Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
Acabando com o sofrimento de amor
O Romance com Meu Ex-marido
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Vestido com um jeans escuro apertado e uma regata justa, Kayke termina de secar os cabelos loiros e finaliza com um topete extremamente alto, que favorece a visão do seu rosto juvenil e ainda sem rugas. Passa o lip tint vermelho na boca da marca da influenciadora digital que tanto gosta e esfrega os lábios para que fiquem mais rosados e chamem mais atenção, mas não atenção o suficiente para que seus pais notem, afinal, isso poderia levar suspeitas de que ele não iria dormir na casa da Monica, conforme havia falado.
Colocou a carteira no bolso traseiro e passou perfume, agarrou um tablete de Trident ne enfiou no bolso dianteiro, calçando em seguida o vans preto. Estava ansioso pela descoberta da noite paulistana e sentia que esta seria diferente... como seus pais sempre foram bastante controladores, nunca havia aproveitado uma noite sozinho, e ainda mais em alguma balada gay, que tanto sonhou em frequentar. Essa era a noite! Não sabia direito em que balada entraria, mas tinha ouvido falar sobre uma rua de bares e boates bastante frequentada por homens e mulheres gays, era noite de arriscar. Pediu o UBER e desceu as escadas rapidamente, passando por seus pais que estavam sentados na sala assistindo à novela e se despedindo rapidamente, para que não desse tempo que reparassem nas suas roupas apertadas.
O banheiro da balada estava lotado de homens, e Arthur Castilho estava dividindo um box com Mathias, seu melhor amigo desde a adolescência. Arthur é o típico arquétipo que chama a atenção de homens e mulheres por onde passa. Alto, aos 29 anos, esbanja porte de atleta e peitoral definido, possui feições irônicas e um cabelo preto extremamente liso e modelado em um penteado moderno, fazendo com que fios escapem pela sua testa e lhe garanta um olhar misterioso.
- “Vai com calma, Mathias. Esse é um pouco mais forte. É puro, da boa”. Orientava Arthur ao amigo, enquanto encaixava um canudo no nariz e aspirava com força a cocaína que estava espalhada em cima da tela do celular, apoiada em suas mãos.
- “O cheiro está bom. Quem diria... nós dois ficando ‘colocadas’ na balada outra vez”. Mathias aspirou também o pó branco e os dois se olharam, trocaram um selinho rápido e se abraçaram. Arthur deu uma risada alta e abraçou o amigo:
- “Vamos... vamos sair do banheiro. Vamos pra pistar... Hoje eu quero foder”.
Eles saíram do box e notaram a fila de homens esperando para usar o box, Arthur sabia que não seriam julgados por estarem juntos, pois todos os outros homens provavelmente estavam esperando para fazerem a mesma coisa que ele. Sentiu o efeito da droga sendo absorvida e foi tomado pela eletricidade do efeito, lavou as mãos rapidamente e jogou água no rosto, voltando em seguida para a pista.
- “Que demoraaaaaaaaaaaaaaa, gloriosas! Já foram se colocar, bichas?! Espero que tenha sobrado pra mim”. Este é Rogério, magro e extremamente vaidoso e arrumado, faz sucesso e chama atenção por onde passa devido seu humor extravagante e inteligente, os trejeitos afeminados fazem com que ande rápido e seja delicado, ao mesmo tempo que performa com excessos de gestos e caras engraçadas, que às vezes lembram algumas caretas. “Arthur, Arthur... você está chegando aos 30 anos, honey. Logo mais não poderá ficar louca nas baladas dessa forma. Olha seus olhinhos: BRI-LHAN-DO!
- “Com 30 anos ainda vou foder mais rabo que você, com essa voz esganiçada”. Arthur não gostava que falassem sobre sua idade, sendo ele o segundo amigo mais velho do grupo, antecedendo apenas Edu, o advogado que havia recém completado 36 anos.
- “Não fica nervosa, honey! Ainda temos o Eduardo, que vai morrer antes de você”. Os três gargalharam alto enquanto Edu se aproxima, segurando uma taça extremamente grande de gin. Edu é um homem mais sério, com feições tímidas e as entradas avançadas da sua cabeça denunciam sua idade, sempre demonstra preocupação com seu futuro e não enxerga muitas possibilidades de ainda encontrar alguém, ou um amor para dividir a vida... e a cama.
- “Do que estão rindo? Nossa... acabei de ver um menino delicioso na pista de dança, Vocês não vão comprar bebida? Vamos para a pista!”
A atenção de Arthur já estava voltada a um outro garoto que o reparava, parecia ser mais novo que ele e os cabelos ruivos chamavam atenção conforme a iluminação dos globos de luz passeavam pelo seu rosto. Trocaram sorrisos:
- “Bom, meninas... melhor vocês irem para pista. Acho que encontrei alguém pra me divertir”. E se afastou do grupo de amigos, indo de encontro ao ruivo e pegando diretamente em sua mão, arrastando-o para o dark room da balada, um espaço escuro e reservado que era usado pelos casais para praticarem sexo sem ser interrompidos.
O UBER encostou e Kayke desceu, guardando o celular no bolso e olhando para as baladas em volta, demonstrando certo deslumbre pelas luzes das fachadas da balada e a quantidade de pessoas que andavam pelas calçadas, em seus mais variados tipos: travestis, casais de lésbicas, casais de homens gays, drag queens e até mesmo alguns casais heteros aguardavam nas imensas filas. Parecia um pouco perdido, mas sentiu que havia se encontrado: aquele lugar alternativo e iluminado era o que queria para sua vida, aquela parecia ser a sua vida. Encostou no poste e um homem mais velho se aproximou:
- “Perdido na noite, garoto?”
- “Na verdade... estou decidindo para onde ir. Não conheço muito essa região, mas estou em busca de curtir.”
- “Bom, se quiser drogas, você pode ir para o ‘The Hoods’. Pra encontrar homens mais velhos, o ‘Bottons’. Se gostar de couro e queira curtir alguns fetiches, o ‘DomXxX”, e se quiser tudo isso e mais um pouco, a ‘Vogue’ é a melhor opção. ‘Vogue’, sabe? Madonna... essas coisas da época que você não tinha nascido”.
- “Entendi... bom, é minha primeira noite aqui. Não sei...”
- “Você parece um bebê, o melhor lugar pra você seria a Disneylândia. Acha mesmo que vai entrar em alguma dessas boates? A fiscalização aqui está cada vez mais pesada. Se não procuram por drogas, procuram por lugares que deixam menos entrarem. Mas tem um lugar que você entraria com facilidade, e curtiria bastante a sua noite”.
- “Onde?”. Kayke, que havia se desapontado anteriormente, abriu um largo sorriso.
- “Minha casa. É aqui na rua de trás... posso trocar sua fralda!”
- “Eu acho que consigo fazer isso sozinho, mas obrigado pelas dicas”.
Mathias já estava alcoolizado e sentindo os efeitos da droga, olhou no relógio e viu que havia se passado muito tempo, olhou para os amigos e também notou que já apresentavam sinais de exaustão.
- “Acho que está na hora de irmos embora... Cadê o Arthur?”, perguntou.
- “Deve estar na quarta gozada. Eu já estou des-tru-í-da. Vamos para casa, pelo amor de Deus.”, respondeu Rogério, já não conseguindo dançar com o mesmo ânimo.
- “Eu vou atrás do Arthur, vou até o dark room.”
- “Cuidado para não se perder por lá, Mat Mat...”, Eduardo soluçava por conta da bebida.
Mathias andou se desvencilhando dos outros garotos que dançavam e bebiam e caminhou até o dark room da balada, um quarto pouco iluminado que cheirava à sexo. Tomou cuidado para não esbarrar em nenhum casal que estava transando, mas logo avistou Arthur encostado na parede, com um homem de joelhos na sua frente.
- “Precisamos ir embora...”, Mathias olhou para baixo e notou que tratava-se de um rapaz negro musculoso, que parecia querer sugar toda a alma de Arthur através de sua rola. “Arthur... você não estava com um rapaz ruivo?”