estão bem entretidos. – Disse Regina olhando a amiga e Marcel

– Isso é ótimo, assim nós podemos dar uns perdidos neles. – Disse a agarrando.

– Talvez. – Disse Regina beijando o canto da boca de Jack – agora vamos que quero assistir ao filme.

– Você se fazendo de difícil Regina? Desde quando? – Questionei indo atras dela para nossos lugares no cinema.

– Eu sempre fui difícil, as vezes eu facilito demais para conseguir o que eu quero. – Disse ela piscando para ele.

Lena on

O filme era Os mercenários e que filme horroroso, não consegui assistir e sai do cinema e quando passei por Regina e Jack, os dois estava na maior pegação aqueles sem noções. Comecei a caminhar pelo shopping e fui parar em uma galeria de aromas de ambiente.

Cheiros incríveis e deliciosos, até que eu me assustei.

– Que droga Marcel!

– Me desculpa, não queria te assustar.

– Tudo bem, o que faz aqui? – Questionei ele devolvendo a essência.

– Vi você sair no começo do filme, achei que tinha ido no banheiro, mas como não voltou fiquei preocupado.

– Não precisava ter vindo a minha procura, eu voltaria no final do filme. – Disse saindo da loja.

– Você não gostou do filme?

– Nem um pouco, e aquela megera sabia disso – revirei os olhos.

– Se quiser podemos ver outro filme – disse ele.

– Não precisa, perdi a vontade de assistir depois de ver aquela coisa! – Disse indo a uma loja de sorvetes. – o que faz no tempo livre Marcel?

– Ajudo meus pais na loja deles. – Disse ele pedindo um sorvete.

– Seus pais trabalham com o que? – Disse me sentando a mesa próximo ao balcão

– Moveis planejados e os seus?

– Pai contador e mãe gerente de RH. – E foi ali que o assunto morreu comendo o sorvete e olhando ao redor, confesso que estava nervosa perto dele, pois eu gostava dele, as borboletas viajavam na minha barriga como se quisessem sair me rasgando de dentro para fora.

– Acho que eles nos deram uma boa enrolada. – Disse Marcel.

– Aquele filme deve ter acabado a 2h atrás, já são quase 20h.

– O que acha de irmos? Aposto que eles já foram e não estão nem aí para a gente.

– Melhor irmos mesmo, não quero chegar tarde em casa. – Disse encarando o Marcel e fomos ao ponto de ônibus e quando entramos ele me deixou sentar a janela e a noite estava linda em Londres, brilhante e vibrante eu diria para aquele mês.

Regina e eu éramos quase vizinhas, ela morava no quarteirão abaixo da minha casa, acho que por isso meus pais não brigavam quando ia na casa dela e ficava dias, afinal era só sair na rua e veria se eu estava aprontando ou ir lá conferir se eu estava mesmo lá.

– Se não for muito abuso da minha parte. – Disse Marcel – você está muito bonita neste vestido.

– O-obrigada. – Disse o encarando envergonhada.

– Me desculpe se te peguei de surpresa. – Disse ele sorrindo, provavelmente da minha cara vermelha como pimentão.

– Muito surpresa, mas tudo bem, você também está bonito.

– Obrigada senhorita Elena.

– Foi bom esse tempo Marcel – disse me levantando, pois desceria no próximo ponto.

– Digo o mesmo... – disse ele me dando passagem e sorrindo – te vejo na escola segunda-feira.

– Nos vemos na escola!