O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A ex-mulher muda do bilionário
Um vínculo inquebrável de amor
O dia perfeito existe. É aquele em que você acorda sorrindo e pensando em como sua vida está indo bem e feliz, mesmo com algumas dificuldades como boletos para pagar. Você olha para a pessoa ao seu lado e diz: SIM, esse é o cara com quero viver o resto dos meus dias. Foi o que eu senti olhando para ele dormindo em nossas cobertas quentes. Coberto até o pescoço, em um sono profundo e até mesmo roncando. Nada no mundo me faria querer outro lugar para estar se não ali, envolvida com o calor do corpo dele. Mexi em seu cabelo e ele sorriu, um sorriso lindo e cativante.
Estávamos casados a cinco anos, tudo era tão perfeito. Nesse momento veio a lembrança de como nos conhecemos, uma festa chata de aniversário, onde nos olhamos e nos conectamos no mesmo momento. Rimos a noite inteira e ali me apaixonei por esse belo moreno com a barba falhada.
Levantei da cama e coloquei meu roupão quente, perfeito para esse dia frio. Caminhei pela nossa casa perfeita, feita sob medidas para nós. Preparei o café, cozinhei alguns ovos e peguei duas fatias de pão. Em alguns minutos ele levantaria para fazer sua corrida matinal, sempre levava de vinte a trinta minutos para voltar. Levei na cama e o acordei com um beijo delicado e doce e com um enorme sorriso.
- Bom dia, meu amor - disse.
- Bom dia - disse com a voz rouca - que horas são?
- Exatamente seis da manhã e eu preparei seu café.
Ele sentou na cama. Sem camisa e mostrando seu belo peitoral, que me fez ficar vermelha. Pegamos nossas xícaras e me sentei ao seu lado. Apreciamos o dia clarear enquanto tomávamos em silêncio. De repente ele sorriu e virou seu rosto, nos beijamos e aquilo nos aqueceu de maneira que não poderíamos fazer outra coisa além de nos amar. Um sexo quente e vibrante da manhã. Entrelaçados um ao outro de tanto prazer. Como eu disse, o dia perfeito existe. Após terminar o sexo e o café, ele levantou rapidamente da cama e foi para seu banho. Comi meu pão e os ovos, enquanto observei a chuva chegar.
- Com essa chuvinha nem da vontade de correr - disse saindo do banho com a toalha enrolada na cintura.
- Bom seria ficar debaixo das cobertas comigo - sorri com malícia.
- Verdade- ele sentou na cama e comeu o pão - mas hoje tenho uma reunião com os investidores e mesmo se não sair para correr tenho que me preparar.
- Eu sei, está a quase dois anos tentado essa reunião. Por isso á deixei sua roupa preparada ontem e sua pasta também.
- O que seria de mim sem você - ele me beijou.
- Seria mais rico.
- Verdade - ele riu - por isso preciso ir, para você gastar mais.
Olhei ele levantar e começar a se vestir - pensando nisso, queria conversar com você. - Diga - ele pegou a gravata que separei e sorriu.
- Queria voltar a trabalhar - ele me olhou quando terminei de falar e então continuei - sinto saudade da rotina, de fazer o que gosto.
- Prefere esquentar a barriga no fogão pros outros do que pro seu marido?
- Bem, não deixaria de fazer para você. Mas sempre sonhei em ser uma grande chefe, você sabe.
- Sei e combinamos que você ficaria em casa sendo minha esposa.
- Posso ser os dois.
- Amélia, você está parecendo aquela jovenzinha que conheci a cinco anos atrás e como fica nossos filhos?
- Nós não temos filhos, Wallace.
- Mas vamos ter um dia e até lá é melhor você se concentrar em ser uma boa dona de casa.
Ele estava certo? Dentro de mim a enorme vontade de voltar a trabalhar, mas também de continuar nossa rotina de casados. Ele terminou de se vestir e me deu um beijo, levantei e levei a louça para a pia. Fui para a sala e peguei a pasta o aguardando na porta. - Tenha um ótimo dia - eu disse.
- Você também e vê se não vai gastar demais - ele pegou a pasta e saiu.
Voltei para a cozinha e lavei a louça. Respirei fundo e coloquei uma música para ouvir, depois do banho me preparei para a rotina de limpeza da casa. Não havia muito para arrumar além da cama, quando terminei peguei meu caderno de receitas para estudar. Vi alguns vídeos de técnicas novas e testei algumas. Lembrei que era dia de compras e então peguei a chave do carro e minha bolsa, sai de casa segui para a garagem. Entrei no carro e percebi que os retrovisores estavam errados. Arrumei e então liguei. Segui a caminho do mercado, ouvindo musicas que o Wallace havia separado para nós, que incrivelmente contava apenas com músicos homens, o que era engraçado. A chuva estava um pouco mais forte e ao parar no sinal perto do mercado olhei ao redor. Me chamou a atenção um carro parecido com o dele parado em frente a uma loja de roupas femininas, mas obviamente não era ele. Continuei meu caminho até o mercado e lá chagando estacionei e peguei minha bolsa, que abriu deixando tudo cair aos pés do carona - parabéns Amélis - disse a mim mesma. Achei um recibo de compras e peguei colocando no bolso do casaco. Peguei tudo e coloquei de volta na bolsa e então sai.
Dentro do mercado fui pegando os produtos que precisava para preparar um jantar maravilhoso, também peguei alguns doces para fazer a sobremesa. Passando pelo corredor de limpeza observei os preços absurdos que estavam, separei no carrinho os que usávamos mesmo sabendo que a conta seria cara. Continuei a procurar um sabão liquido para louça quando um homem esbarrou em mim - desculpa - eu disse.
- Fui eu quem esbarrou e quem devia pedir desculpas - ele disse sorrindo.
- Tudo bem - falei sem ao menos o olhar novamente.
Ele ficou parado me olhando, então sorri e me virei para os produtos.
- Sempre procurando o melhor - ele disse - não é mesmo, Amélia?
O olhei frisando a testa e cerrando os olhos para tentar reconhecer - desculpa, nos conhecemos?
Ele riu - claro que não vai lembrar de mim - olhou para o meu carrinho - continua a mesma, comprando sempre produtos com qualidade boa para cozinhar, mesmo que pague a mais.
- Vicente? - perguntei.
- Isso - ele disse feliz.
- Caramba - eu disse ao lembrar dele perfeitamente - você está muito diferente.
- Bem faz quase seis anos que não nos vemos - ele ficou sem jeito e colocou a mão na cabeça - era para ter mudado não?
- Jamais imaginaria que te encontraria em Porto Alegre de novo, a última vez que nos vimos você estava indo para Alemanha aprender sobre - parei para tentar lembrar - Schnitzel - falamos juntos. Começamos a rir - como foi lá?
- Bem, foi completamente do jeito que achei que seria, difícil de se comunicar e de cozinhar, considerando que tudo lá é praticamente encontrado em latas.
- Pelo menos aprendeu a falar alemão?
Ele pronunciou algumas palavras estranhas e riu.
- O que significa isso? - perguntei.
- Bom dia - disse ele.
- Ah, por favor - eu disse rindo - aprendeu só isso?
- Aprendi o básico sim - ele riu - lembrei de você lá, quando vi um restaurante de comidas brasileiras. Eles eram especialistas em carnes e churrascos.
- Uau, eu nem imagino como deve ter sido maravilhoso.
- E você, já está trabalhando em um restaurante cinco estrelas como dizia?
- Bom, eu - fui interrompida pelo toque do meu celular - só um instante - atendi - oi amor, estou no mercado fazendo as compras, posso te ligar daqui a pouco?
- Só queria dizer que você está falando com o novo consultor da Precare - ele falou contente. - Não acredito, você conseguiu.
- Claro, hoje vamos comemorar muito então já compra um champanhe para nós.
- Pode deixar, vou fazer aquele cassoulet que você ama. Te amo.
- Também - ele desligou.
- Vejo que continua cozinhando - disse Vicente.
- De certo modo, olha, me desculpa Vicente, mas tenho que ir. Posso te adicionar no instagram?
- Claro - alcancei meu celular e ele fez o restante - a gente se vê - disse me devolvendo o aparelho.
- Caro, até mais.
Ele sorriu e saiu de perto, o observei e então notei em como estava bem arrumado. Segui para o caixa, pensando em como a vida era diferente do que a gente sonha. Sempre me imaginei em algum país diferente e cozinhando as receitas mais maravilhosas. Jamais poderia pensar que iria casar e deixar meus sonhos para trás, mas com certeza um dia iria poder voltar e fazer o que sempre sonhei. Após a mulher do caixa passar as compras peguei a bolsa e tentei achar o cartão, mas não estava lá, coloquei a mão no bolso e junto dele peguei o comprovante que estava no carro. Passei o cartão e então segui para onde estava o estacionado. Guardei tudo no porta malas e fechei, sentei no carro e percebi ainda estar com o papel na mão. Abri para ver e era um comprovante de uma loja de roupas. Provavelmente o Wallace me comprou um presente e então olhei a data.
- Que estranho - falei em voz alta - ele estava viajando nesse dia.