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Capítulo

Millena é uma policial renomada, que ao ser transferida para trabalhar em Nova York para o FBI, acaba por cruzar seu caminho com Sabrina Sinclair, uma das criminosas mais procuradas de Nova York. Um possível romance entre elas passa a ser eminente, mas talvez esse romance possa colocar a vida de Millena em um grande risco.

Capítulo 1 Blood Drops

Fazia dezesseis graus naquela noite em Atlanta, havia chovido o dia inteiro, e somente a noite a chuva havia cessado, e agora havia poças de água pela rua inteira.

A Lua tentava brilhar no céu, mas seu brilho era ofuscado pelas nuvens que passeavam pela noite.

Mas a única visão que Sabrina teve, foi das gotas de chuva escorrendo pelo lado de fora da janela.

— Onde está a grana? — Perguntou monotonamente caminhando calmamente pelo cômodo.

— Não sei do que está falando! — o homem engravatado falou ofegante, após Sabrina tirar a fita que cobria a sua boca.

— Existem apenas duas coisas que mais me deixam irritadas no mundo, a primeira são homens, e a segunda são homens que mentem! E sabe o que eu faço com homens que mentem? — falou se aproximando do rosto dele — Eu faço eles sofrerem! Você não quer sofrer, não é mesmo? — ele balançou a cabeça em negação — Então, me fala onde está a porra do dinheiro!

Sabrina estava cada vez mais impaciente com o homem sentado à sua frente com as mãos algemadas, mas sabia que teria que ter paciência, pois não poderia sair dali sem antes saber onde o dinheiro estava escondido.

Ela respirou fundo, tirou uma arma do blazer preto e a apontou para o homem à sua frente.

— Olha só, nós podemos fazer isso do jeito fácil, ou do jeito difícil, se preferir.

— Eu já falei que não sei onde está a droga do dinheiro — Sabrina ameaçou puxar o gatilho da arma — Opa, calma aí donzela! Por que você não vem aqui e chupa o meu pau enquanto eu penso onde o dinheiro pode estar?

Sabrina não gostava quando a tratavam como prostituta, ela simplesmente repudiava o fato dos homens não a respeitarem, mesmo com uma arma apontada para suas cabeças.

Ela arrastou uma cadeira de madeira maciça para perto da mesa.

— Eu queria fazer as coisas fáceis, mas você não me ajuda a te ajudar! — falou ao se sentar em frente a ele — Eu sei que sua mulher e filhas estão de férias em Malibu, e seria uma pena o que aconteceria com elas caso você não me falar onde o dinheiro está.

O silêncio tomou conta do lugar. Era possível ouvir as gotas de água dos canos furados pingarem no chão.

O homem suava frio, suas mãos estavam trêmulas e seu corpo todo formigava. Agora não eram mais os negócios que estavam em jogo, mas sim a sua família .

— Embaixo da cama tem um cofre, o dinheiro está lá dentro! — falou rispidamente tentando controlar o tremor das mãos.

Sabrina guardou a arma de volta em seu blazer e olhou debaixo da cama e viu um pequeno cofre branco.

— Qual a senha?

— Zero, seis, um, três, sete, quatro! — Falou após pensar por uns instantes.

Sabrina digitou a senha no cofre, que logo se abriu, lá dentro havia um envelope laranja. Ela conferiu o dinheiro e guardou o envelope em um outro bolso no blazer.

— Sabe, eu adoraria te manter vivo, mas você sabe, negócios são negócios! — apontou a arma para ele.

— Vocês mulheres são sempre as mesmas, é por isso que todas merecem ser… — Sabrina puxou o gatilho antes que ele pudesse falar alguma atrocidade maior do que havia falado a noite inteira. Além do mais, o contrato não permitia que ele ficasse vivo.

Um estrondo ecoou pelo local silencioso, gotas de sangue escorriam pela janela, assim como as gotas de chuva. Gotas de sangue também haviam voado em sua roupa e em seu rosto.

O homem amarrado caiu morto junto a cadeira. Havia uma perfuração de bala em sua testa.

Alguma pessoa que passava pela rua, ouviu o barulho de tiro e as gotas de sangue na janela, e começou a gritar.

Ela sabia que logo a polícia estaria ali.

— Droga! — Ela falou pra si mesma.

Sabrina podia ouvir uma multidão se aproximando do local, e sabia que logo alguém entraria ali tbm.

Ela colocou uma peruca preta, e se certificou de que não estava deixando pegadas, ou rastros.

Pegou a sua bolsa e saiu de lá pela porta dos fundos.

}°{

Enquanto isso, há alguns quarteirões dali, Millena se preparava para voltar para casa após um longo dia de trabalho.

— Millena, estamos saindo agora para atender um chamado de possível homicídio, quer vir? — Caleb parou em frente a minha porta.

— Me aguarda no carro que eu já estou indo! — Falou com um sorriso no rosto.

Millena era o tipo de pessoa que colocava o seu trabalho acima de tudo, amava a adrenalina proporcionada pelo seu trabalho.

Ela se apressou e entrou em uma viatura, onde Caleb estava a esperando.

Cada vez mais que se aproximavam, o coração de Millena acelerava cada vez mais.

Ela sentia que estava cada vez mais perto de encontrar um grande desafio.

Apenas Millena e Caleb entraram na cena do crime, havia muito sangue pelo local, o corpo de um homem de cinquenta e sete anos estava amarrado a uma cadeira de madeira e algemado, aparentemente, não havia rastros.

— Você acha que é ela? — Caleb perguntou.

— As características do crime batem! — falou mordendo o lábio inferior. — Homem de idade, branco, muita grana... — Falou. — Chame a perícia, vamos encaminhar o caso para o FBI.

— Você tem certeza? — perguntou Caleb — Você ama trabalhar nesses casos!

— Absoluta, por mais que adore trabalhar em casos de homicídio, esse já é o quarto seguido em Atlanta, e todos eles batem com a mesma descrição de cena do crime! — falou andando pelo local procurando pistas — Acho que estávamos falando de uma assassina de aluguel, e você sabe de quem eu estou falando.

}°{

Sadie trocou seus sapatos no beco atrás da casa onde havia cometido o homicídio, e saiu andando de forma elegante, até sair na parte mais movimentada do bairro.

Era horário de pico, e todos estavam direcionando sua atenção e curiosidade para a casa onde havia acabado de acontecer um homicídio bárbaro — como seria descrito nas manchetes sensacionalistas do dia seguinte — então ninguém se importaria de ver uma mulher elegante sair de um beco escuro.

Ela andou na multidão que voltava do trabalho e parou ao lado de um hidrante amarelo, e acenou para um Porsche Cayenne prata como se fosse um táxi, cujo o mesmo parou em frente a Sabrina.

Ao entrar no carro, ela finalmente pode tirar a peruca e o salto alto. Ela colocou o dinheiro no porta-luvas do carro e jogou o blazer no banco traseiro.

Filipi, seu melhor amigo, dirigia o carro, vestido em um terno azul marinho, e seus cachos penteados para trás, davam um charme em seu visual.

O vento que vinha da janela bagunçava seu cabelo ruivo, cujo lutava para deixá-los arrumados, até desistir.

— Um velho rico a menos no mundo! — Sabrina brincou — Já tô imaginando as matérias sensacionalistas saindo na primeira página dos jornais amanhã. "Homem de idade é assassinado de forma brutal durante assalto domiciliar". — riu — Mal sabem que ele era um caloteiro que desviava as verbas das doações que a empresa dele recebia.

— Quanto ele tinha lá? — perguntou.

— Duzentos e cinquenta mil!

Os olhos castanhos de Finn estavam concentrados na estrada, sua respiração estava ofegante e suas sardas se destacavam pela iluminação exterior.

— Tava pensando na gente se mudar! — Filipi falou sem tirar os olhos da estrada. — Algum lugar em mente?

— Me diz você!

— Nova York, a cidade dos sonhos — falou dando ênfase à "a cidade dos sonhos".

— Vamos para Nova York então, viver um clichê americano. — Sabrina riu.

Sabrina achava Filipi simplesmente encantador, e não dizia isso pelo fato dele ser seu melhor amigo, parceiro de crime; e também o seu "conserto temporário", quando precisava de momentos sensuais durante sua vida corrida.

As sardas em suas bochechas meio rosadas são de tirar o fôlego, a boca avermelhada e o cheiro doce faziam suas pernas bambearem só de pensar.

Eles estavam indo em direção a um prédio em um bairro nobre de Atlanta, capital da Georgia, onde ambos dividiam um apartamento.

Ao chegarem no prédio, Filipi estacionou o carro enquanto Sabrina subiu para seu apartamento.

Ela colocou o dinheiro em um pequeno cofre (que já estava cheio) e o fechou novamente. Nem ela, nem Filipi mexiam ali, era como um lugar proibido. Pois eles sabiam que precisariam desse dinheiro para quando fossem recomeçar suas vidas.

Filipi entrou no apartamento e jogou as chaves em cima da mesa de centro, se sentou ao lado de Sabrina no sofá e abriu os botões da sua camisa social.

— Noite corrida, ein? — falou.

— Concordo... — deitou no colo dele — Sabe, eu estive pensando… e se nós nos aposentarmos? Já temos uma boa quantidade de dinheiro, podemos criar novas identidades, ir para Nova York e começar do zero.

— Também estive pensando nisso! Finalmente poder respirar aliviado, terminar a faculdade… Vamos fazer isso!

— Podemos resolver isso depois... — Ela se sentou novamente, e começou a alisar o cabelo do melhor amigo.

Ele retribuiu o carinho passando a mão nos lábios dela, e segurando o seu rosto.

Sabrina mordeu o lábio e aproximou-se do rosto de Filipi até finalmente o beijar.

Um beijo intenso, caloroso e sensual.

Sabrina sentou-se no colo dele e continuou a beijá-lo enquanto ele abria o zíper do seu vestido tubinho vermelho, deixando seus seios amostra.

Filipi apalpava um deles enquanto distribuía beijos no pescoço de Sabrina, que arfava e soltava leves gemidos.

Filipi começou a chupar de um de seus seios e a marturbar seu clitóris com a mão. Fazendo os gemidos de Sabrina ficarem cada vez mais altos, junto com a intensidade dos movimentos da mão dele.

Havia muito tesão naquela sala, tanto que poderia ser levado a outro nível se a campainha não tivesse tocado.

— Porra… — Sabrina murmurou vestindo seu vestido novamente.

Uma correria se instaurou no lugar para estarem apresentáveis novamente.

— Quem é? — Filipi perguntou abotoando sua camisa.

— Eu não faço a mínima ideia! — Falou se preparando para abrir a porta.

}°{

Era um fim de turno exaustivo, Millena havia trabalho o dia inteiro em papelada, e quando finalmente houve uma no adrenalina, precisou fazer mais papelada para transferir o caso para o FBI.

— Brown, — chamou Chiara, a secretária — o chefe quer falar com você agora.

Ela vestiu seu casaco e se direcionou à sala do chefe. Era uma sala feita de madeira, do piso até o teto.

Cheirava a cigarro. Sempre estava cheirando a cigarro.

Possuía uma mesa também de madeira no centro, com duas cadeiras. Em uma delas estava meu chefe, David McBowie. Um cara que estava sempre fumando cigarros entocado nessa sala. Sinceramente, ninguém sabia como ele conseguiu virar chefe de polícia.

— Millena Brown... — ele falou tirando um cigarro da boca — Sente-se!

— Olá senhor, Chiara disse que queria falar comigo.

— Sim, serei breve. — ele falou calmamente — Soube que passou o caso do homicídio de hoje para o FBI...

— Senhor, referente a isso, tenho uma explicação. — falou euforicamente — Todas as provas indicam que seja uma assassina de aluguel, e sabemos que casos desse tipo não cabe a nós...

— Se você ao menos me deixar terminar de falar... — Ele falou alto

— Desculpe! — Se sentou.

— Como eu estava dizendo… você é uma das melhores investigadoras criminais que conheço, e por isso acho que deveria fazer parte desse caso! — falou acendendo outro cigarro — Por isso, mexi uns pauzinhos e consegui colocar você no caso, trabalhando no FBI!

— Não brinca! — falou extremamente contente — Meu Deus, muito obrigada!

— Eles vão precisar de você em Nova York esse fim de semana, para assinar uns acordos e fazer o treinamento.

Millena nem podia acreditar no que acabara de ouvir, com certeza foi a melhor notícia que ouviu em meses.

Ela não via a hora de chegar em casa e contar a novidade para seu marido.

Ao chegar em casa, viu a luz da cozinha acesa. Deveria ser Jacob, seu marido, fazendo o jantar.

Entrou e sentiu o cheiro da carne assando, era um cheiro maravilhoso que fazia seu estômago roncar.

Jacob a pegou por trás e a encheu de beijos em seu pescoço.

— Até que enfim você chegou! — Ele falou alisando seu cabelo

— O cheiro da comida está ótimo. O que temos? — perguntou mal contendo a felicidade

— Frango assado com o resto do arroz do almoço. — ele falou empolgado. — Falando nisso, vamos para a cozinha, está na hora de tirar do forno.

Ele colocou os pratos na mesa e se serviram em silêncio, como todas as noites.

— Eu estava pensando em fazermos uma viagem esse fim de semana. Você pega folga do seu trabalho e eu pego uma folga do meu e podemos ir ao bar do meu pai...

— Ah, sinto muito, mas não vou poder ir! — falou.

— Por que não? — Ele perguntou confuso.

— Por que eu vou precisar fazer uma viagem de trabalho para Nova York, neste fim de semana.

— O que? O que vai fazer lá? — perguntou indiferente, mudando o seu tom de voz.

— Vou trabalhar no FBI em um caso de homicídio, que pode estar ligado a uma famosa assassina de aluguel, e por isso preciso ir esse fim de semana em Nova York fazer o treinamento necessário.

— Tudo bem então… — falou ríspido — Já que você não vai, eu viajo sozinho!

— Isso é ótimo, tem bastante tempo que você não faz uma viagem de carro sozinho. Vai ser ótimo para você. — Forjou um sorriso.

Millena sabia que seu trabalho incomodava a Jacob, ele sempre reclamava que a esposa nunca estava em casa, e quase nunca faziam sexo. Sempre que podia, ele não perdia uma oportunidade de falar mal do emprego dela.

Ele tirou os pratos da mesa e os colocou na lavadora; enquanto Millena tirava a parte pesada do uniforme e colocava na roupa suja, ficando apenas com uma camisa regata preta, e uma calça legging também preta.

Jacob se aproximou por trás dela e a segurou pela cintura. Ele a puxou para um beijo e em seguida começou a descer os beijos até seu pescoço, enquanto suas mãos desciam até sua bunda.

Por mais que gostasse, Millena estava ansiosa para ir para Nova York e precisava arrumar suas coisas.

— Jacob, querido, depois… — falou entre os beijos.

— Por favor… — ele falou manhoso — Por favor…

— Eu preciso tomar banho. Depois! — ela falou se afastando dele.

— Meu Deus, eu estou em algum tipo de relacionamento cristão a base de "sexo só para se reproduzir"? — ele bravejou.

— Jacob, eu… — ela foi interrompida por um soco na parede.

— Porra, eu somos casados há a cinco anos, e todo esse tempo, quase nunca temos momentos de casal! Nós nem tivemos uma lua de mel porque você saiu às pressas do casamento para atender um chamado! — gritou — Eu estou cansado, eu nunca sou a sua prioridade! Ou eu, ou o seu trabalho!

Millena se viu encurralada, mas ao mesmo tempo zangada pela ameaça. Ela sabia que uma hora teria que escolher entre um, e já estava certa de sua escolha.

— O que você está fazendo? — ele perguntou.

— Eu já fiz a minha escolha, vou passar a noite na casa de um amigo! Amanhã eu volto para pegar as minhas coisas.

Eles sempre tinham brigas feias, onde Millena saia de casa e passava a noite na casa de Caleb, mas dessa vez ela não pretendia voltar para Jacob, pois já estava farta.

}°{

— Olá, Sabrina! — uma mulher negra e alta falou de braços cruzados na porta, ela estava acompanhada por dois seguranças — Não vai me convidar para entrar?

— Patrícia, — forçou um sorriso — entre! Não esperava te ver hoje.

— Poupe-me, querida! Podia ouvir seus gemidos a quilômetros de distância. Vergonhoso! — falou se sentando no sofá — Vamos ao que realmente interessa… fizeram a encomenda?

— Sim, — Sabrina falou abrindo uma garrafa de vinho na cozinha — Filipi, pegue o dinheiro!

Filipi pegou um envelope azul e entregou a Patrícia, que o abriu minuciosamente e tirou de lá um cheque avaliado em duzentos e cinquenta mil.

— Perfeito! — murmurou Patrícia. — Tem algo mais?

— Hm, Patrícia, em uma hipótese, se alguém que trabalha para você simplesmente ir embora e não te avisar. O que aconteceria? — Sabrina falou e em seguida Patrícia deu uma risada alta.

— Querida, eu faria questão de acabar com a vidinha dessas pessoas! — Falou entre risadas. — Eu tenho um contrato que deve ser seguido até eu me cansar da cara de vcs. Ninguém foge de mim!

Após Patrícia sair do apartamento, Filipi e Sabrina se olharam acuados sem saber o que fazer. Eles estavam presos em um trabalho infeliz que certamente custaria a vida dos dois.

— É, pelo visto Nova York fica para depois! — Filipi disse se encostando na parede e cruzando os braços.

— Não... — Sabrina falou mordendo o lábio interior. — Não podemos ficar aqui! Nós vamos sair amanhã cedo!

— Sabs, se fugirmos vai ser pior!

— Filipi, ou a gente sai daqui o mais rápido possível, ou a gente vai continuar vivendo essa vida infeliz para sempre!

Sabrina caminhou para o seu quarto, sem nem esperar a resposta de Filipi, ela estava decidida a ir para Nova York com ou sem ele.

Ela começou a arrumar sua mala enquanto Filipi parou na sua porta e disse:

— Vamos sair amanhã bem cedo!

Sabrina ficou muito contente em saber que Filipi iria com ela, tanto que até deixou um sorrisinho escapar. Ela correu em sua direção e lhe abraçou bem forte.

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