Minha musa

O céu estava nublado naquela bonita tarde, consequência da chuva fraca e fresca da manhã que durou no máximo algumas poucas horas, mas manteve sua umidade desejada para uns e indesejada para outros pelo decorrer do dia.

Porém, essa condição climática pouco importou para Emma, que estava a um bom tempo ansiosa e inquieta para um pequeno passo para os outros e um enorme salto para ela, ela teria sua entrevista de emprego, sua primeira entrevista e se tudo ocorresse bem e como ela desejava seu primeiro emprego, então nada naquele dia tinha o direito de estragar seu dia.

No momento ela apenas aguardava sem paciência nenhuma seu nome ser chamado na recepção da empresa, a Bryant Enterprise, uma empresa de muitos negócios ao redor do mundo, que iam de uma marca de roupa para ambos os gêneros e de idades diversas, até a fabricação de joias imaculadas, primeiramente quando entrou no local a recepcionista principal da sede da empresa lhe olhou torto, até fingiu não ver ela olhar com a visão periférica para os segurança rapidamente antes de atende-la.

Mesmo depois de falar seu nome completo e dizer a ela qual era seu objetivo na empresa, ainda pode perceber a mesma receosa e nem um pouco confortável ao atende-la, dando de minuto a minuto um sorriso torto e mal construído na fase. Ela podia entender essa aversão, já que não vestia roupas muito elegantes e sofisticadas, na verdade, parecia que tava era comemorando havia pedido roupas emprestadas a sua avó, já que a blusa que vestia era florida de uma forma muito exagerada, e estava um pouco desbotada, em conjunto com uma saia preta solta que ia até os joelhos, o cabelo longo preso em um rabo de cavalo na nuca e uma sapatilha nos pés.

Estava arrumada para o seu gosto.

Depois de um tempo a recepcionista a mandou subir com o número do andar que deveria visitar, e após descer no andar indicado ela percebeu que o lugar era extremamente fora da sua realidade, havia lindas rosas coloridas de dourado que pareciam ter sido feitas de ouro, postas em vasos escuros como a noite com o emblema da empresa desenhada com linhas do mesmo tom das rosas, o chão era tão limpo que pode ver seu reflexo ao olhar para baixo, o lustre que ficava no centro do cômodo era esplêndido e.

- Senhorita Cooper? - ouço chamarem o meu nome e só então percebo que olho de boca aberta para o teto como um peixe fora d'água.

- Sim sou eu - arrumo minha postura sentindo minhas bochechas queimarem de vergonha.

- Por favor sente-se aqui que logo você será chamada - outra mulher me dirige até algumas cadeiras de espera que estou no momento. Enrolando os dedos uns nos outros de ansiedade esperando que chamem meu nome.

- Emma Cooper, me acompanhe - a mesma mulher me chama marcando algo na prancheta que tem nos braços, e eu me levandto em um pulo indo até ela, que não perde tempo logo me direcionando até uma sala onde abrem a porta levemente para que eu entre. Meus olhos logo se fixam em um homem sentando em uma mesa, lendo alguns documentos, virado de costas para o vidro fumê que vai do chão ao teto e da a visão uma paisagem de tirar o fôlego da cidade. Assim que passo pela porta posso ver bem todas as características faciais do homem, que parece ter descendência chinesa, olhos puxados, pele branca e sem manchas com o cabelo liso de cor castanho claro, ele era bem bonito.

- Por favor, senhorita Cooper, sente-se - caminho até ele devagar e puxo a cadeira de madeira escuro para me sentar. Ele sorri gentilmente e junta as mãos entrelaçando os dedos uns nos outros.

Não sei muito sobre a empresa, mesmo ela mundialmente e internacionalmente conhecida eu só sei o básico, por isso eu me pergunto, esse é o dono da Bryant Enterprise?

- Meu nome é Mark Webber e serei responsável pela sua entrevista no cargo de secretária do senhor Bryant, vamos começar com perguntas simples, depois quero saber seu posicionamento sobre alguns assuntos, tudo bem? -Então não é ele que é meu possível chefe, mais é claro que não Emma, não seja tonta, porque um homem tão ocupado como o CEO da Bryant Enterprise se preocuparia com um secretário ou secretária?.

- Sim, está tudo bem.

Após minha confirmação, o homem chamado Mark confirmou algumas informações do meu currículo, e me fez perguntas extras como meu estado de relacionamento, o que eu achava da empresa, quanto eu pretendia ganhar, e após isso apertou minha mão e disse que havia finalizado a entrevista.

- Eu retornarei com o resultado em até dois dias por e-mail - ele aperta minha mão, e eu logo saio da sala voltando para o elevador, apertando o botão para o térreo respirando profundamente deixando sair toda a tensão que senti dentro da sala, com o puro medo de dizer algo errado e perder a oportunidade de ouro. Logo pego um táxi e dou o meu endereço, vendo uma parte da cidade que é desconhecida por mim passar pelo vidro do carro, logo adentrando no meu bairro. Pago a corrida, e desço do carro com o molho de chaves balançando entre os dedos, o tilintar do conjunto sendo um pouco irritante mais suportável, a chave encontra a fechadura quando ela põe a mão na maçaneta, girando calmamente e sem pressa abrindo a porta devagar até que o som de uma explosão assusta Emma, a fazendo tremer dos pés a cabeça. Então a luz do cômodo é ligada, abrindo os olhos lentamente com medo, percebendo que ao redor dela tinha inúmeros papéis coloridos e colfetes, então um enorme grito em conjunto a fazem olhar para cima.

- Aheeeee! - Havia oito de meus grandes amigos, batendo palmas, e sorrindo felizes. Um bolo pequeno com granulado em cima.

- Vocês quase me mataram do coração! - falo colocando a mão no onde meu coração batia descontroladamente, Penélope sorri caminhando até mim e me segurando em seus braços, me apertando em um abraço caloroso.

- E o que você achava que era? Uma barata assassina, toda equipada com uma armadura de última geração e duas metralhadoras em cada pata? - Liam não perde tempo de caçoar de mim fazendo uma careta extremamente exagerada ao colocar a língua para fora.

- o que? Mais é claro que não, e que tipo de barata é essa? Na verdade eu pensei que era um ladrão.

- Na sua casa não tem nada de valor nem para você, imagina para um ladrão - Liam caminha para o meu sofá, se jogando no mesmo, pondo os pés na mesinha de centro e quase que meu cofre de gatinho se espatifa no chão. Solto todo o ar dos pulmões de uma vez, esse homem é uma peste.

- Mais o que vocês estão fazendo aqui com bolos, doces e muita... muita bagunça.

- vinhemos comemorar seu emprego na Bryant Enterprise - Diana fala cortando o bolo e me entregando o mesmo em um prato descartável com uma colher de plástico, o bolo de chocolate parecia delicioso.

- eu ainda nem sei se vou ser aceita e vocês aí comemorando - como um pedaço do bolo, vendo liam pegar o controle da TV, penelope comer alguns doces, Diana dando o pedaço de bolo dos outros - eu só vou ter retorno daqui a uns dois dias.

- então boa sorte de qualquer forma.

Nós passamos o resto da noite jogando conversa fora, rindo de coisas bobas até que cada um foi embora.

Dois dias depois tive a necessidade de ir até o mercado, por causa da falta de itens básicos para a minha sobrevivência, eram por volta das oito horas da noite quando eu entrei no pequeno mercado do meu bairro, comprei tudo que precisava, paguei e sai. As ruas ainda estavam úmidas e com poças de lama por causa das chuvas que vêem acontecendo nesses dois dias. As sacolas pesavam nos meus braços, faltava apenas mais duas quadras para eu chegar em casa e finalmente me jogar na minha caminha quentinha. Decido parar de caminhar ficando próxima ao semáforo e coloco as compras no chão, já que meus dedos doem e meus anti-braços estão ficando marcados, até que ouço um som de um carro atrás de mim, por pura curiosidade me viro e arregalo os olhos, é um carro de luxo, uma Lamborguini vermelha linda.

Que está se aproximando muito rápido, até que o carro passa rápido por mim parando no semáforo, jogando metade da água de uma poça de lama em cima de mim, aperto olhos, e estendo os braços balançando eles tentando tirar o excesso, limpando os olhos com as pontas dos dedos, e fervendo de raiva, abro os olhos fixando minha atenção no carro. Olho para o chão e vejo uma pedra, sem pensar a pego e jogo na lataria do carro.

- Idiota! - logo o sinal abre mais o carro não da partida, diferente disso, a porta se abre e vejo uma cabeleireira negra aparecer, o homem deu a volta no carro, e pude apreciar o terno preto sob medida, os ombros largos, o peito que parece ser forte e musculoso, o braço grande e comprido, assim como sua altura deve ser uns bons metros, assim que ele vira o rosto para mim, pude ver o pescoço cheio de veias.

Que sexy.

Ele logo para alguns metros longe de mim e com sua voz grossa e potente el....

- Por acaso você jogou alguma coisa no meio carro?!.

- O que!? Mais é claro que sim. Você por acaso tá vendo mais alguém aqui com essa capacidade? Além de cego é burro?.

Primeiramente ele não diz nada apenas cruza os braços e sorri com desdém, balançando a cabeça negativamente.

- Qual é o seu problema!? Você é louca? - ele me olha de cima abaixo - coberta de lama desse jeito, normal não pode ser!

- Eu só tô coberta de lama por sua culpa seu merda!!!!!!.

- Quer dizer que é por minha culpa que você é uma porquinha?!

Seguro o cabelo pela raiz e puxo tentando aliviar a tensão, não funciona, então olho para minha sacola de compras e tiro três tomates.

- Eu não sou uma porquinha!!! Foi você seu estúpido que passou pela merda de uma poça e me deu a porcaria de um banho!!! - Grito jogando tomate por tomate nele, um pega no carro, outro cai no chão

passando raspado por ele, agora quando jogo o terceiro é quase como se o destinho esteve ao meu favor, pois acerta o olho dele com força, esbagaçando o ingrediente deixando todo o rosto dele sujo, alguns pedaços caem no terno.

- É, você é do jeitinho que o hospício gosta. Quem é que vai pagar por toda essa bagunça? Já que destrambelhada como você é nem emprego deve ter. - o babaca descruza os braços passando a mão pelo rosto, colocando as mãos dentro dos bolsos da calça - ou você pode pedir desculpas, e eu posso ser misericordioso o suficiente para não denunciar você para a polícia.

-Polícia? Desculpas!? Você é quem deveria se desculpar comigo, e pelo que vai me denunciar? Arranhar a pintura do seu carro de luxo? Vai se danar - ele se aproxima de mim e eu me abaixo pegando a alface, chegando mais perto dele e esfrergano no rosto dele amassando a folha, é quando ele percebe o que acontece que pega o meu pulso.

Emma puxa a mão presa enquanto ele tenta pegar o outro pulso, em que ela balança o braço para cima e para baixo deseperamente tentando empedi-lo.

- Não, para, me solta!! - tento me jogar no chão, mais o desconhecido me firma pelo pulso preso - socorrooo! Por favor alguém me ajuda!.

- Para de ser escândalosa - em uma atitude mal pensada, eu aproximo minha boca do braço dele, abro bem a boca e - AIIII!!!

Com o susto ele me solta, e vou de encontro ao chão, enquanto ele olha para o antebraço.

- Você me mordeu!?? Que tipo de animal é você?.

- Do tipo que se defende! Entre na merda do seu carro agora e vá embora antes que eu tire o pedaço da sua canela com os dentes - aviso a ele e me levanto, pegando o que sobrou das minhas compras, e saiu caminhando.

- e você vai sair assim, sem mais nem menos?.

Não respondo e apenas caminho de volta, seguindo a rota original do meu destino, meu nariz torce ao sentir o cheiro da lama outra vez. Meus ombros relaxam gradualmente assim que passo pela porta, em minha mente as imagens do confronto maluco com o idiota invadem meu consciente, assim que deixo as compras no balcão, sem perder tempo indo para o meu banheiro e tirando minha roupa, tomando um banho reforçado com muito sabonete. Lavando o cabelo e escovando as unhas. Após tirar toda a espuma, enrolo o cabelo em uma toalha, enxugo o corpo, vestindo o pijama, para fazer algo para comer, até que o som de uma notificação me chama a atenção.

Deixo tudo que estou fazendo para ir ver o que é, abrindo o notebook vejo que é a minha caixa de e-mail.

Contratada.