Amanhã? Quem sabe?

...Na cabeça dela só tinha a vontade de mudar, ela não tinha medo de mudanças.

Bom, pra ser mais exata ela ainda não tem.

O maior medo dela era ficar sempre igual, presa na mesma coisa, sem novidades ou reviravoltas.

Pode até soar como se ela fosse infeliz, na realidade, ela era muito feliz!

Mas ainda assim, ela amava o novo!

Provavelmente, por ela tenha crescido com a referência de sua mãe.

O chão nem tinha as marcas dos móveis, pois sua mãe estavam sempre os mudando de lugar.

E como sua mãe sempre dizia: Coisas novas trazem coisas boas!

Lembro um dia que ela estava sentada na escada, bem no topo, olhando pra rua e pensando: Será que vou morar aqui pra sempre? Como será mudar de casa, quarto, espaço, cidade ou País?

Bom, mas depois gente volta nesse assunto, o foco agora é outro.

Em 2001 Lara chegou na adolescência. Ela era uma princesinha do papai, delicada e cheia de preocupações. Preocupações estas que hoje parecem tão frívolas.

Se sentia fora dos padrões de suas colegas, sendo a mais miúda da turma.

Ela tinha um cabelo grande enrolado com a raiz lisa, a pele morena jambo, olhos castanhos claros, magrinha e com um sorrisão. A mãe dela dizia que ela tinha o riso fácil.

Sim, ela era muito bonita, mas não se via assim. Ela desacreditava de si mesma e sempre que surgia uma oportunidade com um garoto legal ela achava que era engano ou até mesmo não permitia nada acontecer com medo do interesse se desvanecer.

Lembro um dia, que uma amiga de sua igreja lhe falou: Lara, um amigo meu viu sua foto e ficou louco por você! Quando podemos marcar algo para que você o conheça?

Lara ficou olhando pra ela por alguns instantes sem expressão, afinal, quem se interessa por uma foto 3x4?

Ela não sabia o que fazer. E se ela não gostasse dele? E se ele não gostasse dela? Se pessoalmente ela fosse totalmente diferente do que ele imaginou.

Depois de respirar bem fundo e pensar por uns minutos ela decidiu pedir para sua amiga que o dissesse para a encontrar em sua escola. Afinal, ali era um bom lugar. Muitos conhecidos, bastante gente, talvez ela pudesse só sumir no meio do pessoal e ele nem notaria.

Uma manhã qualquer ela estava na escola, já era se aproximando a hora de ir embora, ela estava indo em direção ao portão de saída, quando viu um garoto.

Cara, ele era muito bonitinho! Era o tipo que agradava seus olhos, sorriso largo, dentes levemente tortos na frente, cabelo todo arrepiado preto, só um pouco mais alto que ela. Ele não parava de olhar pra ela, então, ela não tinha dúvida, era o tal garoto.