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O retorno chocante da Madisyn
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Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
A ex-mulher muda do bilionário
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
Batuco meus dedos nervosamente em cima do livro que repousa em meu colo.
Fico repassando todas as discussões que tive com meu pai antes dele me mandar embora. E quanto mais eu penso nisso, mais raiva eu sinto. Não consigo entender como um homem pode mandar sua própria filha, sua única filha, para longe sem nenhum motivo valido. Lembro-me perfeitamente do dia que ele disse que queria me mudar para um outro país, eu estava saindo para fazer compras, quando ele interrompeu a saída da casa dizendo que precisava conversar comigo. Me levou até a sala, e quando sentamos frente a frente, ele olhou para mim e me disse:
- Mel – Era como ele me chamava quando eu era pequena – Eu sei que as coisas ficaram difíceis depois que perdemos sua mãe, e eu sei que tentei recompensar a falta dela da maneira que eu pude.
Percebi que ele estava nervoso pois ficava passando a mão em seus cabelos pretos repetidamente. Mas não queria ouvir aquela conversa melancólica. Já sabia o rumo dela, que ele me amava, que queria fazer o melhor para mim, e que achava que a falta dela estava me afetando de alguma maneira. Não estava. Perder minha mãe foi doloroso, claro, mas não foi algo que afetou meu psicológico a ponto de eu ter me tornado outra pessoa. Minha mãe sempre fez tudo para minha, era ela quem cuidava de mim enquanto meu pai trabalhava. Apesar de estar sempre ocupada resolvendo questões da casa, organizando eventos para o meu pai e sendo a diplomata com as famílias dos sócios dele, ela sempre conseguia arrumar tempo para mim, para me ensinar tudo que ela sabia. Diferente do meu pai. Desde que minha mãe morreu, eu fui criada pelas empregadas e babás, o que não durou muito tempo, pois eu expulsava todas elas, então comecei a cuidar de mim mesma sozinha, da melhor maneira que eu pude. Olho para o relógio, queria chegar no shopping antes do horário do almoço para poder comer em meu restaurante favorito. Então olho para o meu pai, com um sorriso enorme, coloco a minha mão em cima das suas e falo:
- Sim papai, você foi ótimo, agora posso ir? Estou super atrasada, quero comprar algumas roupas novas, não faço isso já faz duas semanas. E logo depois tenho um horário com a massagista e a manicure...
- Era exatamente o que eu queria dizer, você não se importa, não dá a mínima para nada além do dinheiro e do seu próprio conforto. - Sua voz saiu alta, o que me fez pular com o susto que tomei. - Eu tentei te educar da melhor maneira que pude, mas hoje percebo que te dar tudo que você queria só a fez virar uma mimada egoísta. Você só se importa com você e faz qualquer coisa para atingir o seu objetivo, mesmo que isso magoe outras pessoas, mesmo que magoe quem você ama. Por isso, Milena, eu te quero fora daqui.
Ele fala isso, e imediatamente parece aliviado, como se tivesse tirado um peso das costas. Fico perplexa diante suas palavras, então fico calada por alguns segundos, tentando assimilar cada palavra dita.
- Então você está me expulsando de casa?
Percebo em seu rosto que ele também assimilou o que tinha acabado de dizer, e de alivio, sua expressão passou para preocupado e nervoso.
- Milena não é bem assim... Você sabe que eu te amo e que eu quero o melhor para você...
- Para onde você acha que eu vou? – O ódio já tinha tomado conta de mim, então elevo minha voz o máximo possível – Eu tenho dezoito anos, pai, não é como se eu tivesse uma casa, e um trabalho! Nem formação eu tenho!
- E você planeja isso? Você pelo menos se inscreveu para alguma faculdade como eu havia aconselhado? Se você me disser agora que no mínimo você está matriculada em alguma faculdade, eu acabo essa discussão aqui.
Olhei para ele com raiva, ele sabia que eu não tinha feito isso, e eu não esperava que ele fosse me obrigar a estudar e trabalhar, afinal ele tem dinheiro para sustentar um país inteiro durante o resto de nossas vidas. Além disso, se ele conversasse comigo por mais de dez minutos durante o dia, ele saberia que eu não sei o que eu quero fazer, ou se tem algo no qual eu sou boa, além de ser uma socialite. Então, sem pensar, me levantei e joguei as palavras com veneno na cara dele:
- Então é isso? Simplesmente porque eu não tenho um plano decidido agora, você vai me jogar fora como se eu fosse um sapato que não gosta mais? Eu deveria saber, era o que você ia fazer com a mamãe antes dela morrer, ela me contou sobre os casos que você estava tendo. Sabia que aqueles dias foram os mais miseráveis na vida dela? Claro que não sabe, o senhor nunca está por perto, sempre tem algo mais importante que sua família. Mas você não pode fazer isso, você não vai se livrar de mim só porque você não aguenta mais essa família.