entre duas famílias que vivem em guerra, entre dois herdeiros que se odeiam, o destino testará o limite e provará que a linha entre o ódio e o amor é tênue como um fio em uma pequena teia de aranha, Sabrina encontrará seu inimigo natural amor, mas esse sentimento será suficiente para superar o sofrimento que causou? Valeria a pena abrir mão de tudo, indo contra seus próprios princípios para isso?
O Guilherme parecia estar se divertindo bastante, desde que tomou o café da manhã até agora, ele não quis outra coisa a não ser continua brincando com as outras crianças na piscina, mas ao contrário dele eu estava totalmente alerta, sabe aquela sensação de estar sendo observada, ela já me perseguia desde ontem a noite.
Resolvi entrar um pouco na piscina, talvez se eu brincasse um pouco com o Guilherme, poderia aumentar o meu campo de visão sem dar muito na vista, enquanto eu girava o Guilherme dava pra mim olha toda a área da piscina e lá estava um rosto bem conhecido próximo ao banheiro feminino.
Pro azar dele eu conhecia essa pousada mais que os próprios funcionários daqui, deixei Guilherme na piscina com uma das camareira e fui até o bar, pra qualquer um eu podia estar apenas indo pegar uma bebida, mas como disse; eu conheço muito bem o lugar, dei a volta no bar saindo bem atrás do banheiro masculino e com um pouco de cuidado, já estava atrás dele que parecia me procurar olhando na direção do bar.
Eu só tinha uma chance e não iria errar, segurei seu braço torcendo o atrás das costas e em seguida dei uma banda, fazendo com que o mesmo caísse no chão, subi em cima dele o imobilizando completamente antes que ele se desse conta da situação.
- Fazer vigia nunca foi o seu forte né Jhon ? O que veio fazer aqui ?
- Ah ouu, qual foi sabrina ! Pega de costas e covardia mano, bora me solta vai.
- Só se prometer me falar o que veio fazer aqui.
- Como se você já não soubesse, agora me solta.
Sai de cima do Jhon e ele continuou reclamando em quanto se limpava da sujeira do chão, Jhon era o único primo próximo por parte de mãe que tínhamos, a maioria dos parentes dela se afastaram dela assim que ela e meu pai se casaram, só a irmã mais velha que continuou em contato, nem mesmo meus avós quiseram manter laços com ela.
Como Jhon acabou trabalhando pro meu pai ? Simples o pai dele o abandonou junto de sua mãe doente enquanto ainda estava na gestação dele, o resto é fácil de advinha, minha tia não aguentou o trabalho de parto, mas os médicos conseguiram salvar pelo menos a criança e minha mãe prometeu a tia Lúcia nos seus últimos minutos de vida que cuidaria do pequeno Jhon, ele sempre foi mais pra um irmão do que primo, quando Jhon entrou na sua adolescência cirmou que precisava se vingar do cara que deixou sua mãe pra morrer e logo depois de entrar nunca mais saiu dos negócios do meu pai, mas pelo menos ele se vingou e até hoje afirma não se arrepender disso, mas voltando ao assunto principal, jhon começou a me contar de como as coisas estão lá em casa, também me disse que meu irmão tinha terminado a viagem e logo logo estaria em casa.
- Olha eu sei que você não é muito a favor do tio ter sequestrado o garoto, mas isso aí é problema dele e só dele, não adianta nada tentar se meter nisso, cara se serve de alguma coisa, o tio prometeu que não vai fazer mau a criança, a única coisa que ele quer é atrair o Robert, usar o menino de isca e com o sumiço que se deu, fica meio difícil pra ele fazer isso.
- Eu não quero saber, fala pro senhor Mathias que no dia de entregar o garoto eu levo ele de volta, como você mesmo disse ; isso é problema dele e do Robert, não tem por que enfiar um garoto de cinco anos no meio.
- Você acha que isso é o suficiente? O teu pai já sabe onde você tá, ele só pediu pra que eu viesse pra ganhar tempo, te distrair até ele chegar aqui, acho que ele tá com medo que você entre em algum avião e suma.
- Então é isso que você tá fazendo ? Eu devia dar um belo de um soco na sua cara, mas já que o meu pai tá prestes a aparecer por aqui, acho que o melhor é eu me adiantar.
- Ok, vou te dá uma carona, mas assim que seu irmão chegar você volta pra casa, até amanhã ele já deve tá no Brasil de novo, com certeza seu pai vai esculta ele ou pelo menos você pode pedir pra fica com o garoto até que tudo esteja resolvido.
Não respondi ao Jhon, só sai dali e fui pro meu quarto, eu tinha que sai dali antes que meu pai aparecesse e arrastasse o Guilherme com ele, só de pensar que ele poderia estar jogado naquele quartinho de tortura, preso, sinto como se meu peito apertasse, Jhon veio atrás de mim, ainda falando sobre como eu fui idiota em me meter nisso.
- O que você queria ? Acha que seria melhor eu deixar uma criança ser trancada naquele quarto, onde não teria nem um colchão pra ele deitar, pra onde ele olhasse teria facas, correntes e até mesmo armas, no mínimo os capachos do meu pai o amarraria pra que ele não se machucasse, mas você acha que isso é normal ? Você acharia certo amarrar uma criança como se fosse um animal ? Olha eu posso ser horrível, mas nunca a esse ponto.
- Não tô falando que é certo, mas você podia ter lidado com isso de outra forma, fugir com o menino só piorou as coisas.
- Uhum sei, agora já foi, eu vou no quarto pegar as coisas, me espera no carro e sem gracinhas ou eu juro que corto sua preciosa jóia sem nenhum tipo de anestesia.
Jhon saiu pelo corredor e eu continuei a caminho do quarto, eu não tinha muito tempo, o bom é que pelo menos a minha mala estava do mesmo jeitinho de quando cheguei aqui.
Peguei as roupas do Guilherme e comecei a juntar tudo dentro de uma mala pequena, assim que terminei de guardar tudo sai com a bolsa e a pequena mala em minhas mãos, não sei se o Jhon já tinha avisado meu pai, mas conhecendo o como eu conheço, é bem capaz de ele já estar por perto, isso se não já estiver em um dos quartos, passei pela área da piscina pra pegar o Guilherme e em seguida fui pelo corredor dos funcionários, era o melhor caminho já que eu precisava evitar ser vista saindo da pousada, o Guilherme não gostou muito né, pela primeira vez parecia estar se divertindo e isso teve que acabar tão rápido.
Entrei no carro onde Jhon já esperava a gente e só então lembrei que acabei esquecendo a minha mala no processo, o foda é que meu pai poderia aparecer aqui a qualquer segundo, o melhor era deixar isso pra lá.
- Vamos, bota essa coisa pra andar.
- É só isso ? Tá tudo certo já ?
- Ah ficou algumas coisas no quarto, mas dá próxima vez que eu vier aqui eu pego, vamos logo ou você ainda tá tentando ganhar tempo pro meu pai ?
- Se continuar reclamando te coloco pra pegar um busão.
- Pelo menos não ia ter que ver essa sua cara feia, bora logo.
Antes que o Jhon pudesse me responder o Guilherme se manifestou, ele tava tão tristinho que chegava a me dár dó dele, mas não tinha outra escolha, a gente precisava sair daqui.
- Tia a gente vai embora ? Eu nem dei tchau prós meus amiguinhos, deixa eu brincar mais um pouco com eles.
- Querido outro dia eu trago você aqui de novo tá ? Só que agora a gente precisa ir, lembra daquele homem mau ?
Ele confirmou que sim e então eu continuei.
- Ele tá vindo atrás de você de novo, você não quer que ele te leve ou quer ?
- Não tia.
- Então por enquanto só faz o que tia pedi, prometo que depois a gente faz o que você quiser.
O que eu disse parecia ter funcionado, mas por outro lado agora o Guilherme parecia bem assustado, realmente o José conseguiu deixar sua marca em uma criança, repugnante !!!
Jhon foi o mais rápido que conseguia, mesmo sendo um pouco perigoso com uma criança dentro do carro, não tinha muito o que fazer, a gente não tinha tempo, não tinha se passado nem cinco minutos dentro do carro quando do nada o pneu grito no asfalto e quase que o Guilherme bateu com a cabeça no banco da frente, segurei ele firme e quando me virei pra xingar Jhon, percebi que tinha dois carros a nossa frente, eles estavam fechando a pista e antes que Jhon conseguisse dar a ré, mas dois carros surgiram atrás de nós.
- Mas que merda !! Sabrina não tem mais jeito, não tem pra onde ir sem que as coisas fiquem piores mais do que agora.
- Percebi, achei que fosse demorar um pouquinho mais, pelo visto o coroa tá ficando cada vez mais rápido. Guilherme?
- ham ?
- Espera a tia aqui com esse idiota, a tia vai resolver isso rapidinho e já volta tá, fica aí quietinho.
Sai do carro debatendo mentalmente qual seria o melhor blefe pra jogar em cima dele, sem Rafael aqui a situação só tendia a piorar, com sorte um blefe poderia ser o suficiente pra ele me deixar com o Guilherme por mais um ou dois dias, e era só isso que eu precisava, continuei caminhando em direção ao carro que estava atrás do fecho, mas pra minha surpresa o primeiro rosto a sair de um dos carros, era completamente desconhecido.
Então ele chamou reforço ? Pelo visto não tá pra brincadeira hoje, será que eu vou conseguir enrolar ele_ pensei e essa dúvida começou a se torna cada vez maior.
Continuei caminhando enquanto me perguntava por que o gaga do meu pai ainda não tinha saído do carro pra cantar vitória, assim que cheguei na porta do carro e o vidro começou a baixar, ouvi Jhon apertar freneticamente a buzina do carro várias e várias vezes, olhei pra trás e dois homens agora estavam levando o Guilherme.
No impulso me virei pra correr até onde ele estava e antes que eu percebesse, um dos guardas já tinha saído do carro e agora me prendia, me impossibilitando de ir até ele.
- Soltem ele agora, Pai deixa ele pelo menos ir no mesmo carro comigo, vocês tão assustando ele, meu deus do céu pai, ele é só uma criança.
Comecei a me desesperar assim que enfiaram ele dentro do carro, ali eu já não podia ver nada e o Guilherme tava no maior silêncio possível, comecei a me debater enquanto gritava xingando meu pai que ainda nem as caras tinha dado, senti algo pesado bater contra a minha cabeça e antes que eu conseguisse reagir, tudo ficou preto.
Acordei com uma pontada forte bem familiar, não acredito que meu pai deixou que algum dos perrapados me dessem uma coronhada na cabeça, a dor de cabeça era tão forte que me deixou incapaz de abrir os olhos por alguns segundos.
Assim que abrir os olhos eu mal acreditava no que estava vendo, Guilherme estava deitado na cama ao meu lado e dormia tão bem, parecia um anjinho, mas o que ele estava fazendo aqui ? Meu pai pelo o que eu me lembro não queria ele perto de mim, fiquei um bom tempo só olhando aquela coisinha pequena dormindo.
- Como uma coisinha tão fofa pode dar tanto trabalho em ? _ falei comigo mesma enquanto acariciava aqueles cabelos preto caído em seu rostinho.
- Hum, acho que alguém vai estar faminto quando acordar, vamos ver o que tem na cozinha.
Me levantei com todo cuidado pra não acordar ele e só então percebi algo que eu não tinha notado, esse não era o meu quarto e também não parecia ser nenhum dos que existia na minha casa.
- Onde diabos eu estou ?
- Na minha casa.
Me virei no mesmo segundo em que ouvi a voz, eu não podia acreditar, mas que merda tava acontecendo agora, atrás de mim Leon olhava seu filho dormindo na cama e eu me perguntava como diabos a situação foi ficar desse jeito e pior o que eu tava fazendo na casa dos Sanchez ?
Antes que eu ficasse presa por muito tempo em meus pensamentos e perguntas, aproveitei a abertura que o bonito me deu, assim como com Jhon dei um mata leão nele e parecia ter o imobilizado.
- Por que me trouxe pra cá ?
- Só retribuindo o favor, nada pessoal.
Ele respondeu antes de se curvar segurando meus braços e me jogando com tudo no chão, ele me prendeu contra o chão e agora quem estava imobilizada, era eu, ele estava praticamente sentado em cima e segurava meus pulsos acima da cabeça, me impedindo de fazer qualquer movimento.
Leon se inclinou mais e mais, deixando seu rosto a centímetros do meu, assim de perto ele era ainda mais lindo do que nas fotos das revista, seus olhos cor de mel ; era quase que hipnotizante, seu rosto firme e a boca carnuda rosada, era um verdadeiro pecado, sim, ele era o meu tipo, mas ainda sim se tratava de um Sanchez, Voltei a mim encarando com a mesma intensidade que ele.
- Não baixe a guarda só por que sou uma mulher, prometo que na primeira oportunidade de te matar, eu não vou pensar duas vezes. Foi um erro me trazer pra cá.
- Pode tentar amor.
Ele me respondeu e tomou meus lábios com um beijo roubado tão inesperado que eu não tive outra reação a não ser fica em choque, se eu já estava imóvel antes, agora eu parecia uma estátua.