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Capítulo

De amigos à amantes! Peter e Helena são amigos há anos Mas uma noite Olívia, noiva de Peter, o trai com seu irmão mais novo, Daniel. E isso mexe muito com ele. O passado de Ellie, volta para assombra-lá depois de ter fugido e deixado tudo de ruim para trás. Será que os traumas de Ellie serão um impedimento para o relacionamento deles, ou Peter terá capacidade de lidar com o passado dela e ir aos poucos curando-a? Hoje em dia Helena tem uma família composta por amigos que querem tudo de bom para ela, e isso o passado de Helena não sabe. O que eles não sabem e nem se importam muito em saber é o que os fazem cair. Conteúdo: Sequestro, tortura leve (mas não com a mocinha), cenas eróticas e descritivas.

Capítulo 1 1

Levanto todos os dias às cinco da manhã. Li em algum livro que pessoas que acordam neste horário são mais inteligentes e têm mais tempo para organizar todos os afazeres do dia. Mas uso esse tempo extra para colocar minhas séries em dia. Afinal, nem só de realidade vive o homem, ou a mulher.

Depois de tomar um banho e me vestir, pego o controle da TV e a ligo para assistir um episódio de The Boys. Quando o episódio acaba, faço uma maquiagem leve e arrumo meus cabelos, pego minha bolsa e o celular, desligo o rádio e tranco a porta de casa.

Meu prédio tem 6 andares, 6 apartamentos por andar, e graças aos céus, temos 2 elevadores. Meu apartamento é creme, mas o resto do prédio é branco e azul. O Edifício Lola Iguaçu tem uma fachada precisando urgentemente de uma reforma, mas não sou eu quem vai falar, isso é com a síndica.

Caminho 5 quadras até chegar ao Café & Companhia. Essa é minha dose diária de exercícios. Apesar de eu gostar muito de livros, eu fui designada para ser atendente na área do café.

Olhando ao redor vejo que cheguei cedo. Verifico no celular e ainda são 6:40 da manhã. Falo com as meninas da limpeza e os outros atendentes.

- Bom dia pra todo mundo! – olho ao redor, não vejo Jeff. Deve está atrasado.

- Bom dia Ellie! Como quer seu cappuccino? Com 2 cookies de chocolate? – me pergunta Mila.

- Hoje só o cappuccino. Estou sem fome e daqui a uns minutos temos que abrir – pego o copo e tomo um pouco. - Já me sinto mais disposta.

- Menina como você consegue andar de seu prédio até aqui com esse salto? – Carol pergunta. Ela está trocando o tênis dela por um salto nude, é uma princesinha mesmo.

- Já estou acostumada gata! Você só trabalha aqui há 2 meses, imagina quando fizer 3 anos como eu? – riu. - Mas é assim só no começo. Procure um confortável pra calçar o dia todo. Eu uso um Beira Rio e não machuca os pés.

- Valeu minha linda! Amanhã vou no shopping ver um pra mim. Porque esse está me matando, todo dia um pouquinho mais.

- Chama o Jeff ou Mila pra ir contigo, são bons em dar opinião sobre roupas e sapatos. Eu não me disponibilizou porque amanhã trabalho com o Peter.

- Que pena minha linda. Mas, agora vamos abrir o café porque estou louquinha pra ver aqueles gostosos de terno e gravata! – Carol suspira e dá um pulinho.

Começamos nosso trabalho as 7 horas e na minha pausa das 10:20, o finalmente Jeff resolve aparecer.

- Minha deusa, cheguei!

- Como se ninguém te notasse desde o outro lado da rua com essa camisa vermelha. Onde estava? Duas horas de atraso querido.

- Juuuura? Achei que demorei meia horinha conversando com meu papito!

- Vou fingir que creio na sua pessoa. Toma logo seu café com chantilly e vai logo trabalhar. Ainda bem que Peter não chegou.

- Minha deusa, te amo!

- Sei que esse "te amo" foi pelo café. Não precisa mentir.

- Minha deusa, te amo! Mas o café amo mais. Ele me esquenta, me desperta, me deixa animadenho, adoça meus lábios, me deixa querendo repetir... E você é só minha melhor amiga – ele pisca pra mim com um sorriso sacana.

- Filho de uma...

- Mamãe não é isso não. Controla a boquinha linda, se não lavo com detergente.

- Vá trabalhar sua bicha folgada se não falo pro Peter a hora que você chegou.

- Você não seria capaz...

- Você disse que ama café mais do que a mim. Ah! Olha o Peter chegando feliz da vida...

- Minha deusa já estou ali atendendo a mesa 12. Fui!

Safado. Sorrio. Agora pensando em Peter, ele não chegou e nem comunicou o atraso, será que aconteceu algo com ele?

Continuo meu trabalho, atendendo e servindo as mesas. Porém, a preocupação com Peter não sai de mim. Ele nunca fez isso, sempre avisa quando vai atrasar ou faltar.

- Moça, a senhorita vai me servir ou terei que chamar outra pessoa mais competente? – um senhor me chama atenção. Droga de devaneio.

- Desculpe senhor. Não ocorrerá novamente. Gostaria de um cookie de chocolate por conta da casa?

- Não como doces. Traga apenas meu café preto e sem açúcar. Rápido.

Assenti. Releve Ellie, ele é idoso e deve estar com pressa. E ainda vêm numa Cafeteria beber café preto, e sem açúcar. Qual a graça? Nenhuma. É amargo.

Mesmo assim, preparo seu café e lhe entrego.

- Obrigada senhor. Volte sempre! – ou nunca.

- Se eu quiser, voltarei.

Ai pai. Eu mereço.

Volto a servir e vejo os gêmeos mais fofos da minha vida. São uns amores, somos amigos fazem alguns meses, mas parece que nos conhecemos há anos.

- Ellie! Que saudade princesa!– Adam diz todo alegre.

- Lena, se a gente não vier te ver você não liga, não é? – Brian fala, sério, pra variar (insira o sarcasmo bem aqui).

- Meus meninos, eu sei que vocês não vieram ontem. Mas meu celular descarregou e eu acabei dormindo antes de carregar. Me desculpa? – faço cara de cachorrinho e eles riem.

- Só vamos te perdoar se você vier com a gente amanhã para uma casa nova que abriu.

- Adam, meu lindo, você sabe que não gosto de balada, boate, rave... Não me sinto bem em multidões. Que tal outra coisa? Heim?

Ficamos calados por uns instantes e os meninos pareciam pensar. Atendi duas mesas e voltei para a deles.

- Certo. Vamos num restaurante. Jantar depois filme na sua casa – Adam fala e Brian assenti. Quando é pra me arrastar pra fora de casa eles sempre concordam em algo. Não me resta o que fazer. Eles vão me levar pra sair amarrada se eu não concordar.

- Okay meninos. Me manda mensagem com o horário. Nada de restaurante 5 estrelas. Podemos ir numa pizzaria ou no Soho.

- Veremos. Vestido e salto. O restaurante é do nosso irmão, você vai gostar, é tranquilo – Brian tenta me tranquilizar. Tudo bem. Dou um beijo nos meninos e volto ao trabalho.

No horário do almoço, não saio. Como um sanduíche, um cupcake, 2 cookies de gotas de chocolate e um chá gelado de Hibisco.

Às 13:00 como está tudo calmo, aproveito para ler A Menina Que Brincava Com Fogo, tomando outro cappuccino. Harlan Coben é um ótimo escritor. Termino alguns capítulos e vou no estoque ver se falta algo pra avisar ao Peter.

Faço uma lista e resolvo ligar pra falar com ele. Ainda estou preocupada, espero que esteja tudo bem. Ele me ajudou quando vim morar aqui, me dando um emprego, e por isso sempre que posso ajudo no negócio. Ele não tem família por aqui, moram no Rio Grande do Sul. Peter mudou-se pra São Paulo aos 16 anos e hoje com 34 não têm sotaque sulista.

- Que carinha é essa?- olho para cima e encontro Jeff me encarando.

- Preocupada com Peter, Jeff. Ele ainda não avisou nada a ninguém. To com medo de ter acontecido alguma coisa com ele. Ah! Jeff... – suspiro exauta de tanto pensar.

- Ligue pra ele.

- Liguei agora. Está caindo na caixa postal.

- Calma. Logo logo ele vai está aqui minha deusa.

Respira. Expira. Respira. Expira. Saco! Quando eu encontrar Peter vou socar a cara dele. Filho da mãe!

Volto ao trabalho para me manter ocupada até a noite. Termino de fechar a livraria e vou de táxi até a casa de Peter.

Chego em 15 minutos. São 19:45 agora. Cumprimento o senhor Pedro da portaria, pego o elevador para o penúltimo andar e bato na porta do 505 duas vezes.

- Peter? Sou eu, abre a porta.

Espero alguns minutos. Bato novamente. Quando vou bater uma terceira vez, um rapaz abre.

- O Peter está?

- Está dormindo. Acabei de trazê-lo do bar do prédio.

- Eu vou matar o Peter! Ahhh... A tarde toda ligando e ele não atende. Que droga! – passei pelo rapaz e fui ao quarto dele.

- Acho que vocês brigaram. Ele estava indo pra terceira garrafa de whisky. E chorava por uma tal de Olívia, que tinha o traído com o irmão dele, na casa dos pais dele...

Desço as escadas novamente.

- Você está me dizendo que Olívia traiu Peter com um moleque de 21 anos na casa que eles iriam morar? Eu vou matar aquela cadela! Eu não acredito. Meu Deus! – sento no último degrau e fico olhando pro nada. O rapaz senta ao meu lado.

- Você não é a namorada dele?

- Olívia é... Era a noiva dele. Cadela! Desculpe! – olho pra ele. - Sou Helena, funcionária e amiga do Peter. E você é...?

- Sou Matheus, vizinho do andar de cima.

Suspiro.

- Me desculpe Matheus, eu estava preocupada com o Peter, ligo pra ele só dá caixa postal e você diz que ele estava no bar... Era pra termos nos apresentado ali na porta – sorrio pra ele envergonhada.

- Não se preocupe. Que bom que você não é a Olívia – ele RI. - Bom... Vou pra casa. Qualquer coisa é só subir mais um andar. Boa noite Helena.

- Obrigada por cuidar do Peter. Vou dormir no quarto de hóspedes caso ele tenha uma recaída. Acho q vou ter que esconder as bebidas da casa por hoje.

- Então vou indo.

- Boa noite Matheus. E obrigada de novo.

Matheus fecha a porta e eu tiro os sapatos para ver Peter.

Abro a porta de seu quarto. Ele está dormindo sem sapatos? Matheus foi um ótimo vizinho. Comprarei uma lembrança pra ele amanhã como agradecimento.

Sigo para o quarto de hóspedes, ao lado do de Peter, tiro as roupas e vou tomar um banho.

Provavelmente, amanhã não vamos ao Café.

Ligo o chuveiro aproveitando pra lavar o cabelo e hidratar com os produtos caros de Peter. Shampoo caro no quarto de hóspedes? Eu não posso. Nem tenho quarto de hóspedes...

Termino o banho, seco o cabelo com o secador que Peter deuxou pra mim aqui, essa já é a milésima noite que durmo aqui. Acho que somos mais amigos do que chefe e empregada. Ele é como um irmão mais velho, carinhoso, atencioso, chato, implicante, exigente, mas muito, muito cuidadoso. Peter cuida de todos os seus funcionários, se precisa de algo ele ajuda, se precisar de apoio ele está lá.

Como Olívia conseguiu trair um homem tão bom assim? A distância não pode ser desculpa, se não Peter poderia traí-la com as clientes lindas e elegantes que deixam o numero pra conseguir esse homem.

Não sei o que fazer pra Peter melhorar. Acho que só o tempo mesmo. Ele não vai esquecer, disso eu sei, pois foi com o irmão dele e sua noiva, não foi uma ficante ou namorada, foi traído pela noiva. Iam casar em Dezembro. Foram 4 anos juntos, em vão.

Pelo menos ele não casou com ela ou descobriu essa merda depois de ter se casado. Como ele descobriu? Amanhã vou fazer um suco de laranja e vamos ter uma conversa.

Apago a luz já vestida pra dormir. Sempre deixo roupa minha aqui e na casa de Jeff, deito e lembro que não apaguei a luz. Reviro os olhos. Levanto e apago a luz.

Acordo com um barulho na parede ao lado. Onde estou? Saí do Café e fui pra casa de Peter, vizinho de Peter trouxe Peter do bar porque bebeu todas por causa da vaca da Olívia. Lembrei. Estou na casa de Peter e preciso tomar banho para conversar com ele.

Quinze minutos depois estou cheirosa e vestida. Desço as escadas, viro à direita e vou até a cozinha fazer um suco de laranja.

Pego 2 analgésicos e 1 maçã, ponho na bandeja com o copo de suco pra Peter.

Abro a porta devagar. Destruição, caos e desordem é o que temos pra hoje no quarto do meu amigo. Ele está sentado na cama com as mãos na cabeça.

- Hey! Trouxe pra você remédio e suco – sento-me ao seu lado e mostro a bandeja.

- Obrigado Ellie! Por que está aqui? Foi mal pela bagunça, não estou num dia bom –. Afirmou.

- Eu sei. Seu vizinho do último andar lhe trouxe pra casa ontem. Estava no mesmo bar que você. Desabafa comigo. Como você está se sentindo? – olho emseuu olhos e só vejo dor. Aliso sua mão, confortando-o.

- Estou com raiva, Ellie. Magoado, puto, irritado. Como ela pôde fazer isso com nós dois. Os pais dela pagaram tudo pra ela ter um casamento de princesa que ela fez questão. Dizia que me amava, mas que os pais dela iriam pagar pelo casamento. Eu a amava. Eu sabia que a distância ia nos fazer ficar mais tempo separados, mas eu ofereci minha casa pra ela vir morar antes do casamento. Ela recusou várias vezes durante esses 2 anos de noivado.- Respira fundo e nega com a cabeça.- Sempre dizia que só queria morar junto depois de casar, que queria passar mais tempo com os pais porque logo vinha morar comigo, que a gente aguenta só 2 anos-. Ele fica cada vez mais irritado e grita. - MENTIRA! TUDO MENTIRA! Ela estava desde o início do nosso noivado transando com meu irmão Ellie. Sabe o que são 2 anos vivendo em função de uma pessoa? Trabalhando muito apenas para viajar todos os finais de semana para vê-la? Mandar mensagem todo dia e ligar porque você se preocupa? Foram 2 anos de ilusão Helena. Ela nunca me amou –. Eu estou chorando com ele. Eles eram baixos, muito baixos. Eu apenas o deixei falar. Não tenho o que dizer. - Descobri Quinta-Feira de noite. Fui fazer uma surpresa pra ela, antes fui para casa de meus pais deixar a mala. Chegando lá vi o carro dela estacionado, mas o carro dos meus pais não estavam. Achei estranho, mas entrei. Ouvi barulho de coisas caindo no chão, pensei que tinham invadido a casa com ela lá – RI sem humor – quase morro de preocupação e quando abro a porta do quarto que era MEU, os filhos da puta estavam fazendo sexo, na MINHA CAMA, NA PORRA DO MEU QUARTO – ele levanta e bebe o remédio com o suco – Meus pais chegaram e viram o mesmo que eu. A cadela da Olívia de quatro e Daniel atrás dela. Minha mãe gritou. Foi somente aí que eles notaram nossa presença. Meu pai tirou meu irmão do quarto aos socos. Minha mãe chorava olhando a vadia tentando se cobrir com o lençol. E eu não consegui sair do lugar. Eu, Helena, eu estava em choque. Meu pai ligou para os pais dela, demorou pouco, chegaram. A filha deles do mesmo jeito que estava ficou. Eu não conseguia falar, tinha um bolo enorme na garganta me impedindo de perguntar o porquê. Minha mãe teve que tomar um calmante junto com a mãe de Olivia, meu pai e o pai dela se desculparam com todos que ligaram para cancelar o casamento. Ah!Ellie! Todos esperavam eu dizer algo, mas eu só dei um beijo na mamãe, um abraço no meu pai e saí pra dormir num hotel-. Ele deita na cama e me puxa para o lado dele. - Na manhã seguinte, depois de melhorar da ressaca dos calmantes que tomei, fui na casa dos meus pais pra avisar que voltaria pra São Paulo. Cheguei lá e encontrei todo mundo novamente. Adivinha? Mais uma surpresa...

- Ainda tem mais? Eu não acredito! – Peter assentiu.

- A filha da puta está grávida do meu irmão, Ellie. GRÁVIDA! Cheguei na hora que ela disse que amava Daniel. Daniel disse que ele só gostava de foder com ela e que o filho não era dele, que podia ser meu, e que como ela me traía com ele, era bem possível que ela tivesse mais de um amantes, afinal ele disse: "eu fodo com você e várias outras benzinho, você deve fazer o mesmo". Ela tem 32 anos, Ellie, 32. Se ela me amasse nada disso teria acontecido. Meu pai teve que levar minha mãe para o hospital porque ela começou a ter sintomas de infarto, passei a manhã de sexta com ela. Não sei o que resolveram entre Daniel e Olívia, mas meu pai expulsou Daniel de casa. O cara tem 21 anos e faz uma molecagem dessa! Eu nem olhei pra Olívia. Depois que minha mãe melhorou, voltamos pra casa. Falei com eles que não tinha como o bebê ser meu porque nos últimos meses quase não fazíamos sexo, mas que quando chegasse a hora eu faria o teste de DNA. Então, eu peguei um táxi e fui pro aeroporto. Cheguei e fui direto pro bar do prédio, nem sei como parei em casa.

- Pet, vá tomar um banho para relaxar o corpo. Volte e estará tudo limpo e arrumado, aí te conto como você chegou em casa-. Abraço ele forte e lhe dou um beijo na bochecha. -Quer ajuda para tirar a roupa? - pergunto balançando as sobrancelhas tentando fazê-lo rir.

- Se quiser... – sorri sem humor. Odeio vê-lo assim. Suspiro e empurrou ele pro banheiro.

Varro os cacos do vaso e do abajur, coloco tudo no saco de lixo, sacudo a cama e estiro os lençóis. Levo o lixo para a cozinha e guardo tudo.

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