Nascidas de uma única mãe e criadas juntas com o mesmo amor. O que será que as levou a serem inimigas e tão distantes apesar da proximidade? Ana e Bia duas irmãs gêmeas que desde pequenas nunca se esqueceram da sua rivalidade, seja no amor da família ou até mesmo no amor de um homem que despertou o coração das duas e soube trazer a tona o pior de cada uma.
Natalia Gonçalves sempre sonhou em ser mãe e percebeu que sua idade fértil avançava a cada ano que passava ela percebia que seu sonho estava distante. Em meio a tantos compromissos profissionais e viagens internacionais ela percebia que ficava cada dia mais difícil, foi então que conheceu Alberto Sanches um homem compreensivo e amoroso que se tornou pai de suas filhas Ana e Bianca gêmeas nascidas de uma gravidez complicada e cheias de saúde.
Ana e Bia sempre foram crianças serelepes e ativas, mas uma coisa incomodava Natalia era a rivalidade nítida das duas. Irmãos brincam, brigam, fazem as pazes e tem ataques de fúria e com as gêmeas a história não é muito diferente. Sempre tive a visão romanceada de que irmãos gêmeos seriam o tempo todo e para sempre melhores amigas, mas com as minhas meninas isso não acontecia o que me gerava frustação.
Ana foi a primeira a nascer 2 minutos mais velha que Bia, sempre muito carinhosa, amável e dona de uma beleza. Com seus cabelos loiros encaracolados e seus lindos olhos azuis se parecia muito com seu Pai Alberto tanto na beleza como na personalidade. Já Bia a caçula nasceu por último e durante o seu nascimento houve algumas complicações pulmonares que fizeram dela uma criança frágil e propensa a muitas idas ao hospital e internação.
Olhando hoje depois de 15 anos e muitas escolhas boas e ruins foram feitas, mas vejo que valeu a pena apesar de todos os conflitos e trabalho que estas adolescentes me dão no dia a dia eu as amo igualmente e sei que mais tarde daqui a alguns anos essa rivalidade será transformada em amor.
- Você que é folgada Ana, não entende que o trabalho que o professor Eduardo pediu para nós duas fazermos juntas em dupla não vai dar certo. Isso é um castigo eu além de ter que frequentar a mesma escola e sala de aula com você sou obrigada a fazer um trabalho de classe juntas.
- Bia não vejo problema algum do professor nos escolher para a dupla do trabalho, você que sempre arruma problema onde realmente não tem.
- Não tem problema? Só se for para você, porque para mim é um absurdo isso ter que trabalharmos juntas. Nem quando éramos crianças gostávamos de dividir um brinquedo ou até mesmo comida. Você acha sinceramente que isso vai dar certo?
- Se você se esforçar sim, e trabalharmos juntas vai dar certo, afinal precisamos da nota para fechar a matéria e finalizarmos o 9º ano.
- Meninas por favor, parem já com essa discussão! Todo dia uma novidade diferente quando vocês chegam da escola. O que foi agora?
- Mãe você acredita que o professor Eduardo nos colocou para fazermos um trabalho juntas? Um absurdo isso não vai dar certo!
- Bia qual o problema de fazer o trabalho com a sua irmã? Por que o drama?
- Não é drama mãe é a realidade. Não gosto de fazer nada com a Ana já basta sermos gêmeas, tive que conviver com ela em tudo agora que estou adulta posso escolher.
- Tá e desde quando você se tornou adulta mocinha? Que eu saiba você ainda mora nessa casa e não paga nenhuma conta. Para se tornar adulta faltam muitos anos. E vamos acabar com essa discussão! Por favor subam e façam sua lição de casa e depois desçam para almoçar que estou acabando de fazer o almoço.
E assim os anos foram passando e cada vez mais a rivalidade entre Ana e Bia se tornava cada vez mais forte. Elas competiam em tudo na escola, nas aulas de balé, natação, nos trabalhos e competições da escola, e mais ainda no amor.
Ana
Eduardo Magalhães era um jovem de 16 anos, o garoto mais popular da escola lindo de cabelos negros e olhos de um castanho tão profundo, dono de um sorriso encantador. Todas as meninas da escola suspiravam por ele, filho de um magnata de cana-de-açúcar o menino mais rico e lindo que eu já vi na vida.
Desde nossos 5 anos frequentávamos os mesmos lugares, pois meu pai era um diretor executivo da Usina de Cana-de-açúcar "Doce Flor", então dessa forma sempre nos víamos na missa, nas festas e aniversário da Cidade. Lusíadas uma cidade pequena do interior do Nordeste Brasileiro tinha mais de 5.000 habitantes e como toda cidade pequena todos se conheciam e sabiam um da vida do outro.
Na escola não estávamos na mesma sala e nem tínhamos a mesma turma do recreio e das rodas de conversa, mas era inevitável não prestar atenção em Eduardo, ele era atlético e bom em tudo que fazia na escola. Todas as meninas suspiravam e queriam sua atenção e claro se tornar sua namorada. Eu fazia questão de sempre deixar claro as minhas amigas e irmã que elas eram bobas que ficavam atraídas por um garoto bobo que gostava de se exibir.
- Ah fala sério Ana, ele é um gato, lindo e.... Ma-ra-vi-lho-so. Duvido que você não vê isso no Du.
- Roberta para o que eu quero mesmo é estudar, me formar em Literatura e estudar em Londres. Você acha que vou ter tempo de pensar em garotos? Ainda mais um exibido como esse Eduardo. Eu hein.... tenho mais o que fazer.
Roberta era minha melhor amiga e confidente, coisa que eu gostaria muito que minha irmã fosse, mas ela sempre se passava como a coitadinha doente e carente, e eu não tinha muita paciência para isso não. Até que um dia....
Eu gostava muito de andar de bicicleta e sempre que podia pegava minha bike e saia pela cidade em busca de aventura, sempre fui sonhadora e amava a natureza. Na Usina "Doce Flor" tinha um açude onde sempre que possível eu ia nadar e ficar embaixo de uma árvore chorosa que dava uma sombra deliciosa e ler os meus romances, sabia que ali era meu cantinho especial e que ninguém iria me incomodar.
Era uma tarde de primavera linda em setembro, o sol da tarde estava tímido, mas mesmo assim o calor era insano. Deixei minha bike estacionada embaixo da árvore e me preparei para dar um mergulho para refrescar e sem pensar muito e nem olhar para os lados pulei e comecei a nadar. Eu não prestei muita atenção onde havia pulado e em como a água estava turva e agitada, foi quando tentei dar mais uma braçada e percebi que meu pé estava preso e que não conseguia sair do lugar. Desespero, impotência foi o que senti no momento e só pensava em o que fazer.
Comecei a me debater e tentar sair daquela situação, mas não podia entrar me pânico, já havia lido em vários dos meus livros que as mocinhas que se desesperavam sempre se davam mal. Mas a cada braçada e esforço que eu fazia para sair daquela situação nada mudava e eu ia a cada minuto ficando mais cansada e por fim o silêncio....