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Capítulo

No auge do ano de 2005, Rafael e Ária, se conheceram no renomado colégio, situado em uma pacata cidade do interior do estado de São Paulo em que ambos moravam. Entre conversas no MSN e trocas de depoimentos no Orkut, os dois se apaixonaram e viveram um típico romance adolescente, regado a muita música e dramas juvenis experienciados intensamente. Naquele ano, Rafael, jovem branco de classe média alta e filho de pais divorciados pouco afetuosos, via-se pressionado a seguir a carreira da família cujos primogênitos sempre se tornavam advogados. Porém, ele apenas desejava viver da música, embora soubesse que jamais teria qualquer apoio de seus pais. Ao ver seus sonhos ruírem sem qualquer esperança de conquistá-los, Rafael, em plena adolescência, começa a se afundar no álcool que parece ser a solução para todos os seus problemas. Todavia, tudo começa mudar quando ele conhece Ária: a menina de pele um tanto escura, de longos cabelos encaracolados que vira o seu mundo do avesso. Ária era mais uma garota pobre, órfã de pai, que cuidava da casa enquanto sua mãe lutava contra a depressão profunda que a abateu após o falecimento de seu esposo e único amor. Por ser bolsista e filha de uma mulher negra, Ária aprendera a conviver com o preconceito desde pequena. Assim, a garota não compreendia o fato de Rafael, seu extremo oposto, ter se apaixonado por ela. Contudo, apesar de tanto relutar, ela se entregou a paixão e o amou fervorosamente. Dizem que aqueles que pertencem a diferentes classes sociais não devem se relacionar. Dizem também que ninguém fica com o primeiro amor. Entretanto, quis o destino que ambos se separassem. Fato é que, uma década após o rompimento, ambos ainda se amavam. A verdade é que todos sabem que onde há amor, há esperança. E onde há esperança, existe uma história a ser contada. O ano era 2005. Tudo era diferente.

Capítulo 1 PRÓLOGO

Mais um dia. Apenas mais uma noite. Nada mudou e nunca vai mudar! É isso que as pessoas normalmente chamam de viver, uma monotonia constante que eu prefiro chamar de "sobreviver". É só a vida acontecendo, e não tem brilho, nem cor.

Permaneço sentado confortavelmente na cadeira em frente a escrivaninha do escritório da minha casa, ou como minha ex-esposa costumava chamá-lo, o meu "santuário". Olho para mesa a minha frente e vejo várias folhas de caderno bagunçadas próximo a uma caneta preta que repousa ao lado do envelope aberto sem destinatário. Está tudo como eu havia deixado na noite anterior. Pilhas de cartas acumuladas em diversos cantos do cômodo e a câmera de vídeo continua na mesma posição em que deixei há dois dias. Aqui está minha história, minha vida, ou melhor, metade da minha vida: a parte dela que eu realmente gostaria de ter vivido.

Inspiro e expiro, relaxando, recobrando a calmaria. Fecho meus olhos e me concentro nas lembranças as quais eu nunca fui capaz de enterrar. Logo, consigo enxergar o lindo par de olhos esverdeados que sempre me acompanharam. Junto deles vejo o mesmo um sorriso radiante da garota cheia de vida por quem um dia eu me apaixonei. Lá está o rosto da pessoa que eu gostaria de rever por apenas mais uma vez. É sempre nesse momento que as palavras vêm, então pego a caneta e começo mais uma carta:

30 de março de 2014

Como vai você?

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