Login to Lera
icon 0
icon Loja
rightIcon
icon Histórico
rightIcon
icon Sair
rightIcon
icon Baixar App
rightIcon
Duas Almas Sofrida

Duas Almas Sofrida

megge@4683

5.0
Comentário(s)
124
Leituras
3
Capítulo

Anthony é o filho mais velho da família Guerra, sempre teve tudo na vida, dinheiro, mulheres, boa educação e uma família amorosa. Já tinha seu futuro escrito pelo seu pai, que no momento em que se aposentasse, o seu patrimônio seria administrado pelo seu filho mais velho. Depois que perdeu sua mãe, Anthony se tornou rebelde. Bebendo, drogando-se, ele se envolveu com pessoas que só o viam como um cofre. Em uma de suas viagens, descobriu que nem todas as mulheres eram verdadeiras. Com o coração quebrado, decidiu que nunca mais, nenhuma mereceria seu amor. "Mulheres são descartáveis, nenhuma terá o meu coração, não sou capaz de amar ninguém, prefiro ficar sozinho a ter um casamento por interesse. Apenas querem o meu dinheiro e o status que o nome Guerra pode proporcionar a elas." Anthony Guerra. O que ele não sabe é que o destino colocara uma mulher determinada, inteligente e linda. Capaz de mudar a visão que ele tem sobre todas as mulheres. Após perder seu pai, o único provedor em sua casa, Maya Feliciano, além de estudar, agora terá que trabalhar para ajudar sua mãe com as despesas da casa. Com o sonho de fazer faculdade de administração, ela se dedica dia e noite e quando seu sonho se torna realidade, recebe a notícia que sua única tia, que mora fora do Brasil, está entre a vida e a morte, e, que seu último desejo era ver sua sobrinha. Sem pensar duas vezes, Maya decide ir realizar o sonho de sua tia, só que ela não sabe que seu destino já está traçado. Uma viagem que era para durar dois meses, se tornaria sempre. "Será Maya, capaz de fazer um coração de pedra voltar a bater?"

Capítulo 1 A morte do pai de Maya

Maya Feliciano

Quando o policial disse que o meu pai tinha se envolvido em um acidente de carro e que ele não sobreviveu, todo o meu mundo caiu. Ele era um homem maravilhoso, que sempre lutou para conseguir dar uma vida melhor, tanto para mim, como para minha mãe.

Foram dias difíceis, após o sepultamento, sentamos e fomos ver quais as providências teríamos que tomar. Verificamos as contas e descobrimos que tudo o que meu pai ganhava era colocado dentro de casa. Não tinha nenhuma reserva guardada e o que recebemos com a sua morte, apenas nos manteve por um mês. Tínhamos que procurar um trabalho.

Minha mãe era formada em enfermagem. Quando ela se casou com meu pai, ele pediu que ela parasse sua carreira, por causa dos plantões que muitas vezes ia por noite adentro.

Ela só concordou quando engravidou de mim, e, como teve problemas na gravidez, decidiu que não queria ter outros filhos. Meu pai era caminhoneiro, fazia apenas viagens curtas e não ficava fora de casa por muito tempo. Eu estava me preparando para prestar vestibular, seria minha grande chance de entrar numa faculdade pública aqui na minha cidade.

Pretendo prestar vestibular para o curso de Economia. Sempre gostei de estudar e com a ajuda do meu professor, pude compreender melhor essa parte dos números. Apenas assim poderia conseguir um emprego na área para ajudar a minha mãe com as despesas de casa. Por enquanto, não tenho experiência para arrumar algo na minha área, mas a oportunidade que tiver já estará valendo.

Minha mãe conseguiu um emprego de cuidadora. Irá cuidar de um senhor de 80 anos, pois os filhos preferem pagar alguém a tomar conta de seu próprio pai. Infelizmente, o horário que ela vai trabalhar é muito puxado, quase doze horas por dia, então, eu terei que estudar e trabalhar e, ainda cuidar da casa.

- Bom dia, filha. Está animada para hoje?

- Bom dia, mãe. Estou um pouco nervosa, preciso muito passar nessa prova. Não temos dinheiro para uma faculdade particular, essa também será minha chance para melhorarmos de vida.

- Vai dar tudo certo. Eu tenho certeza de que você irá conseguir.

- Deus a ouça, mãe.

- Venha tomar seu café, tem que estar bem alimentada.

- Obrigada, mãe.

Não foi fácil, mas dei o melhor de mim, e tenho certeza de que conseguirei passar.

Saí daquela sala com muita esperança. De volta para casa, resolvi andar um pouco para espairecer. Quando chego perto de um grande mercado, que tinha pouco tempo de inaugurado, vejo que tem uma vaga de caixa. Sei que nunca trabalhei, mas mesmo assim vou tentar. O não eu já tenho, vou correr atrás do meu sim.

- Boa tarde! Senhor, eu gostaria de saber sobre a vaga de caixa.

- Você tem experiência?

- Não senhor, mas eu tenho muita força de vontade e consigo aprender rápido. Eu estou precisando muito de um emprego.

- Vamos fazer um teste, no período de uma semana. Quero ver como você se sai. Se realmente é capaz, mesmo sem experiência.

- Muito obrigada! Prazer, meu nome é Maya.

- Muito prazer Maya! Sou Vagner, um dos gerentes.

- Tenho duas vagas, uma para o período da manhã e outra para o período da noite. Com qual você deseja ficar?

- Se não for pedir muito, eu gostaria de ficar com vaga da manhã, pois acabei de fazer vestibular e se tudo der certo irei começar a faculdade à noite.

- Por mim tudo bem. Então, te vejo amanhã às oito horas, não se atrase.

- Não me atrasarei, e, desde já agradeço a oportunidade. O senhor não irá se arrepender.

Fui para casa muito feliz, pelo jeito as coisas iriam melhorar. Agora, tanto eu, como minha mãe, conseguimos um emprego. Portanto, só falta passar no vestibular para a minha vida ficar perfeita.

Não via à hora da minha mãe chegar e contar a novidade. Só queria que meu pai estivesse aqui, apesar de já ter passado seis meses de sua morte, eu ainda tenho pesadelos com o dia da sua morte. Sei que minha mãe chora quase todas as noites, eu a escuto do meu quarto. Muitas vezes eu vou até ela e apenas a abraço, não consigo dizer nada, porque nessa hora, nada que se diga vai diminuir a dor.

Vou fazer o jantar e organizar a casa, não quero que ela faça nada quando chegar. Sei que sempre vem muito cansada e mesmo assim ainda quer deixar tudo limpo.

Depois de tudo arrumado, vou até meu quarto tomar um banho, tirar o cansaço. Após o banho, vou até a cozinha fazer o jantar, irei fazer macarrão ao molho branco, que era a comida favorita do meu pai.

Depois de tudo pronto, vou assistir televisão enquanto espero minha mãe chegar, coisa que não demora muito.

- Boa noite, mãe!

- Boa noite, filha. Nossa que cara boa, isso quer dizer que você foi bem na prova, acertei?

- Eu acho que sim, mas não é por isso que estou radiante. Eu consegui um emprego naquele supermercado novo, que inaugurou há pouco tempo. Ainda não fui contratada, vou ficar em experiência por uma semana, mas vou me esforçar muito para conseguir a vaga.

- Essa é uma ótima notícia, mas e aí como foi a prova? Você acha que foi bem?

- Eu tenho certeza que sim.

Jantamos e conversamos muito, coisa que não fazíamos com frequência, pois ela sempre chegava cansada e falava o mínimo possível, mesmo quando estava de folga era igual, já que eu sempre estava estudando. Acho que ela se sente sozinha, assim como eu. Mais tarde quando fomos dormir, já estava me sentindo bem e com muita esperança de que daquele dia em diante, tudo seria diferente e, assim, acabei pegando no sono.

Minha segunda-feira começou muito bem. Fui trabalhar e gostei muito de tudo que aprendi, as pessoas foram muito legais comigo. Para uma novata, até que me saí muito bem. E assim se passou a semana.

No dia em que terminaria minha experiência, fui chamada até o escritório do gerente. Ele me disse que eu me saí muito bem, que estava contratada e que deveria trazer meus documentos no outro dia para entregar ao RH. Nem acreditei. O trabalho não era fácil, tinha que prestar muita atenção para não dar troco errado e também tinha muito cliente que se achava esperto em passar notas falsas. Em apenas uma semana, já tinha recebido duas. Assim, foram se passando os dias, e a ansiedade de saber o resultado das provas estava me matando.

Quando o dia chegou, eu não tive coragem de ir verificar se meu nome constava na lista. Como tinha uma colega, que também tinha prestado na mesma faculdade, pedi para ela verificar se meu nome estava na lista.

- Maya Feliciano, seu nome está bem aqui. Você conseguiu - disse com um sorriso. - Vamos estudar na mesma faculdade!

- Você jura que eu passei? Não está brincando comigo não, né Ester?

- Eu jamais faria isso com você. Não é porque nos conhecemos a tão pouco tempo que seria louca de fazer uma brincadeira dessas.

- Eu passei! Nossa minha mãe vai ficar muito feliz. Agora sim, minha vida irá mudar.

Eu não tinha como demonstrar como eu estava feliz. Finalmente minha vida estava caminhando muito bem, estava empregada e tinha conseguido passar na faculdade.

- Boa noite, mãe!

- Boa noite, filha. Que sorriso é esse, o que aconteceu?

- Eu consegui mãe! Eu consegui passar na faculdade.

- Eu sabia que você ia conseguir! Estou muito feliz por você, seu sonho está se realizando.

- Sim mãe, agora tudo vai dar certo. Depois de dois anos eu já posso fazer estágio em uma empresa, exercendo a minha profissão. No começo não irei ganhar muito, mas quando estiver formada, o salário será melhor e poderemos até pensar em mudar dessa casa para um lugar melhor.

- Você nunca deixa de sonhar Maya? Essa casa foi a única coisa que seu pai deixou, mesmo não sendo num lugar melhor, é só isso que temos. Não estou dizendo que no futuro não possamos mudar, mas não quero pensar nisso agora. Vamos esperar você se formar e aí sim, quando você estiver ganhando o seu tão sonhado milhão, a gente conversa novamente.

- Mãe, eu sei que essa casa é tudo que temos e sei que foi nesse lugar que meu pai gastou todas suas economias, mas não pode me julgar por querer te levar para uma região melhor. Sabe que esse bairro não tem só pessoas boas, tem as ruins também, mas tudo bem. Como você mesmo disse, eu vou parar de sonhar por enquanto e quando eu estiver ganhando bem, nós vamos nos mudar.

A procura de Anthony

Jaime Guerra

Há dois anos meu pai sofreu um infarto, isso imobilizou o seu lado esquerdo. No começo ele não aceitou muito bem seu estado, ficar numa cadeira para sempre, sendo tratado por enfermeiros, não era nada fácil para um homem que sempre esteve ativo. Não parou de trabalhar nem com a morte da minha mãe, não era fácil ver ele debilitado desse jeito, sem poder fazer nada. Apesar de estar fazendo fisioterapia, ele não conseguiu segurar com firmeza nenhum objeto.

Nesse período, tanto eu, como minha irmã, fazíamos de tudo por ele, mas era visível em seu olhar a dor de ficar limitado apenas em casa.

Depois que minha mãe morreu, as coisas dentro de casa mudaram muito, começando pelo nosso irmão, que se tornou mais rebelde do que já era. Começou a beber e passar noites fora de casa, sempre que aparecia no dia seguinte, estava num estado deplorável, meu pai, por diversas vezes chamou a sua atenção, mas nada resolvia.

Chegou a um ponto que meu pai não sabia mais o que fazer. Em um dia, ao voltarmos da empresa, estranhamos os funcionários que trabalhavam em casa não estarem presente em lugar nenhum. O que não esperávamos, é que meu irmão estivesse dando uma festa dentro de casa, com vários amigos que se encontram pelados numa total orgia.

Havia tanta gente dentro da sala de nossa casa. O cheiro de sexo, bebida e de erva estava horrível, aquela visão deixou meu pai muito decepcionado, e, aos gritos expulsou todos, enquanto meu irmão gritava que a casa também era dele e que poderia fazer quantas festas quisesse.

Depois daquele dia, as coisas que já não eram boas, ficaram piores. As brigas do meu pai com meu irmão eram diárias.

O meu pai não aguentava mais essa situação. Decidiu que tiraria todos os benefícios que Anthony tinha, carro, dinheiro, bloqueou suas contas e todos os seus cartões de créditos foram cancelados. Quando ele descobriu que não tinha um centavo, ameaçou ir embora de casa, mas meu pai estava decidido a não mudar. Ele colocou meu irmão contra a parede, ele teria que voltar a estudar, terminar a sua faculdade e ser uma pessoa melhor, responsável e se dedicar á empresa.

- Você não pode fazer isso comigo, eu sou seu filho!

- Eu te dei de tudo, fiz todos os seus caprichos e o que eu ganhei? Um filho irresponsável, que até trouxe putas e vagabundos para dentro da minha casa. Você nem respeitou sua irmã, que mora debaixo do mesmo teto que você. Então, só cabe a você, se quer continuar com essa vida, pode ir embora, mas saiba que irá sem nenhum centavo do meu dinheiro, não trabalhei por anos para sustentar nenhum vagabundo que só quer gastar sem ter nenhuma responsabilidade. Agora é sua vez de sustentar-se sozinho.

- Mas eu tenho o dinheiro que minha mãe deixou e esse eu posso gastar como eu quiser.

- Engano seu, ela deixou esse dinheiro para ser dividido entre os três filhos, está na cláusula do testamento, vocês terão que repartir esse valor por igual e com certeza não durará por muito tempo em sua mão - meu pai falava tomado pela raiva. - Um homem com 25 anos nem parece um ser humano, olhe para seu estado, veja se está parecendo um Guerra - faz um gesto de desdém e continua. - Agora é com você, decida o que vai fazer de sua vida. Fica, dentro das minhas condições ou vai embora com sua parte do dinheiro que sua mãe deixou, porque do meu só vai ganhar novamente quando você virar um homem responsável e começar a trabalhar. Até lá, não terá nada.

Anthony ficou em seu quarto por quase duas semanas e quando saiu nem parecia o mendigo que tinha entrando nele.

Ele resolveu aceitar a proposta de meu pai. Voltou a estudar, conseguiu formar-se e ainda fez pós-graduação. Foram quase dez anos de paz, e quando ele decidiu ir viajar por um tempo, meu pai nem se importou. Tinha conseguido o que sempre quis, ter seu filho mais velho trabalhando e sendo responsável. Todos nós acreditamos que ele tinha mudado, continuava saindo, mas nunca mais chegou bêbado ou mesmo levou mais ninguém para casa, passava os finais de semana estudando. O que ninguém sabia, era o que se passava em sua cabeça, fez tudo o que meu pai quis, mas sua intenção nunca foi assumir nada, nos enganamos direitinho.

Com a desculpa de estar cansado, por está trabalhando e estudando por muito tempo, disse que estava precisando tirar um mês de férias e que iria viajar para o Brasil com dois amigos de faculdade. O meu pai aceitou, achou que quando ele voltasse, estaria pronto para assumir seu lugar, não imaginando que essa viagem seria a última vez que veríamos Anthony.

Já se passaram quatro anos, e até agora nada dele aparecer. Seu sumiço, com certeza, contribui para o estado que o nosso pai se encontra. Depois de ele ter ficado doente, fui obrigado a assumir toda direção da empresa, junto com o filho de seu sócio, que também se aposentou, pois queria poder curtir sua vida com sua mulher. André se tornou, além de um grande amigo, um sócio que se dedica a tudo dentro da empresa. Nós dois juntos, estamos mantendo tudo e, sinceramente, se meu irmão não voltar, tenho certeza de que conseguirei manter nosso império erguido.

- Bom dia, meu pai. Como você está sentindo-se hoje?

- Bom dia, filho. Estou bem melhor! Não estou mais aguentando ficar deitado o dia todo, vendo que você está precisando de ajuda com a empresa.

- Não precisa se preocupar meu pai. Eu e o André estamos dando conta de tudo, as coisas estão caminhando muito bem, logo a Barbara se juntará a equipe e vamos distribuir os setores. Eu e o André estamos pensando em contratar um investigador para procurar o Anthony, as buscas vão começar pelo o último lugar que ele provavelmente esteve.

- Espero meu filho, que esse investigador ache alguma coisa. Só assim saberemos se ele está vivo ou não.

- Vou fazer isso assim que chegar à empresa. Não se preocupe, logo teremos notícias boas ou ruins.

Assim que chego à empresa, a primeira coisa que faço é procurar os serviços de um investigador. Mando uma mensagem marcando para ainda hoje uma reunião, não quero demorar a resolver esse problema.

Com tanta coisa para resolver, não vi o tempo passar, é quase hora do almoço. Eu saí junto com André e no caminho, contei para ele que já tinha marcado uma reunião para o fim da tarde, com um detetive e que gostaria que ele estivesse presente como combinamos.

- Alô!

- Senhor Guerra, o Sr. Raffaelo está aqui na recepção, deseja vê-lo.

- Pode mandar subir e, por favor, chame o André. E Vanda, senhor Guerra é meu pai, não é necessário me chamar assim, já lhe disse mil vezes.

- Desculpe-me! Sr. Jaime, não irá acontecer novamente.

- Tudo bem, quando todos estiverem na minha sala, providencie um café, não passe nenhuma ligação e não deixe ninguém entrar.

Pouco tempo depois ouço uma batida na porta.

- Entre.

- Mandou me chamar? - diz André.

- Sim, o investigador chegou.

- Senhor! Posso mandar o Sr. Raffaelo entrar? - Vanda pergunta.

- Sim, não esqueça o que eu falei antes - ela acena e sai.

- Boa tarde.

- Boa tarde, Raffaelo. Posso chamar assim né? Não somos tão velhos para ser tratados como senhor.

- Boa tarde, Jaime. Sim, pode chamar-me pelo meu nome.

- Bem, meu nome você já sabe. Esse é meu amigo e sócio, André - apresento e indico a cadeira para que se sente.

- É um prazer conhecê-los. Em que eu posso ajudar vocês?

Depois de todos estarmos acomodados, detalhei tudo que havia ocorrido com meu irmão. Entreguei uma foto e disse que ele falou que irá ficar apenas 15 dias no Brasil e que logo voltaria, mas que quando fomos verificar, ele não tinha viajado para esse país e sim para Portugal.

- Então, será esse o primeiro lugar que iremos procurar. Se não encontrarmos nada, iremos mesmo assim ao Brasil.

- O que importa é termos alguma notícia dele.

- Vou informar hoje mesmo a minha equipe e partiremos em dois dias. Quero dizer que essa investigação custará muito caro, pois somos três pessoas e cada uma tem seu serviço, além dos custos da viagem, que também fica á seu cargo o pagamento.

- Não tem problema com o valor, desde que me traga alguma informação do paradeiro de meu irmão.

- Tudo bem, se era só isso. Irei embora para organizar tudo e já vou fazer algumas pesquisas antes de viajar. Quando souber de qualquer coisa, entro em contato.

- Muito bem, vou ficar no aguardo. Tenha uma boa viagem e qualquer coisa por mínima que seja, não se esqueça de informar-me.

- Ok, boa tarde aos dois. Até mais.

- O que você achou André?

- Meu amigo, eu espero que esse homem faça seu serviço, que ele nos traga alguma informação, porque eu ainda acho muito estranho esse sumiço de seu irmão. Por mais que ele não queria assumir a empresa, não acho que faria isso deliberadamente.

- Eu espero que você tenha razão, porque seria mais uma decepção para o meu pai, descobrir que seu filho realmente sumiu por não querer trabalhar em seu patrimônio.

Com esse assunto já resolvido, continuamos trabalhando. O dia tinha rendido muito, fechamos mais dois contratos. Quando cheguei em casa, falei com o meu pai sobre o que o investigador iria fazer e por onde ele começaria, ele ficou muito esperançoso.

- Onde pensa que você vai com essa roupa Barbara?

- Vou sair!

- Barbara, já tenho problemas demais e não quero mais um. Com essa roupa você não vai sair para lugar nenhum e não é porque nosso pai está impossibilitado dentro daquele quarto, que você vai fazer o que quer, já não basta o Anthony?

- Jaime, eu só vou encontrar uns amigos e não vou me demorar. Minha roupa não demonstrar o meu caráter, você já deveria saber disso. Nunca causei nada e não pretendo dar mais desgosto ao nosso pai. Prometo que irei voltar cedo, só vou me distrair um pouco, coisa que você também deveria fazer, está visível que anda cansado, já não sai há muito tempo. Não esqueça irmãozinho, que você também é ser humano e não pode querer carregar o mundo nas costas.

- Tenho muitas responsabilidades nesse momento e sei que não saio há muito tempo. Vou chamar o André para nós, pelo menos, espairecer um pouco qualquer dia. Hoje, estou muito cansado, vou me deitar cedo.

Já tinha se passado duas semanas e nada do investigador entrar em contato. As coisas na empresa estavam correndo muito bem, tanto eu, como o André, já não tínhamos mais vida como antes, vivíamos apenas para trabalhar, mesmo ele querendo mudar de ramo.

Ele não quis dizer não ao seu pai quando ele disse que estava cansado e que precisava que ele assumisse seu lugar, só fez isso para não contrariar seu pai, mas seus planos sempre foram outros.

Volto ao presente com o toque do telefone em minha mesa.

- Alô - digo.

- O que você acha de sairmos hoje à noite para jogar conversa fora e tomar alguns drinks? - pergunta André.

- Você leu meus pensamentos, estou muito cansado e preciso tirar um pouco desse estresse.

- Mas hoje à noite eu quero muito voltar para casa acompanhado, nada de terminar minha noite com você, já basta passar todos os dias - diz André, com voz de riso do outro lado.

- Meu amigo, até eu quero voltar acompanhado.

Depois de combinar de nos encontrarmos mais tarde numa boate, não muito longe de onde trabalhamos, decidimos que não sairíamos sem encontrar uma mulher para nos divertir, tanto eu como ele não queremos nada sério.

Já dentro da boate, tratamos logo de pedir nossas bebidas. Notamos que essa noite estava mais lotada ou nós é que há muito tempo não vínhamos aqui.

As coisas tinham melhorado, a boate está com um estilo muito melhor e o espaço também estava maior, a área vip estava mais moderna. Após uma hora que estávamos lá, meu telefone começou a tocar, um número que eu não reconheci de primeira, mas como estava muito barulho pedi licença para as duas mulheres que nos faziam companhia e para o meu amigo, indo para uma área mais reservada.

- Alô.

- Senhor Guerra?

- Sim, sou eu.

- Encontramos seu irmão.

Eu não sabia o que responder, meu coração quase parou nessa hora. Eu não sabia se dava graças á Deus por ele ter sido encontrado com vida. Eu não consegui ter nenhuma reação.

- Senhor, ainda está aí?

- Sim, onde você o encontrou?

- Ele está vivendo numa vila em Águas Santas, na região norte de Porto, na cidade de Portugal. Devo avisá-lo que seu irmão não parece nenhum pouco com a foto que me deu, está muito mudado fisicamente. Ele está trabalhando numa transportadora, como ajudante. Pelo que ficamos sabendo, ele mora no mesmo lugar, em um dos quartos no fundo da transportadora. Não fala com quase ninguém, algumas pessoas com que eu falei, me disseram que ele está lá há quase dois anos.

- Quero que você me passe tudo o que descobriu. Irei viajar daqui a dois dias para esse lugar, não quero que ele saiba que eu estou indo e, por favor, não o deixe saber que está sendo observado, tenho medo que se ele perceber possa sumir novamente.

- Irei mandar uma foto de como ele está neste momento.

- Ok. Até mais, fico no seu aguardo.

Quando volto para a mesa digo logo.

- Raffaelo o encontrou.

Mostro a foto que ele tinha me enviado. Falo todas as informações que foram passadas pelo detetive. Meu amigo fica sem palavras, assim como eu.

Continuar lendo

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro